69. Era uma vez... o fim de tudo

bom, mesmo q eu tenha adiado tanto esse momento chegou e espero que seja tão mágico para vocês quanto está sendo para mim.

segura o coração e NÃO PULA AS NOTAS FINAIS!

Boa leitura!

ÚLTIMO CAPÍTULO

#Ousadiaealergia

━━━━━ •*🐺*• ・━━━━━

— Antes de tudo vocês vão ter que me explicar como Akemi conseguiu subir ao trono e porque ninguém a deteve.

Chika levantou-se e se afastou de perto do imperador, Jimin podia ver que aquele assunto a deixava desconfortável. Talvez porque a amizade que fez com Maicon a fazia se sentir culpada com o que aconteceu a ele, ou ainda lhe doesse que a esposa tinha a descartado descaradamente.

Se Maicon notou o estado da beta, não demonstrou, apenas se focou em responder a dúvida do outro ômega.

— Vê a marca em carne viva no meu pescoço? — Jimin assentiu, a ferida parecia dolorosa.— Foi Akemi Saito que a fez.

Um soluço engasgado escapou de Chika que estava de costas para os ômegas conversando e nenhum dos dois achou de bom tom a questionar.

— Como ela chegou tão perto do senhor ao ponto de forçá-lo uma marca? — O loiro perguntou indignado, achava que um imperador seria a pessoa mais segura e difícil de ferir de todo o mundo.

Maicon suspirou.

— Do jeito que ela sempre consegue as coisas: enganando. — O ômega fez uma careta, provavelmente lembrando do ocorrido, mas logo voltou a si, não era hora de se martirizar com erros do passado, o importante agora era salvar o futuro.— Ela veio até mim se entregar, antes mesmo de que WallWollves me enviasse uma carta acusando-a de trair tratado de paz entre os reinos asiáticos.

"Ficou surpresa e maravilhada quando descobriu que eu era um ômega, no começo fiquei feliz com sua reação, porque achava que só seria aceito pela China por eles serem o único reino com ômegas governando, mas Akemi se mostrou adequa a ideia do imperador da ásia não ser um alfa, porém mais tarde descobrir o real porquê dela ter ficado tão satisfeita.

— Também fiquei surpreso, em WallWolves acreditávamos que o imperador era um alfa.

— E era, até dois anos atrás, que foi quando meus pais morreram. — Lágrimas brotaram dos olhos tristes de Maicon, mas ele recusou a deixá-las cair, Jimin via que mesmo em um estado fragilizado ele não queria se entregar totalmente a situação e manteria a cabeça erguida até não aguentar mais. — Minha mãe ômega se foi primeiro, ela não aguentou parto de seu segundo filho, este que nasceu morimbundo e não conseguiu sobreviver ao menos uma semana. Meu pai alfa, o antigo imperador, se foi logo depois por causa da perda da mulher que amava, os últimos dias dele foram de total agonia por não sentir mais sua ômega pela marca, mas antes de morrer ele deixou uma lei que me dava o direito de ser coroado e governar tanto as terras do império quanto a ásia mesmo não sendo um alfa.

"Meu povo me aceitou de braços abertos, para eles minha classificação não era importante, o que importava era eu ser um Tuan, porém mantive segredo para os outros reinos por medo de que eles se juntassem para me tirar do trono ou me forçar a casar com um alfa estranho para que ele governasse no meu lugar. Eu nunca permitiria isso, então abafei a morte dos meus pais e me mantive no poder em nome dele.

— Você foi muito forte, passou por tanta coisa sozinho...

— Nós ômegas temos que ser, Jimin, o mundo nunca foi fácil para a gente e nunca será. — Maicon sorriu fraco quando o outro Ômega assentiu de imediato. O imperador sabia todas as façanhas que esse pequeno loirinho fazia pelos Ômegas em seu reino, e desde começo se tornou um admirador pois para bater de frente com um sistema alfriarcal o lupino tinha que ter muita garra. — Eu esqueci disso por um momento e foi por isso que acabei como estou agora.

