Capítulo 35 - Sedução pela inocência
OS DIÁRIOS DE DUMITRI
19 de novembro, 1826.
A minha descoberta de que a filha e a neta de Alanna Dubhghaill desempenhavam funções como serviçais de Lucien Archambault, residindo todo esse tempo mais próximo de mim do que eu supunha, provocou um aumento na frequência das minhas visitas a Pleven, passando eu, assim, mais tempo no castelo fazendo companhia à jovem Ruxandra.
Apesar da timidez que inicialmente manifestava, a garota de quatorze anos revelou possuir uma sagacidade notável, o que a capacitava a compreender de forma rápida os temas complexos que ocasionalmente abordávamos em nossas conversas.
Para evitar possíveis punições por parte de sua mãe ao perceber que Ruxandra estava em minha companhia, ao invés de se dedicar às tarefas domésticas que lhe eram atribuídas, a jovem e eu nos aventurávamos pelos corredores e pátios mais afastados do castelo, em uma área que, via de regra, não era destinada aos serviçais.
Naquele dia em particular, durante o verão, o conde Archambault havia se ausentado do palácio para uma visita social a Portugal, com o intuito de obter mais informações sobre a perseguição católica aos vampiros naquela região e os crescentes casos de mortes causadas pelos caçadores do Vaticano.
Aproveitando-me da ausência do nosso anfitrião, convidei Ruxandra para um passeio pelos jardins traseiros da propriedade, onde ela ficou maravilhada com a grande variedade de espécies herbáceas e florais existentes ali. Ela expressou com uma certa melancolia que se sentia aprisionada na pequena e fria área destinada aos empregados e que ansiava por liberdade quando, sozinha em seu quarto, contemplava as estrelas através da janela.
Sentados juntos em um banco de pedra, no meio do jardim floral, indaguei à bela jovem o que ela recordava de sua avó e o que sua mãe havia lhe contado a respeito dessa nobre mulher. Entretanto, sua resposta foi assertiva: "Eu não conheci minha avó materna, e minha mãe raramente menciona algo sobre ela".
Estranhei tal distanciamento, uma vez que me era evidente o quão devotada Alanna parecia ser à educação de Arlene, com base no pouco convívio que tivemos. Aquela simples esposa de um caseiro trazia em suas veias a herança mística de sangue proveniente dos recônditos vales da cultura celta, e parecia ilógico que ela agora tentasse ignorá-la, servindo a um vampiro cujo poder nem mesmo lhe era merecido.
"Você não sabia que sua avó era uma feiticeira poderosa que, em tempos remotos, liderou legiões e utilizou seu poder para salvar o plano terreno de forças demoníacas?", questionei a ela, ao que a jovem, de sorriso fácil, prontamente negou tal conhecimento.
Ruxandra sabia muito pouco sobre sua avó, tendo ouvido apenas histórias superficiais sobre a feitiçaria que ela praticava, principalmente na ausência de seu pai, Iorghu. O homem rústico não se envolvia com superstições populares e abominava qualquer tipo de discussão relacionada à bruxaria, o que fazia com que, frequentemente, Arlene se abstivesse de falar sobre o passado de sua mãe na Bulgária.
"É verdadeiramente lamentável", murmurei para a jovem, consternado com a gradual extinção de um passado repleto de grandes feitos, fruto da ignorância do velho Iorghu.
Ruxandra demonstrou um interesse incrível em saber que eu havia conhecido Alanna há muito tempo em sua loja de antiguidades em Hîncesti, e pediu que eu revelasse mais detalhes sobre a avó e seus feitos místicos pelo mundo. Expliquei que tinha poucas informações para compartilhar devido às limitações dos meus encontros com aquela mulher, porém, em contrapartida, ela prometeu extrair mais informações de Arlene para me relatar em nosso próximo diálogo.
Eu mal podia esperar por isso.
14 de fevereiro, 1827.
Preparei-me meticulosamente ao longo de todo o dia para o tão afamado baile de máscaras, sob a tutela do ilustre anfitrião, Lucien. Cheguei ao majestoso castelo em Pleven conduzido em uma carruagem por Rowan, e acompanhado por Zenith, uma deslumbrante beldade búlgara que recentemente contratei para desempenhar o papel de minha consorte nas ocasiões sociais.
