capitulo 3








Johnny ou sensei como ele prefere ser chamado o que eu definitivamente acho ridículo, já arrumou um dojo e já tem praticamente dois alunos. Agora só falta convencer me pai a me deixar livre durante esse tempo já que estou de castigo.

O dia começa praticamente normal a família perfeita agindo como a família perfeita. Agora só me falta coragem pra contar a ele. Papai nunca gostou da ideia de eu aprender karatê, sempre foi uma coisa dele com a Sam.

- pai... - começo tomando coragem. - eu estou afim de começar a treinar Karatê. - digo rápido mas acho que entenderam já que Sam me olha com cara de surpresa.

- cassandra, eu venho andado muito ocupada ultimamente a concessionária vem estando na melhor fase.

- e se eu aprender com outra pessoa? - tento. - tem um lugar que...

- por acaso você esqueceu que está de castigo?

- não mãe, mas eu já me arrependi e pedi desculpas mil vezes.

- o pai já disse que não tem tempo pra você - Anthony se intromete, pra variar. - deixa de ser chata.

- é assim então? - todos me olham em silêncio - ok então.

Pego minha bolsa e vou esperar meu pai no carro. Ele entra em um silêncio que não tem fim.

Ele sabe que não gosto de conversar sobre isso. É um assunto que eu já entendi a muito tempo. Não sou mais criança. Não presciso de tanta atenção, afinal, já estou grande. Anthony prescisa da atenção da minha mãe porque está crescendo e Samanta prescisa em dobro porque está na fase da adolescência mas e eu?

Eu já estou grande e tenho que me virar sozinha. Não me leve a mal amo meus pais e ainda preciso muito deles mas do que adianta prescisar mas não ter por perto ?

Passamos o resto do tempo fazendo oque costumamos fazer, nos fingimos que ninguém esta chateado e seguimos normalmente.

Na hora de ir embora vou com meu pai. Ele está cantando e como ele está animado tento convencer ele a me deixar lutar karatê. Não me importo se for com ele ou não.

- já disse que não tenho tempo Cassandra e você nem é afim de karatê.

- eu sei que não sou tão focada mas agora eu realmente quero.

- já sei porque disso - ele fala - é por causa dessa sua briguinha com a Samanta. Já está na hora de crescer.

- não é pela Sam eu só quero aprender - olho a rua pela janela.

- não quero estragar meu dia por sua mal criação cassandra. - ele aumenta o rádio.

Ele vai cantando animado até que para e parece estar concentrado olhando pro outro lado da janela , como se tivesse tendo um devaneio.

- oque foi pai? - pergunto preocupada. Ele está olhando pro letreiro do cobra kai.

- não acredito - ele murmura.

- oque foi pai? - repito.

Ele me ignora e continua estranho.

O dia passa normal, mais um dia de trabalho comum. Amanhã acontece a festa no clube de praia antes eu amava mas agora eu não tenho cabeça para isso nem pra nada agora.

QUEBRA DE TEMPO...

Por mais que eu queira ficar em casa ele me leva direto pro clube.

- pai por favor me deixa ir pra casa, eu pego um uber.

- não eu e sua mãe queremos você no clube, só acontece uma vez no ano.

- acho que vocês confundiram, castigo é pra ficar em casa não ir a festas.

- vamos logo cassandra - ele sai batendo a porta do carro - você não sabe oque eu faria pra ir em um lugar como esse quando eu tinha a sua idade.

Quando entramos já vou logo me trocar. A familia toda está aqui menos a Samanta, como eu queria estar em casa agora.

Me sento ao lado do meu irmão que esta concentrado no jogo esquisito dele. Quando eu tinha essa idade eu não era assim.

Para variar acabou a Internet do meu celular. Vejo meu pai e minha mãe conversando no bar e vou até lá. Pedir um dos celulares emprestados.

- mãe me empresta seu celular? - ela me entrega mas fala que não é pra eu descarregar.

