O encontro
Ano de 2004.
- Nathasa você já está pronta? - perguntou Sabina ao se sentar ao lado dela.
- Estou terminando a maquiagem. - Nathasa respondeu enquanto encarava a loira que lhe sorria.
- O Roru está uma pilha de nervos. Você é o show principal e não está pronta, e a casa está cheia. - a loira continuou enquanto passava o batom vermelho.
- Cheguei tarde hoje porque estava resolvendo uns assuntos. - Ela falou ao soltar o cabelo.
- É ele disse. Falou que te dá liberdade demais por isso age assim.
- Liberdade de mais. Esse Roru só inventa. - Aless apanhou seu delineador de sobre a penteadeira.
- Fala a verdade você gosta mesmo dele, porque todas sabemos que você é a favorita. - A loira lhe prescutinou o rosto.
Aless sabia que a única em quem podia confiar era nela mesma. Pois, naquele lugar era cada um por si. E não ela não gostava de Roru se quer sentia qualquer coisa por ele se não repulsa.
- Claro que sim Sabina. - Ela respondeu ao se levantar.
Aless arremessou o robe vermelho sobre a cadeira onde antes estava. E ao ajustar a lagerie vermelha sobre seu corpo seguiu para a entrada do palco onde Roru a esperava.
- Finalmente! - Ele exclamou ao vê-la. - vou te apresentar. Arrase.
- Pode deixar. - Ela respondeu evitando contato visual.
Roru deu um leve tapa na nádega esquerda dela o que a sobressaltou.
E em seguida ele caminhou com um microfone até o centro do palco.
- Senhores aqui para vocês, nossa musa e estrela principal Nathasa nossa rainha vermelha!
A música alta foi ligada, as luzes coloridas piscavam em encontro ao palco, as cortinas foram abertas e Aless passou por elas iniciando seu show.
A cada giro em torno do pole, aplausos eram ouvidos, suas acrobacias impressionavam o público masculino que faziam chover as notas verdes em torno dela.
Com a luz forte ela se quer enchergava com clareza os rostos dele, sabia porém que no final acabaria na cama com algum.
Porém o que ela não sabia era que essa noite não seria como as outras e que no meio daqueles homens havia um em especial que por coincidência do destino estava ali.
Após um enfadonho jantar de negócios discutindo sobre campanhas de publicidade. Seus acompanhantes o convenceu a ir para um lugar mais "confortável", e Adrian apesar de não ter o costume de frequentar tais lugares por educação e insistência de seu amigo Algustus, resolveu aceitar.
E ali estava ele, em uma boate de quinta olhando dançarinas que se quer lhe davam vontade de morder. Ele riu com sua piada interna. Seus acompanhantes optaram por uma mesa escondida no canto mais escuro da boate se é que era possível, pois a iluminação era precária levando a palavra casa noturna ao sentido mais literal possível.
O cheiro de cigarro é bebida forte era incômodo para ele e o whisky que pediu apesar de caro, pelo sabor ele reconhecia que não era original. Tinha todos os motivos para ir embora, porém seu amigo insistia para que ficasse pelo menos até o final do show principal.
Afinal seus novos clientes afirmavam que a garota faria valer a pena a espera.
- Tudo isso para ver uma mulher. - Ele murmurou irritadiço.
Por essas razões não gostava de clientes humanos, porém que escolha tinha.
Logo um homem de aparência deplorável. Subiu ao palco anunciando a principal atração. A música começou e logo que a moça subiu ao palco. Os pelos no corpo do vampiro se eriçou. Sem dúvidas havia algo diferente nela. Algo que apenas os olhos de um vampiro poderia enchergar.
A pele da moça parecia brilhar, como se em seu sangue houvesse luz. Seu sorriso não era sincero e mesmo em meio a tantos aromas, o dela se destacou para ele. Um cheiro doce como a flor do mamão misturada com avelã. Sim era um cheiro delicioso, que atiçou a sede do vampiro.
Os cabelos negros se balançavam com graça conforme ela dançava e deslizava sobre o pole. Seus movimentos sensuais despertou o interesse sexual dele. Porém tinha que descobrir o que ela tinha de especial antes de possuí-la.
E sim era isso o que queria, provar lhe o sangue enquanto se iniciasse a cópula, se ela morresse seria apenas mais uma perda sem dúvidas não faria falta a ninguém, talvez para o dono da boate.
- Você notou? - Algustus perguntou no canto do ouvido dele. - reparou na garota, tem algo de muito estranho nela.
- Eu notei. - Ele respondeu taciturno.
- O que fará a respeito? Porque se não tem interesse eu posso...
- O que Marisa acharia disso? - Ele o interrompeu.
- Você contaria? - Algustus perguntou irônico.
- Ela sentiria o cheiro.
- Ela sempre sente, mesmo quando era humana. - ambos riem discretos.
- Cuidarei disso, não deve ser nada. - Ele concluiu ao beber mais um gole de whisky.
- Para despertar nossa curiosidade só sendo algo, afinal, e se ela for como nós?
- Não deve ser. Mas vou verificar.
- Está bem só não a leve para cama antes de saber, seria uma pena acabar em um terrível acidente. - Ele zombou.
- Isso zombe do que não entendi.
- A vamos lá, até parece que sofre com isso, pelo menos elas não tem tempo de se apegar.
Adrian não lamentava pelas mortes que já havia cometido, talvez apenas uma, a de sua serena, por essa ele nunca se perdoou, porém fora ela, não lamentava nenhuma outra.