Zenith, proveniente de um bordel em Preslav, destacava-se como uma das prostitutas mais célebres do lugar, e já havia servido em meu castelo em mais de uma ocasião. Distinguia-se de suas colegas de profissão por sua erudição e sofisticação. Apesar de sua juventude, a encantadora loira de pele alabastrina demonstrava um apreço notável pela cultura em geral. Apaixonava-se pelos clássicos de Beethoven e Vivaldi, mergulhava nas obras de Rousseau e Kant, e dominava o conhecimento sobre Da Vinci e Monet.
Sua instrução era notável para alguém de sua tenra idade, e, por suas virtudes excepcionais, decidi desde sua primeira noite em minha cama que ela teria um destino distinto das demais profissionais do bordel. Zenith sobreviveu ao nosso primeiro encontro e, algum tempo depois, seguindo a tradição de perpetuação de nossa linhagem, decidi conceder-lhe a vida eterna em troca de sua dedicação e companhia leal. Assim, transformei-a em uma vampira na primeira noite de lua cheia daquele período.
O baile organizado por Lucien estava em pleno andamento nos salões do castelo que eu jamais havia visitado. Ao adentrar, acompanhado da bela Zenith, fui envolvido por uma atmosfera enigmática e sedutora. O evento era grandioso e extravagante, transbordando elegância e luxo. O castelo estava decorado com majestosos candelabros de cristal, cuja suave e misteriosa iluminação ressaltava as paredes escuras de pedra.
As convidadas, assim como Zenith, trajavam vestimentas sofisticadas e atemporais, exibindo elegantes vestidos com cinturas marcadas, saias volumosas e detalhes em renda ou bordados. Mesmo à distância, era impossível não notar a elegância com que a exuberante senhora Strauss se apresentava ao baile, com seus atrativos seios exibidos acima do decote do traje vermelho-escuro.
Maria Antônia Gonçalves vestia-se em tons de roxo, assim como a senhora Santoro, enquanto os matizes azul-marinho e preto prevaleciam entre as demais damas presentes no salão.
Os vampiros masculinos optaram por trajes formais, tais como casacas, fraques, coletes e calças de corte clássico. Eu, juntamente com Lucien e Mael, escolhemos o veludo como tecido principal, enquanto outros, como Hugo e Cedric Kobel, preferiram a seda, com sutis bordados e brocados como detalhes.
Embora o reconhecimento dos rostos não fosse imprescindível para mim, uma vez que possuo um olfato aguçado, a maioria dos convidados usava máscaras adornadas com plumas, rendas e pedras preciosas. Algumas mulheres complementavam seu visual com leques ornamentados, despertando a cobiça em minha acompanhante. Zenith jamais havia presenciado tamanha riqueza em sua vida, e maravilhava-se, incapaz de se desvencilhar de sua herança humana.
"Posso obter um leque, Dumitri?", perguntou-me ela, com alegria infantil. E respondi-lhe, sem muita paciência, que sim.
A música envolvente e hipnotizante preenchia o ambiente, como se tocada por uma orquestra invisível aos olhos, oculta atrás de uma cortina densa no fundo do salão. Os vampiros dançavam com graça e fluidez pela pista, seus movimentos pareciam quase sobrenaturais. Por toda parte, percebia-se conversas sussurradas, repletas de segredos e insinuações, o que me estimulou a me entremear na multidão.
Deixei Zenith a conversar com outras vampiras de idade semelhante à dela, próximo ao balcão de bebidas, e me aproximei disfarçadamente de Adela. A ruiva estava deslumbrante em seu vestido negro e máscara adornada com plumas brancas. Embora naquela noite ela fosse o par de Mael D'Aramitz, brindou-me com um sorriso carregado de luxúria.
Indagou-me sobre Zenith e minhas intenções em relação à búlgara, o que me obrigou a enfatizar que nossa relação era estritamente superficial. Perguntei-lhe o mesmo sobre Mael, e a ruiva foi categórica ao afirmar que entre ela e o francês não havia nada além de atração carnal.
