capitulo 9
Tristemente, o domingo terminou e o som do despertador do meu celular me acorda cedo. Na descrição do alarme, me ordeno a levantar da cama e me preparar para ir à escola. A verdade é que não me sinto psicologicamente preparado para enfrentar um lugar cheio de gente.
Como me ordenei, levanto, faço o que tenho que fazer e vou preparar o café da manhã. Neuza se assusta ao me ver em pé aquela hora da manhã.
"Menino Erick, então escolheu ir para a escola! Boa escolha."
Me sento à mesa, que está farta de comida. Gael, assim como Neuza, se assusta e celebra por eu ter levantado da cama. Ele me dá um beijo na cabeça e se senta ao meu lado para tomarmos café juntos.
"Cadê minha mãe?" — pergunto, tomando um iogurte grego.
"Dormindo!" — responde ele, mordendo um pão francês.
Me levanto da mesa e digo:
"Eu te levo..." — fala ele, enquanto se prepara para me acompanhar.
"Eu te levo..." — fala ele, enquanto se prepara para me acompanhar.
Saímos de casa e o sol da manhã ilumina o caminho. O frio do ar matinal é um alívio para minha mente tumultuada. Gael dirige com uma calma que contrasta com a agitação que sinto por dentro. Olho pela janela, observando a cidade acordando lentamente, as ruas começando a se encher de vida.
"O que acha de irmos por um caminho diferente hoje?" — sugere Gael, tentando aliviar um pouco a tensão.
"Se você acha que isso pode ajudar, por mim tudo bem," — respondo, a ansiedade ainda pesando sobre mim.
Ele sorri e toma uma rota alternativa, passando por áreas que eu não costumo ver. O passeio muda um pouco meu estado de espírito, e a mudança de cenário ajuda a distrair minha mente.
Quando chegamos perto da escola, a familiar sensação de nervosismo começa a tomar conta novamente. O prédio imponente e o movimento dos alunos me deixam um pouco inquieto.
"Estou aqui com você, Erick. Se precisar de algo, só me chamar," — diz Gael, olhando para mim com um sorriso encorajador.
"Obrigado, Gael. Eu sei que vou precisar disso hoje," — respondo, tentando respirar fundo e me preparar para o dia.
Paramos na frente da escola, e olho para a multidão de pessoas no pátio. Sinto um nó na garganta e não me movo para fora do carro.
"Se não quiser ir, vou entender. Posso te levar de volta para casa e ficar com você," — diz Gael, seu tom demonstrando preocupação.
"Não! Eu vou. Uma hora ou outra vou ter que enfrentar isso, é melhor agora," — respondo com determinação, abrindo a porta do carro.
Caminho lentamente até o armário, o peso dos olhares dos outros alunos nos corredores é quase palpável. De repente, ouço uma voz familiar gritar meu nome.
"Aí meu Deus, Erick Schimutz! Você está de volta!" — Nina exclama, correndo em minha direção e me abraçando com força.
A atenção dos estudantes se volta para nós, e a sensação de ser o centro das atenções é quase esmagadora.
"Já descobriu quem é o aluno novo?" — pergunta Nina, sua voz cheia de curiosidade.
"Não, quem é?"
"Também não sei muito, só que o nome dele é Otávio Wruck. Ele vai ser da nossa sala."
"Tomara que não seja um idiota igual ao Xavier Benventuri," — comento, mudando de tom para algo mais leve.
Ela sorri e nos dirigimos para a sala de aula. Sentamos em cadeiras próximas, ela escolhe um lugar perto da janela, como de costume, para observar os meninos suando no campo de futebol americano. Estudando em uma escola americana, estamos acostumados com esse tipo de ritual.
O professor entra na sala, acompanhado de um garoto. Ele tem um visual que mistura barba e bigode, olhos azuis penetrantes e algumas tatuagens visíveis. Sua regata Florida e o casaco jeans arrojado indicam que ele provavelmente malha muito.
"Senhores, este é Otávio Wruck. Ele veio da escola militar de São Paulo e vai terminar os estudos conosco. Espero que se deem bem com ele. Sr. Wruck, sente-se ao lado de Erick."
Agora entendo o motivo de ele parecer mais velho, a escola militar parece ter um impacto profundo nos alunos, transformando-os em pessoas mais maduras e imponentes.
O professor me olha e sorri. "Bom vê-lo, Sr. Schimutz."
Agradeço com um aceno.
O garoto se dirige para o meu lado e se senta em uma cadeira atrás de mim.
"Oi..." — ele diz, olhando diretamente para mim.
Ergo a sobrancelha esquerda, mas volto meu olhar para o professor, que está começando a explicar o que veremos durante o ano.
Enquanto o professor fala sobre o planejamento do ano, sinto o olhar de Otávio Wruck sobre mim. O fato de ele estar tão perto e o jeito como ele me observa me faz sentir uma mistura de curiosidade e nervosismo. A presença dele é marcante, e a sensação de que ele é diferente dos outros alunos é quase palpável.
"Oi," — respondo, tentando manter a resposta breve e neutra.
Otávio sorri levemente, e por um momento, a tensão que eu sentia parece diminuir um pouco. Há algo em seu olhar que parece genuíno, o que é um alívio considerando a forma como eu me sinto em relação a novas interações.
O professor continua a falar sobre as expectativas e o cronograma do ano letivo, mas minha atenção está dividida entre ele e Otávio. O aluno novo parece estar se ajustando rapidamente, sua postura e aparência mostram que ele é alguém que se destaca. Suas tatuagens e o estilo de roupa indicam uma personalidade que pode ser tanto intrigante quanto desafiadora.
Ao longo da aula, Otávio se inclina para frente e sussurra:
"Você é o Erick, certo? Eu ouvi falar de você antes de vir para cá. Espero que possamos nos dar bem."
Sua abordagem direta me faz sentir um pouco mais à vontade. As palavras de Otávio são um bom sinal de que ele está interessado em se integrar ao grupo, e sua atitude parece ser amigável.
"Sim, sou eu. E você é o novo aluno que todo mundo está falando, certo? Espero que se adapte bem aqui," — digo, tentando ser cordial.
"Com certeza, vou me adaptar. E quanto a você, parece que está enfrentando um novo começo também," — ele responde, seu olhar sincero.
A conversa entre nós é interrompida pelo professor que começa a distribuir materiais e a falar sobre o primeiro projeto do semestre. Tento me concentrar na aula, mas o pensamento sobre Otávio e como ele pode impactar o ambiente da sala de aula continua a rondar minha mente.
O restante da aula passa em um turbilhão de atividades e novas informações. Quando o sinal toca, marcando o final da primeira aula, eu e Otávio trocamos um breve olhar de compreensão antes de nos levantarmos para seguir para a próxima aula.
"Foi bom conversar com você, Erick. Nos vemos na próxima aula?" — ele pergunta, sua voz ainda carregada de uma simpatia genuína.
"Sim, até mais," — respondo, enquanto sigo para fora da sala.
Saio da sala com uma sensação mista de alívio e curiosidade. A interação com Otávio foi uma distração bem-vinda da ansiedade que estava sentindo. Talvez, com o tempo, ele possa se tornar uma parte importante da minha rotina escolar, trazendo uma nova perspectiva e talvez até ajudando a aliviar um pouco a tensão que sinto.
Enquanto me preparo para a próxima aula, não posso deixar de me perguntar o que mais esse novo aluno trará para o ambiente da escola e como ele poderá influenciar meu próprio caminho.
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