Chapter Eight

Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!

— Eu sei que a comemoração é do Noah, mas eu tenho uma coisa para contar — Gil diz.

      — O que foi? — a minha mãe pergunta.

      A Gil encara todos na mesa, como se estivesse prestes a contar que matou alguém, ela parece um pouco nervosa.

     — Eu... — Ela respira fundo. — Eu e a Ella vamos nos casar! — ela anuncia.

      Todos na mesa encaram ela com um sorriso no rosto.

      — Isso é incrível! — a minha mãe diz, abraçando a Gil, que está ao lado dela.

      — Parabéns — digo, ela sorri para mim.

     — Deixa eu ver o tamanho disso! — Casey diz, impressionada com o anel de noivado enorme na mão da Gil.

      — Parabéns pela decisão de vocês — Ansel diz, Gil olha para ele com um brilho enorme nos olhos, parece que eles vão virar dois diamantes a qualquer momento.

      — E vocês? — a minha mãe pede, olhando para mim.

      — O que tem a gente? — indago.

      — Quando vocês vão me dar essa notícia? — continua.

      — Talvez demore um pouco — digo, a Casey apenas me olha e sorri. — Sabe, eu tenho que terminar o meu estágio e tem essa história de ir para Nova Iorque... — Paro de falar quando lembro que só a minha mãe sabe sobre Nova Iorque.

      — Como assim você vai para Nova Iorque? — Casey pergunta, me encarando, apenas olho para ela sem dizer nada.

      — Pois é... besteira — tento falar, mas não consigo.

      — Não, como assim besteira? Você acabou de falar que vai se mudar para Nova Iorque? Por que eu só fiquei sabendo disso agora? — ela claramente está com raiva.

      — Desculpa, eu ia conversar com você sobre isso amanhã — tento explicar.

      — Acho que a gente já pode pedir as sobremesas — Gil diz, tentando mudar de assunto.

      A Casey levanta e vai correndo para o banheiro. Apenas respiro fundo e balanço a cabeça, todos saem do assunto e tentam conversar sobre alguma coisa.

      — Você vai mesmo para Nova Iorque? — Gil indaga.

      — Eu não posso contar nada para vocês ainda — encerro o assunto.

      A Casey volta depois de uns dez minutos.

      — Tudo bem? — pergunto.

     — O que você acha? — ela indaga, ainda com raiva na voz.

      Tento ignorar a situação.

      Perto das nove e meia todos já foram, só estamos eu, a Casey, a Gil e a El na mesa, já que elas vão dormir lá em casa.

      — Então, quando vai ser o casamento? — Casey indaga.

      — Pensamos em casar no Outono — El diz.

      — Vai ser incrível — Gil diz, sorrindo.

      — Têm só mais três meses até lá — Casey comenta.

      — Pois é, mas vai ser bem simples, não tem muito o que organizar. Os pais da El já disseram que vão ajudar e que podemos nos casar na casa de campo deles... — Gil explica.

      El sorri para ela e segura a sua mão.

      — Bom, acho melhor a gente ir — Gil diz.

      — Vocês podem pegar o nosso carro para ir, eu e o Noah temos que ficar mais um pouco — Casey diz, pegando a chave do carro no meu bolso.

      — Conseguem ir? — pergunto.

      — Temos GPS — El diz.

      — Nos vemos mais tarde — Gil diz, me dando um abraço.

      Elas se despedem e saem do restaurante.

      A Casey apenas arruma a cadeira dela e me encara.

      — Olha, me desculpa, eu surtei na frente de todo mundo, eu não devia ter feito aquilo — ela começa. — Mas você me pegou desprevenida.

      — Eu sei... me desculpa também. Eu devia ter falado desde o começo...

      — Na verdade, eu também tenho uma coisa para te contar — ela diz, se sentando direito na cadeira.

      — Antes de você falar, eu quero falar uma coisa também... Falar não sei se é a palavra certa, mas eu estou pensando nisso e...

      — Noah! - Ela me impede de começar a falar sem parar. — No três falamos juntos.

     É um pouco infantil, mas talvez ajude.

      Contamos até três, eu puxo o ar e falamos:

     — Eu quero terminar... — digo.

      — Eu estou grávida... — ela diz.

      Falamos juntos e as falas se embaralham, nos olhamos por alguns segundos, tentando desvendar as palavras.