"Nós fodemos", disse-me literalmente, "nada mais que isso".
Indaguei se nosso relacionamento também se baseava apenas em união sexual, mas ela não hesitou em responder que comigo ela desejava algo além do coito. Ela aspirava construir um império ao meu lado.
14 de fevereiro, 1827.
Em determinado momento do baile, enquanto Lucien fazia seu discurso pomposo agradecendo a presença de todos e celebrando o sucesso de sua liderança entre os de nossa espécie, aproveitei a ocasião para deixar o salão e procurar a área reservada aos empregados. Encontrei Ruxandra solitária em um canto, próxima ao pé da escadaria que conduzia aos andares superiores.
Dali, Ruxandra se divertia apenas ao escutar o som da orquestra, enquanto imaginava-se deslizando pelo salão na companhia de um nobre príncipe. Em sua fantasia, ela trajava um suntuoso e custoso vestido de gala, irradiando uma felicidade que jamais havia experimentado em sua vida monótona.
"Quem seria esse príncipe valoroso que a conduziria pelo baile ao som da música?", perguntei-lhe, antecipando sua resposta pela forma como ela me olhava de baixo, sentada ao pé da escadaria.
"Você", respondeu-me ela.
A título de curiosidade, contei-lhe um pouco sobre o baile e todo o ambiente que havia presenciado nas últimas horas. Seus olhos castanhos brilhavam ainda mais enquanto sua mente viajava, criando inúmeras histórias baseadas em minhas descrições. Em determinado momento, convidei-a a espiar a festa, permanecendo oculta. No entanto, ela argumentou que sua mãe a mataria se descobrisse.
"Estará comigo. Nada de mal acontecerá se estiver em minha companhia", disse-lhe, transmitindo confiança.
Ruxandra mordeu os lábios levemente constrangida, mas, por fim, tomou a decisão que lhe pareceu mais acertada. Segurou minha mão e juntos nos dirigimos à seção do castelo de onde a música ressoava mais alto, criando uma atmosfera de intensa sedução nas paredes frias e imponentes da fortificação.
Furtivamente, observei seu objeto de desejo de uma das aberturas dos balaústres que dava para o salão de festas. Ruxandra segurava-se à estrutura de mármore, maravilhada ao contemplar as pessoas dançando abaixo, com os olhos arregalados. Naquele momento, Zenith era conduzida por Lucien Archambault pela pista de dança, enquanto Mael, segurando firmemente a cintura de Adela, dançava uma valsa.
Antes que percebesse, a mulher de cabelos flamejantes descobriu-me escondido na área elevada do salão e lançou-me um olhar repleto de inveja por conta de minha acompanhante. Enquanto isso, Ruxandra permanecia abaixada, em seu simples vestido de algodão, fascinada, sonhando que estava participando da festa em minha companhia.
Ela estava apaixonada não apenas pelo magnetismo e ostentação da vida que nós, os mais abastados, desfrutávamos. Acima de tudo, Ruxandra apaixonava-se cada vez mais por mim, em sua ingenuidade juvenil.
13 de maio, 1828.
Em minha derradeira visita a Pleven, convidei Ruxandra para um passeio em meu coche pelas pitorescas ruas da vizinhança, e ela não pôde resistir a tão audaz convite. Vestiu seu traje mais elegante, prendeu os cabelos escuros em uma trança longa, adornou seu pescoço com o rubi que lhe presenteei em seu aniversário de dezesseis anos, e acompanhou-me por longas horas além dos portões do castelo, dos quais jamais havia se aventurado.
Nosso relacionamento havia evoluído gradualmente de uma sincera amizade para um romance não-declarado, contudo, eu a mantinha pura como quando a conheci, aguardando o momento propício para torná-la minha tão ansiada esposa moroi, proveniente de uma linhagem mística.
Ruxandra agora conversava abertamente a respeito de sua herança genética, e havia extraído da mãe segredos nunca antes revelados a respeito da luta de Alanna, a sua avó, com os seres diabólicos que, outrora, haviam tentado rasgar o tecido entre as realidades e atravessar para o nosso lado, o lado dos humanos.
