65. Era uma vez... um lobo sedento
o universo estava contra eu postar esse capítulo, mas sou dura na queda!
Boa leitura!
#Ousadiaealergia
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"Vossa Digníssima Majestade:
Venho por meio desta carta comunicar que a construção da primeira escola para ômegas de WallWolves está a todo vapor e estará concluída ainda no final deste mês, graças a boa mão de obra que vossa majestade me disponibilizou.
Também informo que esses três dias em que estive hospedado em Busan foram o suficiente para deixar tudo resolvido com o mestre de obras e por isso estou retornando a capital Seul para minhas outras obrigações, mas continuarei supervisionando a obra semanalmente e presencialmente como vossa majestade aconselhou.
E com o meu retorno solicito uma reunião com vossa majestade, o rei Jeon Jungkook, para tratar de um novo projeto que elaborei aqui mesmo em Busan ao me deparar com uma situação deveras curiosa, porém pretendo explicar mais detalhadamente pessoalmente.
Honrado em permanecer, Senhor, o mais leal e lindo servo de Vossa Majestade:
Park Jimin, o Ministro do Ministério dos Ômegas e seu noivo.
Ps.: Espero que não se importe com as liberdades que tive em mudar o encerramento formal, mas achei que assim seria mais adequado, concordas, vossa majestade?
Ps2.: Estou morrendo de saudades, Jungkookie..."
Esse ômega me tem na palma da mão! Jungkook pensou quando terminou de ler a carta impregnada com o cheirinho de maracujá de Jimin.
Tinha certeza que o pestinha loiro havia gravado seus feromônios no papel para provocá-lo, e havia funcionado muito bem já que seu lobo se contorcia de saudades de seu ômega, assim como ele próprio estava.
Nunca pensou que três dias seriam tão torturantes, mas acordar no ninho deles sem Jimin o enchia de tristeza, parecia errado dormir ali sem ter o corpinho miúdo e dengoso do noivo para esquentar. Na segunda noite Jungkook até tentou dormir em seu antigo quarto para que não se sentisse tão melancólico pela manhã, mas não conseguiu pregar o olho porque seu lobo uivava desgostoso por ali não ter o cheiro de maracujá que tanto amava, então de madrugada, quando cansou de ouvir os resmungos de sua parte animal, o alfa voltou para o quarto deles e consegui ter pelo menos três horas de sono.
Com um sorriso abobalhado no rosto, Jungkook escondeu a carta de seu amado dentro dos relatórios mensais de Daegu quando ouviu as batidas na porta.
— Entre!
Logo após a permissão do lúpus, Namjoon entrou todo sorridente no gabinete real, mas seu sorriso se foi e deu lugar a uma careta quando percebeu as grande olheiras embaixo dos olhos do amigo.
— Você 'tá uma derrota.
Jungkook revirou os olhos.
— Não me diga!
O Kim voltou a sorrir quando se jogou em uma poltrona fofinha e suspirou divertido.
— Seu lobo está te deixando louco, não é? Vejo que marcar alguém não é essa maravilha toda que dizem.
— Não quando se é um lúpus, alfas normais não sentem tanto quanto os lúpus, nós sentimos tudo em dobro e para acompanhar eu também tenho o imprinting.
— "Alfas normais" — Namjoon semi-cerrou os olhos.— Você já foi mais humilde, majestade.
O rei gargalhou.
— Você sabe que é só modo de falar. — Falou se mexendo na cadeira para arrumar uma posição mais confortável, daria uma pausa naquela papelada por algumas horas.— E o que faz aqui? Saiu do castigo ou fugiu?
O bom humor do Kim desapareceu dando lugar a irritação.
— Já disse que ele não me colocou de castigo, tenho vinte e seis anos, pelos Lobos! — Bufou tentando espantar o sentimento ruim que tomava seu peito.— E para ele me castigar teria que pelo menos falar comigo, coisa que ele não está fazendo.
Namjoon amava poesia, não lembrava quando esse amor começou, mas lembrava plenamente que tinha por uma grande influência de seu pai ômega, que ao invés de canções recitava poemas infantis para niná-lo quando filhote.