"Assim que WallWolves invadiu a índia Akemi chegou ao meu palácio, alegou que tinha se arrependido do que fez e veio até mim para se entregar e pagar pelo que fez. Imediatamente mandei que a prendessem, afinal ela confessou um crime, mas ao passar dos dias ela foi ganhando minha confiança, parecia realmente arrependida e inofensiva, sem falar dos milagres de elogios e galanteios que jogava para mim. E oferecer atenção a alguém carente emocionalmente é semelhante a oferecer um prato de comida a alguém com fome.

"Em uma semana eu já estava apaixonado por ela, mesmo sabendo tudo o que ela fez, mas o meu tolo coração não estava se contentando em vê-la apenas por trás das grades, eu necessitava de seu toque como meus pulmões precisavam de ar para viver, então uma noite desci até o calabouço sozinha e entrei na cela junto dela.

Hora ou outra Jimin desviava o olhar do imperador até Chika para ver como ela reagia ao ouvir a história de com sua esposa a traiu, o Ômega ainda não confiava nela, e esperava ver satisfação do plano de Akemi ter dado certo, mas quebrando sua expectativa a beta parecia estar sendo torturada de tamanha dor que via refletido em seu rosto.

— Nem preciso lhe dizer o que fizemos lá dentro. — Maicon se mexeu desconfortável, apesar de na hra ter sido mágico, agora era uma lembrança amarga e marcada por arrependimento e mágoa.— Quando me aconcheguei nela para dormirmos percebi o grande erro que cometi, os dentes de Akemi me morderam até arrancar sangue e ser o suficiente para erguer um elo. Me levantei enfurecido mesmo com a dor alucinante no meu pescoço e a confrontei, perguntei porque tinha feito aquilo sem minha permissão, pesar de não querer ser marcado para não perder o posto de imperador regente estava disposto a perdoá-la se explicasse que me amava demais e que fez isso controlada por seu lobo que também me queria demais, mas não foi isso que aconteceu, ela gargalhou na minha cara e admitiu que esse tempo todo o que ela queria era poder e eu tinha de sobra. Depois eu desmaiei pela dor do meu pescoço, fui marcado a força e meu lobo tenta até hoje me livrar da ligação porém em vão, acordei dias depois sendo cuidado por Chika e Akemi já tinha tomado tudo que era meu.

Por alguns minutos Jimin ficou sem ar, sabia que a antiga rainha do Japão era traiçoeira mas ainda se surpreendia quão longe ela podia chegar com sua mente diabólica.

— Mas e o seu povo? Não notaram a sua ausência ou desconfiaram?

— Devem desconfiar, mas que provas eles teriam? Akemi o mantém longe de seu povo e vigiado por guardas japoneses leais a ela. A última vez que alguém das Terras do Imperador viu Maicon pessoalmente foi quando Akemi mostrou a marca em seu pescoço para o conselho imperial, e ele ainda estava desmaiado, então não teve como alegar que foi marcado contra sua vontade. — Quem respondeu foi Chika, que já tinha se recuperado do estado que ficou ao ouvir novamente a crueldade da esposa.— E os guardas e os criados sabiam que Maicon se encontrava às escondidas com ela, então acreditaram nela, mesmo que fosse suspeito. E sobre a ausência, ela espalhou que sua majestade contraiu tuberculose da última vez que os menos afortunados do império e que ele mesmo pediu que fosse afastados de todos para que ninguém pegasse sua enfermidade.

Jimin não soube o que responder, apenas ficou espantado com a cara de pau de Akemi

— Daí é só ela fazer cara de coitadinha e fingir dor que ninguém ousa bater de frente com ela. — Maicon tentou se ajeitar na cama novamente, mas seu pescoço latejou por causa da marca ainda sem cicatrizar e seu lobo uivando desgostoso por ainda não ter se livrado dela. — Apesar de que eu me sinto como se tivesse uma doença mortal toda vez que essa maldita marca arde.

