47. Era uma vez... Serendipity
demoro mas volto, virou meu lema agora
Esse capítulo tá altas emoções!
Boa leitura!
#Ousadiaealergia
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Jimin acordou assustado com pelo alvoroço dos outros tripulantes do navio, não fazia ideia do que estava acontecendo mas achou que era normal, afinal estava em um barco cheio de soldados indo em direção a uma provável batalha, por isso ousou tentar voltar a dormir porém os palavrões e a gritaria o impediam novamente de continuar seu descanso.
Não precisou olhar para seu lado esquerdo para saber que Jungkook não estava ali, o alfa deveria ter acordado cedo para se certificar que tudo estava no seu devido lugar, se é que ele sequer conseguiu dormir noite passada.
Os lençóis intactos na parte dele da cama indicavam que não.
Jimin suspirou nervoso.
De acordo com o capitão, chegariam na índia ainda hoje.
O ômega juntou o pouco de coragem que ainda tinha e levantou-se.
Já vestido com a farda real, que Jungkook havia o obrigado a nunca tirar, foi atrás do paradeiro do dito cujo.
O navio estava numa zona, Jimin olhava assustado para os soldados passando para lá e pra cá com espadas e canhões, sem se importar em desviar de seu corpo. Três trombadas depois, finalmente achou Jungkook, este que estava com uma cara nada boa enquanto observava o horizonte com um telescópio.
— Alfa...? — A voz de Jimin saiu fraca e hesitante, quase sendo engolida pelas vozes esganiçadas dos marujos, mas ainda sim chegou aos ouvidos do rei. — O que está acontecendo?
O lúpus fechou os olhos com força, antes de virar-se para seu noivo e o chamar em silêncio para que ele visse o que antes estava observando com pesar. Com cautela, Jimin segurou o objeto e olhou através dele, conseguia ver pouca coisa mas o que viu lhe apertou o coração.
— A-aquilo é... fumaça?
Jungkook suspirou tristemente antes de o explicar.
— Sim, e onde há fumaça a fogo. — Para acalmar a si e ao seu lobo, Jungkook se aproximou de Jimin e o acolheu entre seus braços, para que assim ficasse impregnado com o cheiro de maracujá de sua alma gêmea.— O Capitão e Minseok acreditam que... que a Akemi deu um jeito de avisar seus subordinados que descobrimos tudo, e por isso o fogo. Estão eliminando as provas. Sem provas da traição, o Japão pode alegar que fomos nós que os traímos e invadimos sua colônia apenas em busca de poder, assim se tornariam as vítimas, e os outros países viraram as costas para WallWolves. E mesmo nosso reino sendo um dos mais fortes, sem a aliança com os outros países não iremos longe.
Jeon falava com plenitude e sua face séria não deixava seus sentimentos sobre o assunto evidentes para terceiros, mas a ligação entre ele e Jimin não deixava que ele escondesse o medo que lhe assombrava, pelo menos não para seu ômega.
— M-mas... O Japão não fez isso primeiro? Eles tomaram a Índia e não receberam tal punição dos outros reinos!
— A Índia não era considerada um reino, seu povo se recusou a tomar a monarquia como forma de governo, então pela lei da Ásia eles eram apenas um punhado de território pronto para ser conquistado. WallWolves sempre mostrou respeito pela escolha dos indianos, e a maioria dos outros reinos também, mas como você já sabe Akemi não. — Jimin estava indignado demais para falar alguma coisa, a cada minuto seu ranço pela rainha Japonesa só aumentava. — Então depois que a índia foi conquistada pelo Japão se tornou colônia deles, e estarmos indo invadir-lá é uma quebra direta da paz. Por isso precisamos de provas de que foram eles os primeiros a trair a aliança, para que Akemi seja devidamente punida.
Jimin abraçou forte Jungkook, tentando passar segurança ao rei menino, que tremia na possibilidade da Rainha Saito sair vitoriosa.
— Seu tio e Akemi têm mais em comum do que pensam, sempre utilizando de leis antiquadas para ferir os menos favorecidos e se engrandecer. — Jimin sussurrou contra o peitoral forte do alfa, que silenciosamente concordou.
— DongHae teve o que merece, e que os Lobos deem o mesmo destino a rainha também.
O tom frio da voz de Jungkook era totalmente contrária ao doce e gentil que sempre usava, mas aquele assunto o obrigava a não ter empatia.
