Roseanne não olhou o horário quando saiu do quarto. Ela sabia que era de madrugada, a casa ainda estava escura, assim como o lado de fora somente com uma lua cheia no topo do céu. A jovem observou o astro brilhante, e não teve como não lembrar de sua avó sentada com ela do lado de fora, observando o céu noturno enquanto conversavam sobre qualquer assunto que pudesse surgir no momento.

A lembrança aqueceu o coração de Roseanne, e foi inevitável que lágrimas surgissem de seus olhos. A dor e o vazio dentro de si eram enormes, parecia que tinha perdido tudo... e tinha de fato, e pela primeira vez a sensação de solidão começava a tomar conta de si novamente.

Ela já tinha se sentido assim quando perdeu os pais, os dois de uma única vez. E agora, sentia de novo, mais forte e mais doloroso porque sabia que não tinha mais ninguém para lhe amparar como antes. Não iria receber mais ligações de sua avó, não ouviria mais a sua voz quando se sentia nervosa e procurava um conselho, nada daquilo existiria mais para a jovem Park.

— Ei, está tudo bem?

— Tá, eu só... levantei para pegar um copo de água — ela disse em tom baixo, secando as lágrimas e respirando fundo antes de olhar para quem conversava contigo de madrugada.

E quando se virou, na sala escura apenas tendo a fraca iluminação externa proporcionada pela lua e pela luz da varanda, Roseanne se deparou com uma mulher de cabelos curtos, traços bonitos e um pouco mais alta que ela.

— Oi.

— O-oi — a voz da recém chegada falhou por instantes enquanto observava Roseanne parada ao lado da janela — Você deve ser a Roseanne.

— Sou — falou a garota, fungando e se abraçando — E você?

— Leah, a filha da Sue.

A Park assentiu, lembrava de ouvir o nome da filha mais velha dos Clearwater mas não se lembrava com exatidão do rosto dela.

— Claro, eu deveria imaginar. Eu só estava indo pegar um copo de água, irei voltar para o quarto já.

— Eu pego para você — a Clearwater se afastou indo em direção a cozinha e voltando pouco tempo depois com o copo na mão, entregando a garota — Você só precisa disso mesmo? Não está com fome ou algo assim? Posso preparar algo para nós.

— Não, é só isso mesmo — Roseanne entregou o copo novamente, vazio, e suspirou — Vou voltar para o quarto, tentar dormir mais um pouco.

— Claro. Qualquer coisa pode me chamar.

Roseanne sorriu de leve com a gentileza de Leah e concordou, antes de sair em direção ao quarto onde estava hospedada.

E assim que ouviu a porta fechando, Leah soltou a respiração que nem sabia que prendia porque havia agido como se nada tivesse acontecido, e tentava processar o que sentiu instantes atrás quando viu Roseanne parada perto da janela até receber o olhar da loira.

E naquele olhar, ah aquele olhar...

Ali, em uma sala na penumbra e somente com um olhar, Leah Clearwater teve um imprinting com Roseanne.

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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Capítulo curtinho apenas para apresentar a Leah e tivemos o impriting! Parece que nossa Park não irá ficar mais tão sozinha assim, e vai ser interessante acompanhar esse relacionamento entre as duas. 

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo! Teorias, palpites, comentários!

Até o próximo!