Uma marca ser rejeitada era tão raro quanto sobreviver a morte de seu parceiro marcado, era tão raro que muitos acreditavam ser uma lenda, mas Jimin acreditava que não, se Yoongi conseguiu sobreviver a morte de sua alma gêmea, com certeza Maicon iria se livrar daquela ligação indesejada.

Com um raio de esperança, Jimin apertou a mão do imperador, que não retribuiu por não conseguir, mas lhe direcionou um sorriso sincero.

— Você vai conseguir sair dessa, nós todos vamos. — Disse com confiança.— Bom, qual é o plano?

Chika e Maicon se olharam, até que o ômega disse sem jeito:

— Nós não temos um plano. — Sorriu amarelo.— Tínhamos esperança que você pudesse nós ajudar nesse quesito.

— Eu? porque eu? — Jimin desviou os olhos entre os dois indignado, achava que ele já tinha ideia do que fariam quando Chika pediu que ajudasse, assim era um passo adiante para salvar Jungkook, agora via que estava na estaca zero novamente.

— Eu recebo relatórios de todos os reinos e os do seu passaram a vir cheios dos seus feitos no reino, achei um cúmulo o rei Jeon Jungkook ter demitido todos os ômegas do castelo, mas que sorte deles que tiveram você para falar por eles. —Maicon contava com admiração brilhando em seus olhos.— Então assim que Chika contou que o conselho de WallWolves foi capturado, pedi que ela procurasse por você pois sabia que você me ajudaria.

Se fosse em outras circunstâncias, Jimin se emocionaria por saber que esse tempo todo as coisas que fazia em prol dos ômegas estava sendo acompanhada e valorizada por um imperador que também era ômega, mas agora só conseguia sentir que o tempo deles estava acabando e que se não corressem o pior podia acontecer.

— Eu me vesti de criada e desci até as masmorras para procurar você, os guardas estavam quase desmaiando de sono e nem se deram ao trabalho de prestar atenção em mim. — Chika continuou a história com sua parte.— Enquanto disfarçava entregando pão para os duques eu procurava-o, até que achei Jungkook, infelizmente sozinho. Ele me xingou quando viu quem eu era, tentei explicar a situação mas ele não me deu ouvidos, então fui embora antes que os guardas despertassem, mas eu sabia que você tinha vindo junto com ele, só bastava te achar.

— Como tinha certeza que eu estava nas Terras do Imperador?

— A gola da camisa de Jungkook estava aberta dando visão para uma marca recém feita, era lógico que ele não viajaria sem você, alfas ficam viciados nos cheiros de seus ômegas quando são marcados por eles, minha avó alfa era marcada e me contou isso uma vez, não existem registros porque são muito orgulhosos em admitir que realmente ficam dependentes de seu parceiro. Mas eu tinha certeza que Jungkook o traria inconscientemente por isso, e ele não teria ficado tão na defensiva quando eu perguntei aonde você estava. — Chika disse como se não fosse nada, mas o ômega achou que ela tinha sido muito perspicaz em notar esses pequenos detalhes e interligá-los. — Sem contar que vocês são um grude.

Jimin semicerrou os olhos para a beta que deu de ombros, mas deixou para lá, não iria fazer uma tempestade em copo d'água por uma provocaçãozinha. Pelo menos não agora.

— Bom, agora estou aqui, mas não tenho ideia do que faremos.—Disse cansado e olhou pela janela, a noite já subia no céu.— Só tenho até o raiar do dia para salvar meu Jungkook.

Os outros dois lupinos ficaram calados, também não tinham ideia de como agir.

Chika sem ter mais o que fazer se aproximou da lareira para colocar mais lenha para que não se apagasse, com cuidado segurou os longos cabelos cacheados para que não acontecesse nenhum acidente e atiçou o fogo, Jimin a observou atentamente enquanto fazia isso.