      — Você o quê? — pergunto, tentando entender certo o que eu ouvi.

      — Eu estou grávida — ela diz, novamente, depois respira fundo, como se tivesse se livrado de um peso.

      Não sei bem qual reação eu devo ter.

      — Como assim? Quer dizer, como você... — travo.

      — Ah, você sabe, quando duas pessoas se gostam muito, elas fazem sexo e... — Ela tenta brincar, mas para na hora.

      — Como isso pode ter acontecido...

     — Eu não sei, pílulas falham, camisinhas não funcionam às vezes...

      Eu estou sem palavras, literalmente nada sai da minha boca, eu travei junto com o meu corpo, que está trabalhando dez vezes mais para entender a situação.

      — Me desculpa por ter escondido isso — ela pede, pegando a bolsa.

      — Escondido? Há quanto tempo você sabe?

      — Uma semana, mais ou menos. — Ela pega um envelope na bolsa. — Estou com treze semanas.

      Ela me entrega o envelope.

      — Esse foi o exame de sangue que eu fiz na semana passada, quando eu passei mal e achei que era intoxicação... — ela explica. — E isso é um ultrassom que eu fiz ontem. — Ela me entrega um papel bem pequeno com a imagem que não dá para ver quase nada.

      — Me desculpa, eu não sei o que falar... — digo, apenas encarando os dois papéis à minha frente.

      — Tudo bem... Eu também fiquei sem reação. E para ser sincera, eu pensei muito em nem te avisar sobre isso e apenas abortar.

      Encaro ela com um pouco de surpresa.

      — Você não ia me contar?

      — Não... me desculpa, mas eu pensei bem, seria injusto simplesmente fazer isso sem você ter ao menos o direito de saber.

      — Você ainda quer tirar? — pergunto, encarando ela dessa vez.

      — Eu não posso mais...

      — Eu não consigo processar isso — digo, por fim. Largo o envelope e a foto na mesa.

      — Quando falamos juntos você disse que queria terminar... — ela diz, um pouco triste. — Você realmente quer isso?

      — Primeiro, eu não achei que o que você fosse falar fosse tão grande assim. Segundo, sim, eu quero terminar... — Ela não tem reação, apenas me encara. — Deixa eu explicar essa história de Nova Iorque... Eu te contei aquela história da gravadora, que o Samuel normalmente dispensa estagiários depois de um ano. Hoje é o dia que o meu contrato de um ano acaba, ele me fez uma proposta de ser gerente da nova filial deles em Nova Iorque...

      — E você quer terminar comigo para ir morar lá? — ela tenta entender.

      — É um pouco mais complicado do que isso, Casey. — Tento organizar tudo o que eu tenho que falar. — Sabe, eu acho que não gosto mais de você do jeito que eu gostava há um ano e meio, por exemplo. — Ela parece tomar um susto. — Eu sinto muito por te falar isso, mas eu sinto que a gente está indo muito rápido para algo que não me parece ter futuro, você me entende?

      Assim que ela pisca, duas lágrimas escorrem dos olhos dela, eu me sinto um babaca por ter falado isso.

      — E... ultimamente está tudo tão estranho, a gente não tem mais aquela proximidade e mesmo assim aceleramos tudo, você quer que a gente more junto, mesmo a gente já fazendo isso há um tempo, a minha mãe falando de casamento. Honestamente, eu não sei se é isso o que eu quero. — Tento controlar a minha respiração. — Você não vai falar nada? — Analiso ela.

      — O que você quer que eu fale? — ela indaga, com a voz pausada. — Você já disse tudo.

      — Quem sabe a gente possa tentar de novo... Por causa do bebê...

      Ela balança a cabeça e limpa os olhos com o guardanapo.

      — Eu não quero que você pense que esse bebê vai manter a gente juntos... eu sei que não vai. Eu não sei nem porque eu decidi te contar isso. — Ela parece estar decepcionada consigo mesma. — Além do mais, do que vai adiantar a gente tentar algo se você vai morar um ano em Nova Iorque? Como vamos recuperar essa tal proximidade? — ela indaga.

     — Eu não sei.

