Wonderland
Chapter 2
– Apenas nos deixe em paz nas próximas horas. – Jimin disse, segurando firme em minha mão, enquanto me puxava sem usar muita força, tomando distância do lugar.
– Mas por quê? O Taehyung é uma excelente companhia, inclusive, esse chá está muito bom, Taehyung. – Eu disse, um pouco confuso. Afinal, o que ele queria?
– Ah, obrigado. Eu faço um chá realmente delicioso, eu sei. – Se gabou, me fazendo rir minimamente e tomar mais um pouco do líquido. – Mas, Mestre Gato, para onde vai com tanta pressa? – Perguntou, segurando sua xícara e levando até os lábios, tomando um bom gole do líquido quentinho. Mas ele não estava tão interessado em saber, apenas pelo seu tom um pouco indiferente. – A hora do chá ainda não acabou. – Ele olhou para baixo, parecendo chateado.
– Onde está a Lebre? – Jimin perguntou, com um tédio na voz.
– Saiu para procurar pelo Coelho Branco para tomarmos chá todos juntos, mas pelo visto... Você já vai. – Crispou os lábios.
– Ah, caso ele aparecer, diga que eu mandei-lhe lembranças, ele é realmente um ótimo coelhinho. – O gato sorriu e o Chapeleiro apenas retirou sua cartola esverdeada e fez um gesto que demonstrava compreensão. Eu sorri e terminei o chá, deixando a xícara em cima da mesa repleta delas e sorri novamente para que o Taehyung visse e ele sorriu fraco.
– Namjoon não gosta muito de você, porque ele morre de medo desse seu modo esquisito, Mestre Gato. – Jimin já estava aprontando-se para se retirar, então, o Chapeleiro apressou-se em dizê-lo isso.
– Eu não sou esquisito, sou apenas sorrateiro. – Sorriu convencido. – Mas eu gosto dele, é realmente uma ótima companhia.
– Então quando ele voltar, direi que mandou-o lembranças. Ele iria ficar feliz, embora sinta um pouco de receio em relação á você. – Deu de ombros e sorriu, acenando para nós.
Jimin abriu o portão do local e eu passei, assim que ele deu-me passagem para tal e saiu, logo em seguida, fechando o portão. Eu sorri, conversar com o Chapeleiro – ou Jin-Hyung – foi uma experiência muito divertida, apesar de ser um pouco estranho. Mas nada que seja medonho, eu gostaria de conversar com ele mais vezes, se Jimin permitisse.
Mas então, um estranho sentimento se apossou de meu peito naquele momento: eu sentia que eu não queria mais fazer uma coisa. E, após muito refletir, ainda sem compreender ao certo, e era como se eu não quisesse mais procurar pelo Coelho Branco, e sim ficar ao lado de Jimin, apenas.
. . .
– Feche os olhos, Jungkook. – Após algum tempo andando pela floresta, distraído e prestando atenção nos detalhes daquele lugar, o gato me chama, me fazendo voltar minha atenção á ele, vendo que suas orelhas estavam tombadas para os lados e seu cenho franzido. Achei até fofo, o modo na qual suas expressões eram tão cômicas.
Eu fiz o que me foi ordenado, colocando ambas as minhas mãos em minha face, escondendo meus olhos, me impedindo de ver. Eu apenas ouvia o som das cigarras conversando entre si e os passos de Jimin. Os meus próprios também, mas não eram tão importantes.
Andamos por mais alguns metros, até que ele parou e eu parei igualmente, sem saber exatamente onde estávamos, apenas mordi o lábio, apreensivo e ansioso.
– Pode tirar as mãos.
Quando eu as tirei, não pude ter uma visão melhor: uma cachoeira.
Oh não, mas não uma simples cachoeira. A água de lá estava brilhando de tão pura e limpa e ao redor, haviam milhares de vagalumes voando por ali, praticamente iluminando tudo o que podíamos enxergar. Era bonito como estava de noite e os insetos iluminavam tudo, sem se preocuparem com nada. Era como se eles estivessem ali apenas para aquilo, sem preocupações, ou qualquer outra coisa.
Minha boca não se fechou em momento algum, estava encantado demais para raciocinar algo coerente para ser dito ao gato ao meu lado que, por mais que eu estivesse entretido demais para ver algo ao meu redor, percebi que seu olhar felino estava cravado em minha pele, fazendo-a arder minimamente. Mas eu não liguei, continuei observando aquilo com a boca aberta, impressionado demais. Era muito lindo o modo na qual o reflexo da fluorescência dos vagalumes batia na água do riacho e reluzia. Era maravilhoso.
– Qual é? Vai ficar aí parado? – Quando olhei para o lado, engolindo a saliva que havia se acomulado em minha boca, comecei a tossir freneticamente com a própria, quando meus olhos pousaram sobre o corpo desprovido da blusa listradinha.
O peitoral não era tão malhado, mas mesmo assim, era deveras bonito. E o abdômen era lisinho, era exatamente como sua personalidade fofa. A pele não era pálida como a minha, era bem mais amorenada, quase dourada e isso me fez quase babar novamente. Jimin vestia apenas uma calça, enquanto não usava meias ou um sapato. Era a natureza dele não usar sapatos, afinal.
Eu mantive meu olhar sobre seu corpo, o que parecia fazê-lo sorrir cada vez mais. E então, sua cauda não parava quieta, era evidente que ele estava animado com algo. Coisa que eu não sabia o quê era.