O cabelo da beta era lindo e até maior do que o de Maicon, sem levar em consideração que o dele poderia ter alguns centímetros a mais sem as tranças.

O ômega achou interessante seu próprio pensamento e voltou a observar a beta de costas para si.

Chika não vestia as roupas tradicionais japonesas como da última vez que a viu, tinha as trocado por roupas usuais das Terras do Imperador e optou por não usar a versão feminina com saias, e sim com calças, parecida com as que Jimin usava e tinha comprado na feira local para se misturar.

A única chama de luz que clareava o quarto era a lareira que iluminava pouco do corpo da beta, Jimin podia estar louco mas olhando assim Chika poderia facilmente se passar por um ômega macho, porém precisava de algo a mais para completar sua ideia.

— Majestade, quem trançou seu cabelo? — Perguntou delicadamente.

— Fui eu mesmo, porquê?

— Você conseguiria trançar o cabelo de Chika?

Imediatamente os dois olham para o ômega mais novo sem entender o porquê daquilo, mas Jimin sorriu grande para a cara confusa deles.

— Acho que eu tenho uma ideia.

•*🐺*•

— Pronto, a última honda já vai começar, temos cinco minutos. — Maicon sussurrou ao ouvir o sino badalar avisando aos guardas que começassem a patrulhar.— Está pronta, Chika?

A beta assentiu nervosamente. Seus cabelos estavam trançados estrategicamente do mesmo modo que os de Maicon e vestia as roupas reais dele que graças aos Lobos couberam direitinho nela.

— Obrigado por se arriscar por mim, nunca esquecerei do que fez e vai fazer em meu nome, amiga.

— Estarei sempre às suas ordens, majestade. — Sorriu e foi retribuída prontamente.

— Está pronto, Jimin? — O loiro assentiu e ajeitou o corpo magro do imperador em seus braços. — Não te darei trabalho, afinal estou leve como uma pluma.

Jimin riu forçadamente para ser gentil, a verdade era que não conseguia relaxar, faltava pouquíssimas horas para o raiar do dia e para a forca que Akemi tinha convocado para matar os quatro reis e dar um golpe no continente.

Esse plano tinha que dar certo, a vida de Jungkook estava dependendo dele.

— Não é da minha conta, mas o que tem nesse baú? — O imperador fitava o objeto de madeira que o ômega tinha pedido para que ele carregasse já que suas mãos estavam ocupadas o carregado, já que maicon não tinha forças para andar.

— Não sei, mas é preciosa então não derrube.— Disse nervosamente, sem se importar com a etiqueta de com se falar com um soberano.

— Eles estão vindo, — Chika sussurrou da porta do corredor.— Quando eles correrem atrás de mim esperem que o som das botas fique longe e vão pelo lado oposto, lembre-se da porta em que entramos no castelo, Jimin, ela vai direto para a cidade e nenhum dos soldados japoneses sabem.

— Certo, boa sorte.

— Para vocês também.

Ao terminar de falar, os três ouviram um grito com forte sotaque japonês e Chika correu para a direita de cabeça baixa atraindo o guarda para longe, os Ômegas esperavam pacientemente assim como a beta pediu e quando perceberam que o caminho estava limpo se foram.

•*🐺*•

Jungkook não demonstrava mas estava aliviado que a mente sádica de Akemi decidiu que os reis morreriam primeiro e em praça pública e os duques ficariam para depois, não suportaria ver seu povo morrendo sem poder fazer nada.

A corda em seu pescoço e a dor latejante no maxilar o lembrava que tinha lutado até o último segundo, mas nada adiantaria àquela altura, só lhe restava que os Lobos tivessem piedade de sua alma e protegessem seu Jimin.

Onde estaria seu pequeno e ousado diabinho? Desejava poder vê-lo uma última vez.

