Chapter Twenty Seven
Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!
— O bebê da Casey e do Noah nasceu, já faz quase umas três semanas... — conto e tomo um gole da minha cerveja, a Kayla e a Chiara me olham.
— Ele nasceu prematuro?
— Sim, e é uma menina linda, Maya... — Foco o meu olhar para frente.
— O que foi? Você parece triste. — Kayla me analisa.
— Sei que eles não estão mais juntos, mas eles pareciam como uma família, o Noah sentado do lado da Casey com o bebê nos braços — comento, relembrando a cena.
— Você ainda sente alguma coisa por ele? — A Chiara me olha dessa vez.
— Tudo é passado... — Tomo mais um gole da minha cerveja para terminar a garrafa. — Acho melhor eu ir embora.
— Não, você acabou de chegar, bebe pelo menos mais uma garrafa — Kayla pede.
— Amanhã vai ser a decisão do juiz, eu não devia nem estar aqui e se alguém me ver bebendo? — Por impulso afasto a garrafa vazia da minha frente.
— Lara, estamos torcendo para que você fique com o Arthur, mas você sabe que quando você se tornar a mãe... a guardiã dele, não vai significar que você não pode mais sair, ir em bares e beber com as suas amigas, sair e ter encontros, ter uma vida além dele.
— Eu sei, eu sei também que vocês falaram bem de mim para a Agente Tutelar, agradeço por isso.
— Não mentimos, de todo mundo que eu conheço você é a unica pessoa da minha idade que eu confiaria para criar uma criança — Kayla diz.
— Você sempre foi o tipo de garota reservada, Lara — Chiara começa. — Mas espero que se você cuidar do Arthur, não se feche completamente do mundo.
Sorrio para elas, elas estão certas, ser responsável pelo Arthur não vai significar que eu vou me excluir do mundo, não pode significar isso.
Ser responsável por ele tem que significar que vou cuidar dele, que vou estar pronta para ele sempre que precisar da minha ajuda. E ser responsável por ele significa que vou ter que encontrar tempo para mim, e isso é uma das coisas mais importantes.
— Conseguiu achar um lugar para você ficar, Chiara? — pergunto, para mudarmos de assunto.
— Sim, é um apartamento pequeno, mas é o suficiente para mim — ela diz, não parecendo se importar.
— Os seus pais devem estar felizes, você é uma policial, a sua família toda trabalha para uma sociedade justa — digo, lembrando deles.
Ela dá uma risada seca com o meu comentário.
— Não acho que eles estejam pulando de alegria com nada... — Ela faz uma pausa, toma um gole da cerveja e me olha. — O meu irmão está saindo com uns meninos que não são lá um bom exemplo.
— E você também não andava, lembra? — Encaro ela.
— Ah, é? — Kayla pergunta, parecendo fascinada com a história. — Mas vocês não andavam juntas?
— Sim, mas o vizinho, quero dizer, o namorado da Chiara não era lá exemplo para nada e ninguém.
— Ex-namorado — Chiara corrige, fria. — Não vamos remexer o passado, tá legal!
— Por falar em achar uma casa, tenho que começar a procurar logo — Kayla diz, olhando para o copo de cerveja que já está pela metade.
— Você não disse que não ia ficar aqui quando se formasse, não era esse o seu plano, se formar na UCLA e voltar para Sidney com os seus pais? — Observo ela.
— Vou ficar, pelo menos, mais um ano, andei pensando sobre isso, acho bom ficar aqui, faço residência em um ótimo hospital, tenho boas amizades, não tem motivo para voltar além da minha família. Que, aliás, não me quer por lá agora, o meu primo vai se casar daqui seis meses, eles não me querem nem no casamento.
— Por que não? — Chiara pergunta, observando-a, sem querer começo a rir, é uma história até que engraçada.
— Ela foi pega transando com esse primo, os pais dela são religiosos fervorosos, acham que o que fizeram foi coisa do demônio — exemplifico em poucas palavras.
— Desde quando fazer sexo é coisa do demônio? — Chiara questiona.
— É coisa do demônio quando se tem dezessete anos e o cara em questão é o seu primo de vinte. — Kayla quase afunda o rosto na mesa. — Não foi grande coisa, mas os meus pais não me querem perto dele, não sei se você entenderia, mas eu sou a princesinha dos meus pais, e ele é a ovelha negra.
— E por que você tem que ficar longe e não ele? — ela pergunta mais uma vez.
— Chega de perguntas. — Kayla vira o líquido todo na boca.
— Ela é tarada! — sussurro, mas não é um sussurro, o barman que está nos servindo ouve e fica olhando para ela.
Começamos a rir, ele deixa mais algumas garrafas e vai embora.