Porém, pude ver o gato vir andando em minha direção, lentamente, como um felino faz para atacar sua presa e suas pupilas dilataram. Me arrepiei completamente e senti seus dedos quentinhos na barra de minha camisa, me fazendo grunhir ao imaginar o que ele faria em seguida. Fechei os olhos e esperei por toques seus quando ele levantou minha camisa, mas nada veio, no lugar disso, ele apenas tirou-a de meu corpo e a dobrou direitinho e deixou acima de uma pedra, assim como fez com a sua.
Me senti realmente um pervertido ao imaginar seus toques, mas nada eu poderia fazer, afinal, ele era realmente um ser bem tentador. Ainda mais com aquela cauda que não parava no lugar por nenhum momento sequer; o que era realmente adorável.
– Vai ficar parado aí me olhando como se eu fosse um filhotinho de gatinho e você uma pantera faminta, ou vai mergulhar comigo? – Ele perguntou com um sorriso nada inocente nos lábios e eu mordi o meu.
Ele terminou de tirar suas roupas, ficando completamente nu em minha frente. Eu engoli em seco, pois ele era lindo. Ele era lindo para um senhor caralho! Permaneci em meu lugar, enquanto via-o arrumar suas roupas bem aconchegadas ao lado da minha camisa. Eu ainda estava de calça, e acabei grunhindo em frustração quando me viu, se ajoelhando em minha frente de forma rápida, o que me fez sentir uma sensação de tontura tomar conta do meu corpo, como se eu estivesse tomado por... Tesão?
Desfez o botão da minha calça jeans e abaixou lentamente o zíper, parecendo intrigado com aquele fato. Sua calça era de moletom, o que não possuía um botão ou um zíper, então isso o fez abaixá-lo devagar, analisando-o. Aquela demora para abaixar acabou estimulando, mesmo que minimamente o meu membro. Eu não queria ficar duro na frente dele, ainda que ele fosse um tanto quanto não-inocente, ainda sim, era um pouco infantil.
Abaixou a minha calça até que eu pudesse levantar meus pés e ele terminou de tirá-la e se levantou, arrumando-a e a ajeitando ao lado das outras roupas. Eu sorri com seu comportamento adorável. Quando ele virou-se percebeu que havia esquecido-se da minha boxer, mas quando ele fez menção de tirá-la, eu fui mais rápido e a tirei antes de sentir seus dedinhos em minha pélvis, ou eu ficaria duro, certeza. Arrumei ela encima das minhas roupas e senti seu olhar sobre mim. Corei.
– Vamos nadar um pouquinho, Jungkook? – Ele perguntou, entrelaçando seus dedos com os meus. Eu me arrepiei ao ter um contato assim, ainda mais com ele completamente nu, do modo que veio ao mundo bem ao meu lado. – Uh, você é muito bonito, sabia? – Ele sorriu largo.
– Err... Jimin? – Eu chamei-o, ignorando o elogio. Mas ele fora bem entendido, tanto que eu corei, senti meu rosto em chamas.
– Hm?
– Gatos odeiam água e você, principalmente. – Eu lembrei e ele revirou os olhos, não por tédio ou frustração, mas sim como se estivesse se lembrando do que ele me disse outrora.
"Eu odeio a água, ela é gelada e funda. Não tem nada para me segurar, então... Eu perco o ar com ela, é muito ruim, eu a odeio."
– Sobre isso... – Ele me fitou e ficou de frente para mim, me fazendo encarar seus olhos felinos azuis. Estavam normais, duas linhas fininhas. – Com você, Jungkook, me faz querer experimentar coisas novas, junto a ti. – Ele disse sussurrado, como se contasse um secredo. Sua cauda encostou em minha cintura, me fazendo arrepiar da cabeça aos pés. – E esse riacho não é tão fundo, eu consigo encostar meus pés lá no fundo, podemos ficar de pé nele, sem perder nosso ar. – Disse de uma forma tão inocente que eu não contive um sorriso.
Então eu sorri compreensivo e ele fez o mesmo e caminhamos até o riacho. Quando chegamos perto, alguns vagalumes se afastaram, mas continuaram voando por ali, de um modo bonito. Ele sentou-se sobre a margem e eu fiz o mesmo, sentindo quando ele apoiou sua cabeça em meu ombro. Uma coisa que eu nunca havia reparado, era que seus cabelos tinham um cheiro gostoso de Sakura, mas o resto de seu corpo tinha um cheiro extremamente forte de cerejas silvestres. Eu sorri e acariciei ali, ouvindo-o ronronar. Literalmente.
Mas então, ele desceu devagar até tocar o fundo do riacho e ficou de pé. A água batia até abaixo de sua clavícula e ele sorriu, fazendo seus olhos sumirem e ele me chamou com uma das mãos, eu me levantei e me afastei; ele fez uma expressão extremamente triste, como se fosse chorar, por ter entendido errado.
Eu tomei um espaço grande e corri em direção ao riacho e ele arregalou os olhos, assim como suas orelhinhas se levantaram e ele se afastou, com um pouco de dificuldade, por estar dentro d'água, e logo eu cheguei perto da borda, afastando rapidamente alguns vagalumes e dei um mortal, caindo na água, espirrando-a para todos os lados.
– U-uau! – Ele gritou e bateu palminhas, quando eu fiquei de pé, jogando meus cabelos para trás. – C-como fez isso? – Ele perguntou alegremente, me fazendo sorrir.