Eu fico do lado deles ouvindo a conversa. Não sou fofoqueira só estou entediada .

Lá vem a aisha e seu pai se aproximando para nos comprimentar .

Aisha é ou era uma das amigas da Sam mas pelo que parece ela a trocou pela amizade do pessoal popular. Eu e ela éramos próximas éramos um trio mas todo trio tem sua dupla. Eu tentei continuar sendo amiga dela depois da minha irmã ter se afastado mas me sentia mal por ter que mentir pra encobrir a Sam e me afastei.

- oi - digo meio sem graça.

- oi cass - ela comprimentou.

Meus pais e seu pai falam sobre um negócio de carro que não entendo nada a não ser que Aisha passou o verão em um curso de robôs.

- pai, é so um curso de física avançada - ela fala meio sem graça oque me faz rir - olha cadê a Samanta? Acho que não vi ela o verão inteiro?

Meu pais parecem meio preocupados com a pergunta, quero ver como eles vão desviar dessa.

- ela está... - começa meu pai mas logo minha mãe o interrompe.

- olha ela está com a vó dela, mas direi que você mandou oi.

" Que situação", penso rindo.

- ótimo - ela fala e eles se dependem.

- ela tá com a avó? - pergunto rindo - serio?

- ela nem liga pra minha mãe quem dirá visitar .

- oque vocês queria que eu falasse? , que ela está saindo com novos amigos ?

Eles começam uma mini discussão oque me faz revirar os olhos.

- parece que alguém está de mal humor, oque foi ?

- nada eu tô bem - ele fala e minha mãe o olha com uma cara nada convencida. - lembra daquele cara que eu consertei o carro de graça?

- lembro, não era aquele bonitinho que você venceu naquele torneio?

- não lembro de dizer que ele era "bonitinho" - ele fala com ciúme - mas enfim. Ontem quando estava voltando pra casa eu parei em um sinal vermelho e vi no centro comercial que ele abriu ...

- pai ! Cadê minha bebida, para de enrolar. - tinha que ser o Anthony pra enterromper a fofoca.

Então foi isso. O cara do mercado é o loirinho bonitinho que meu pai derrotou.

- chega eu vou o jogar na piscina. - ele vai pegar a bebida.

- Não acho certo vocês mentirem pra Aisha. - falo pra minha mãe

- lá vem... - ela murmura revirando os olhos - sua irmã só está tentando mudar de novos ares. Não pode culpar ela por fazer amizade com pessoas mais populares.

- eu sei mãe mas pra que fazer isso com a Aisha que sempre foi super amiga dela?

- porque você vive julgando a sua irmã? - ela se exalta - porque você não tenta ser um pouquinho igual a ela? Assim você tornaria a vida de todo mundo mil vezes mais fácil.

Sinto um aperto forte no peito e uma terrível vontade de chorar, não vou chorar mas não consigo impedir meus olhos de lacrimarem. Fecho meu olhos é respiro fundo.

Talvez seja verdade oque ela falou, eu sou a mais difícil de lidar sou a mais teimosa, talvez a vida de todo mundo fosse melhor se eu fosse um pouco iqual a ela. se eu pudesse ser outra pessoa eu juro que seria.

Não falo nada só peço um uber e vou falando um simples tchau para todos.

Comprimento o motorista e vou o resto do caminho em silêncio.

Porque eu sou tão insuportável? Tão chata? Pergunto enquanto bato minha cabeça no vidro.

Quando o carro para pago o motorista que está meio preocupado pelo meu rosto estar meio vermelho de ter segurado o choro. Já está na hora de aprender.

Respiro esperando normalizar meu rosto enquanto vejo a placa do cobra kai.

Entro já com o rosto melhor e coloco meu melhor sorriso no rosto .

- Miguel né ? - pergunto assustando o coitado.

- oi, cassandra né?