      — Eu acho melhor a gente terminar mesmo — ela diz, pegando o envelope e o ultrassom nas mãos. — Sabe, eu vou ficar com o bebê e você pode se envolver o quanto você quiser, eu não vou te obrigar a ficar comigo só por causa disso.

      — Eu sei disso, me desculpa por terminar desse jeito.

      — Não se preocupa, sinceramente, pelo que você disse, iríamos terminar mesmo assim — ela diz, já limpando todas as lágrimas.

      — Eu posso ir na sua próxima consulta? — pergunto, ela dá um sorriso.

      — Bom, agora preciso ver se a casa que eu morava quando comecei a faculdade ainda está para alugar, vou conversar com a minha tia...

      — Como eu vou ficar um ano em Nova Iorque, você pode ficar lá em casa enquanto não acha alguma coisa — proponho.

      — É sério?

      — Sim, é meu mesmo. Você pode ficar lá até eu voltar.

      — Você não vai vir nenhuma vez durante esse ano todo? — ela indaga.

      — É lógico que sim, tenho que ver você e também tem os feriados, o problema é que de carro ou ônibus são quase três dias de viagem, dependendo do dinheiro não dá para ficar vindo de avião — explico. — Além do mais, é só um ano, depois eu volto para cá.

      Ela dá um sorriso gentil e encara o local, só tem a gente e mais uma família na outra ponta, já são dez e meia.

      — Acho melhor a gente andar — ela diz.

      — Sim.

      Saímos do restaurante, como está tarde por ser quinta-feira, não tem tanto movimento.

      — Tem certeza que quer ir a pé? — pergunto.

      — Sim, está tudo bem — ela assente.

      — São quase quarenta minutos para chegar em casa, não vai fazer mal?

      — Relaxa, eu só vou começar a sofrer mesmo daqui uns três ou quatro meses — ela diz, rindo, então começamos a caminhar até o apartamento.

      — Eu devia ter sacado que você estava passando mal por causa disso — digo.

      — É, você foi bem bobinho. — Ela dá risada.

      — Eu tinha muita coisa para pensar...

      — Imagino.

      — Eu acho que vai ser menina — digo.

      — Ainda está muito cedo para isso — ela diz. — Mas eu acho que vai ser menino, não me vejo sendo mãe de menina — ela explica.

      — Eu também não.

      — Ei! — Ela bate no meu ombro.

      No meio do caminho compramos sorvetes de casquinhas e voltamos a andar.

      — Eu só preciso te pedir uma coisa — peço, ela me olha, preocupada. — Não me liga de madrugada pedindo para eu levar melão com molho barbecue porque voos de emergência são caros — digo, ela começa a dar risada.

      — Isso me deu vontade de vomitar — ela diz. — É lógico que eu nunca vou te pedir isso.

      — Eu não sei, mas já estou avisando.

      — Tá bom, me passa uma lista de horários que eu possa ligar e que os voos podem ser baratos — ela brinca.

      — Eu vou descobrir e te aviso — digo, ela sorri de novo e continuamos a caminhada.

      Chegamos em casa às onze e vinte.

      Subimos o elevador que finalmente foi consertado e a Casey vai tomar banho. A Gil e a El estão dormindo no quarto de visitar. Eu e a Casey temos que dormir no meu quarto.

      — Tudo bem? — pergunto, quando a gente deita, ela ficou muito tempo no banheiro.

      — Sim, o sorvete não me caiu bem — ela explica. — Mas a Lara disse que não passa de três meses, então só preciso aguentar mais uma semana — ela diz, sorrindo, então se vira para o outro lado e se cobre.

      Demoro muito tempo para dormir, por mais que eu tente agir normalmente como se fosse mais uma notícia do dia a dia, é quase impossível.

      É uma criança, não é como se isso não fosse mudar a minha vida.

Acordo com o Sol quase entrando dentro do quarto, hoje parece ser um dos dias mais quentes do ano. O final de Julho não nos perdoa nunca, sempre é um massacre e o calor às vezes chega ser insuportável.

      Saio da cama e observo a Casey deitada com o lençol cobrindo da cintura para baixo. Vou até o banheiro e tomo um banho gelado. Seco o cabelo e o corpo. Coloco uma camiseta preta e um shorts de malha fina.

      Saio do quarto e fecho a porta, a Gil está sentada à mesa tomando café e mexendo no celular.

