Tempo, longo tempo
Aless andava pelo apartamento sem ter o que fazer. Algustus havia saído para trabalhar e nada lhe disse. Sua mente não parava de pensar em Adrian. Já fazia dois dias que estava ali e ele se quer ligou para perguntar se estava viva.
Será que depois do que aconteceu entre eles, o encanto por ela havia se esvaindo? E agora usará uma viagem como desculpa para não vê-la mais? Se perguntou. E triste sentou no sofá com as mãos sobre os olhos.
[...]
Adrian ainda estava no quarto que antes pertencia a ela. Desde que receberá a notícia de sua morte se trancou ali. Não queria se alimentar ou trabalhar. O cheiro dela aos poucos sumia dos lençóis. E o coração dele batia lentamente com uma dor desconhecida. Nem mesmo quando serena se foi, doeu tanto.
As lembranças de Aless em seus braços, o sorriso iluminado e os pontos de luz em seu sangue. Ele sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto. Ele lhe roubou a vida e perderá a sua no mesmo instante. Se pudesse voltar no tempo faria diferente. Jamais a tocaria, jamais crusaria seu caminho. Mais uma vez abraçou os lençóis.
[...]
Algustus chegou em casa a ponto de ver Aless apanhar o telefone fixo na sala.
- O que está fazendo? - perguntou tentando mascarar sua preocupação.
- Eu... - Ela sorriu sem geito. - pensei em ligar para ele.
- A entendo. - Algustus colocou as sacolas no chão e seguindo até ela, delicadamente apanhou o telefone devolvendo para o gancho. - quando Adrian quiser ele vai ligar.
- Algustus fale a verdade, Adrian perdeu o interesse em mim? - Ela tentou conter a vontade de chorar.
Algustus ouvido as batidas do coração dela, entendeu o que estava acontecendo.
- Aless se apaixonou por ele, não é mesmo?
Ela desviou o olhar. - Não sei se paixão é a palavra. Apenas sinto saudade e não entendo por que ele não.
- Acho que precisa se distrair, se divertir um pouco. - ele segurou nas mãos dela a pondo de pé. - Vamos sair, vou te mostrar a cidade, que acha? - perguntou animado.
- Pode ser. - sorriu fraco. - afinal se Adrian não a queria, ela que não correria atrás.
Algustus lhe mostrou as roupas que comprou para ela, diferente das que Adrian havia lhe dado, essas eram abertas e decotadas.
Amélia entrou na sala encarando os dois que sorriam olhando as peças.
- Oi querido. - Ela falou ao encarar Algustus.
- Amélia venha. - Ele estendeu a mão.
- Não quero atrapalha-los. - fingiu um sorriso.
Algustus apenas confirmou com a cabeça. Sabia que sua vampira estava com ciúmes mesmo não havendo motivo para estar.
Quando o sol se pós Aless já estava pronta, vestida em um lindo tubinho de franjas vermelho ao qual se aderiu com perfeição ao seu corpo. Ela deixou os cabelos soltos e optou por um salto agulha preto.
- Está magnífica. - Algustus falou ao se escorar na porta.
- Obrigada. - ela sorriu devolta. - a onde vamos.
- A uma boate de um amigo. Venha. - a chamou lhe estendendo a curva do braço.
Do quarto Amélia ouvia tudo. Ele se quer a convidou deixando claro sua vontade de ficar a sós com a humana. Poderia parecer bobagem, mas Aless representava um risco ao qual ela não queria correr.
Se Adrian queria a garota por que não estava ali com ela. Ou pelo menos ligava para saber da infeliz. Com ciúmes ela sacou o celular do bolso do casaco que usava.
O celular de Adrian apenas tocava, e caia na caixa de mensagens. Não era justo que Algustus ficasse de babá enquanto ele curtia a liberdade. Descida a acabar com a fará de ambos. Ela esperou que Algustus saísse com a garota. E seguindo para garagem apanhou sua moto pilotando a pelas ruas.
Aless e Algustus não enfrentaram a filha que dobrava o quarteirão da boate. Apenas ao olhar para o segurança, ele os deixou passar.
O ambiente era amplo e as luzes piscavam em suas cores florescentes. O bar se estendia por todo o salão. E em algumas mesas havia o pole.
Aless estava encantada com o lugar.
- Divirta-se. - Ele falou ao lhe estender uma taça com um líquido vermelho
Transparente dentro.
Aless bebeu sentindo o sabor doce de cereja. Algustus a deixou por alguns segundos seguindo para uma ala afastada e pouco movimentada do salão. Ao bater em uma porta grade e vermelha a mesma se abriu.
- Entre. - a voz feminina falou.
- Oi. - Ele comprimentou ao passar pela porta que se fechou sozinha.
- Algustus o que veio fazer aqui?
- Preciso de um favor. - Ele falou ao notar que dois homens surgiram do nada se pondo em pé ao seu lado.
- Não gosto de fazer favores para sua raça. - Ela batucou os dedos na mesa.
- Nossas raças já se ajudaram antes.
- Minha mãe não costumava seguir as regras. - Ela se levantou.
- Por favor, não estaria aqui se não fosse importante. Eu pago o que pedir.
- Sabe que não temos interesse em dinheiro. - a ruiva jogou um cacho de seu cabelo para trás.
- Então lhe darei o que pedir.
Ela sorriu abertamente. - Pois bem. O que veio buscar?
- Certa vez sua mãe fez um feitiço de proteção o colocando sobre um cristal. Preciso desse feitiço.
- E a quem o vampiro quer proteger? - perguntou sorrindo.
- Isso não vem ao caso. Pode me ajudar?
- Claro. Porém o preço não será barato.
- Me fale. - Pediu temeroso.
- Sua caixa alma. - falou sem cerimônias.
- O que? - questionou perplexo. - não mesmo.
- Então nada feito. - Ela se sentou.
- Peça outra coisa, qualquer coisa. Mas não isso. - Ele tentou se aproximar sendo impedido pelos homens.
- Isso é tudo que me enterresa, ou você pode me dizer para quem é o feitiço.
- Para uma amiga. - Ele falou evasivo.
- E porque arriscar se tanto vindo aqui, por uma simples humana? O que não está contando? - Ela se aproximou.
- Por favor. - Ele pediu. - Ela é importante para mim.
- Se é importante, então traga a caixa. Ela se sentou.
- Eu não...
- Terminamos aqui. - Ela falou e toda a sala desapareceu diante dos olhos dele.
- Odeio bruxas. - ele falou com raiva.
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