— Vai ser rápido, normalmente não dura muito, já foram feitas perguntas ao menor, agora serão feitas perguntas a vocês, que estão competindo pela adoção do Arthur. Não se preocupem.
— Não é preocupação o que eu sinto, é mais nervosismo, quero que isso acabe logo — comento.
Estamos sentados eu e o meu advogado, então a porta se abre e entra o meu pai, a Candice e a advogada deles.
Esperamos mais alguns minutos e onze horas em ponto o juiz entra junto com um policial. É uma sala pequena, tem uma escrivã, o policial, a agente tutelar, o meu pai, eu, a Candice e os advogados. Parece pequeno demais esse lugar, sinto como se eu não conseguisse respirar, mas é só impressão.
— Hoje estamos todos aqui presentes, para discutir sobre a guarda do menino Arthur de onze anos — o juiz diz. — Foram feitas análises sobre os senhores, tudo foi levado em consideração para a tomada dessa decisão. A afeição dos senhores com ele e vice-versa, a situação financeira de cada, na qual todos aqui presentes concordam que é importante para a criação de um menor. Foi feito um relatório da parte de uma agente tutelar, conforme foi passando os dias, como vocês souberam... — Ele arruma uns papeis sobre a bancada. — Por favor, senhor Tyller Williams.
O meu pai se levanta, ele vai ser o primeiro a responder às perguntas feitas pelos advogados.
— Lembrando que isso aqui não é uma sentença criminal, estamos procurando o melhor guardião para o menor Arthur, mas peço a todos que falem a verdade, e apenas a verdade, em nome da Lei, portanto, faça o juramento — o juiz pede.
O meu pai levanta a mão direita e repete depois da escrivã.
— Eu, Tyller Williams, juro solenemente, falar a verdade, nada mais que a verdade, em nome da Lei.
O meu pai se senta ao lado do juiz, e o meu advogado vai até ele.
— Boa tarde, senhor Williams, como vai? — o meu advogado começa.
— Muito bem, obrigado — o meu pai responde.
— O senhor já tem filhos, certo? — o meu advogado pergunta, parece totalmente desnecessário essa pergunta comigo aqui.
— Sim, tenho uma filha, com a minha falecida ex-esposa. — O meu pai me olha e volta para o advogado.
— Ótimo, já tem experiência com crianças, então, o senhor e a sua esposa moram em Dallas, certo?
— Sim.
— Pretende se mudar ou, se caso consiga a guarda, vai levar o Arthur para Dallas?
— Pretendemos ficar aqui em Los Angeles por um tempo, queremos estender a nossa franquia para cá, assim também não afeta muito a rotina e as amizades do Arthur. — O meu pai me olha.
— É ótimo que pense assim, não mudar muito mais coisas na vida do menor. Senhor Williams, qual é a sua relação com o menor?
— Objeção! — a advogada do meu pai grita, o juiz concorda com a cabeça.
— Digo, como pensou em adotar um menor de onze anos?
— Ele é uma criança, já passou por muita coisa na vida, só merece ter a chance de ter uma família que o ame — o meu pai responde e em alguns momentos olha para mim. Isso é exatamente o que eu tinha dito para ele.
— Concordo plenamente, a minha última pergunta: existe um processo já aberto de adoção com você e sua ex-esposa, mas infelizmente vocês desistiram, existe a chance de acontecer de novo, em algum momento perceber que não querem mais isso.
— Objeção! Irrelevante, meritíssimo — a advogada do meu pai grita, mais uma vez, mas dessa vez o juiz não concorda.
— Naquela vez, a Jenna e eu estávamos querendo aumentar a família, preparamos toda a papelada para encontrar uma criança e, felizmente, a minha ex-esposa descobriu que estava grávida. — O meu pai me olha, com certeza todos veem como eu fico chocada com a notícia, não fazia ideia. — Mas, infelizmente, ela perdeu o bebê logo depois, então decidimos não dar continuidade ao processo, mas de maneira nenhuma eu faria isso de novo.
— Você quer dizer então, senhor Williams, que se a senhora Williams estivesse grávida vocês não mudariam de ideia em relação à adoção do Arthur?
— De maneira nenhuma...
— Terminei, meritíssimo. — O meu advogado vem até eu e se senta ao meu lado.
O meu pai também retorna ao seu lugar, então é a minha vez. Faço o juramento e sento ao lado do juiz.
— Bom dia, senhorita Williams, que ótimo dia, não acha? — a advogado do meu pai começa, parada na minha frente, ela parece poderosa e assustadora ao menos tempo.
— Sim, é um ótimo dia. — Sorrio.
— Você está no último semestre da faculdade de Medicina, com ótimas notas, aliás. — Ela me observa.
— Sim...