Se conseguisse vê-lo, diria que ele está grávido ou guardaria para si? A informação poderia ser cruel se Jimin não conseguisse sobreviver a sua perda, mas podia ser uma motivação para que se mantivesse vivo, assim como Yoongi.

Milhares de pessoas o assistiam ali em pé, literalmente com a corda no pescoço, mas Jungkook não se importava.

Viveram tão pouco tempo juntos mas foram tão felizes.

Não tiveram nem tempo de prometerem se amar na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe, mas vivenciaram cada uma das coisas, era o que importava afinal, e eles teriam outra vida para realizar esse sonho.

Era uma honra ter sua alma entrelaçada à de Jimin e ter a chance de se apaixonar por ele outra vez.

Estava pronto para ir.

Se for para morrer que a morte o levasse logo porque quanto mais rápido se fosse mais rápido acharia seu Jimin na próxima vida.

Um burburinho tirou Jungkook de seus pensamentos, quando olhou de lado percebeu que Akemi tinha chegado para dar seu discurso e autorizar que puxassem a alavanca que derrubaria seu corpo para o fim na corda.

— Todos vocês devem estar se perguntando o que os quatros grandes reis fizeram para ter a morte como castigo, e eu os digo: não passam de traidores. — Akemi dizia com raiva, Jungkook achava que se ela forçasse mais iria espumar como um cachorro raivoso.— É de conhecimento de vocês que WallWolves, liderados pelo Rei Jeon Jungkook, invadiu a índia, que é uma colônia da minha terra natal. Foi por isso que fugi para me esconder aqui. Após o ocorrido eu e meu doce Maicon esperávamos uma explicação para as atitudes dele, mas o que recebemos foi o pior. Dois dias atrás, alguns de vocês foram convocados para defender nossas fronteiras, mas não lhes disse o real motivo até confrontá-los e eles assumirem. WallWolves junto com a China, Taiwan e Singapura tentaram invadir as Terras da Imperatriz.

Choque e medo, foi o que as exclamações dos súditos denunciavam, pois aquilo queria dizer que o tratado de paz entre os cinco reinos foi quebrado e cabia a atual imperatriz decidir o que fazer, e pelas cordas no pescoços dos reis o povo já sabia a decisão.

Jungkook viu o rei de Taiwan tentar gritar e avisar o povo que era tudo mentira, mas a sua boca como as de todos os outros estavam amordaçadas com um pano grosso, e as palavras saiam abafadas ou sequer saiam.

— Imediatamente os prendi nos calabouços e os danos no reino não foram tantos, mas pior aconteceu. — Ditou com a voz falsamente embargada.— Um dos soldados de WallWolves fugiu antes que pudéssemos pegá-lo, mas de madrugada o encontramos e a cena que vi me causou a dor mais angustiante que senti em toda minha vida.

O alfa lupús franziu a testa, qual será a nova coisa que ela irá inventar para pesar na sentença deles.

— O maldito matou meu doce Maicon, que já estava morimbudo pela tuberculose, por vingança de termos capturado seu rei!

— Mentira!

Uma voz firme gritou.

A multidão abriu deixando apenas a pessoa que gritou no centro acompanhada de outra, Jungkook não fazia ideia de quem era o ômega de cabelos grandes mas o outro ele conhecia muito bem.

Jimin.

Akemi ficou pálida quando percebeu quem tinha ousado a chamar de mentirosa, o alfa estranhou mas suas dúvidas foram sanadas quando percebeu que os súditos se ajoelharam ao redor dele e gritavam que enfim o imperador estava curado.

O imperador era um Ômega?

Seus olhos se focaram em Jimin que também o olhava de volta com um sorriso grande.

— Não acreditem em nada do que ela fala, Akemi não passa de uma vadia mentirosa! — Maicon gritava aos quatro ventos e Jimin via que estava dando certo pois o povo se direcionou para a alfa com fogo nas ventas. — Me marcou a força e me manteve preso esse tempo todo! Os reinos vizinhos nunca invadiram, foram convidados por ela em meu nome!

