Madrugada Tenebrosa
A cada passo para dentro da floresta, com a pouquíssima iluminação que -milagrosamente- a lanterna resolveu ajudar, Felix sentia sua pele mais fria, era comum as madrugadas Australianas serem frias, porém não tanto nesse nível. Estava frio do ponto de que caso andasse assoprando pela boca, soltaria a famosa "fumaça de frio".
A cada passo, o som das folhas se partindo o assustava cada vez mais, tinha que admitir, era um baita de um covarde, ainda mais nesse momento que aconteceu tanta coisa bizarra ao mesmo tempo, estava a um passo de gritar, ainda bem que estava acostumado aos animais dali. Também tinha noção que estava um pouco distante da explosão de mais cedo, porém se fosse contar com a guarda florestal, demoraria para ter alguma movimentação para descobrir o que aconteceu, já que vários lugares poderiam ter sofrido de falta de luz e nem todos eram loucos de entrar numa floresta, na Austrália, de madrugada e com uma lanterna que iluminava menos que um palmo de distância.
Estava aos soluços com os sons assustadores, quando seu pé havia agarrado em algo pesado e grade, o que causou numa queda terrível, sentia seu corpo rolar contra a grama, algo queimava em seu braço, provavelmente havia se cortado durante a queda, tanto em seu braço esquerdo, quanto em suas duas pernas, próximo de suas coxas.
Suas lágrimas escorregam por sua face quando finalmente parou de rolar, via de fundo a pouca iluminação da lanterna, com o borrão do que parecia ser um pedaço de latão vermelho.
Dolorosamente, se levantou, mancando até a iluminação e buscando sua lanterna, quando percebeu que o rubro que enxergava no latão, na realidade se tratava de sangue, e o pior, havia muito.
Era um rastro naquele objeto.
Conforme seguia a mancha carmim, percebia que mais pedaços de latão estava espalhado, com sangue em suas extremidades, como de algo grande tivesse sido esmagado, ou pior, muitas coisas tivessem sido gravemente feridas ao mesmo tempo.
Com o engolir da saliva, continuou seu caminho, mal percebendo que algo estava a espreita, aproveitando do silêncio e da escuridão para se esconder.
Notava que estava mais perto a medida que o chão se tornava mais difícil de se equilibrar, até que finalmente, percebeu que seria impossível continuar.
Uma enorme barricada de ferro impedia seu caminho, era algo tão extenso quanto uma casa, porém não era tão alto, quanto mais tentava contornar, maior notava que era. Porém algo o fez tremer da cabeça aos pés.
Aquel estrutura que misteriosamente parecia intacta com a queda, possuía um enorme buraco feito no canto, o que causou no embrulho de seu estômago, aquele rompimento foi claramente causado de dentro para fora, não de fora para dentro que como seria esperado por uma queda como essas, seguindo a abertura da estrutura, era possível notar pedaços de árvores caídas, destruídas, por algo grande e, aparentemente, desastrado.
Sua cabeça repleta de teorias começou para trabalhar, sua garganta secou, notando o que não queria perceber. Aquele caminho era próximo do caminho que fez, o qual percebia pedaços gigantes de ferro ensanguentados. Seja lá o que saiu dali, sabia que aquela direção era a casa mais próxima. O que lhe desesperou ainda mais foi que finalmente notou, a única casa próxima era a sua própria e ele estava sozinho por mais de quinhentos quilômetros em todas as direções nos possíveis 360°.
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