O problema começou na adolescência do alfa, mais especificamente quando ele decidiu escrever seus próprios poemas e percebeu que gostava muito de escrevê-los, mas que nunca poderia viver de sua arte por ter nascido em uma família militar. Kim Minseok, general e ministro do exército, nunca aceitaria que o filho seguisse outro caminho se não o de soldado.
E foi assim que Namjoon deixou seu sonho em segundo plano, afinal sua família era seu bem mais precioso e na época pensava que nada deveria ser mais importante do que a aprovação de seu pai, mas sua teoria se provou completamente errada após a guerra na índia.
Aquilo não era para ele, na verdade não era para ninguém, porém sabia que existiam lupinos que realmente sentiam prazer em servir o reino no campo de batalha ou nas fronteiras, entretanto Namjoon não era mesmo um desses. Seu lugar era entre os versos de um poema, onde só se podia sentir o cheiro de tinta da pena e seus mais profundos sentimentos nas letras.
Então o, na época, guarda pessoal do rei decidiu que colocaria todas as cartas na mesa com Minseok assim que regressassem a WallWolves, porque finalmente percebeu que a única pessoa que deveria orgulhar era a si próprio.
Após assinar a dispensa da guarda real, Namjoon sentou com o pai e contou tudo o que sentia.
Agora Minseok evitava até olhar diretamente para o filho.
Alguns minutos se passaram enquanto os amigos só se encaravam, Jungkook esperou esses momentos até perceber a ira de Namjoon se esvair aos poucos então finalmente quebrou o silêncio.
— Como você se sente, hyung?
— Livre. — Namjoon respondeu com um sorriso.
Jungkook sorriu de volta, sempre quis ver seu melhor amigo seguindo seu sonho e aprendendo a viver por si mesmo, e agora isso estava finalmente acontecendo.
— Espero que eu seja o primeiro a ganhar um exemplar do seu livro, e quero autógrafo também.
— Você é rico, Jungkook, não vou te dar de graça não!
— Você já foi um amigo melhor, hyung. — Disse o rei com a voz carregada de diversão.
— Amigos, amigos, negócios à parte! Não tenho mais o salário do exército para me manter, você que lute. — O poeta se levantou e foi até a porta do gabinete pronto para ir embora.
— Aonde você vai, posso saber?
— Você não é o único com saudades da sua outra metade, vou ver meu betinha.— Suspirou dramaticamente arrancando uma gargalhada de Jungkook.— Só agora consegui tempo para vê-lo por causa da correria para publicar o livro, espero que ele não esteja com uma faca na mão quando eu encontrá-lo.
— Pelo pouco que conheço meu cunhado, ele estar armado ou não não faz diferença.
— É assim que eu gosto!
Jungkook não se aguentou e riu alto.
❪ •*🐺*• ❫
A lua já tomava o lugar do sol no céu, e como Jimin saiu de Busan pela manhã a essa hora já deveria estar chegando em Seul, então foi a deixa perfeita para Jungkook terminar seu dia de trabalho.
Após a saída de Namjoon, tinha tirado o resto do dia para dar mais atenção aos relatórios de Busan, já que a província estava sob sua administração por não ter um duque.
Dias se passaram e ele ainda não tinha encontrado ninguém para substituir DongHae, depois do que aconteceu as opções de candidatos quase desapareceram, pois as únicas pessoas em que ainda confiava naquele reino não teriam vontade alguma de assumir uma província.
E agora que Busan sediava a primeira escola para ômega precisaria de mais atenção e segurança, ele poderia continuar a lidar com isso, mas acreditava que nada que fizesse seria melhor do que um cuidado presencial e permanente, coisa que nem o lúpus nem Jimin podem fazer, aquilo ia além das suas obrigações.
Jungkook suspirou cansado e desabotoou os primeiros botões da camisa social.
Quando fez o movimento, seus dedos acabaram por roçar em sua pele, percebendo a temperatura elevada.
E lá vamos nós de novo! Pensou revirando os olhos.
Dessa vez esperava que essa febre instantânea passasse mais rápido, queria dormir um pouco antes que Jimin chegasse.
— Jungkook?
O lupús ouviu uma voz doce o chamar a alguns passos atrás e virou-se.
JaeHwa estava ali o olhando hesitante.