– Um mágico nunca revela seus truques, gatinho. – Eu sorri e ele fez um bico.
E então, ele bateu sua mão contra a água e a jogou em minha face. Ele começou a rir da minha cara toda molhada e eu, como vingança, joguei em si também, fazendo-o rosnar e se arrepiar completamente. Eu ri escandalosamente com a visão, de tão adorável que ele era, mas ele pareceu não gostar, quando um sorriso malvado cresceu em seus lábios, fazendo-me franzir o cenho.
Então ele começou a jogar muita água em mim, me fazendo não conseguir enxergar nada, então, como forma de me vingar novamente, comecei a fazer o mesmo. Sim, nós estávamos parecendo duas crianças brincando na água, o que não deixava de ser uma parcial verdade. Éramos duas crianças, no final das contas.
. . .
– Aish... – Ele resmungou, cansado. Eu também estava cansado. Havíamos esgotado nossas forças brincando. Céus. – Estou cansadinho... – Ele resmungou manhoso e eu ri. Ri porque ele era extremamente fofo.
– Eu também.
Estávamos deitados sobre a margem, com as pernas dentro do riacho. Víamos os vagalumes voarem sobre nossas visões e era algo muito agradável de se ver. Jimin sorria cada vez que um passava acima de sua visão e um deles até pousou na ponta de seu nariz e ele espirrou, espantando-o e choramingou, dizendo que não queria espantá-lo.
Céus, Jimin era o ser mais fofo existente neste planeta.
– Sabe... – Ele disse, após um tempo considerável conosco em silêncio e então, para a minha surpresa, ele passou seu joelho esquerdo sobre meu corpo e ficou encima de mim, tendo como apoio, o chão, dos lados da minha cabeça. Ele me encarava com aquele olhar felino, normal, suas pupilas ainda não haviam dilatado. Eu me arrepiei. – Acho que agora é um momento interessante para... – Ele não terminou a frase, quando eu puxei sua cabeça para beijá-lo na boca.
E ele não se afastou, apenas continuou me beijando com afinco, deslizando sua língua lentamente pelo meu lábio inferior, me fazendo ofegar e ele aproveitou disso para enfiar sua língua quente e um tanto quanto aveludada, diferente de um gato, que tem a língua áspera. Sua língua se envolvia com a minha, fazendo-nos criar uma dança sensual com nossos músculos molhados, deixando que sons eróticos escapassem pelos nossos lábios, resultado do nosso beijo delicioso. Sua língua tinha gosto de cerejas, igualmente ao seu cheiro. Me deixava com vontade de devorar sua boca mais e mais, como se realmente eu estivesse provando da melhor cereja do universo. A mais suculenta.
Enquanto nos beijávamos, senti seus joelhos se encaixarem entre minhas pernas, arrumando minhas coxas sobre as suas, e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura, me fazendo estremecer quando, em um movimento rápido, senti sua ereção tocar meu períneo, me fazendo gemer arrastado, forçando um contato maior com seu pênis. Ele pareceu gostar daquilo, pois moveu seu quadril no ritmo em que eu ondulava o meu, procurando mais contato.
E Jimin também gemia. Gemia baixinho e arrastado.
E então, pude ver que suas pupilas haviam se dilatado, porém, haviam se dilatado demais, quase me impedindo de ver a parte azulada de seus olhos magníficos. Eu senti uma onda de tesão se alastrar pelo meu corpo, se acomulando em meu pênis em um pulsar forte, que fez um pouco de pré-gozo escorrer pela minha fenda. Eu gemi manhoso e ele sorriu malicioso, exibindo suas presas. E então, ele se curvou sobre mim novamente, deixando beijinhos delicados em meu pescoço e leves mordidas.
Achei que ele não soubesse como deixar uma marca, o que eu queria ter registrado em meu corpo; queria uma marca sua, porém, quando senti seus lábios sugando com força meu pescoço e em seguida deixando uma mordida sem usar as presas, soube que ali iria ficar uma marca bem forte. Sorri enquanto gemia manhosamente.
Mas acabei deixando um gemido alto escapar, quando senti seu membro resvalando-se contra o meu, de forma forte. Revirei os olhos e levei minhas mãos às suas costas, onde deixei que minhas unhas arranhassem ali e ele grunhiu. Certamente não era o mesmo Jimin fofinho de antes, e sim, o Jimin sedutor. E eu amava esses vários lados que ele possuía, era excitante, de qualquer forma.
Em meio às mordidas que ele distribuía em meu pescoço e clavícula, entre as roçadas entre nossas intimidades, entre as arranhadas que eu deixava em suas costas, eu acabei descendo mais minhas mãos, para arranhar desde o começo de sua coluna, até sua nuca, para causá-lo calafrios e prazer, mas quando cheguei ao começo de sua coluna, achei sua cauda balançando para todos os lados. Eu sorri sacana e a apertei, logo em seu começo.
Ouvi um gemido alto demais contra meu ouvido, me fazendo gemer baixinho e me contorcer abaixo de si. Ele era sensível na cauda...
– J-Jungkook... – Ele gemeu arrastado quando eu comecei a massagear sua cauda, fazendo-o soltar gemidinhos contidos. Eu estava tão submerso em seus gemidos manhosos que esqueci de mim mesmo e da minha ereção dolorida. Levei minha destra até seu abdômen, onde arranhei com força e ele arqueou seu corpo com isso, até que eu toquei seu membro, sem esperar reações, comecei uma masturbação lenta em si, ouvindo gemidos altos ao pé do meu ouvido. – Aahn... Jun-Jungkook... – Ele gemia sôfrego.
