Madrugada em Grunhidos

O soluço soou mais alto do que o esperado, os olhos de ambos ficaram arregalados, enquanto suas respirações pareciam desaparecer.
A criatura berrou, um grito grutal e grave, enquanto corria com toda sua fúria na direção do emissor daquele sonar irritante aos seus sensíveis tímpanos.

Felix sentiu seu corpo sendo impulsionado para longe, seu corpo bateu contra a parede da casa, soando em um baque alto, porém não tanto quanto o som do rapaz desconhecido gritando em pânico e o som dos ossos sendo quebrados um por um.
O sangue se espalhou pelo chão como um copo de água espatifado sobre o piso de taco, escorrendo ao redor molhando todo o mato baixo com uma tremenda facilidade.

O enjoo lhe atingiu, porém não conseguiu raciocinar muito, até sua vista escurecer lentamente, ao som dos passos ocos vindo quase sorrateiramente em sua direção.

Sua respiração se prendeu, como se fosse naquele instante falecer, porém ainda não era sua hora, o universo o queria vivo, por isso lentamente sua respiração voltava e diminuía, o suficiente para a criatura desistir da presa e voltar para a floresta atrás de algum animal inocente que havia feito seu som naturalmente, inerte do perigo que agora habitava esse lugar.

Não saberia dizer o tempo que esteve desmaiado, mas sinceramente, estava grato por estar vivo ainda.
Olhando ao redor, notou que ainda estava no mesmo local, caído e repleto de feridas pelo corpo.
Sua cabeça doía como se tivesse batido, porém não se lembrava de bater a cabeça na queda.

Suas sobrancelhas se franziram, não via o sangue que antes manchava o mato baixo do tom carmim, assim como não via os retalhos de pele e músculo, ou os pedaços quebrados de ossos.
Não conseguia levantar direito, tudo doía, porém depois de muito tentar, havia conseguido.

O céu ainda estava escuro, normalmente demorava tanto assim para amanhecer?
Engolindo uma tosse seca, o Lee se levantou, se apoiando na parede para ter o devido equilíbrio. Mais uma vez olhou ao redor, realmente não haviam sinais de que aquele rapaz tivesse morrido na sua frente.

Por exceção das galinhas falecidas ao redor do galinheiro, poderia acreditar que estava sonhando com um desconhecido e um alienígena no meio da floresta próxima a sua casa.

Lentamente, caminhou para sua casinha, destrancando a porta antes de finalmente a abrir e entrar.
Suas sobrancelhas mais uma vez se franziram, sua casa estava limpa e organizada, enquanto nada parecia fora do lugar. Lembrava que quando faltou luz, fez uma tremenda bagunça naquela casa toda em busca da bendita lanterna.

Estava estranho, estranho até demais.

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