Em um piscar de olhos, guardas imperiais tentaram prender Akemi, mas ela ainda tinha seus soldados japoneses para mantê-la segura, o que ocasionou um combate entre os dois exércitos.

O povo se espalhou tentando fugir daquela confusão, porém Maicon e Jimin se mantiveram firmes no meio de tudo, mesmo quando Akemi correu até eles com desejo de sangue.

Jungkook se desesperou tentando se livrar das amarras, precisava chegar até seu Ômega e tirá-lo daquele tumulto antes que fosse tarde, mas antes que precisasse sequer fazer força a corda de seu pescoço e as correntes de seus pés e mãos foram tiradas de si.

Buscou espantado por quem o soltou e acabou dando de cara com Chung-hee lhe estendendo uma espada.

— Vá atrás de seu ômega, o resto deixe comigo.

Sabia que ele falava do dever de rei e nem hesitou quando assentiu e correu até onde Jimin estava, naquela hora não havia espaço para pensar em outros além de seu ômega.

Akemi rosnava enraivecida fitando os dois ômegas, mas em especial jogava todo o seu ódio para o loiro intrometido.

— É sempre você, sempre você a acabar com meu planos, Park Jimin!

Maicon respirava com dificuldade, tinha gastado toda sua energia quando gritou para que todos ouvissem, e a aproximação da alfa só machucava mais o seu lobo interno.

— Achei que tinha me livrado de você na ultima vida, mas você tinha que reencarnar não é, seu Ômega maldito? — Gritou para Jimin, nem se importando com o estado do ômega que tinha marcado.

— Do que está falando, Akemi? Além de diabólica você é louca? — Jimin rosnou, estava ficando difícil segurar Maicon, agora ele tinha se tornado mais pesado.

— Não lembra de mim, não é? Mas seu lobo deve lembrar, afinal me ver pelada junto de seu alfa deve ser uma imagem inesquecível. — Gargalhou cruel.

Jimin sentiu seu lobo rosnar dentro de si, mas não entendeu a reação repentina dele até que teve fleches de sua vida passada.

Sua parte animal o mostrava o momento exato em que viu seu alfa junto de outra no ninho deles em outra reencarnação, aquele foi o que deu início a todo o sofrimento que viria a seguir.

— Era você...

— Era eu. — Ralhou entredentres.— Eu queria ser a ômega líder da matilha, e conseguiria se você, você, não tivesse entrado no meu caminho e enfeitiçado o alfa líder. Aquela foi minha última tentativa para separar vocês, o derrubei com uma pancada na cabeça e me deitei junto a ele, a cena perfeita para a sua cabecinha fertil funcionar, mas vocês dois já tinham se marcado!

"Quando você morreu por cair daquele barranco enquanto fugia dele, o alfa morreu em seguida e junto se foi minha chance de comandar a maior matilha da época! E como se não bastasse você reencarna e me atrapalha de novo, seu insolente!

Ao contrário do que Akemi pensou, Jimin não se abalou com suas palavras cheias de ódio e maldade, ele só a encarava com algo parecido com pena.

— Você é vazia por dentro. — O ômega concluiu simplista, a alfa o olhou surpresa, não era essa a reação que esperava vinda dele, queria causá-lo dor e agonia, mas percebeu que não conseguia o atingir.— E parece ser uma maldição que carrega por qualquer vida que reencarne. Acho um castigo mais que digno para você, Akemi.

Maicon tinha recuperado um pouco de suas forças, então Jimin o soltou quando se aproximou mais da alfa.

— Você se acha melhor que todo mundo, não é Jimin?

— Melhor que todo mundo não, mas te garanto que sou melhor que você

O sorriso debochado de Akemi se foi no momento que percebeu a cor dos olhos de Jimin se mesclando entre roxo e dourado.