Devido à sua limitada compreensão histórica, a bela jovem não compreendia a fundo a importância do trabalho que Alanna desempenhara no passado ao lado de seus amigos feiticeiros, pessoas das quais Arlene sequer tinha conhecimento. Ela tampouco compreendia o verdadeiro significado de ser a herdeira de uma linhagem tão poderosa como a dos Dubhghaill.
Afirmava constantemente que não possuía a capacidade de grandes feitos, que nascera para servir e jamais se tornaria poderosa como sua avó... A isso, refutei veementemente.
Sem assustá-la, instiguei Ruxandra a acreditar que estava destinada a se tornar uma mulher notável no futuro, e que seus antigos sonhos de ser uma princesa a dançar em um baile de máscaras eram insignificantes em comparação ao destino que a aguardava como minha consorte.
Pouco antes de retornarmos ao castelo, ela brindou-me com um sorriso repleto de emoções e, encantada, permitiu-me beijar-lhe os lábios pela primeira vez.
13 de maio, 1828.
Era um dia nublado de verão, com os raios solares encobertos por densas nuvens no céu, o que me permitia deambular pela cidade mesmo durante o dia. Embora eu fosse mais resistente à luz solar do que a maioria dos vampiros, raramente ultrapassava meus limites de tolerância.
Ao ordenar que Rowan retornasse ao castelo com o coche, deparamo-nos com Arlene postada junto ao portão que dava acesso à área dos serviçais. Seu semblante estava marcado por sobrancelhas arqueadas e olhos estreitados, o que causou apreensão em Ruxandra, sentada ao meu lado na carruagem.
Arlene fitou-me, como de costume, com o olhar de quem vislumbra um demônio, e agarrou o antebraço da filha antes mesmo que ela desembarcasse da cabine. Empurrou-a para o interior da varanda com acesso ao castelo e ordenou-lhe que aguardasse ali.
Desembarquei do coche pronto para me desculpar pela audácia de levar a jovem para um passeio sem a prévia permissão da mãe, mas, ao tentar ser cortês com a mulher, ela se afastou imediatamente, com um olhar oscilante entre o temor e o terror.
Teria ela pressentido, tal qual sua mãe, a malignidade de minha essência?
Teria Alanna preparado a filha para discernir o mal e, nesse caso, se proteger dele?
Teria Alanna descoberto meu segredo tão bem guardado e compartilhado com a filha após minhas ocasionais visitas ao antiquário de sua mãe em Hîncesti, há quase duas décadas?
Seria Arlene capaz de reconhecer-me como o mesmo cavalheiro que costumava ser um cliente assíduo da loja de antiguidades de sua mãe?
30 de junho, 1828.
Registra-se neste momento um desabafo amargurado, cujo cerne carrega as marcas de um coração partido. Há pouco, retornei a Varna após uma breve viagem a Pleven, e, para minha surpresa, deparei-me com algo completamente diferente do prazeroso e agradável convívio com minha doce Ruxandra.
Envenenada pelos devaneios de sua insana mãe, a outrora apaixonada senhorita Székely dirigiu-me um olhar de fúria inominável assim que a encontrei ao pé da escadaria da ala norte do castelo, como era de costume. Agindo de forma vil como jamais havia presenciado, a jovem acusou-me de manipulação, negando categoricamente o nosso ainda incipiente romance.
Em meio a lágrimas, ela alegou que não estava em pleno uso de suas faculdades mentais durante nossos encontros furtivos nos recantos do castelo, e que jamais se sentiu à vontade em minha presença. Aproveitou a oportunidade para descrever-me como assustador como um cadáver-vivo, uma criatura repugnante, embora não pudesse resistir a mim sempre que nos víamos.
Num primeiro momento, eu não entendia o que havia mudado em nossa relação foi quando, para a minha surpresa, percebi que em vez do brilho da pedra rubi com que lhe presenteei em sua décima sexta primavera, Ruxandra usava em seu pescoço uma joia que há muito tempo eu considerava perdida, mas que estivera no seio de sua família aquele tempo todo.