- tem espaço pra mim ? - pergunto me aproximando e o ajudando a limpar o tapete.

- c-claro - ele gagueja um pouco .

Nos conversamos um pouco até ouvir os sinos da porta se abrindo .

- tá ficando bom - o sensei fala enquanto passa com várias garrafas de cerveja - não esquece o outro lado. E quando terminar não esquece dos fios expostos, isso vai dar muito trabalho.

- isso é com você - falo pro Miguel.

- mas oque isso tem haver com o Karatê sensei ?

- não questione meus métodos, agradeça por não seu um lutador de sumor, os caras tem que limpar a bunda do sensei.

- nojento - digo.

- não haja como mulherzinha - ele empurra minha cabeça .

- mas... - tento o explicar que sou mulher mas ele é tão ignorante... - deixa pra lá.

Quando dele me permitiu entrar pro cobra kai uma das exigências dele foi nao agir como mulherzinha eu protestei dizendo que foi um pouco machista mas ele nem sabia oque era isso então é melhor não exigir.

- tô vendo que foi campeão de karatê sensei - Miguel fala enquanto olha os troféus.

- olha só o sensei - falo brincando - dava uma surra.

- não precisam me chamar de sensei o tempo todo.

- ok sensei.

- desculpa sensei, quer dizer, me desculpa me desculpa.

Porque ele é sempre nervoso ?

-Ganhei alguns torneios na região - o mais velho fala enquanto bebe a cerveja - não perdi um único ponto no meu primeiro ano

- que legal, e o que aconteceu no seu último ano? - pergunta animado

Essa eu sei, meu pai já contou essa história mil vezes.

- é sensei oque aconteceu - pergunto inocente.

Não posso deixar ele descobrir que sou uma larusso. Vai que a raiva que ele sente pelo meu pai seja tão forte que ele não goste de mim pelo meu nome.

- chega de interrogatório - ele fala rápido - voltem a limpar.

- grosso - murmuro continuando a esfregar - tô me sentindo a Cinderela - murmuro pro Miguel que sorrir em resposta

- de onde está vindo essa coisa? - pergunta olhando pra mim - tá ouvindo isso? É de você?

Do nada começa a tocar um música estranha, eu preocuro de onde vem esse som com o olhar, o som para quando Miguel atende o celular

- oi, é, o debate atrasou - fala o menino na ligação - tabom, te amo.

- não me diga que tem namorada - Johnny fala.

- como se ele conseguisse falar com uma menina - falo rindo e o Johnny lança um olhar brincalhão pra mim mas logo se torna firme de novo.

- muito engraçada - diz o menino debochando - era minha mãe, falei pra ela que estava na equipe de debate. Ela não aprova violência.

- tá e o seu pai, ele acha legal você levar uma surra na rua?

- eu nunca conheci o meu pai - fiquei com pena do Miguel, ninguém merece isso .

- beleza, não fique parado ai volta para o treino .-Que sensível. - e muda esse toque, coloca Guns N'roses ou algo assim.

- o que é Guns N'roses ? - ele pergunta é eu o olho incrédula.

- vou fingir que não perguntou isso - Johnny fala saindo.

- em que mundo você vive? - falo dando um soco no braço dele. - como sua amiga vou te mostrar oque é música boa.

Pego meu fone e conecto no celular. Invado o espaço no Miguel pra dividir o fone com ele. Ele está nervoso quando tento colocar o fone no seu ouvido, está tão nervoso que juro que se fechar os olhos posso ouvir seu coração batendo rapidamente.

Me aproximo mais dele e coloco na música, quando acaba toca a próxima e eu o olho com expectativa.

- e aí? - pergunto.

- até que é boa - ele fala sorrindo e eu devolvo o sorriso.

Porque estou sorrindo? Devo estar parecendo uma boba. Começa a tocar o toque do celular.

- essa é legal .

- é o toque do celular - digo rindo e atendo.

- oi - é minha mãe.