Então, ele me fez parar com os movimentos, quando soube que já estava próximo a um orgasmo e começou a beijar minha clavícula e mordê-la, me fazendo sentir uma dor aguda nessa região, mas pouco me importei, ter Jimin esfregando seu pênis duro contra o meu superava qualquer dorzinha que ele me causava com seus dentes afiados.
Ele foi descendo, até parar na altura dos meus mamilos, observando bem o direito. O mesmo estava duro e sensível e soube disso quando Jimin tocou-o com o indicador e o polegar, apertando-o entre ambos esses dedos, me fazendo arquear o corpo e gemer arrastado e manhoso.
– Ahn... Ji-Jiminnie... – O gato logo sorriu sacana e aproximou seu rosto do meu botão rosado e, com a língua, ele circulou o contorno do biquinho, me fazendo morder o lábio e abrir mais as pernas, por reflexo e pude sentir, de uma forma muito rápida, sua glande molhada tocar levemente minha entrada. Eu gemi com isso, sentindo quando seu gemido vibrou meu mamilo. Achei que iria desmaiar de tanto tesão que eu estava sentindo naquele momento.
Com a outra mão, o gato começou a apertar e puxar meu mamilo esquerdo, enquanto chupava com força o direito, me deixando desnorteado. Não saberia responder meu próprio nome, caso Jimin me perguntasse naquele momento.
E então, ele parou tudo o que fazia para descer mais, beijando cada pedacinho de pele que ele encontrava e mordiscando, me fazendo remexer de forma manhosa. Ele desenhou algo invisível em meu abdômen com sua língua quente, apenas para me provocar e chegou perto demais de meu membro, tocando minha pélvis com a língua e mordendo a carne daquele lugar, me fazendo gemer alto e agudo, assustando e afastando alguns vagalumes dali. Minha entrada se contraiu com esse ato, e eu queria mais do que tudo, ele. Queria ele por completo.
Então, senti sua mãozinha agarrar o meu falo, começando com movimentos lentos de vai e vem, como se estivesse testando minhas reações, pois olhava fixamente em meus olhos, com aqueles orbes de gato, observando todas as minhas feições de prazer, todos os meus gemidos e todos os meus murmúrios para que ele me chupasse de uma vez.
E foi o que ele fez, no instante seguinte; céus, sua boca era extremamente quente e era pequena, o que me fez ir até o céu e ao inferno em segundos. Não contive um gemido alto, quase gritado quando meu membro afundou-se completamente em sua boca e senti sua garganta se contrair fortemente. Ele havia engasgado e seus olhos estavam marejados com suas lágrimas. Eu as sequei e mordi o lábio, vendo-o me fitar com meu pênis no interior de sua boca. Puta que pariu.
– Ji-Jimin... – Eu chamei-o e ele começou os movimentos com sua cabeça, sem me dar a devida atenção. – N-não precisa f-fazer isso s-se você nã-não souber... Ahn! – Gritei quando ele aumentou a velocidade, raspando seus dentes na extensão do meu membro, enquanto passava a língua em minhas veias saltadas pelo excesso de prazer que eu sentia naquele momento. Jimin era impossível.
Eu apenas joguei minha cabeça para trás e senti-a chocar-se contra o chão gramado e levei minha destra até seus cabelos, apertando-os em sua nuca e controlei os movimentos que ele fazia, sentindo que eu poderia tocar as estrelas caso ele continuasse com aquilo.
Porém então, senti suas mãozinhas pequenas e gordinhas acariciando-me em minhas bolas, me fazendo revirar os olhos. Ele não sabia muito bem como segurá-las sem me machucar, mas estava se esforçando, pelo que pude notar; ele apertava um pouco mais forte do que o permitido, mas aquela dorzinha aguda, um pouco ardente era tão gostosa, que esqueci-me que estava doendo para concentrar-me no prazer que o gatinho estava me proporcionando.
Não demorou muito para que eu sentisse uma sensação gostosa em meu baixo ventre, algo como uma queimação gostosa e então, soube que estava prestes a gozar em sua boca que, não havia parado com os movimentos em momento algum. Ele fazia meu membro ir fundo em sua garganta, para então voltar com seus lábios apertados até a glande e chupava com força ali, me fazendo revirar os olhos em diversos momentos, sentindo lágrimas se acomularem nos cantos dos meus olhos pelo prazer.
– J-J-Jimin... – Eu nem sabia se havia dito o nome dele da maneira certa, tão imerso nas sensações. – E-eu vou... – Iria completar que iria gozar, mas não consegui dizer á tempo, quando sua língua forçou-se em minha fenda de forma que me fez revirar os olhos e gozar em jatos fortes em sua boca e parte de seu rosto. – A-ah! Desculpa. – Eu me desesperei, passando meu polegar em seu rosto, limpando o gozo ali presente. Mas ele me impediu, passando a língua em meu dedo, sorrindo malicioso.
– Oh, Jungkook por que tão medroso, huh? – Ele perguntou divertido, me fazendo arquear uma sobrancelha. Ele me deitou no chão novamente e ficou entre minhas pernas, me fazendo sentir quando seu membro, novamente, roçou no vão entre minhas nádegas. Quente e molhado. – Não se preocupe com isso, seu gosto é a melhor coisa que eu já provei. – Ele disse, terminando de limpar o canto de seus lábios com a língua. – Lembra chocolate, por alguma razão... – Ele parou e pareceu pensar. Eu ri, pois não era possível que meu sêmen tenha gosto de chocolate.