Você foi a desgraça que caiu sobre a minha vida e do meu alfa, a erva daninha chata que deve ser eliminada para que as plantas boas vivam em paz. — Agora era Jimin que sorria, ou melhor, o lobo dele.— Nada mais justo de que morra com a doença que torturou meu alfa por anos, já que foi você a serpente venenosa culpada por tudo.

— Do que você está falando, seu...

Uma pontada na cabeça interrompeu a fala da alfa que gritou assustada pela dor.

Jimin se aproximou mais um passo e Akemi começou a sentir seu corpo coçar, suas mão automaticamente passavam pelo corpo todo coçando e coçando agoniada.

Mais um passo e ela começou a sentir falta de ar.

— O-o que v-você fez comigo, ômega m-maldito? — Falou com dificuldade, sua garganta estava quase fechada e cada vez mais seu corpo queimava pedindo que aliviasse de algum jeito, e ela tentava coçar porém em vão.

Só te dei o troco. — Sorriu meio e se aproximou mais ainda, tanto que Akemi não suportou o cheiro forte de maracujá do ômega e acabou desabando no chão. — O que foi, alfa? Não me diga que tem alergia a ômegas!

Após a fala de Jimin o rosto de Akemi Saito ficou roxo, sua garganta finalmente tinha se fechado totalmente. Instantes depois, o corpo da alfa começou a convulsionar bruscamente, até que parou de vez.

Estava morta.

— Jimin...

O ômega virou rapidamente para a voz bastante conhecida que o chamava.

Jungkook tinha os olhos arregalados para o corpo sem vida da traiçoeira rainha Akemi Saito, e não era para menos, aquele era o jeito que ele poderia morrer se chegasse perto de um ômega a um ano atrás.

Ainda assustado aproximou-se de Jimin e o acolheu em seus braços com força, finalmente estavam juntos de novo.

— Você está bem? Está ferido? Demorei a chegar porque uns imbecis ficavam me parando. — Se afastou o suficiente para poder ver o rosto do ômega, este que fitava hesitante o corpo no chão.

— E-eu estou bem. — Enfim desviou o olhar para Jungkook, não sabia explicar o que tinha acontecido com a alfa mas no fundo sabia que tinha sido por sua causa. — Eu a matei, mas eu não sei como.

— Shiu, está tudo bem, não pense muito nisso. — O alfa sabia do que falava, teve que matar lupinos a poucos minutos atrás e também quando invadiram a Índia, e sabia que quanto mais pensava mais louco ficaria.

— Mas ela morreu por um ataque de alergia por causa dos meus feromônios, feromônio de ômega, e no fundo eu sabia que isso aconteceria. Porquê?

O casal voltou a fitar a lupina morta.

— Os Lobos me amaldiçoaram quando você pediu, agora também seja o mesmo caso, você quis se livrar dela e eles atenderam seu pedido. — Jungkook disse o que achava que seria, Jimin concordava que tinha lógica, apesar de não se achar digno.— Alguém lá em cima deve gostar muito de você.

— Eu amo você. — Jimin disse decidindo seguir o conselho do lupús e não pensar mais nisso.

Jungkook o olhou com carinho.

— Eu também te amo, meu ômega.

Então juntaram suas bocas uma na outra em um beijo cheio de paixão, amor e alívio de estarem em paz.

Só separaram-se quando uma voz a poucos metros deles gritou desesperado.

Os exércitos tinham parado de lutar, os japoneses ao ver que sua rainha tinha morrido se renderam e os imperiais correram para acudir Maicon que estava desmaiado no chão.

Jimin exclamou espantado, por um momento tinha esquecido do que aconteceria com o ômega quando Akemi morresse, a culpa o corroeu.

— Aquilo é uma passiflora? — Jungkook sussurrou.

O ômega buscou lugar para onde o alfa apontava, e de fato era a flor de maracujá caída aos pés de maicon, e perto dela estava o baú que ganhara da sogra aberto.

Então era isso que tinha dentro!