      — Bom dia, pirralha — digo, ela balança a cabeça e eu me sento junto com ela.

      — Sabe que eu não sou mais pirralha — ela diz, rindo.

      — Eu sei, mas nunca perde a graça.

      — Idiota... — Ela dá risada. — Como foi ontem?

      — Como assim?

      — Depois que você falou para todo mundo que vai para Nova Iorque e a Casey ficou brava, sugeri que vocês conversaram sobre isso quando eu e a El saímos.

      — Espertinha. — Ela sorri. — Foi tudo bem, mas eu preciso te contar e saber que você não vai falar para ninguém, nem para a El.

     — Logo eu... — Ela revira os olhos e estende o mindinho, faço o mesmo.

     — A gente terminou — digo, ela se engasga com o café.

      — Tá de brincadeira, né? — ela indaga, rindo.

      — E... ela está grávida.

      — Puta que pariu!

      — Que isso!

      — Você terminou com ela porque ela está grávida? — ela indaga, limpando o café que caiu na blusa.

      — Não! Eu nunca faria isso — me defendo. — Tem muita história aí no meio, eu iria ficar o dia todo te contando, mas não vou, eu só precisava falar isso para alguém.

      — Tá, mas e agora? Como vai contar isso para a mamãe?

      — Eu ainda não sei. Não é como se alguém esperasse que depois de falar que vão ter um filho também terminaram.

      — É, as duas notícias não batem bem.

      — Alguma ideia de como eu posso contar? — peço.

      — Sinto muito, mas.. não... — Ela dá de ombros e volta a tomar o café.

      — Imaginei — bufo, recostando na cadeira.

      — Bom dia! — El diz, aparecendo na cozinha.

      — Bom dia, amor — Gil diz, dando um selinho nela.

      — Bom dia, El... — digo, quase de olhos fechados.

      — Nossa, parece mais que tem um velório e não uma formatura hoje — El diz, rindo.

      — Pois é — concordo, saindo da cadeira.

      Deixo elas tomando café e vou trocar de roupa, hoje eu vou trabalhar o dia todo na gravadora, temos que terminar uma gravação de um DVD e eu quero acabar antes da formatura e antes de me mudar, já que a viagem está programada para quarta-feira da semana que vem.

      — Bom dia — Casey diz, ela está sentada na cama mexendo no celular.

      — Bom dia, está melhor? — pergunto, abrindo o guarda-roupa.

      — Sim, só um pouco de enjoo, mas tudo bem. Eu vou me arrumar com a Jadie no salão — avisa.

      — E o seu pai falou se vem?

      — Ele disse que não vem e sente muito. — Ela dá de ombros. — Nada que eu não esperasse.

      — Eu vou para a gravadora, quer que eu te deixe na faculdade? — pergunto.

      — Pode ser.

      Arrumo as minhas coisas e espero a Casey se ajeitar.

     — Não vai comer nada? — pergunto, quando estamos saindo.

     — Mais tarde — ela diz, pegando as coisas dela.

     O caminho até a faculdade não demora muito, quando chegamos lá a Jadie está esperando, sentada no meio-fio, ela sorri para mim e a Casey sai do carro.

      — Qualquer coisa me liga — digo, elas assentem e saem andando.

      Chego na gravadora e deixo o carro no estacionamento.

      O Alex e a Nessa já estão a todo vapor, andando de um lado para o outro.

      — Finalmente você chegou — Alex diz, fazendo um high five em mim.

      — O Samuel está em Chicago, então estamos sozinhos aqui — Nessa explica. — Temos que fazer basicamente tudo na direção do álbum.

      A manhã passa voando porque fazemos mil e uma coisas, conseguimos fazer todas as gravações das músicas, só precisamos editar tudo a tarde, é muita coisa, mas já ter eliminado as gravações ajudou a gente em setenta por cento do trabalho.

     — Vamos almoçar no Flake? — Nessa sugere.

      Concordamos e vamos todos em um carro, o do Alex, que é menor e mais fácil de estacionar.

     O Flake é um restaurante que inaugurou há uns dois anos, eu, o Alex e a Nessa vamos lá desde que abriu, é barato e perto da gravadora, ou seja, sempre que a gente tem que trabalhar o dia todo na gravadora, a gente vem aqui buscar alguma coisa. É um restaurante de comida mexicana.