A essa hora o antigo duque de busan já deveria estar enterrado, mas não no cemitério real e muito menos no dos seus súditos, Jeon queria tê-lo deixado ao relento e que os seres da floresta decidissem o que fazer com o corpo, mas por causa do prato de sua avó não o fez. DongHae podia ter sido o pior miserável que carregou o sobrenome Jeon e por isso fazer com que Jungkook tivesse nojo de seu próprio sangue, porém as atitudes do filho não anulavam o amor de uma mãe.
E pela súplica da mulher idosa, Jungkook ordenou que o enterrassem em um lugar longe o suficiente que não ofendesse seu ômega e seus pais, mas que desse para avô ir visitar o túmulo do filho quando quisesse.
Jungkook não entendia como a mulher podia ainda amar um filho que fez tanto mal, e esperava nunca entender.
— Alfa, você disse que os Japoneses estavam tentando eliminar as provas. — Jimin quebrou o silêncio, realmente confuso. — Qual seriam as provas?
— Meus pais e o monge que prometeu a minha cura.
O ômega arregalou os olhos espantado, tanto pela resposta quanto pela seriedade que o lúpus falava.
— Não posso me desesperar agora, ômega. — O rei falou, ainda com a face fria e centrada, depois de entender a reação de Jimin.— Sou um rei prestes a levar seu povo talvez para a morte, tenho que me manter são para que eles sintam confiança. Esse é um trabalho de um líder.
— Acima de ser rei você é humano! Tem direito de gritar e chorar tanto quanto eles! — Jimin tinha a voz embargada, não gostava de ver seu alfa sendo tão... falso. Sabia que aquilo machucava seu doce Jungkook.
— Amor, olhe para mim!
Mesmo a contragosto, Jimin afastou seu rosto do corpo quentinho do alfa para poder olhá-lo como ele pedia.
O sorriso doce nos lábios de Jungkook aqueceu um pouco o coraçãozinho do ômega, mas como conhecia bem o noivo que tinha, o Jeon preferiu tranquilizá-lo com palavras seguras e firmes.
— Prometo que quando voltarmos para casa irei te prender no nosso ninho e chorar tudo o que eu não pude chorar aqui, mas agora nosso povo precisa que eu seja forte, mesmo que o medo me tome por dentro.
Uma lágrima escorregou dos olhos temerosos de Jimin, mas Jungkook foi rápido em enxugá-la.
— Se eu s-soubesse que ser ômega de um rei era tão sofrido assim eu tinha te mandado plantar batatas antes de me apaixonar mais por v-você.
Jungkook gargalhou.
— Agora não tem como voltar atrás, Park Jimin!
— Que bom...
Jimin sorriu ladino, antes de dar fim à distância que separava seus lábios dos de Jungkook. Naquele instante não existia guerra, não existia Japão, só existia os dois amantes e seu amor puro.
Porém como o mundo é cruel e imperfeito, o momento dos noivos foi atrapalhado por um estrondo ensurdecedor e muita gritaria vinda dos outros tripulantes.
Jungkook não precisou correr até o capitão para saber o que aconteceu, Namjoon já vinha correndo até si com o rosto pálido.
— O Japão atacou, a caravela que vinha nos dando cobertura na dianteira foi atingida!
Logo atrás do filho vinha Minseok, e Jeon sabia o que ele queria, então apenas assentiu.
— Preparem os canhões! Soldados estejam prontos para desembarcar e atacar! Nosso objetivo é encontrar o Rei e a Rainha Jeon, não tenham piedade dos nossos traidores. Viva WallWolves!
— Viva! Viva!
Aqueles gritos de guerra fizeram tudo ser mais real do que já estava, os pequenos olhinhos de Jimin percorriam a caravela observando seu povo se preparar para a guerra.
Namjoon aproximou-se de Jungkook e lhe entregou uma espada, antes de sair abraçou fortemente o melhor amigo, uma meia despedida. Dali em diante só os Lobos saberiam se eles se veriam de novo.
O rei precisava por sua armadura o mais rápido possível, mas antes também precisaria se despedir de seu ômega. E essa era a parte mais dolorosa.
Com as mãos nas bochechas gordinhas que tanto amava, olhou nos belos olhos de Jimin que se segurava para não desabar ali mesmo.
— Não se atreva a se despedir. — Jimin ralhou.
— Não vou, só direi um até logo.
— Acho bom.
Dessa vez foi Jungkook que iniciou o beijo.
A essa altura nenhum dos dois ligava que qualquer um pudesse ver o que estavam fazendo, e tinham a leve impressão que ninguém estava ligando ou de fato vendo.
