Chapter Thirty

Música do capítulo na mídia: i love you (Billie Eilish)

Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!

— Olha, tem muita coisa que eu preciso te falar... — Ela me olha com atenção.

      — Eu acho que...

      — Por favor, deixa eu falar. — Ela assente. — Eu sei que tudo parece muito estranho agora, eu tenho que cuidar de muita coisa agora, principalmente da Maya, mas eu preciso que você saiba de algumas coisas...

      — Pode falar... — ela diz, andando em direção a um balanço que tem no canto do jardim, provavelmente a minha mãe deixou aqui para quando a Maya crescer. Sento-me no balanço ao lado dela.

      — Talvez você não queira saber de alguns detalhes, mas vai me ajudar nisso, espero que não se importe.

      — Está tudo bem, pode falar.

      — Primeiro, eu sei que tem tudo isso acontecendo com a gente, mas você sabe que isso nunca foi o maior empecilho. Sabe, eu e a Casey nunca tivemos o melhor relacionamento do mundo, a gente brigava muitas e muitas vezes e, para ser sincero, o nosso relacionamento estava mais para amigos do que para namorados, coisa que eu nunca senti com a gente. A gente teve fases, a gente deixou a nossa amizade virar namoro, já com a Casey foi ao contrário. Eu sentia que nós éramos meros melhores amigos morando juntos até terminarmos a faculdade.

      — Por que está falando disso?

      — Eu quero dizer que não é como se a Maya fosse fazer eu e a Casey voltar, ela aconteceu e tudo bem, vamos criar ela e continuar amando ela para sempre. Não é que eu não ame ela, pelo contrário, eu amo; mas eu preciso admitir que eu não queria que a Casey fosse a mãe da Maya.

      — Você... — Ela continua olhando para frente, mas dessa vez ela dá um pequeno impulso com os pés e se balança.

      — Sim, eu queria que fosse você.

      — Noah, você está bêbado? Quer dizer, você está se ouvindo?

      — Não, eu não estou bêbado. Sim, eu estou me ouvindo, e eu preciso saber se você também está?

      — Acho que sim. Aonde você quer chegar com isso? Do que você está falando?

      — Você sabe do que eu estou falando...

      — Você quer dizer...

      — Eu quero dizer que eu acho que a gente já esperou tempo demais, eu acho que a gente deveria tentar de novo. Eu prometo que eu não vou ser um babaca com você de novo — digo, por fim, o que eu precisava dizer para ela há um bom tempo.

      Continuamos encarando o chão por um tempo e deixando a inércia agir no balanço, que se move poucos centímetros para frente e para trás, repetidas vezes. É longo e torturante.

      — Eu já te falei isso, você nunca foi babaca comigo, aconteceu como tinha que acontecer — ela diz, por fim. Olho para ela.

      — Você não respondeu à minha pergunta.

      — O que vai acontecer agora? Você vai voltar para Nova Iorque? — ela pergunta, ainda sem me olhar.

      — Eu literalmente não sei o que eu vou fazer agora, tenho o meu contrato em Nova Iorque e tenho a proposta de trabalho que eu recebi alguns dias atrás... — conto.

      — Que tipo de proposta?

      — O tipo de proposta que eu nunca recusaria. É uma proposta de atuação.

      Ela me encara, pasma ou encantada, não sei explicar.

      — E você vai deixar o seu sonho de lado para voltar para Nova Iorque e se fechar em uma salinha com quatro paredes em volta de você? — ela indaga, como se fosse uma resposta óbvia.

      — As opções parecem mais claras depois de falar elas em voz alta. — Ela solta uma risada baixa, sarcástica.

      — E aí?

      — Eu tenho menos de uma semana para decidir isso de fato...

      — Na verdade, acho que você já decidiu. — Ela me olha e dá um sorriso de canto.

      — E você?

      Ela solta um suspiro e se dá um impulso para fora do balanço, saindo do mesmo, ficando em pé.

      — Você é imprevisível, Noah.

      — Imprevisível? — indago, ficando em pé.

      Em um movimento rápido eu me levanto e a agarro pela cintura, os cabelos que estavam no ombro dela voam para trás e aqueles olhos de oceano me encaram. Sinto a respiração dela perto da minha e cada parte do meu corpo recebe uma descarga elétrica, impossível de me deixar pensar em qualquer outra coisa.

      Subo as minhas mãos pela cintura dela, e ela coloca os braços em volta do meu pescoço, os lábios dela se aproximam dos meus e eu consigo sentir calor de novo. Consigo sentir como se eu estivesse prestes a ter o meu mundo de volta, em milésimos de segundos estamos nos beijando como antigamente. É como se a minha mente me levasse de volta para o tempo onde eu só queria saber dela e da gente, nada mais importava.

