Passeio no shopping

Adrian apanhou a chaves do carro no criado mudo ao lado da porta enquanto esperava a humana terminar de se arrumar.

- Estou pronta. - Ela falou ao surgir na escada, fazendo com que ele a olhasse.

Adrian admirou a beleza da jovem que usava um vestido tubinho curto preto com decote em V, e um salto agulha preto com plataforma transparente, que realçavam suas belas pernas.

- Você está linda. - Adrian sem perceber verbalizou seus pensamentos se arrependendo logo em seguida. - quero dizer, vai aguentar usa isso enquanto andamos pelas lojas? - Ele apontou para o salto.

Aless sem graça abaixou os olhos e sussurrou.

- E que eu só tenho sandálias assim, e a única rasterinha que tenho já está desgastada. - Ela apertou o corrimão da escada.

- Sendo assim é melhor irmos logo.

Ele abriu a porta e esperou paciente até ela cruzar o limiar. Ambos seguiram para o estacionamento onde ele abriu a porta do carro para ela se acomodar. O trajeto se seguiu tranquilo, Aless evitava falar e até mesmo olhar para ele. Já Adrian daria qualquer coisa para saber o que se passava na cabeça dela. Ele havia ouvido quando ela o ameaçou, sabia que não tinha como ela fazer qualquer coisa contra ele. Porém estava curioso para saber o que ela tentaria.

- Já que eu vou trabalhar para você. - Ela começou a falar interrompendo os pensamentos do vampiro. - será que devo começar a chamá-lo de senhor Hills?

Ela perguntou enquanto olhava o movimento do trânsito pela janela.

- A não necessariamente pode chamar de mestre se quiser. - Ele falou brincalhão.

Aless olhou para ele e notado o sorriso ela sorriu também.

- Mestre? Sério? Acho que sua namorada não iria gostar disso. - Ela semi cerrou os olhos.

- Ela não ligaria. - Ele comentou ao virar em uma esquina.

Então ela é namorada dele. Aless pensou.

- Então ela é sua namorada? - perguntou por fim.

- Ainda não rotulamos nosso relacionamento, mas acredito que essa palavra se encaixe bem. - Ele respondeu sem notar as reações no corpo da humana.

Aless estava decepcionada afinal ele não estava disponível, mas claro o que esperava um homem como ele estar livre em uma cidade como nova York seria pedir demais.

- E ela não liga.

- Não liga... - ele a incentivou a continuar.

- Que você tenha saído comigo, que a gente tenha... é você sabe. - Ela falou ao olhar novamente pela janela.

Adrian sorrindo a encarou. - Nós não somos exclusivos um do outro. Ela sai com quem quiser e eu também.

- Nossa como vocês são modernos. - Ela respondeu sem ânimo.

Adrian apenas sorrio, e estacionou o carro em uma das vagas no shopping.

- Se você não tem mais perguntas, acho que podemos ir.

Aless acentiu com a cabeça. O que ele dissera fazia sentido afinal. Se a namorada fosse ciumenta sem dúvidas já teria notado a presença dela. Perdida em pensamentos ela não notou quando Adrian deu a volta no carro e abriu a porta para ela.

- Vamos. - Ele falou ao desperta-la.

Aless desceu do carro e ajeitou a barra do vestido. Adrian estendeu a curva do braço o que ela aceitou sem relutância.

Enquanto caminhavam na frente das vitrines, Adrian reparava nos olhares masculinos que Aless atraia, ela  em si não parecia perceber ou não se importava. Porém aquilo já estava incomodando o vampiro. Era de fato irritante a falta de respeito, visto que ela estava acompanhada.

- É melhor entrarmos em alguma loja, antes que um desses homens venha me perguntar o preço da hora e eu seja obrigado a arrancar a cabeça deles. - Ele falou mal humorado enquanto encarava um dos rapazes sentados na praça de alimentação.

Aless gargalhou alto levando Adrian a encará-la.

- Qual é a graça? - Ele perguntou irritado.

- Você é a graça. - Ela falou tentando conter inutilmente o riso.

- Eu! - ele falou boquiaberto.

- Sim. Adrian você está se sentindo um cafetão comigo do seu lado. - Ela falou tendo um ataque de riso.

- Isso não é engraçado, quer que eu arranque a cabeça de algum deles. Ficaria feliz se eu matasse alguém? - Ele parou de andar e a encarou.

- Você não é um assassino... mestre. - Ela falou entre risos.

Apesar da raiva Adrian sentiu seu desejo aflorar quando ela o chamou de mestre, sabia que ela estava brincando, porem, mesmo que não precisase respirou fundo.

- Está bem. Vamos. - ele a puxou para a entrada de uma das lojas de roupas femininas. - entre e escolha uma roupa minimamente descente, vou compra alguma coisa para você comer.