Ao fitar a flor caída perto do corpo do imperador, uma ideia louca surgiu na cabeça de Jimin e ele decidiu apostar, estava com sorte hoje nas ideias malucas que criava.

— Eu sei o que fazer! — Gritou para chamar a atenção dos guardas e súditos ao redor de seu soberano.

•*🐺*•

Jungkook abraçava Jimin por trás para tentar passar calmaria para ele.

A criada ômega tinha acabado de chegar com o chá e entregado para Chika.

Maicon tinha tido algumas convulsões até chegar no palácio, mas ainda estava vivo, Jimin acreditava que seu lobo tentava se manter firme após a perda da ligação forçada já que era isso que queria desde o começo.

Yoongi se mantinha desconfiado no canto da sala, observando tudo o que acontecia, tinha saído de perto do primo quando foi questionado por ele se tinha tomado chá da passiflora também por isso não morreu pela falta de Taehyung. Jungkook mesmo estranhando a reação do duque com sua pergunta não o pressionou mais. E Hoseok continuava atrás de Yoongi como uma sombra.

Chika aproximou a xícara da boca de Maicon e fez com que ele bebesse o líquido estranho, e mesmo fraco conseguiu engolir todo o chá.

Os lupinos presentes esperavam ansiosamente uma reação vinda do imperador, mas minutos se passaram e nada.

— Eu tinha certeza que daria certo! — Jimin disse indignado e se forçando a ser forte, mas sua voz chorosa o entregava.— Senhor Manu disse que essa planta servia para curar doenças misteriosas ou com ligações com o sobrenatural, e uma ligação de almas é algo sobrenatural! Não é, Jungkook?

O alfa nada respondeu e nem precisou pois assim que o ômega loiro terminou de falar, um suspiro alto saiu da boca de Maicon e de supetão ele sentou-se na cama.

O imperador olhou assustado ao seu redor.

— Eu estou vivo ou vocês todos morreram?

Uma orquestra de gargalhadas encheram o quarto do imperador.

— Você está vivo, meu amigo. — Chika falou.— Jimin fez um chá de passiflora para você e graças aos Lobos deu certo.

— Passiflora? A flor indiana rara? — Exclamou chocado.— Você é mesmo cheio de surpresas, Park Jimin.

O loirinho apenas sorriu.

— Você ainda não viu nada, majestade. — Foi Jungkook quem respondeu.— Agora se nos der licença, WallWolves precisa de nós.

— Mas já? Pensei que ficariam mais alguns dias para acertar as coisas.

— Acho melhor adiarmos essa reunião, todos os reinos precisam de um momento para se organizarem. E o senhor necessita de descanso. — O alfa falou gentilmente, não queria dar a entender que estava mandando no imperador da Ásia.

Maicon bocejou cansado.

— Você tem razão, rei Jungkook. Até daqui a um mês! — Disse suavemente e virou-se para Jimin.— E obrigado por tudo, Jimin.

— Disponha, majestade.

Então saíram do quarto real e se direcionaram para fora do castelo, Yoongi e Hoseok foram na frente para se certificar de que todos estavam prontos para retornar.

Quando chegaram no pátio, Jimin olhou ao redor e sorriu, pela primeira vez acreditava que nada poderia acabar com sua paz, pelo menos não nessa vida.

— Vamos para casa, meu ômega ousado? — Jungkook estendeu a mão para que o loiro entrelaçou os dedos com os seus.

Jimin olhou aquela cena emocionado, mas não ousou chorar, apenas esticou a mão para que o alfa a pegasse.

Jungkook era sua fonte de felicidade, sua casa seria aonde ele estivesse, e se ele queria estar em WallWolves então WallWolves seria sua casa também.

— Vamos para casa, alfa.




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CALMA!!! AINDA NÃO ACABOU!!!

ainda falta o epílogo, então guarda Allergic mais um tempinho na sua biblioteca, prometo q vai valer a pena!

Até mais, filhotes!

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