Sofrimento e perdas
Ela correu pela floresta sentindo o sangue borbulhar em suas veias. Para alguns casais de vampiros como Adria n e Suzana a traição era algo natural. Porém não para ela que foi marcada por ele. Condenada para sempre ser de um único homem.
Conheceu Algustus no ano de 1990. Ela foi criada pelos avós que eram tradicionais as atingas regras. Uma moça só poderia se entregar para um homem depois que se casasse.
E por um logo período Amélia seguiu essa regra, isso até conhece-lo. Um homem misterioso que por ironia do destino a salvou de uma tragédia.
Era tarde da noite, Amélia havia ido a uma discoteca com suas amigas, no meio da noite, ela saiu para tomar um ar. Estava cansada e se fosse por sua vontade estaria em casa deitada em sua cama.
Por conta do frio ela esfregava os braços e se quer notou quando um homem segurando um punhal se colocou as suas costas. Ao sentir a ponta do metal gelado em suas costas, ela paralisou.
- Não tente gritar boneca. - a voz áspera ameaçou.
- Por favor eu não tenho dinheiro. - disse baixinho sentindo que logo iria chorar.
- E quem disse que eu quero dinheiro?
O patife a guiou para um beco escuro, ele ordenou que tirasse as roupas. E assim ela começou a fingir que faria, e em um momento de distração apanhou um dos sacos de lixo que estavam ao seu lado e girou batendo com força na homem. Óbvio que isso pouco o afetou. Ela correu sendo seguida por ele.
Com toda força de seus pulmões ela gritou por socorro, porém ninguém apareceu. Quando alcançou o fim da viela, para seu desespero havia uma grade de proteção impedindo a passagem.
Ela gritou ainda mais. Alguém teria que ouvi-la. Foi quando sentiu algo gelado perfurar suas costas e o líquido quente escorrer pelas mesma.
Com dificuldade sentindo uma dor alucinante, ela se voltou enchergando o homem que mais uma vez a esfaqueou na barriga.
Seu corpo despencou no chão de lama negra. Sua vista estava embaçado, e conforme seu sangue escorria o frio dominava seu corpo, a dor já não era sentida. O homem se colocou em cima de seu corpo e rasgava suas roupas.
Amélia só conseguia pensar em seus avós, nas coisas que ainda queria descobrir. Não queria morrer ali, não podia.
Derrepente o homem foi arracando de cima de seu corpo. Ela só viu vultos dele sendo jogado de um lado para o outro, seguido de gritos estridentes.
Seus olhos estavam pesados e o sono assim como a sede a dominou. Uma mão ergueu lhe a cabeça do chão.
- Beba - a voz sussurrou, na verdade tudo agora parecia um sussurrou. - por favor beba.
Ele falou mais uma vez encostando algo nos lábios dela, algo que não conseguiu distinguir no momento. Ela mordeu sentindo um sabor diferente como ferro misturado a mel. Sua garganta queimou, seu corpo tremeu e sacudiu como se entrasse em choque. Uma ardência no local das feridas abertas. E finalmente a escuridão a engoliu.
Não sabia ao certo por quanto tempo ficou desacordada. Se assustou quando abriu os olhos e se encontrou deitada sobre uma cama que não era a sua. As roupas ainda era a que está usando na hora do acontecido. Sua cabeça está confusa e as lembranças embaralhadas.
E a principal pergunta era. Onde estava? Se levantou sentido uma leve tontura e olhou em volta. Estava em um chalé, a lareira estava acessa e é podia ouvir o clepitar da lenha no fogo. Caminhou até a janela e ao abri-la notou que ainda era noite.
- Como se sente? - ela ouviu uma voz mansa perguntar.
Assustada olhou para trás em choque. Algustus estava escondido nas sobras, temia que de alguma forma ela tivesse visto seu pequeno show.
- Quem é você? - perguntou trêmula.
- Não precisa ter medo, não vou machucá-la. - ele se aproximou da sofrega luz do fogo, deixando que a moça o visse. - meu nome é Algustus.
