𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒
❛Espinhos❜

❛ato um: amanhecer!❜

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𝐎 𝐃𝐈𝐀 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐈𝐍𝐓𝐄 Depois de fazer as pazes com Robby, Lara teve que ir ao mercado comprar mais comida para os dois. Ela estava procurando coisas enquanto Robby empurrava lentamente o carrinho atrás dela. A loira pegou um pouco de molho de tomate e colocou no carrinho.

— Por que você está pegando molho de tomate? — Robby perguntou enquanto a pegava no colo.

— Espaguete, o que mais? — Ela respondeu enquanto olhava para a lista de compras.

— Você pode me trazer pão de alho no corredor cinco? — Lara perguntou ao garoto.

O menino de olhos verdes assentiu, virou lentamente o carrinho e se dirigiu para outro corredor. Depois que ele saiu, Lara tentou pegar um pacote de espaguete que estava na prateleira de cima. Robby já havia saído, então ela não tinha a altura dele para ajudá-la.

— Ei, deixe-me ajudá-la. — Uma voz desconhecida ofereceu, enquanto a pessoa se aproximava e pegava o macarrão para ela.

Lara virou-se para olhar a pessoa e viu que era Miguel, um de seus colegas de classe na aula de artes.

— Oh. Obrigada, Miguel. — Ela agradeceu, sorrindo.

— Na verdade, eu ia vir aqui pedir o seu número, mas vi você com aquele cara. — Ele admitiu, sem jeito, enquanto Lara começou a caminhar em direção ao final do corredor.

Ela riu levemente do que ele disse.

— Ele é seu namorado? — O garoto hispânico perguntou quando chegaram ao final do corredor.

Lara sorriu de lado e se virou para olhar para Robby, que aparentemente havia parado para perguntar algo a um funcionário.

— Sim, ele é meu namorado. O nome dele é Robby, mas ainda posso lhe dar meu número. Um novo amigo nunca é demais, certo?

Miguel balançou a cabeça e sorriu.

— Certo. Bem, devo escrever meu número para você?

— Claro. — Lara tirou o celular do bolso da calça, desbloqueou e o entregou para o moreno escrever seu número.

— Que estranho, certo? Acho que esta é a primeira vez que temos uma conversa de verdade. — Miguel comentou, digitando na tela.

— Sim, é a primeira vez que conversamos. Mas devo dizer que minha confiança melhorou desde que treinei caratê.

— Sério? — Lara sorriu, lembrando-se das histórias que sua mãe contava sobre sua juventude.

— Onde você treina?

Miguel devolveu o celular e deu um enorme sorriso para Lara. A garota achou que ele parecia uma espécie de cachorrinho feliz.

— Eu treino em um dojo chamado Cobra Kai. Você gostaria de treinar comigo algum dia?

— Lara? — Robby interrompeu ao perceber que ela estava muito próxima do outro garoto e também ao vê-la entregando o celular para ele.

A loira se virou para encarar o namorado.

— Eu conheço você? — Miguel sorriu sem jeito para ela enquanto a garota olhava para os dois, começando a se preocupar.

Robby tinha muitas qualidades, mas ser amigável com outros garotos que se aproximavam dela não fazia parte delas.

— Ei, meu nome é Miguel. — O moreno começou a se afastar da garota.

— Eu só estava sendo gentil.

— Bem, ela não está interessada na sua gentileza. — Robby parecia muito mais intimidador do que no dia anterior; na verdade, ele parecia uma pessoa completamente diferente.

— Esquece, cara, esquece. — Miguel se despediu rapidamente de Lara antes de sair correndo.

A garota de olhos cor de mel virou-se para olhar para Robby com uma expressão abertamente surpresa no rosto, sem nem saber o que dizer.

— Qual é o seu problema? — Ela deixou escapar quando finalmente encontrou a voz, baixa o suficiente para que ninguém mais ouvisse.

— O quê?

— Ele é um bastardo, pedindo seu número assim que eu saí. — Robby disse na defensiva.

— Tivemos uma conversa de dois segundos porque estamos na mesma aula de artes. — Lara franziu a testa. — E, sinceramente, isso não é da sua conta.

Robby olhou para ela por um longo momento. Lara não conseguiu identificar sua expressão, os olhos verdes brilhantes procurando pelos dela.

— Não é da minha conta? Você é minha namorada, pelo amor de Deus!

— Acalme-se! — Lara sussurrou, erguendo o queixo para encará-lo. — Acabamos de fazer as pazes, Robby. Você e seus amigos invadiram minha casa há um dia.

— Eu já pedi desculpas por isso. — Ele balbuciou.

— Achei que estávamos bem.

A garota suspirou e passou a mão pelos cabelos, exasperada.

— Estamos bem, Robby. — Declarou Lara. — Mas não estaremos mais se você agir assim só porque alguém falou comigo.

— Escute, não… — O loiro lambeu os lábios e abaixou a cabeça para tentar conversar com Lara com mais calma. — Sinto muito, ok? Eu exagerei.

— Sim, você exagerou. — Lara confirmou, desejando poder se afastar dele como faria com qualquer outra pessoa.

— Ok… agora vamos para casa.

— Você ainda vai fazer o espaguete?

— Não. — Lara olhou para ele, levantando uma sobrancelha. — Faremos ambos.

Quando Lara e Robby terminaram de fazer o espaguete, ambos estavam cansados. O processo foi ótimo, e no último minuto Lara decidiu fazer frango com laranja, o que demorou mais. Agora, eles estavam apenas assistindo TV, esperando a comida terminar de cozinhar.

— De jeito nenhum vamos ver Harry Potter e o Enigma do Príncipe de novo. — Robby colocou a cabeça no colo de Lara e olhou para ela com olhos de cachorrinho. — Já vimos isso umas vinte mil vezes.

— E você sabe que prefiro assistir Harry Potter e as Relíquias da Morte.

— Um beijinho? — O loiro fez sons com os lábios.

As idas e vindas continuaram e, com muito entusiasmo, os ataques ganharam força. Robby conseguiu agarrar a madeira por impulso, quebrando-a um pouco e deixando lascas e serragem caírem no chão. Enquanto isso, Lara continuava se contorcendo, murmurando coisas pouco inteligíveis.

Lara comia um chocolate Crunch com uma das mãos e, com a outra, acariciava os cabelos do namorado.

— Hoje é domingo, sabe o que isso significa? — Robby sorriu e pegou a mão da garota, apertando-a suavemente.

— Significa que você tem que escolher um filme. — O menino olhou novamente para a tela.

— Mas quero algo em troca.

— Ah, é? — Lara olhou para o garoto deitado em seu colo. — O que você quer?

— Um beijinho. — O loiro fez sons com os lábios, simulando beijos.

— Se quiser outra coisa, acho que posso resolver.

Eles literalmente caíram no sofá, seus corpos quase flácidos de cansaço. Mal conseguiam respirar.

— Robby, isso foi tão… incrível.

— Posso dizer o mesmo de você. Você é incomparável. — Ele piscou para ela com uma expressão de flerte atípica, fazendo-a corar.

— Estou muito cansado. — Disse ele, sentindo o peso das pálpebras.

— Eu sei. Durma, Cupcake. Eu estarei aqui para você.

E, assim, Lara se rendeu aos braços de Morfeu.