— Meus parabéns, vai fazer especialização em Neurologia, é uma área muito difícil.
— Mais ou menos.
— A senhorita tem que estudar muito e depois da formatura, vai ter que fazer muitas horas de plantões e terá muitas emergências, acha que consegue conciliar os seus horários com a criação de uma criança?
— Acredito que isso é possível — respondo, dá para ouvir a minha voz tremer ou é só coisa da minha cabeça?
— E como pretende fazer isso, poderia nos explicar?
— Os meus plantões são apenas duas vezes na semana, poderia contratar uma babá para ficar com ele esses dias e também tenho amigas que estão dispostas a me ajudar. — É essa a resposta certa?
— Então pretende deixa a criação do menor nas mãos de outras pessoas, entendo... — Ela me dá às costas.
— Eu não disse isso. — Ela não parece me escutar.
— Senhorita Williams, a senhorita se acha realmente apta a criar uma criança, que vem de uma família com tantas dificuldades.
— Acho que sim.
— Ah, a senhorita acha que sim, não tem certeza.
— Não, eu tenho certeza. — Olho para o meu pai, ele abaixa a cabeça.
O que isso significa, eu estou perdendo, os meus olhos se enchem de lágrimas, mas não posso chorar.
— Lara. — A advogada está na minha frente, cara à cara. — Infelizmente, você perdeu a sua mãe recentemente, por acaso a sua vontade de adotar o Arthur não é só para suprir a saudade dela?
— Objeção! — o meu advogado grita e o juiz concorda.
— Como pode dizer uma coisa dessas, uma pessoa não substitui a outra! — falo. — Conheci o Arthur meses depois que a minha mãe morreu, no dia que ele foi atropelado, foi eu quem tratou ele, foi eu quem cuidou dele no hospital. A minha afeição por ele não tem nada haver com a minha mãe.
— Peço que me desculpe, mas precisava ter certeza — ela se desculpa. — As minhas perguntas acabaram, meritíssimo.
Ela vai até o meu pai e se senta ao lado dele e eu volto para o meu lugar.
— Faremos uma pausa, estejam aqui à uma hora para darmos continuidade.
O juiz sai, então todos também vão saindo depois dele, o meu pai vem até eu, mas eu me esquivo dele, quero ficar sozinha, preciso absorver tudo isso.
Quase todo mundo vai almoçar, mas eu continuo no tribunal, no estacionamento, dentro do meu carro esperando o tempo passar.
O juiz entra na sala, todos ficam em pé, ele se senta e todos presentes se sentam também.
— O lar para um criança deve ser o lugar onde ele se sente seguro, acolhido, um lugar onde ele tenha uma rotina para melhor o seu desenvolvimento... Levando todos os pontos em consideração, declaro que, por tempo determinado de três meses, o senhor Williams terá a guarda do menor Arthur. Serão três meses para ver se o menor se adapta à nova família, caso o mesmo mostre alguma dificuldade nessa transição voltará para o abrigo e ficará lá por tempo indeterminado.
É isso, eu perdi ele também.
Os meus olhos se enchem de lágrimas, olho para cima e o meu pai está olhando para mim, a Candice está olhando para o juiz que ainda diz algumas coisas.
Balanço a cabeça devagar, não consigo acreditar, os meus olhos que estão fixados nos do meu pai, pedindo para que eles não me proíbam de ver o Arthur.
— Lara! — o meu pai chama.
— Por favor, não me proíba de vê-lo, eu prometi que ele poderia ir para a minha casa comigo, disse que ficaríamos juntos, por favor, pai, não me proíba, não tire ele de mim totalmente! — Me apoio nele, não sei se minhas pernas vão aguentar o meu peso.
— Lara, vai ficar tudo bem! — ele diz, calmo.
— Não tira ele de mim, ele vai ficar assustado com você, ele não te conhece, não conhece a sua casa, eu prometi para ele que ficaríamos juntos! — As minhas lágrimas escorrem pelos meus olhos.
— Lara, pode passar a noite com ele hoje, estamos em um hotel, não é um bom lugar para receber uma criança. — O meu pai me abraça. — Eu sinto muito por ter batido em você.
Não consigo vê-lo, mas a sua voz é quente e doce, como sempre foi quando precisava me acalmar. Qualquer um teria a sorte de tê-lo como pai, o Arthur vai ser muito feliz, mas eu quero mais para ele do que só isso.
— Vamos dar um jeito! — o meu pai diz, por fim.
Hey, obrigada por ter chegado até aqui. Primeiramente, queria deixar claro que essa obra é uma parceria com a larissahenkes e que esse capítulo foi escrito por ela.
Deixem suas opiniões, feedbacks e críticas construtivas.
Nos vemos no próximo capítulo.
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