      — Eu te amo — sussurro, ela morde o lábio inferior e tira uma mecha de cabelo da frente do olho.

      Penso em pedir desculpas, mas eu sei exatamente o que eu estou fazendo.

      — Você se importa se eu precisar pensar sobre isso?

      Sim, eu me importo — digo para eu mesmo, mas paro e apenas aprecio ela.

      — Não. É claro que não.

      Ela não diz mais nada, não faz mais nada. Apenas se despede e volta para dentro da casa.

      Assim que entro também, a janta está servida, têm várias pessoas aqui para a inauguração da casa. Parece uma festa.

      Nada foge do normal, pelo menos eu acho. A janta não tem um motivo específico, a não ser considerar o fato de que agora a minha mãe e o Ansel moram aqui.

      Perto das onze horas da noite todos vão embora, ficamos eu, a minha mãe, o Ansel e a Maya. A Casey e a Jadie decidiram sair, então eu vou ficar com a Maya aqui.

      Começo a ajudar a minha mãe com as coisas da cozinha, enquanto o Ansel está na sala, fazendo a Maya dormir.

      — Como você está? — a minha mãe pergunta, enquanto eu estou organizando as coisas no armário.

      — Estou bem, por quê?

      — Você e a Lara demoraram na conversa de vocês lá trás.

      — A gente não pode simplesmente colocar a conversa em dia? — indago, ela solta uma risada sarcástica.

      — Vai mentir para mim, Noah?

      — Jamais.

      Ela não diz nada.

      — Só conversamos sobre a gente — digo, por fim. — Acho que agora eu tenho um pouco mais de esperança.

      — Que tipo de esperança?

      — Do tipo de que ela seja sua nora de novo — digo, sinto ela sorrir.

      — A Lara nunca deixou de fazer parte da nossa família, vocês namorando ou não, mas admito que prefiro que ela seja minha nora do que apenas filha de uma grande amiga minha — ela confessa, com um sorriso no rosto. — Mas, com certeza, isso só depende de duas pessoas: você e ela.

      — Eu te amo, mãe.

      — Eu também te amo, príncipe. — Ela me dá um abraço. — Agora você tem mais uma prioridade — ela diz, quando ouvimos a Maya chorar lá da sala.

      — Eu entendi...

      Ela dá um tapinha no meu ombro e eu caminho até a sala. O Ansel está mexendo o carrinho de um lado para o outro.

      — A Maya odeia esse carrinho — digo para ele e pegando ela no colo.

      — Eu percebi — ele diz, rindo. — Mas acho que eu já perdi a minha prática com bebês — confessa.

      — Vai precisar treinar bastante agora, tem muita criança entrando para a família — a minha mãe diz, chegando na sala e ficando ao lado dele.

      — Conversaram com a Gil sobre a adoção que a El quer fazer? — indago, com a Maya no colo.

      A minha mãe e o Ansel se entreolham e sorriem, eles se sentam no sofá.

      — É uma situação muito delicada — a minha mãe começa. — A El quer muito isso, é lindo o desejo dela de ser mãe.

      — Acontece que a Gil está muito indecisa — Ansel completa.

      — Mas eu acho que ela quer isso — digo. — Pode parecer só querer agradar a El, mas eu sei que a Gil quer a família dela.

      — Foi o que eu falei para ela — a minha mãe diz. — Ainda faltam três meses para o bebê nascer, pelo que a Gil me contou, a Cindy já decidiu que vai colocar para a adoção e conversou com os pais dela, mas os pais querer ficar com a guarda da criança, se isso realmente acontecer, vai ser uma briga complicada. Tanto os pais dela quanto a Gil e a El, são casados. Não sei qual poderia ser a decisão do juiz.

      — Talvez o tempo de casamento — sugiro. — A Gil e a El são casadas há três meses, o pai da Cindy há, pelo menos, uns dezoito anos.

      — Bom, como eu disse, é uma situação complicada, mas se elas realmente quiserem isso, vão ter que lutar — a minha mãe diz, por fim. Ela se levanta do sofá, anda até mim, dá um beijo na Maya e sobe as escadas.

      O Ansel faz o mesmo e eu fico na sala com a Maya, que não dorme.

      Coloco ela deitada no sofá, em cima de duas mantas, ela não dorme de jeito nenhum, então deixo ela gastar as energias enquanto fico observando a casa, agora vazia.

Hey, obrigada por ter chegado até aqui. Primeiramente, queria deixar claro que essa obra é uma parceria com a larissahenkes

O capítulo de hoje foi escrito por mim, espero que tenham gostado.

Deixem suas opiniões, feedbacks e críticas construtivas.

Nos vemos no próximo capítulo.

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