Amor Longínquo

Fogem de mim os deleites da alma
Corações busco pelo vento, em revoada
Tento apanhá-los, corto-me em suas garras
Que arranham, fissuram, matam. Tão pesadas

Elas escorregam entre meus dedos como sangue
Meu próprio escarlate, afogado neste mangue
Carne que pulsa, que sofre, e que sente
Incha sob espinhos, demasiada carente

E mutila-se, cada vez que suspira por alguém
Amputada por tantos vultos inalcançáveis
Decepada por tantos rostos impalpáveis
E rasgada, parte à parte, enquanto respira

Vive para crer, de novo, no eco mais pueril
Cala este imenso vazio, um instante de sonho
Mas sabe, do limbo, um lugar tão medonho
Onde nele se afundou, e de lá nunca mais saiu.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top