     — E aí, Robin! — Nessa diz, cumprimentando o garçom que sempre atende a gente.

      Nos sentamos na nossa mesa de canto, de sempre. Fazer o nosso pedido e ficamos esperando, em torno de vinte minutos.

      — E aí, ansioso para a sua formatura? — Nessa pergunta, depois de dar um gole no suco de morango.

     — Não muito... é só mais um dia, afinal — digo.

      — Caralho, é a sua formatura! — ela continua. — Depois de cinco anos, você vai finalmente pegar o seu diploma.

     — É, sei lá. Eu não criei tanta expectativa com isso. A única coisa que vai mudar agora é que eu não vou mais frequentar as mesmas aulas, já que vou continuar estudando em casa — explico.

      — Ah, acho que agora podemos falar da nossa proposta da semana passada — Nessa muda de assunto.

      — Qual era a sua, Nessa? — Alex pede.

      — O Samuel me ofereceu para ser a boss da mixagem e edição de som dos DVD's finais.

     — Uau! — digo. — E você aceitou, né?

      — É óbvio... — ela concorda, empolgada. — Eu começo na semana que vem. E você, Alex?

      — O meu acho que é o mais simples, vou ser supervisor das bandas nos shows locais. Vou junto com a banda quando o Samuel não puder ir e fazer a direção local.

      — Simples? — Nessa indaga. — Isso é incrível.

      — É foda! — digo, dando um empurrão no ombro dele.

      — E você, Noah?

      — Eu vou para Nova Iorque, ser gerente da filial que eles vão abrir em Agosto.

      — Puta que pariu! — Nessa grita. — Caralho, isso é sensacional.

      — Você vai ser tipo dono? — Alex indaga.

      — Não! Eu vou gerenciar, fazer a parte geral, agendar as gravações, fazer as reuniões e tal...

      — Isso é incrível, na moral — Nessa diz, boquiaberta. — Quando você vai?

      — Na quarta-feira. Pelo que ele me disse, já tem um amigo dele que mora lá e está organizando o espaço, mas ele vai me ajudar se eu precisar — explico.

     Os nossos almoços chegam e a gente leva para a gravadora, já que estamos em cima da hora e eu só tenho até às quatro. A formatura vai ser às sete, mas a gente tem que chegar lá antes e organizar algumas coisas.

      E como eu fiquei responsável por ajudar na passagem de som, eu preciso estar lá às cinco.

      A tarde é super cansativa, já que editar um álbum todo em seis horas não é nada fácil, ainda mais em três pessoas.

      — Eu já tenho que ir, vejo vocês à noite — digo, pegando a minha chave do carro e o celular.

      — Até mais — Alex diz e a Nessa apenas sorri.

     Entro no carro e dirijo de volta para o apartamento.

      Assim que eu entro em casa noto que não tem ninguém. Tem uma mensagem da caixa postal da minha mãe, clico para ouvir no viva voz.

      — Oi, meu amor! Eu, a Gil e a El viemos na casa da Lara, vamos daqui direto para o salão, junto com os meninos. Te encontro às sete, te amo! a mensagem diz.

      Depois de ouvir a mensagem, respondo ela dizendo que ouvi. Logo o meu celular vibra de novo, é uma mensagem da Casey.

      Casey: Daqui uns trinta minutos eu e a Jadie vamos aí para a gente ir junto, pode ser?

      Noah: Tá bom.

      Deixo o celular em cima do balcão e vou tomar banho.

      Depois de tomar banho e secar o cabelo na toalha, vou colocar a roupa. Visto uma camisa azul, uma gravata vermelha — porque todos os meninos decidiram assim —, coloco o terno cinza claro e calço o sapato.

      A porta da sala se abre quando eu saio do quarto, a Casey e a Jadie entram.

      — Uau! — digo.

      — Você também está um gato — Jadie diz, sorrindo.

      A Casey está com um vestido azul, parece ser bem leve, ele tem um tule e é de alças, têm flores em relevo em toda parte de cima, mas a saia é um azul transparente. A Jadie está com um vestido preto, que tem praticamente todas partes num preto transparente também.

      — Eu tive que trocar de vestido, o outro marcava muito a barriga — Casey explica, sorrindo.

      — Mentira! — Jadie grita. — É porque ele não estava fechando em você.