Então, ele voltou a me beijar com voracidade, enfiando sua língua em minha boca de maneira desajeitada e então, deixou que um de seus dedos me penetrasse lentamente. Eu grunhi entre o ósculo, não pelo desconforto, mas sim pela sensação gostosa que me foi proporcionado. Mas quando ele adicionou mais um junto do outro, aí sim senti um pouco de dor, mas que logo foi sumindo, bem lentamente quando ele passou a distribuir beijos molhados pelo meu pescoço, marcando ali novamente, chupando o meu maxilar e chupando a minha orelha. Aquelas sensações anulavam a dorzinha incômoda que eu sentia naquele momento.
Então, ele separou ambos os dedos e então, deixei que um gemido um pouco alto de dor fugisse de meus lábios e ele pareceu se preocupar, então desceu um pouco mais, voltando aos meus mamilos, onde chupou com força, como se fosse um bebê. Eu gemi de dor e prazer, nem sabia qual sensação estava dominando o meu corpo. Então ele continuou iniciou movimentos de vai e vem, levando ondas de choque pelo meu corpo. Me arrepiei completamente quando o que estava sendo doloroso, estava agora transformando-se em algo muito prazeroso, tanto que eu movia meu quadril ao ritmo dos movimentos de vai e vem.
– Jimin... – Supliquei, rebolando contra sua mão.
Ele sorriu sacana e eu mordi o lábio, quando vi seus dedos masturbarem seu falo rapidamente, espalhando o pré-gozo em toda sua extensão. E eu sabia que aquilo iria doer, pelo fato de que seu membro era grosso demais para mim. Aquilo certamente doeria.
De forma carinhosa, Jimin encostou sua glande em minha entrada, sentindo ela se contraindo. Eu o queria. Céus, como eu o queria. Foda-se a merda da dor. Inverti nossas posições, deixando ele abaixo de mim, enquanto eu estava sentado em cima de suas coxas. Ele parecia surpreso, mas seus olhos estavam ainda mais reluzentes. O azul turquesa que eles exibiam tornou-se um amarelo profundo, me fazendo arrepiar até a alma.
Segurei seu membro e me aproximei de si, deixando-o abaixo de mim, posicionado em minha entrada. Comecei a descer devagar, sentindo a glande rasgando-me e me alargando. Eu mordi o lábio, ainda sentindo a dor. Mas eu não queria parar. Não quando sentia que aquilo iria ser a melhor coisa da minha vida.
– J-Jungkook... – Ele ofegou quando já metade de seu membro estava dentro de mim. – N-não precisa ser tão apressado... – O gato mordeu o lábio, apreensivo com a minha atitude.
Mas eu mandei tudo para os ares mesmo, quando resolvi sentar em si com força, tendo todo o comprimento e sua grossura completamente dentro de mim. Ele foi o primeiro a soltar um gemido alto e jogou a cabeça para trás, segurando em minha cintura com posse. Eu gemi de dor e meus olhos encheram-se de lágrimas e eu os fechei, deixando-as escorrer pela minha face.
Jimin percebeu, iria dizer algo, mas eu segurei sua mão e a trouxe para o meu membro, fazendo-o me tocar. E ele entendeu, começando com apertos deliciosos em meu falo e esfregou seu polegar em minha glande, esperando que eu me acostumasse com a dor de ter algo grosso dentro de mim. Eu gemi e tombei a minha cabeça para frente, mordendo o lábio.
De forma tímida e receosa, eu subi e desci uma única vez em sua extensão e foi o suficiente para que o gatinho soltasse um gemido parecido com um miado, o que me arrepiou por completo. Testei fazer isso mais uma vez e ele apertou seus dedos com força em minha cintura, esquecendo-se de meu membro que pingava pré-gozo em seu abdomen. Ele inclinou a cabeça para o lado e mordeu o lábio inferior, ofegante e tentava não gemer, quando eu tentei subir e descer mais uma vez. Céus, ele era tão sensível!
Mas então, acabei percebendo que a dor havia sido substituída por prazer em um piscar de olhos, me fazendo jogar a cabeça para trás e praticamente quicar em seu membro, procurando por mais contato. Ele não conteve um gemido que saiu alto demais e eu o imitei, porém, em um tom mais alto e agudo. Apesar da minha voz ser mais grossa que a sua, parecia que os papéis haviam se invertido, quando agora sua voz estava mais grossa e a minha um pouco mais afinada do que o normal.
Então, a partir daí, comecei a cavalgar em seu colo, fazendo movimentos rápidos que arrancavam-o gemidos arrastados, outros altos e finos. Já eu, eu gemia tão alto que percebi que a maioria dos vagalumes havia saído de perto, acomulando-se em um único canto. O que resultou no local um pouco escuro pela falta dos bichos fluorescentes ali. Mas, ver Jimin suado, com a cabeça tombada para o lado, sua franja de cor clara colada em sua testa pelo suor, ofegante, gemendo alto quando eu quicava em si, o peito subindo e descendo rapidamente, as mãos que não conseguiam parar quietas e que apertavam as minhas nádegas para ajudar-me a subir e descer, era realmente a perdição para mim... Céus, eu iria enlouquecer!