Mesmo perdido em seus pensamentos, não desviava seu olhar da jovem graciosa que dançava. Seu cheiro delicioso despertava cada vez mais instinto primitivo do vampiro.
Mesmo com a mistura do odor salgado do suor que escorria pela pele alva não o fazia perder o interesse. Ele conseguia acompanhar com exatidão as pequenas gostas que escorriam pelo pescoço esguiu. A artéria pulsante e os batimentos frenéticos do coração da jovem eram como música.
Seu membro desperto pulsou de encontro ao zíper da calça. Adrian apertou o braço da cadeira quando a moça rodopiou no pole e se colocou de ponta cabeça abrindo um espacate invertido. Sem pensar duas vezes Adrian se levantou e seguiu até Roru que estava no bar.
- Boa noite. - Ele o cumprimento apenas por educação.
O homem gorducho de barba branca cerrada se voltou para encará-lo.
- Boa noite, o que você quer? - Ele perguntou ao medir-lhe de alto a baixo.
- Você o dono eu suponho. O que quero é uma noite com aquela moça. - Ele apontou para o palco.
- Você e todos os homens da cidade. - Ele falou ao apagar o cigarro no copo que bebia. - porque deveria deixar ela ir com você.
Adrian sentiu seu mau gênio aflorar, e mesmo sabendo que podia matar aquele verme ali mesmo. Só não o faria para não chamar atenção, por haver muitas testemunhas teria que fazer do geito mais difícil.
- Todos tem um preço, me diga o quanto quer por uma noite com ela, e eu pago.
- Agora estamos nos entendendo. - Roru falou e tocou no ombro do vampiro que apenas acompanhou o contato sentindo ganas assassinas. - são mil verdinhas.
- Por uma noite? - Ele travou o maxilar.
- É. - Roru respondeu debochado.
- Espero que valha a pena. - Ele falou ao puxar a carteira. E ao estender o dinheiro concluiu. - porque se não valer, arranco sua cabeça.
- Eu estou morrendo de medo. - Ele respondeu ao puxar as notas das mãos de Adrian. - Vou avisá-la espere no quarto três, a Teresa vai mostrar onde fica.
Ele apontou para a balconista ruiva que fazendo um sinal com a mão pediu para que a acompanhasse. Ao passar pelas pessoas que dançavam, ambos entraram em um corredor estreito que dava acesso aos quartos.
As portas de madeira vermelha com números em dourado estavam em tão má situação quanto o restante do lugar. Quando Tereza abriu a porta. Adrian achou impressionante que a decoração fosse no mínimo razoável. Paredes pintadas de cor creme, um abajur branco no canto esquerdo da cama de casal que estava no centro do cubículo. E uma porta marrom que dava acesso ao banheiro pelo cheiro que vinha de lá.
- Daqui a pouco a Nathasa estará aqui. - falou Tereza ao sair.
Adrian com as mãos nos bolsos seguiu até a cama sentando sobre os lençóis azuis. Não podia crer que havia pagado caro por aquilo.
A música se encerra. Aless segue para o camarim para em fim se livrar de toda a maquiagem. Estava contente que ninguém tivesse demonstrado maior interesse nela.
- Nathasa. - Ela ouviu a voz estridente de Roru lhe chamar. E não demorou para que ele se colocasse ao seu lado.
- Algum problema? - Ela perguntou já imaginado o que seria.
- Você tem um cliente.
Ela suspirou exasperada, porém aprendeu desde que chegou ali que não podia reclamar.
- Onde ele está. - perguntou triste.
- No quarto três. - Roru falou e ao virar as costas concluiu. - não demore e coloque um sorriso nesse rosto.
- Sim senhor. - Ela falou ao seguir para o lugar.
Ao bater na porta ela ouviu a voz grave lhe falando para entrar, e respirando fundo ela girou a maçaneta, já esperando encontrar um homem semelhante ao Roru, grosso e asqueroso.
Porém ao passar pelo limiar da porta se deparou com um homem elegante, vestido em um terno preto ao qual ela se quer sabia a marca.
Os cabelos lizos e negros estavam penteados para trás, seus olhos de cor âmbar a olhavam com tanto interesse quanto ela mesma demonstrava. Era alto e imponente. Lábios finos e avermelhados.
- Tome um banho. - Ele falou ao apontar na direção do banheiro a fazendo olhar para lá.
Obediente ela seguiu para lá, abriu a porta e ligou a ducha quente.
- Não use sabone. - Ela ouviu ele dizer.
Apesar do pedido ser estranho, ela obedeceu, não fazia mesmo questão de usar aquele sabonete disponível sobre a pia.
Ela lavou os cabelos apenas com água e ao apanhar a toalha se sencou. Adrian esperava impassiente por ela. Pediu para que não usasse o sabonete, pois queria que seu cheiro chegasse puro até seu olfato. Um fetichi diferente do que estava acostumado.
Quando a moça saiu do banheiro enrolada em uma toalha branca. O vampiro a mediu.
- Sente se. - Ele ordenou ao apontar para frente.
Aless mesmo nervosa se aproximou e forçando um sorriso obedeceu.
- Meu nome é Adrian, qual é o seu?
- Nathasa. - Ela respondeu de prontidão.
- Me refiro ao seu nome verdadeiro.
- Nós não costumamos revelar isso.
- Pelo preço que paguei deveria ter direito a saber até a data de seu nascimento. - Ele respondeu impassiente.
- É Aless. - Ela resolveu dizer por fim.
- Sobrenome? - Ele insistiu.
- Não tenho. - Ela o encarou.
- Não tem? Eu duvido.
- Não tenho nenhum que valha a pena lembrar.
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