- Está bem. Mas você não me deu dinheiro, como vou pagar pelas roupas?

- Eu não demoro, escolha e me espere. - Ele falou ao lhe dar as costas.

A verdade era que ela não se sentia bem em entrar numa loja tão luxuosa quanto aquela. Os vestidos em exibição parecia custar mais que seu rin, sem contar o belo lustre de cristal no interior da loja.

Aless puxou com força o ar que parecia lhe faltar e se enchendo de coragem, entrou na loja. Duas mulheres bem vestidas a olharam medindo a de alto a baixo.

- Pois não senhorita em que posso te ajudar. - a loira perguntou com uma falsa simpatia.

- É... eu gostaria de ver aquele vestido que está na vitrine. - Ela falou ao apontar para trás.

- Assim, ele custa mil dólares senhorita.

- Certo. É caro mais posso experimentar? - Ela perguntou tímida.

A moça olhou para a outra mulher que estava no balcão e ambas riram.

- Olha eu vou ser sincera com a senhorita. Não acho que tenha dinheiro para pagar pelo vestido e vejo que nem bolsa está usado, e aqui só aceitamos pagamento em dinheiro. - a loira a médio descaradamente.

- Entendi. - Aless fugiu um sorriso. - me desculpe por tomar o seu tempo.

Triste e com raiva ela deu as costas e saiu o mais rápido possível dali.

- Você já sabia que isso ia acontecer Aless, você sabia. - Ela falava com sigo mesma. E sem saber o que fazer se sentou em um dos bancos de madeira.

Ela estava com tanta raiva que se quer reparou que Adrian havia se sentado do seu lado.

- Então escolheu os vestidos? - Ele perguntou ao estender um embrulho do Burger King.

Aless olhou surpresa para ele, pois não havia notado que estava ali, e ao ver o pacote o apanhou de presa abrindo a embalagem e sem modos abocanhando o lanche.

- Então? - Adrian abriu a coca cola entregando para ela. - escolheu alguma coisa?

Aless respirou fundo e ao dar um gole na coca cola, respondeu:

- Não. - Ela não tinha muito o que dizer não queria se queixar. - Você sabe que essas lojas não tem muito a ver comigo, olha para mim. - Ela falou tentando conter a tristesa.

- Eu não entendo.

- Como poderia. - Ela respondeu ao morder o hambúrguer.

Adrian não costuma se importar com os sentimentos humanos, para ele era tudo um meio para um fim. Porém ao notar as batidas frenéticas do coração, misturado com o olhar triste dela e a forma como suas mãos apertavam a embalagem da comida. Algo nele se comoveu.

- O que aconteceu Aless?

- Nada. - Ela tentou parecer sincera porém fracassou miseravelmente ao ter que secar uma pequena lágrima que escapou de seu olho esquerdo.

Aquilo já era demais. Ela estava chorando o que só podia significar que algo sério havia acontecido.

- Me fala a verdade. - Ele ordenou ao encará-la.

- Quem a gente quer enganar. - Ela começou. - esse não é meu mundo e essa não é minha gente. Eu não sou educado e nem sei me comportar como uma dama. - Ela falou em meio as lágrimas enquanto devorava o hambúrguer. Adrian teria rido da cena se não estivesse tão irritado.

- Alguém te tratou mal? Me diga quem foi. - Ele pediu com a voz suave.

- Não importa Adrian.

- Importa para mim. -

Afinal ninguém trataria a sua humana mal, mesmo que ele fosse matá-la no final, lhe daria o melhor que conseguisse era o mínimo que podia fazer. E vê-la chorar o incômodou afinal ninguém podia arracar dela o lindo sorriso que tinha.

- Me diga onde foi Aless.

- Adrian... - Ela o encarou suplicante.

- Eu quero cuidar de você, me deixe fazer isso. - Ele segurou na ponta do queixo dela e fitando em seus olhos concluiu. - ninguém vai te fazer mal enquanto estiver comigo.

O coração dela disparou novamente, porém dessa vez de alegria. Ela sorriu e balançando a cabeça em afirmação secou as lágrimas.

- Foi naquela loja. - Ela apontou para trás dele.

Adrian olhou para trás e em seguida olhou para ela.

- Vem comigo. - Ele se levantou e a tomando pela mão a colocou de pé.

- Mas e meu lanche? - Ela perguntou com um olhar quase infantil e apontou para a embalagem no banco.

Adrian riu da situação. - Eu te compro outro.

- Desperdício. - foi tudo que ela falou ao se segurar no braço dele.

Mesmo as reações mais simples de seu corpo o encantavam. Ela lembrava Patrícia, mesmo sendo diferentes na aparecia o geito inocente e divertido de ser o faziam se sentir vivo.

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