A razão por trás de seu furioso ataque estava relacionada ao fato de que a jovem estava protegida pela magia imbuída na pedra rubra da ágata-de-fogo, a mesma que, quando engastada em um amuleto prateado, havia anulado meu poder de compulsão sobre Alanna e gerado um profundo repúdio em relação à minha pessoa.
Longe de me considerar derrotado pelas ardilosas tramas tecidas por Arlene Székely para manter sua meiga filha fora de meu alcance, pretendo fazer uma última e derradeira investida sobre Ruxandra, tomando-a como minha esposa de uma vez por todas, ainda que isso implique em sacrificar algumas das pedras que se encontram em meu caminho.
3 de julho, 1828.
A convocação repentina de Lucien Archambault para seu castelo em Pleven me pegou desprevenido, e sequer tive a oportunidade de recusar tal chamado, uma vez que ele enviara quatro de seus vampiros soldados mais experientes para me buscar em Varna.
Ao chegar ao castelo, vi-me cercado pelo Triunvirato do Concílio de Sangue em uma sala isolada no terceiro andar, e o assunto tratado alarmou-me: Ruxandra Székely. Contrariando minhas expectativas, Arlene e Iorghu haviam procurado o patrão em um momento de desespero. Sua filha única havia desaparecido do castelo, e, após minuciosa busca em todas as seções do imponente palácio, concluíram que a jovem havia fugido além dos portões de ferro que cercavam a propriedade.
Por consideração a seus leais servos e compreendendo o desespero do casal, Archambault designou seus melhores homens para vasculhar a região e os arredores em busca de Ruxandra, mas em vão. Onde quer que ela tenha buscado refúgio, mesmo sem conhecer nada além do castelo onde vivia, a jovem conseguiu encobrir meticulosamente seus rastros.
Além da acusação de meu envolvimento proibido com a jovem, fui atacado por meus pares por corrupção e pelo suposto uso indiscriminado de meus poderes para seduzir a filha dos Székely.
Como mencionei em registros anteriores de meu diário, Archambault e seus lacaios desconheciam os dons psíquicos que há muito tempo domino, desde minha infância, ainda na minha primeira visita às ilhas gregas de Mykonos. Considerando-o um dom inato, Archambault argumentou que eu não era uma pessoa confiável para ele e seus associados. Eu era visto como traiçoeiro e, detendo tal poder de influência, era capaz de tudo para galgar degraus dentro da hierarquia vampírica.
Lucien e Mael já haviam decidido que minha expulsão do concílio era a melhor solução para restabelecer a ordem entre os clãs, quando recorri, como último recurso, a Adela. No entanto, mesmo após anos de conspiração conjunta para destituir Archambault de seu posto de líder dos vampiros, ela negou qualquer aliança anterior comigo diante dos amigos e patriarcas do grupo, e condenou-me ao exílio.
Sem ter a oportunidade de explicar a Arlene ou a Iorghu minhas reais intenções para com sua inocente filha, Mael fez questão de me escoltar pessoalmente até a saída do castelo. Preso por seus braços, ouvi-o confessar que nunca foi a favor de minha admissão no conselho e que ele, assim como muitos outros de seu clã, abominava-me.
No momento em que percebi o tilintar de uma lâmina de prata atrás de mim, entendi que seria executado após minha expulsão do concílio. O quarteto de vampiros que me buscara em Varna emergiu das sombras do pátio, e fui forçado a lutar por minha vida enquanto Mael observava, aguardando o momento de me apunhalar.
Matei cada um dos soldados de seu exército com violência e, em seguida, enfrentei-o frente a frente. O francês possuía habilidades de combate desconhecidas por mim e era, de certo modo, mais forte, apesar de eu superá-lo em idade e experiência. Temendo que o herdeiro dos D'Aramitz fincasse sua lâmina letal em meu corpo, fui obrigado a escapar do castelo.
Ainda fui perseguido por vários quilômetros pelo esquadrão de vampiros designado para me capturar, e aquela noite foi terrível em muitos aspectos. No entanto, consegui escapar ileso, como sempre.
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