Não estava esperando aquilo, inclusive, eu sequer sabia que aquilo residia dentro de mim, quando Jimin acertou um ponto dentro de mim, que me fez arquear as costas e jogar a cabeça para trás, gemendo rouco e alto, algo que se assemelhava a um urro. O gato começou a procurar por aquele mesmo ponto, ao que impulsionava seu quadril para cima, acertando em todas as vezes que o procurou. Aquele ponto era extremamente sensível e me fazia ver estrelas quando sua glande surrava aquele lugar.
Ele estava de olhos fechados, enquanto gemia e chamava pelo meu nome, eu não estava muito diferente, mas eu estava de olhos abertos, apreciando suas feições tão angelicais que me senti um pouco estranho por estar fazendo aquilo com ele. Suas orelhinhas se moviam no ritmo em que me estocava, aumentando a velocidade e me fazendo gemer mais alto e ainda mais frequente, junto dele.
Então, ele abriu os olhos de repente e me viu observando-o e senti meu rosto esquentar, pois foi quase como se uma criança fosse pega por um adulto, fazendo algo de errado. Ele sorriu sacana, exibindo suas presas e as lambiscou e eu senti uma súbita vontade de beijar os lábios que estavam inchados e avermelhados. Enquanto ele ainda me estocava, eu abaixei o suficiente para que meus lábios se roçasse com os dele, tendo um pouco de dificuldade em fazer isso pois os movimentos não me ajudavam muito em tal.
Mas então, em um ato de pouca paciência, ele segurou a minha nuca e juntou nossos lábios e eu fui o primeiro a tomar a atitude de adentrar sua boca com a língua, sentindo quando novamente ele atingiu aquele ponto especial. Gemi um pouco alto e senti-o chupando meu lábio inferior com afinco, assim como fez com o meu membro. Eu ofeguei e enfiei novamente minha língua em sua boca e senti a sua acariciar com força a minha, me fazendo grunhir. Gemi mais alto quando ele impulsionou seu quadril para cima com mais força, indo fundo dentro de mim, me fazendo resvalar meu nariz contra o seu pelo movimento.
Eu ri com aquilo e ele sorriu para mim, enquanto mordia meu lábio inferior com delicadeza. Mas foi só quando eu percebi que suas presas estavam crescendo novamente que senti uma vontade de me afastar. Sabia que ele iria usá-las para morder meu lábio, e eu não queria sentir a dor que deveria ser semelhante a duas agulhas sendo enfiadas em meu lábio.
– Calma, está tudo bem, Jungkookie... – Sua voz sensual voltara como em um piscar de olhos. Senti meu corpo se arrepiar novamente. – Você deixa eu morder o seu lábio, Kookie? – Ele perguntou, usando o apelido que ele mesmo havia me dado.
Como negar?
Na verdade, eu não estava em posição de negá-lo nada, porque eu nem sabia o que pensar. Sua voz me deixou dependente de si, novamente.
Então, com a minha cabeça movendo-se em um sinal positivo, ele sorriu e chupou a minha língua e eu gemi, revirando os olhos, me sentindo no paraíso com aquilo, mas ficou ainda melhor quando ele fincou as presas em meu lábio. Não havia doído, não havia sentido dor alguma, aquilo fora na verdade, muito bom. Ele sugou um pouco do sangue que saiu dos furos, mas logo parou e voltou a dar atenção ao meu pescoço, o local onde ele havia gostado de marcar.
– Hmm... Você é tão gostoso, Jungkook... – Ele gemeu quando eu rebolei fortemente em seu membro. Sua voz estava normal, embora ainda um tanto sedutora.
E eu voltei ao normal também.
Mas Jimin não deu-me tempo para raciocínios, quando inverteu nossas posições, me deitando no chão quentinho pelo seu calor acomulado ali e saiu de dentro de mim, apenas para se acomodar melhor entre minhas pernas, onde colocou-as em seus ombros e segurou minha cintura com afinco, voltando a me penetrar em uma única estocada, que me fez revirar os olhos e sentir uma fisgada em meu membro com o ato. Ele voltou a movimentar-se e então, percebi que seus movimentos assemelhavam-se a uma dança. Uma dança lenta e sensual.
Nessa posição parecia que era mais fácil para que ele encontrasse meu ponto especial, e ele o usou como bem entendia e muito bem, quando me fazia revirar os olhos e arranhar com força suas costas, deixando provavelmente uma marca horrível em sua pele. Mas eu estava feliz e ele também, afinal, havíamos nos marcado como bem entendíamos.
Não precisou de muitas mais estocadas para que eu sentisse o calor característico de um orgamo me atingir com força, enquanto eu gemia alto, alto demais. Àquele ponto, já nenhum vaga-lume estava ali, o local não estava totalmente escuro, mas mesmo assim, nos impedia de ver em redor.
Eu via seus olhos amarelados brilharem e se encherem de lágrimas, pelo prazer, enquanto ainda movia-se deliciosamente contra mim. Mas os movimentos estavam irregulares, ele parecia cansado e parecia estar próximo ao orgasmo também. Eu sorri quando ele procurou pelo meu membro, começando a me masturbar ao ritmo lento e fundo das estocadas, o que me fez gemer rouco e então, com apenas mais duas estocadas me desfiz em sua mão, deixando que um grito agudo escapasse de meus lábios.