A ex-princesa vestia um vestido simples e folgado, rosa como de costume, o cabelo estava solto e selvagem, a noite Jae abria mão do ferro quente para alisá-lo e o deixava na curvatura natural. Quem a visse de longe não imaginaria que era irmã de um duque e prima de um rei, mas ela parecia não se importar que Jungkook a visse assim, sem todo o glamour de uma princesa.
Só tinha os dois no corredor que separava os aposentos reais para os de visitas, ela provavelmente ia ou voltava do quarto de Yoongi.
— Olá, Jae. — Esperou que a ômega falasse alguma coisa, mas ela continuou calada.— Bom, boa noite.
— Jungkook, espera!
O rei voltou a olha-la, Jae agora estava mais próxima a ele do que estava anteriormente, provavelmente andou rapidamente atrás de si quando virou as costas para ir até seu quarto.
— Sim?
— Queria agradecê-lo por ter me dado liberdade. — Ela sussurrou.— Sei que foi Jimin quem pediu, mas mesmo assim.
Jungkook pôde sentir uma certa mágoa na voz de Jae, de certo seria por ter sido ele também quem ordenou que a mantivesse presa, porém não pediria desculpas por isso, entendia o lado dela mas ela também entendesse o dele.
Não acreditava que ela estava envolvida no que aconteceu, mas ainda era duro de lembrar na possibilidade.
— Não tem nada que comprove que você é culpada, então não vi porque a manter presa. Agora, não apronte com Jimin, ele foi o único que intercedeu por você.
— Eu sei disso, não seria ingrata a esse ponto, ironicamente ele parece ser o único que me vê como igual nesse castelo.
Uma leve tontura passou por Jungkook, ele se recuperou logo mas estranhou, nunca tinha ficado tonto assim do nada.
Tentando afastar o nervosismo, o alfa passou a manga da camisa na testa por reflexo e percebeu que sua temperatura ao invés de abaixar estava aumentando e consequentemente estava soando muito.
— Sinto saudades de você, Jun... — Disse tristemente a garota, sem notar o que se passava com o primo.— Sei que se afastou porque soube que eu o amo, amava, não sei... mas, sinto sua falta, da sua amizade, e eu ando me sentindo tão só que...
Foi as últimas coisas que Jungkook ouviu antes de cair de joelho no chão de mármore do corredor real.
Jae deixou escapar um grito quando percebeu o primo caindo em seus pés, mas rapidamente se recompôs e segurou o lupús o máximo que pôde para que a cabeça dele não batesse com força no chão.
— Jungkook!
Jungkook não a respondeu, apenas levantou a cabeça deixando seus olhos violentamente azuis expostos fazendo assim Jae ver que ali era o lobo do alfa o dominando.
Jae tentou se levantar e afastar-se dele, mas ele foi mais rápido e segurou-a pela mão e a trouxe de volta.
— Onde está meu ômega? — Jungkook disse entre dentes e rosnou descontente quando Jae se encolheu ou invés de lhe responder.
A garota não conseguia pensar direito, principalmente com a voz rouca do lobo de seu primo lhe deixando atordoada, mas decidiu tentar se acalmar afinal Jungkook não estava a machucando de verdade, apenas a mantendo perto.
Na tentativa de espantar o nervosismo, Jae respirou fundo e foi ai que ela entendeu o que estava acontecendo.
O cheiro mentolado de Jungkook estava se espalhando rapidamente e também ficando muito mais forte que o normal, tanto que a ômega sentia seus olhos arderem.
— Você entrou no cio...— Sussurrou surpresa.
Quando JaeHwa ainda sonhava em se casar com Jungkook, ela havia lido muito sobre lúpus, e entre essas pesquisas descobriu que alfas lúpus só entram no cio quando seus ômegas marcados estão por perto, justamente pelo objetivo de engravidar-los, mas Jimin não estava ali, e até onde sabia tinha ido para Busan a trabalho.
Jungkook rosnou novamente, só que dessa vez deixando suas presas bem aparentes e voltou a questionar para a ômega o paradeiro de Jimin.
Que os Lobos me ajudem! O que está acontecendo aqui?!
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já foram ouvir a OST do nosso Jimin? ele e o Sungwoon arrasaram, mds q música perfeita
Até mais, filhotes!
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