— Até logo. — Jungkook sussurrou ao fim do ósculo.
— Até logo. — Disse Jimin vendo seu amor lindo liderar uma guerra.
❪ •*🐺*• ❫
Jimin enfaixava rapidamente o braço de um beta jovem que não parava quieto para que seu serviço ficasse bom e parasse o sangramento.
Por um dos curandeiros Jimin descobriu que os indianos eram pacifistas e de maneira nenhuma ajudariam os Japoneses nessa batalha, muito menos por terem sido escravizados por eles esse tempo todo. Isso tranquilizou o loiro em partes, mas o preocupou em outras, pois os soldados do Japão estavam ferindo aqueles que se recusavam a entrar na batalha, e assim mais sangue era derramado.
A zona segura, onde os feridos estavam sendo levados para serem tratados, já estava cheia. Uma mistura de indianos e Coreanos machucados chegavam a todo instante, o que enchia os médicos e curandeiros de trabalho, e acabava distraindo Jimin do barulho dos canhões.
O Jovem ainda estava inquieto, o que dificultava o ômega de ajudá-lo.
— Olha, eu não sou médico e aprendi a conter sangramento a uns trinta minutos, se você facilitar parando de se mexer eu...
— Preciso achar o Senhor Manu, preciso ver se ele está bem! Não consigo ficar tranquilo!
Jimin suspirou tentando manter a calma, aquele era só um menino traumatizado e não merecia levar um carão só porque estava preocupado com Jungkook.
— Se você ficar quietinho eu termino rápido e poderá ir logo procurar o Senhor Manu.
Aos poucos o garoto se acalmou e Jimin conseguiu terminar o curativo, mas achava que precisaria de pontos pois a lâmina da espada havia perfurado fundo o braço magro.
— Quem é o Senhor Manu? Seu avô? — Perguntou tentando distraí-lo.
— É como se fosse, mas na verdade ele é o monje que me criou, moro com ele e os outros que ainda restaram depois da dominação japonesa.
Após as palavras afetuosas do beta, Jimin se lembrou das palavras de Jungkook e descobriu que aquela talvez seja a chance que os Lobos lhe presentearam.
— Vamos, eu te levo até sua casa, aproveito e vejo se está tudo bem com o Senhor Manu!
— Você não acabou de dizer que aprendeu a cuidar de ferimento? Como você irá ajudar? — A cara do menino se franziu em desconfiança.
Jimin também fechou a cara para o beta.
— Todos os médicos e curandeiros estão ocupados, ou sou eu ou ninguém. E aí?
O garoto ainda pensou por alguns instantes, o que fez o ômega bufar.
— 'Tá, vamos!
❪ •*🐺*• ❫
As portas largas e altas do templo se abriram fazendo um ranger ecoar por todo o local.
O local se encontrava muito dentro da floresta, assim a paz reinava parecendo que não havia uma batalha sangrenta a poucos quilômetros dali.
A casa estava vazia, o que fez Jimin desconfiar do garoto, mas o medo estampado na face dele o impedia de ver maldade.Ele temia que os monges tivessem sido pegos e mortos de uma vez, como a rainha Akemi tanto os ameaçava.
Um barulho de passos foi ouvido ao longe, enchendo o coração do menino de esperança.
— Vamos, senhor Jimin! Por aqui!
Dito isso, o menino correu e sumiu entre os corredores.
— Aarav, espere!
Antes que Jimin pudesse dar um passo atrás de Aarav, um objeto frio e afiado foi prensado de leve mas ameaçadoramente em sua garganta.
Um arrepio frio percorreu sua espinha quando uma respiração pesada e raivosa bateu em sua garganta.
O ômega não ousou dar nenhum passo ou sequer falar algo, mas isso não impediu que a lâmina rasgasse um pouco sua pele.
Esse é o meu fim? Jimin pensou. Como eu queria aquele adeus do meu Jungkook agora...
Pensou que o outro lupino enfiaria a faca de vez em sua garganta, mas ao invés disso sentiu que o nariz do desconhecido farejava seu cheiro, mas antes que Jimin pensasse no pior a voz do portador da faca soou rouca e cheia de raiva.
— Você cheira ao meu filhote.
A faça pressionou novamente o pescoço de Jimin, dessa vez um resquício de sangue escorreu pela arma.
— Quem é você?
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falta pouquíssimos capítulos, então aproveitem Allergic!
Até mais, filhotes!
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