A volta para casa foi tranquila, Aless se perdia em pensamentos e Adrian também.

Não sabia como faria agora, agradecia por não tê-la apresentado aos vampiros de seu clã. Mas não podia continuar mentindo. Agora reconhecia que não podia perdê-la e muito menos oferecê-la entroca de sua vida.

Olhou para moça que estava distraída olhando a noite pela janela. Suas mãos as vezes parecia ter vontade própria, ou o fato da pele dela ser tão macia fosse a principal causa de não poder ficar sem tocá-la. Acariciou o cabelo dela enrolando o dedo em uma das mechas. Aless sorriu com o carinho e o olhou.

- Está tudo bem? - perguntou.

- Sim - respondeu e carinhosamente segurou a mão dela que descansava sobre a cocha.

Aless voltou a olhar pela janela admimirando a noite. Sabia que seu coração estava a um pequeno passo de ser dele para sempre, e temia que isso acontece, afinal até então, seu envolvimento era apenas sexual e possivelmente profissional.

Ela mecheu no cabelo entrelaçando seus dedos nos fios. Adrian a observava com atenção. Cada reação do corpo feminino revelava inquietação. Ele não tinha ideia do que estava se passando com ela.

Acariciou seus dedos com um carinho suave e notou quando ela sorriu. Como faria? Pensou. Como podia resolver essa situação?

Contar a verdade poderia ser um começo. Mas e se ela não o aceitasse? Ele mesmo levou anos para se aceitar. E Ainda havia a verdade sobre o passado dela, sua verdadeira origem. Seria ela capaz de perdoá-lo, quando descobrisse que ele fora de modo direto o responsável pelas tragédias desencadeadas em sua vida, será que ainda lhe daria seu amor?

Voltou seus olhos para a rua movimentada. Se lhe contasse a verdade teria muito a perder. E era possível que ela não o aceitasse. Podia omitir algumas coisas porém não sabia até quando poderia guarda seus segredos.

O transito estava caótico, possivelmente por conta dos eventos que ocorriam na cidade. Aless adormeceu no banco do carro. Sua respiração estava leve e suas bochechas coradas.

Adrian sorriu ao vê-la sobe as luzes da cidade. Os potos reluzentes em seu sangue dançavam em sua pele. Ele soltou a mão que até então segurava. E tocou o cabelo que balançava com a brisa da noite, lançando sobre ele o doce aroma de sua pele.

Tinha que mantê-la a salvo, até agora só Algustus conhecia sua real condição. Porém se mais algum vampiro a visse não demoraria para notar sua importância assim como ocorreu com ele.

Ao estacionar o carro, desceu a pegando nos braços.

- Adrian... - sussurrou manhosa e sonolenta.

- Shii. - ele sussurrou a apertando em seus braços.

Afinal tudo era motivo para tê-la por perto. Protegê-la agora seria sua prioridade. A deitou na cama cobrindo com o edredom, depositou um beijo cálido em sua testa e saiu do quarto.

Apanhou seu celular no bolso e ligou para o único que mesmo depois de tudo sabia que podia contar. Após vários toques, a voz rouca e pesada foi ouvida do outro lado da linha.

- O que você quer?

- Algustus preciso da sua ajuda. - falou direto, não se desculparia pelas coisas do passado.

- O que fez com ela dessa vez? - perguntou acusando-o.

- Ela está bem. Porém eu... - não sabia como concluir.

- Você o que?

- Quero contar a verdade a ela.

- Você o que? - A surpresa era nítida. - o que te fez mudar de ideia?

- Eu... só... - talvez admitir o ajudasse, porém não conseguia.

- Quando vai contar?

- Não sei, isso envolve muita coisa e...

- Tudo bem. Acredito que você queira o amuleto, terei ele em mãos em dois dias.

- Obrigada. - ele falou sincero.

- Não fiz por você.

O bip foi ouvido seguido do silêncio. Depois de séculos juntos Algustus agora estava distante. Seria possível que estivesse apaixonado por Aless?

Só a suposição já mechia com o ciúme de Adrian. Melhor seria esquecer, visto que a humana não olharia para outro. Ou olharia?

[...]

- Eu não sei como resolver isso. - Amélia falou ao dar um gole no chá que lhe serviram.

- Me conte o porquê, afinal retirar a marca é algo doloroso e requer um sacrifício que talvez não esteja disposta a pagar. - O homem alto de cabelos cumpridos e negros, falou ao se sentar na frente dela.

- Eu disse ele me traiu. - gesticulou irritada. - é eu já estava me tratando diferente com segredos e tudo piorou quando levou a humana estranha para casa, com aquele cheiro de fruta fresca e sangue brilhante, só pode ser uma aberração... - tagarelou sem parar.

- Sangue brilhante? - o vampiro a interrompeu.

- Sim. Algustus chegou com ela dizendo que era um favor que faria para Adrian. O mais estranho foi que Adrian depois de dois dias apareceu furioso, Algustus tinha acho que raptado a garota dele. Não esperei para ver como resolveram. Já estava furioso por ele dedicar tanto tempo a ela.

- Essa garota tem nome? - perguntou enquanto andava de um lado para o outro.

- Era Aless, por que o interesse nela? - perguntou aversa a situação.

Os olhos do homem a sua frente mudou do violeta para o carmesim.

- Como estava te dizendo a uma forma de tirar a marca em você, na verdade duas se minhas suspeitas estiverem corretas. Uma você mata quem te marcou ou volta a ser humana, o pacto de sangue não funcionam em humanos.

- Eu não quero matá-lo. - falou triste - como voltaria a ser humana?

- Há lendas que dizem, que somente o sangue do criador pode destruir sua criatura ou torná-la mais poderosa.

- Não sei se entendo. Onde conseguiria esse sangue?

- Onde não, com quem? Você sabe onde está a garota? - um sorriso tomou os lábios dele.