Encher-se
Eu me tornei quem eu mais repudiava. Me tornei seca de sentimentos, seca de sorrisos e de abraços. Me tornei mágoa sem entender ao certo quem havia me magoado. Virei rancor com todas as pessoas que conhecia. Me distanciei das melhores amizades que eu poderia ter. Parei de escrever. Parei de sorrir. Parei de amar. E morri.
Mas quem na verdade morreu não foi eu. Foi aquela menina que estava tomando conta desse corpo que é meu. Foi ela quem morreu porque depois de ouvir tanta coisa, depois de brigar com quem eu mais amava, descobri que aquela era uma farsa de mim mesma e ou eu tomava conta ou ela tomava conta desse corpo.
Foi uma luta constante. Diária. Permanente. Sofrida. Foi um batalhar de palavras que eu até então não conhecia. Então eu perdi coisas, ela perdeu coisas, ambas perderam coisas muito importantes. E, no final, ela morreu porque eu enchi meu peito de amor, meus lábios de sorrisos, meus braços de abraços e a felicidade voltou a tomar conta daqui.
Eu voltei a tomar conta do meu coração e me enchi de palavras. Me enchi de palavras verdadeiras, de palavras de carinho, de palavras que me ajudavam a ser alguém melhor. Me enchi de verdades que precisavam estar aqui para construir, não muros, mas pontes entre as outras pessoas e o meu ser.
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