Na cara da senhorinha

No condomínio onde eu costumava passar as férias escolares fica num terreno inclinado, perto da praia. Nas férias, sempre tinham casas alugadas por lá, e ia gente de todas as idades - incluindo alguns ex-peguetes.

A casa de três grandes amigas minhas ficava bem no topo desse terreno e a casa que eu ficava era mais ou menos no meio do terreno. Tinha combinado com uma delas que eu ia ajudar ela a arrumar o cabelo já que ela ia sair com o namorado dela mais tarde.

Por isso que nem esperei direito a comida do almoço sentar no bucho e eu já estava subindo a ladeira, pleno meio dia e meia, no verão do Ceará - isso significa muito, acredite, quase uma prova de amizade.

A reação foi acontecendo na minha barriga e eu nem vi acontecendo direito. Senti vontade de arrotar, e como achei que não tinha ninguém perto de mim, soltei ele sem dó. Só que eu não estava sozinha.

E não foi apenas um arroto simples. Foi apenas o maior arroto da minha vida. Juro, que ele ecoou nas paredes do condomínio, foi um absurdo de alto.

Quando eu olho para dentro de uma das casas, tinha uma senhorinha. Sabe aquelas senhorinhas fofas, com xale e tudo mais, cabecinha branca e super fofa, daquelas que distribuem abraços quentinhos e engordam os netos e bisnetos? Pois é, era justamente uma senhorinha assim que estava me olhando tão horrorizada, que por um segundo pensei que eu tinha batido nela.

Era uma desconhecida, eu nunca mais a vi, mas a vergonha foi tão grande que eu me lembro disso até hoje.

👵🤐

Mais tarde nesse mesmo dia eu descobri que a senhorinha tinha um neto lindo, mas as minhas chances com ele nunca existiram, preferi deixar pra lá.

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