E, com as contrações de meu corpo, Jimin também gozou, dentro de mim e gemeu roucamente e arrastado, fazendo meu corpo sofrer calafrios. Eu ainda sentia os espasmos, por conta do orgasmo e ele caiu sobre mim, completamente ofegante, suado e quente. O contato com seu corpo e o meu me fez estremecer e gemer baixinho, mas acabei grunhindo longamente quando senti que ele havia se retirado de mim para deitar ao meu lado e o seu gozo escorrer da minha entrada.
– V-você... Por quanto mais tempo seus olhos vão ficar amar– Eu vi quando ele me fitou e seus olhos já estavam azuis novamente, porém, com as pupilas ainda dilatadas. – A-ah, nada, deixa para lá. – Eu ri e ele também.
Me virei para ele e me aconcheguei em seu peitoral, olhando para cima, beijando seu queixo e ele segurou o meu, selando nossos lábios novamente. Céus, seu gosto era muito viciante!
– O que você ia terminar de falar aquela hora que eu te beijei? – Eu perguntei, realmente curioso.
– Ah... – Sorriu. – que agora é um momento interessante para que eu possa te beijar, certo? – Ele sorriu sacana e eu ri, beijando sua clavícula. – Mas sabe... Essa foi a minha primeira vez fazendo algo assim... – Comentou, acariciando meus cabelos. – E você? – Perguntou casualmente.
– A minha também. – Voltei a rir e ele beijou o topo da minha cabeça. Sua voz havia voltado ao normal. Sorri. – Mas eu só tinha usado um vibrador até então... – Comentei sentindo meu rosto esquentar.
– O que é um vibrador? – Perguntou, curioso. É, o Jimin inocente havia voltado. Sorri mais uma das bilhares de vezes em que eu fiz isso hoje.
– É um... – Suspirei. – Brinquedo. – Ri com a minha definição. Não estava errada, mas estava pouco esclarecedora.
– E como se brinca com ele? – Vi seus olhos brilharem.
– Aish, Jimin! – Eu suspirei e enterrei minha face em sua pele suada, porém extremamente cheirosa. Era como se ele houvesse acabado de sair do banho. – Boa noite. – Desejei e ele riu pelo nariz.
– Boa noite, Jungkookie.
. . .
Já era de manhã quando abri meus olhos, contemplando o sol que havia acabado de nascer. Sorri, aquela visão era linda, porque afinal, eu e Jimin havíamos dormido ao ar livre naquela noite, coisa que eu jamais imaginaria que aconteceria em minha vida. Dormir ao ar livre poderia ser perigoso pelos insetos, chuva, ou até mesmo animais selvagens. Mas mesmo assim não nos preocupamos. Jimin parecia conhecer muito bem as coisas, então não precisava me sentir inseguro com ele.
Respirei fundo antes de bocejar, sentindo uma sensação boa de êxtase por lembrar da noite passada. Olhei para o lado, contemplando o garoto-gato dormindo serenamente ali, sem nenhuma preocupação, ou algo aparente. As folhas as árvores se moviam com o soprar ameno do vento e os pássaros cantavam. Eu estava feliz e, pela primeira vez estando naquele mundo, percebi que não era um sonho. Aquilo era real, eu sentia aquilo, não era apenas um sonho, como eu havia imaginado.
Sentei-me no chão, olhando ao redor. Eu queria fazer alguma surpresa ao Jimin, porque ele sempre me surpreendia, então iria fazer algo.
Me levantei do chão e procurei por minhas roupas e quando encontrei, peguei as do gato também. Coloquei minhas roupas e segurei as de Jimin em minhas mãos. Resolvi andar por ali, mesmo sem rumo, apenas para conhecer a área que não consegui ver por estar escuro e de noite.
Olhei ao redor e contemplei mato e flores, nada do que já não estava acostumado. Porém, haviam dois caminhos ali no meio das árvores, que eu não sei o porquê, mas eles haviam me chamado atenção em demasia. Era como se eu quisesse desvendar o que havia por lá, mas eu não estava certo.
Jimin ainda dormia, pelo que eu pude ver ao olhar para trás. Estava um pouco longe, mas via aquele garoto-gato dormir serenamente. Suspirei e deixei aqueles caminhos de lado, afinal, eles não me seriam úteis, porque eu não queria mais deixar Jimin. Era impossível, eu não iria deixá-lo.
Deixei que meus olhos dessem mais uma varrida pelo local e então, resolvi voltar para acordar o Mestre Gato. Neguei em desgosto e havia decidido que não pensaria mais naquilo.
-Jungkook? - Levei um susto quando ele apareceu atrás de mim. - Já acordou? Eu estava sonhando com você. - Disse de uma forma fofa, mas eu continuava confuso.
Não entendi bem o porquê daqueles caminhos estarem me chamando tanto a atenção, mas mesmo assim, eu queria simplesmente prestar atenção no garoto-gato que eu tanto gostava, mas não conseguia. Eu queria ver de perto aqueles caminhos.
-Jimin... - Eu sussurrei e ele me abraçou por trás, descansando seu queixo em meu ombro. Ele murmurou um simples "hm?" e eu prossegui: - O que há para além de lá? - Apontei com o dedo indicador para os dois caminhos que se dividiam para mais adentro da floresta.
-Uh... Bem... - Ele parecia hesitante, ou até mesmo confuso. Eu estranhei, mas mesmo assim não deixei que meu questionamento interno me abalasse. - São apenas caminhos, Jungkookie, caminhos que levam à outros lugares totalmente diferentes. - Respondeu com um ar realmente tristonho, pude notar.