- Onde você está ? - percebo a preocupação no seu tom de voz.

- no clube de debate - pisco pro Miguel.

- que bom - ela suspira aliviada - vem pra casa, Samanta deu uma festa na piscina e já está ficando tarde não quero você na rua sozinha .

- ela fez oque?

- vem pra casa. - ela desliga me ignorando.

- aconteceu alguma coisa ? - Miguel pergunta preocupado se levantando e ficando a minha frente .

- nada de mais, minha irmã deu uma festa na piscina lá em casa deve estar um caos. - suspiro - Parece que ela não é tão perfeita

- então acho melhor você ir ajudar ne - ele fala triste.

- está me expulsando ?- finjo indignação colocando a mão no peito .

- assim eu vou poder estudar sozinho e poder impressionar minha sensei da música.

- se for assim é melhor começar um tanto antes porque sou uma sensei muito difícil de imprecionar. - Ele tenta responder mas fica vermelho.

Não estou gostando disso...

- acho melhor ir - mordo o lábio inferior colocando a mão no bolso.

- Parem se conversinha e voltem a trabalhar preguiçosos.

- olha quem fala - olho em direção a ele por trás do vidro.

- o que disse? - pergunta autoritário.

- nada - respondo me virando pra frente - é sério, agora eu tenho que ir mesmo. - abraço o Miguel e vou pedir um uber que chega rápido oque é um milagre .

Quando chego em casa o quintal está uma bagunça

- oi pai - me aproximo.

- oi filha - ele fala pegando as boias do chão - quer me me ajudar?

- isso vai diminuir meu tempo de castigo ? - pergunto brincado, pelo menos uma parte de mim.

- não, mas valeu a tentativa. - sorrio e vou o ajudar.

Depois de limpar fomos quardar as coisas da piscina no antigo "dojo" do meu pai que agora quardamos coisas que não usamos.

Depois de empilhar algumas caixas pra dar mais espaço vejo meu pai olhando uma foto dele com a Sam, quando ela era pequena. Esse é o espaço deles.

- tudo bem pai ? - pergunto colocando uma mão no ombro dele.

- sim, eu - ele se vira pra mim - só sinto falta de quando ela era pequena.

- eu também - digo baixinho.

Depois de terminar me viro pro meu pai tomando coragem.

- pai, oque você acha de passarmos um tempo só nois dois - ele ia falar algo mas eu o interrompo - não precisamos sair, vamos ficar em casa mesmo e assistir um filme, como fazíamos antes. - peço esperançosa.

- acho que vai ser legal - ele suspira mas estou tão feliz que não ligo.

Vou no meu quarto trocar de roupa pra poder ser igual antes. Só eu e ele de pijamas e duas canecas de chocolate quente assistindo barbie vida de sereia, o melhor.

Coloco meu pijama favorito e faço duas canecas de chocolate quente.

Vou procurar ele pela casa já que ele não está na sala me esperando.

Ele está no quarto da Sam, os dois conversando pelo que eu ouvi ele se desculpou por ter se descontrolado. acho que o lance de fingir até voltar ao normal só se aplica a mim.

Me sento encostata ao lado do batente da porta esperando ele acabar.

Quando ele sai o chocolate já está meio frio.

- pai! - digo me levantando rápido.

- oque você está fazendo aqui? - ele fala alegre - não importa, ela ainda se abre comigo.

Ele deixa um beijo na minha cabeça e sai alegre.

Me deixando como uma boba esperando.

- que bom né - digo cabisbaixa. Estou feliz que eles estejam mais próximos mas só queria uma horinha.

Anthony passa por mim mas para pegando uma das canecas da minha mão.

- tá meio frio - ele enruga o nariz mas continua o caminho bebendo .

Ótimo. Vou até meu quarto batendo a porta.

Vou aprender nunca ?

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Desculpa pelos erros ortográficos.

Beijo 💋

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