      — Ridícula — Casey diz, balançando a cabeça.

      — Ué, você me disse que já tinha falado com ele — Jadie justifica.

     — Vamos logo! — Casey diz, bufando.

      Pego as chaves do carro e entramos no mesmo depois de trancar o apartamento. O caminho não é tão demorado, mas a Jadie faz ele parecer uma estrada de trinta quilômetros.

      — E aí, Noah, gostou de saber que vai ser pai?

      — Acho que sim — digo.

      — Eu vou ser tia, isso é tão legal! — Jadie diz, empolgada. — Não! Eu vou ser madrinha!

      — Quem disse? — Casey pergunta.

      — É meio óbvio, meu amor — Jadie explica.

      Apenas ignoramos a empolgação dela e seguimos caminho ouvindo música. Assim que chegamos na faculdade paro no estacionamento, o bom de ainda ser cinco horas é que não tem muita gente, só os formandos e a organização.

      A entrada está incrível, com um toldo de fios de metal com muitas lâmpadas penduradas. Logo na entrada tem formado a palavra Cinema, são letras enormes douradas que parece um plástico resistente. A decoração tem tons de branco, dourado e preto. Do lado de dentro as mesas estão todas decoradas com esses tons. O palco principal tem um monte de tripés, algumas claquetes enfeitam a mesa e tem um lustre com fitas de fita cassete penduradas.

      Depois de muitas horas de passagens de som e conversa com a organização já são sete horas, a entrada está liberada. Nós vamos para a entrada recepcionar os convidados.

      A abertura da festa é um pouco diferente do habitual, nos dividimos em grupos e montamos uma peça de teatro cem por cento original, com o nosso roteiro, a nossa trilha sonora, os nossos atores e diretores, tudo nosso. Apresentamos a peça, nessa parte eu atuo, já que eu dei a ideia do roteiro, mas eu adorei o personagem, então dessa vez optei por atuar e não dirigir.

      A peça é muito bem produzida e dura em torno de trinta e dois minutos.

      Logo que a mesma acaba, a gente se organiza para pegar os diplomas — que também foi escolha da nossa turma em pegá-los durante a festa.

      A festa realmente começa às nove horas da noite. Todos estão na pista de dança, comendo no buffet ou nas mesas.

      — Parabéns, meu amor! — a minha mãe diz, me abraçando forte por uns dez minutos.

      — Tá bom, mãe, eu também te amo — digo, ela sorri.

      Recebo abraço de todos na mesa.

      — Desculpa a demora — Cole diz, me dando um aperto de mão e me abraçando.

      — De boa — digo.

      Depois de jantar, finalmente, estamos apenas em pé perto da mesa, conversando.

      — Oi! — Ouço a voz da Leah se aproximando.

      — Oi, você veio — digo e ela me abraça.

      — Eu não perderia por nada — ela diz, sorrindo. — Oi, Casey - ela diz, para a mesma que está do meu lado.

      — Eu imaginei — digo.

      — Preciso sair, mas eu já volto — ela diz, dando mais alguns passos para trás.

      — Se o bebê for menina e a Leah não fosse tão chata, esse poderia ser o nome dela — Casey diz, rindo.

      — Que bebê? — a minha mãe indaga, aparecendo atrás de mim, como num passe de mágica.

      — Nenhum — digo, querendo saber se ela realmente entendeu a frase.

      — Vocês têm alguma coisa para me contar? — Ela encara eu e a Casey.

      — Hum, eu acho melhor a gente conversar amanhã — digo, ela não fala nada, apenas volta a sentar à mesa e conversar com a tia Jenna.

      — Ela vai ficar brava? — Casey murmura.

      — Não, ela só não entendeu a situação direito — explico.

      Logo a Gil e a El aparecem e nos arrastam para a pista de dança com o resto do pessoal da mesa, a minha mãe não vem, só fica nos observando de longe.

      Não me preocupo tanto, não é como se eu tivesse cometido um crime.

Hey, obrigada por ter chegado até aqui. Primeiramente, queria deixar claro que essa obra é uma parceria com a larissahenkes

O capítulo de hoje foi escrito por mim, espero que tenham gostado.

Deixem suas opiniões, feedbacks e críticas construtivas.

Nos vemos no próximo capítulo.

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