Mestre Gato não era um alguém de ficar chateado, ou desapontado com algo, mas por alguma razão que eu não compreendia, ele realmente havia ficado magoado com alguma coisa ao falar sobre os caminhos. Eu estava cada vez mais intrigado com aquilo.
-Por favor, me diga... - Pedi suplicante. Jimin pegou suas roupas das minhas mãos e vestiu-se lentamente, ainda com suas orelhas abaixadas, indicando tristeza. Suspirei fundo. Eu não queria vê-lo daquela forma.
-Eu não sei o que há lá. - Ele respondeu após colocar todas as roupas. Eu arqueei uma sobrancelha. - Nunca senti-me na obrigação de conhecer esses caminhos, então jamais poderei responder-te como queres. - Ele dizia tudo com um ar tão melancólico que sentia meu coração se apertar cada vez mais dentro do meu peito.
O clima já não estava mais feliz como outrora. Na verdade, ele sequer permaneceu como eu quis; eu só queria que fosse mais um dia divertido no final das contas, apesar de ter passado apenas um único dia com Jimin. Suspirei em puro desgosto, querendo chorar até todo o líquido do meu corpo sumir, secar, porque eu não estava compreendendo absolutamente nada.
Jimin sentou-se no chão, onde havia uma pedra e as orelhinhas continuavam abaixadas, como se estivesse pensativo, ou apenas tristonho. E eu imaginava que após aquela minha pergunta inocente, nada do que havíamos construído juntos iria de fato prosseguir. Nós não seríamos mais tão próximos e quem sabe, o gato sequer iria me olhar nos olhos da mesma forma.
Seríamos no final, como dois desconhecidos e eu estaria sozinho naquele mundo. Suspirei mais uma das infinitas vezes em que realizei tal fato.
-O que faremos agora? - Eu perguntei e o Mestre Gato apenas ergueu as orelhinhas, atento e me fitou. Resolvi me sentar ao seu lado, querendo confortá-lo e então, ele me abraçou com força. - Está tudo bem? - Perguntei.
Ele não havia me respondido. Ele deixou que vários minutos se acumulassem ali, sem dizer uma palavra sequer. Eu podia sentir até mesmo as lágrimas molharem a minha roupa, de uma maneira que eu já não sabia mais o que pensar. Revirei os olhos.
E então, após ter cedido ao abraço cálido de Jimin, após ter permanecido na mesma posição por meros cinco minutos, ouvindo-o fungar de vez em quando, ele se ergueu, limpando as lágrimas com a manga de sua blusa listrada e suspirou, se levantando em seguida. Eu arqueei uma sobrancelha quando ele ofereceu-me sua mão para que eu levantasse igualmente.
-O que vai fazer? - Perguntei.
-Venha. - Ele pediu e eu apenas segurei em sua mão macia e me levantei. Ele começou a andar pela mata, em direção aos caminhos e eu estava com um misto de medo e curiosidade. Porém, não deixaria que ficasse transparente.
Quando enfim chegamos à divisa dos caminhos diferentes, Jimin olhou no fundo dos meus olhos e sorriu mínimo, movendo lentamente sua cauda e as orelhinhas sequer se moviam mais. Estavam descansadas em sua cabeça, tristonhas.
Eu observava aquele lugar, indeciso sobre o que fazer, qual atitude tomar, eu já não sabia mais o que me cabia fazer em seguida. E eram tantos questionamentos que eu me sentia levemente zonzo, apenas querendo deitar-me no colo do gato e chorar até que uma solução me surgisse.
Mas, como sempre, as soluções jamais me surgiriam assim, tão fácil como eu esperava.
-Vá. - Ele pediu e eu arregalei os olhos, aproximando-me mais dele para ter total certeza de que ele realmente havia dito aquilo que meus ouvidos ouviram. - Por favor, vá. - Ele repetiu, deixando-me ainda mais confuso.
-Para onde? - Perguntei, perdido em pensamentos.
-Você está perdido? - Ele questionou e eu me senti estranho.
-Acho que estou. - Respondi com toda a minha sinceridade, e respondi com toda a minha vontade de fazê-lo que era isso. Que eu estava perdido e não sabia o meu caminho para casa. - Eu só queria ir para casa... - Suspirei e senti meus olhos marejarem. - Mas nunca achei o caminho.
-Bom... Tudo o que eu tenho à dizer é que - Uma pausa. - Quando se está perdido, qualquer caminho serve. - Ele disse, sem querer parecer ríspido, mas as palavras me atingiram negativamente e as lágrimas já não mais eram contidas.
Eu nada disse. Apenas lancei-lhe um último olhar e dei as costas, indo em direção à qualquer caminho que eu havia escolhido. Para mim, não importava qual era, mas na realidade, qualquer um bastava. Contanto que eu encontrasse o caminho de casa.
E bem, eu não quis olhar para trás e contemplar o Mestre Gato. Eu não queria me arrepender de ter deixado-o por pura covardia minha, então eu apenas segui em frente, sem coragem para olhar para trás.
Mas acabou que eu não resisti e olhei para trás. E bem, não podia ter tido desgosto maior ao não encontrá-lo por ali. Havia uma névoa atrás de mim, mas Jimin não estava mais ali. Talvez tenha ido embora, assim como eu havia escolhido.
Ou... Talvez eu estivesse ficando louco.
Tão louco que apenas resolvi me deitar no chão, encostado em uma árvore qualquer, até pegar num sono. Porque eu estava farto de tantas loucuras que a minha mente havia criado.
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