- Amélia Thompson Ferraz.
- Como se sente Amélia? - ele se manteve parado.
- Eu... - Ela olhou para suas roupas e os rasgos. Estava praticamente nua. - Eu... - caiu de joelhos chorando.
Algustus não sabia o que devia fazer, mas não podia deixar a pobre moça nessa situação. Se jeito se aproximou dela se ajoelhando do seu lado.
- Porque choras? - perguntou ao tocar no ombro dela.
- Ele me... - tentou falar em meio aos soluços.
Entendo aque ela se referia , cabia a ele esclarecer.
- Não se preocupe, ele não conseguiu consumar o ato. - falou ao acariciar os cabelos macios da jovem.
- Não? - perguntou esperançosa e um brilho de alívio cruzou os olhos de esmeralda. - Obrigada. - agradeceu o abraçando.
Ele ficou sem reação, quando a moça se afastou cruzou os braços na frente do corpo, devia estar com vergonha ou com frio ele pensou.
- Se quiser pode tomar um banho e trocar de roupa, não tenho vestes femininas, mas...
- Obrigada. - ela sorriu fraco. - mas acho que deveria ir a polícia, afinal aquele mostro não pode ficar solto por aí. - ela se pós de pé com uma postura heroica que a alguns segundos não existia.
Algustus sentiu vontade de rir, porém se conteve.
- Não se preocupe. Eu garanto a você que ele nunca mais machucara ninguém. - a segurança na voz dele, trouxe um novo tremor ao corpo dela.
Naquela noite ela aceitou a ajuda dele, tomou banho e vestiu um roupa masculina que ele lhe emprestou. Algustus a levou para casa e esperou até que entrasse.
Seus avós a esperavam acordados, e ele pode ouvir uma discussão desagradável a respeito da conduta da jovem. As enganações sobre as roupas que estava usando e até mesmo afirmações errôneas sobre sua virtude.
Amélia até tentava se explicar e contar o ocorrido porém sem sucesso. Naquela noite ela chorou até adormecer. E ele como um anjo das trevas a observou, guardando seu sono.
Na manhã seguinte foi visitá-la com o prestesto das roupas emprestadas. Óbvio que esperou seus avós saírem para o trabalho.
Podendo ver o rosto de seu salvador a luz do dia, Amélia se encantou por ele, os olhos azuis mais intensos que já havia visto o cabelo puxado para um loiro outonal, e a pele branca como a neve. Desde aquele dia, tudo era pretesto e desculpas para se verem.
Algustus era um sonho. Cavaleiro, doce e sedutor. Mostrava interesse por tudo que dizia respeito a ela, lhe presenteava com flores e poesias recitadas ao canto de seu ouvido durante as noites que envadia seu quarto.
Como não se apaixonar? Como não desejar coisas que até então ela desconhecia? Seu corpo desejava algo ao qual nunca antes experimentará. Sua boca ficava seca ao imaginar como seria receber um beijo dele.
E isso finalmente aconteceu, na primavera. Algustus a levou para um passeio na praia. Que convenientemente estava deserta. Durante o por do sol, ambos sentados na areia quente e macia. Ele a abraçou por trás e sussurrou um soneto de Shakespeare em seu ouvido.
O corpo da jovem se arrepiou e a conhecida vontade lhe atingiu. Inclinando a cabeça para trás deitou a no ombro dele, deixando seus lábios próximos o suficiente da boca masculina.
Algustus ouviu os batimentos frenéticos do coração dela, e seu perfume de lírios invadiu seus pulmões. Os lábios de rosa estavam entre abertos e os olhos fechados esperando por ele.
Não seria de bom tom desagradar a moça. Pensou brincalhão. Beijá-la foi algo indescritível. Apesar de Amélia saber bem como descrever.
A muito esperou pelo momento, o beijo era calmo porém intenso. Algustus segurou no rosto dela com uma das mãos fazendo um carinho. Ela se afastou apenas para se colocar de frente para ele. Com volúpia o beijou, sentando sobre o colo dele. O contato se tornou urgente. Porém a ousadia partirá dela, que passou a acariciar o peitoral dele de forma aliciadora. O seu cheiro denunciava para ele o quanto ela o queria.
- Amélia pare. - pediu a afastando.
- Você não me quer? - perguntou ofegante.
- Quero, como quero. - falou enlaçando a mão nos fios dourados dos cabelos dela. - Mas não aqui, não assim.
- Não entendo. - ela sussurrou sem graça ao abaixar os olhos.
- Acredito que tenha que ser algo especial para ti. Não encima de areia peguenta em um lugar que a qualquer momento alguém pode aparecer. - sorriu doce, levando ela a sorrir também. - Você é pura e tão doce. Merece algo que seja especial e memorável.
- Eu lhe amo. - ela falou ao abraça- lo.
E assim foi. Na noite de seu aniversário, Algustus esperou que a festa se encerrasse, e mais uma vez envadiu o quarto da moça. A levando para seu chalé. A lareira estava acessa, havia rosas vermelhas sobre a mesa e pétalas das mesmas sobre a cama. Ela logo entendeu o que aquilo significava.
Ele se aproximou beijando seu ombro e em seguida seu pescoço.
- Se hoje me quiser... - sussurrou em seu ouvido. - serei seu.
Ela sorriu genuina. Com delicadeza se voltou para ele o beijando com doçura.
- Você é tudo o que eu quero. - sussurrou entre um beijo e outro.
Algustus delicadamente tirou o vestido preto de bolinhas brancas que ela usava. A pegou no colo levando até a cama.
Ele a tomou com delicadeza, com todo cuidado para evitar machucá-la. Amélia se entregou de corpo e alma para ele. E mesmo quando uma dor excruciante a tomou, segurou o grito para que ele concluiu o trajeto. Sabia que ele tomaria cuidado e a faria alcançar o prazer. As mãos dele a tocava com mestria levando o seu corpo ao delírio.
Se seus avós estivessem certos, agora ela estava condenada ao inferno. Porém nunca pensou que seria tão bom ir para lá.
Algustus a possuiu com amor. E quando ambos estavam prestes a alcança o clímax. Ela sentiu uma pequena fisgada em seu pescoço. Não doía ao contrário a fez delirar e queimar por dentro.
Acordou na manhã seguinte sentindo se diferente. Um encomodo nas partes íntimas. Algustus se mecheu ao seu lado a puxando para si.
- Você é minha. - sussurrou para ela.
Amélia riu sem entender ao certo a afirmação.
- Com certeza sou. - se afastou do abraço se pondo de pé.
- Falei sério. - ele a encarou apoiado em seu ante braço. - a senhorita assinou sua sentença.
Ele sorriu ao se jogar para trás. Ela não entendeu a que ele se referia e preferiu não perguntar.
Voltou para casa naquela manhã. E novamente os questionamentos e ofesas de sua família. Dessa vez não ligou ou tentou refutar. Afinal dessa vez estavam certos.
Algustus recebeu uma ligação aquela manhã. Adrian o chamava de volta alegando ter encontrado a filha de Patrícia. Ele se quer pode se despedir de Amélia. Seu sangue ferveu e um medo insano o dominou.
Adrian não podia tocar na criança. Sem pensar duas vezes partiu. Amélia foi até o chalé aquela manhã e se deparou com um bilhete que dizia que um problema apareceu e ele teve que ir resolver. Naquele momento ela não entendeu a que ele se referia.
Isso levou um mês.Ela não tinha notícias dele e as coisas em sua casa só pioravam, não se alimentava, sua tristeza era tão grande que não conseguia dormir e seu brilho aos poucos desaparecia.
Certa manhã sentiu um grande enjoou. Sua barriga estava dura e suas regras atrasadas. Só podia ser uma maldição, pensou.
Desesperada, correu para o chalé, se deparando com o vazio e o silêncio. Chorou sobre a cama onde se entregara ao homem que acreditava ser seu amor para toda vida.
Seus avós a deserdaria, colocaria a criança para adoção ou pior a obrigaria a abortar.
Não podia voltar para casa, não tinha para onde ir. Foi enganada e agora estava sozinha.
Decidida amarrou uma corda em uma das madeiras do telhado da casa, colocou um banco em baixo e subiu sobre ele. As lágrimas escorriam por seu rosto pálido. Ela tocou sua barriga se desculpando com seu filho. Colocou sua cabeça no laço e empurrou o banco para o lado. O aperto em seu pescoço a fez lutar pela vida. Uma dor como se sua cabeça fosse explodir, seus olhos estavam esbugalhados e seu rosto inchou. O ar lhe fez falta aos poucos sentiu seu corpo pesar e a escuridão lhe levar para longe. Um flash de luz invadiu o local escuro e um grito que lhe pareceu distante.
- Amélia...
Quando abriu os olhos se deparou com um Algustus choroso e desesperado. Que lhe abraçou com força.
- Me perdoa meu amor, me perdoa. - pediu desesperado.
- Você voltou - sussurrou.
Sua alegria durou pouco quando uma dor invadiu seu corpo que queimava de dentro para fora.
- O que está acontecendo? - perguntou gritando.
Sua cabeça doía, uma fome seguida de uma sede incontrolável a tomou, ela correu para o armário procurando por comida. Devorando o que conseguia, porém nada ajudava.
- Beba isso. - ele lhe estendeu uma taça com líquido vermelho.
O cheiro que vinha dela era diferente e apetitoso. Sem pensar duas vezes ela tomou da mão dele bebendo tudo de uma só vez. O prazer a invadiu a satisfação e o desejo por mais.
Porém a dor voltou com força a jogando no chão. Ela gritou seu corpo parecia estar se rasgando, o ar se esvaia e algo estranho escorreu entre suas pernas.
- Não se preocupe. - Algustus falou distante. Não podia interferir ou ajudá-la, não até o momento em que sua alma a deixasse.
Sua mandíbula queimou e coçou e presas pontiagudas saltaram para fora. E sua alma essa ela sentiu sendo puxada de dentro de seu corpo. Algustus com um movimento de mãos a prendeu, puxando para uma pequena caixa de vidro.
Quando se levantou seus olhos viram seu amado como nunca antes, parecia mais bonito, iluminado e apetitoso. O sol estava mais brilhante e os sons mais altos.
Algustus lhe contou o que havia acontecido e explicou o que ela havia se tornado. Amélia não tinha o conhecimento, mas desda primeiro vez que esteve com ela em seus braços, Algustus a alimentava com seu sangue de uma forma que seu DNA se liga-se ao dela. Na primeira manhã que tiveram juntos. Ela não entendo a que ele se referia quando disse que agora ela o pertencia.
Algustus a marcou dois pontos escuros agora podiam ser vistos maculando a pele pálida da recém criada. Aquilo era um sinal de que a morte não podia levá-la. Ele fez para mantê-la segura e a salvo. Se desculpou por tê-la deixado e jurou nunca mais fazê-la sofre. Lhe dando seu amor eterno.
Amélia lhe contou sobre a suposta gravidez. O que foi refutado por ele. Afinal era impossível, vampiros não podiam se reproduzir, não como os humanos. Sendo assim todos os sitontomas eram falsos. E agora ela se tornará uma imortal e tinha sobre seu poder a caixa alma. Ao qual ela confiou a Algustus, sabendo que a protegeria.
Encostada na árvore ela chorou sangue. Como ele pode mentir assim? Ela abriu mão de tudo por ele, confiou seu amor e essa era sua paga. O amava com a mesma intensidade de quando o conheceu e ainda mais, agora vampira seus sentimentos se ampliavam.
Mas ele teria o que merecia. Um elo não podia ser quebrado. Ela o levaria ao Conselho dos clãs dos vampiros. Fora uma traição uma quebra do elo que ele mesmo criou quando a marcou. Ela para sempre seria dele, sem escolha se vontades próprias e sem liberdade. Isso nunca a incomodou até agora.
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