Capítulo 9
1298 PALAVRAS
Emily e Laura eram como irmãs, compartilhando um vínculo profundo que se formou durante os anos de escola em Hope Valley. Agora, ambas estavam em caminhos separados, enfrentando desafios e aprendendo lições fora da segurança de sua cidade natal.
Emily, com seu jeito meigo e gentil, estava comprometida com Gabi, que estava longe a trabalho. O relacionamento deles era uma âncora para Emily, proporcionando um conforto estável em meio às mudanças de sua vida. Ela sentia uma saudade intensa de Gabi, especialmente nas noites frias e solitárias, quando o silêncio da biblioteca onde trabalhava parecia ecoar ainda mais alto.
Emily havia decidido continuar seus estudos por correspondência para se tornar bibliotecária. As cartas de Gabi, cheias de encorajamento e amor, eram sua fonte constante de motivação. Ele a incentivava a continuar perseguindo seus sonhos, lembrando-a de que a distância era temporária e que estavam construindo um futuro juntos.
Querida Emily,
Espero que esta carta te encontre bem. Estou sempre pensando em você e no quanto sinto sua falta. Cada dia aqui me lembra o quanto sou afortunado por ter você na minha vida. Lembre-se de que estou sempre ao seu lado, mesmo que fisicamente distante.
Com amor,
Gabi
Emily guardava cada carta de Gabi em uma caixa especial, relendo-as sempre que se sentia desanimada. Elas eram um lembrete tangível de que, apesar da distância, seu amor por Gabi era forte e verdadeiro. A biblioteca de Hope Valley era seu refúgio, um lugar onde podia se perder entre as estantes de livros e deixar sua mente vagar pelas histórias que lia e organizava.
O trabalho era desafiador, mas gratificante. Emily adorava ajudar as crianças da cidade a encontrar livros que despertassem sua imaginação e os adultos a descobrir novos mundos através da leitura. A biblioteca se tornou um lugar de encontro para a comunidade, um espaço seguro e acolhedor onde todos eram bem-vindos.
Emily sempre tinha um sorriso no rosto, mas aqueles que a conheciam bem sabiam que seu coração sentia falta de Gabi. Ela imaginava o dia em que ele voltaria, e sonhava com o momento em que poderiam estar juntos novamente, sem a sombra da distância entre eles.
***
***
Laura, por outro lado, era conhecida por seu sorriso radiante e sua energia contagiante. Embora sempre estivesse rodeada de amigos, havia uma parte dela que ainda carregava a dor da perda de sua mãe na infância. A morte de sua mãe havia deixado um vazio que nem o tempo conseguia preencher totalmente. Seu pai, viúvo, também lutava para seguir em frente, e juntos, eles enfrentaram os dias mais sombrios com coragem e resiliência.
Foi a professora Elizabeth que, com muita paciência e carinho, ajudou Laura a encontrar novamente a luz dentro de si. Elizabeth mostrou a Laura que ela tinha o direito de ser feliz e de brilhar, mesmo após a perda. Com o apoio incondicional de sua professora, Laura gradualmente recuperou seu sorriso e sua alegria de viver.
Agora, Laura estava seguindo seu próprio caminho. Ela continuava seus estudos por correspondência, com a ajuda de Elizabeth, e estava a meses de se formar como professora. Seu sonho era voltar para Hope Valley e ajudar na escola, inspirando outras crianças da mesma forma que Elizabeth a inspirou.
Enquanto se preparava para uma prova importante, Laura não pôde deixar de pensar em Robert. Ele sempre fora seu amigo próximo, mas, no fundo, ela nutria sentimentos por ele que nunca teve coragem de expressar. Robert estava agora no Alasca, treinando para se tornar um Mountie, e Laura sentia sua falta todos os dias.
Ela lembrava dos momentos passados juntos na escola, das risadas e das conversas sinceras. Seu coração batia mais forte só de pensar nele, mas a distância e a incerteza a faziam hesitar. Laura temia que confessar seus sentimentos pudesse mudar a dinâmica de sua amizade e, pior, que pudesse não ser correspondida.
Laura guardava uma foto de Robert em seu livro de estudos, um lembrete constante de sua presença, mesmo estando tão longe. Às vezes, antes de dormir, ela escrevia cartas para ele, mas nunca as enviava. Elas eram um reflexo de seus pensamentos e emoções, uma maneira de lidar com os sentimentos que mantinha guardados no coração.
Querido Robert,
Espero que esta carta te encontre bem, que tudo esteja correndo da melhor forma possível aí no Alasca. Tenho pensado muito em você ultimamente, revivendo cada momento que compartilhamos e sentindo sua falta mais do que jamais pensei ser possível.
Desde que você partiu, Hope Valley não tem sido a mesma. Tudo aqui me lembra de você, desde os lugares onde costumávamos passar nosso tempo juntos até as pequenas coisas do cotidiano. Passo pela escola e lembro de nossas conversas animadas e das vezes que nos ajudávamos com os deveres de casa. Seu sorriso, sua risada, e até seu jeito de me provocar de brincadeira fazem uma falta imensa. São essas lembranças que me fazem sorrir, mesmo quando a saudade aperta.
Sinto tanto a sua ausência, Robert. É como se uma parte de mim tivesse ido com você. Às vezes, me pego olhando para o céu estrelado e pensando se você está fazendo o mesmo, se está pensando em mim, da mesma forma que penso em você. Tenho tanto orgulho de você, do que está conquistando, mas não posso negar que dói não ter você por perto.
Espero que seu treinamento esteja indo bem. Sei o quanto você desejou isso e o quanto se dedicou para chegar onde está agora. Você sempre foi determinado, focado, e eu admiro tanto essa sua força. Imagino que deva ser desafiador, mas também uma experiência incrivelmente enriquecedora. Sei que você está dando o melhor de si e se saindo brilhantemente.
Mas, preciso confessar algo, algo que tenho guardado no coração por muito tempo. Eu sempre quis te dizer isso, mas nunca encontrei a coragem. Sempre gostei de você, Robert. Não apenas como amigo, mas de uma maneira mais profunda. Desde os nossos primeiros dias na escola, você sempre teve um lugar especial no meu coração. Guardei esses sentimentos, com medo de mudar o que temos, com medo de não ser correspondida.
Não sei quando você voltará ou se esses sentimentos podem ser recíprocos, mas precisava escrever isso, mesmo que apenas para desabafar. Talvez um dia eu tenha coragem de te dizer isso pessoalmente, de te olhar nos olhos e confessar o quanto você significa para mim. Mas, por enquanto, fica aqui, nesta carta que talvez nunca envie, a verdade que carrego comigo todos os dias.
Sinto falta da nossa amizade, das nossas conversas e das pequenas aventuras que compartilhamos. Espero que, onde quer que esteja, você saiba que tem alguém aqui, em Hope Valley, que pensa em você diariamente e que torce pelo seu sucesso e felicidade.
Por fim, quero que saiba que estou aqui para você, sempre. Se precisar de um amigo para conversar, alguém para dividir suas alegrias e dificuldades, estarei esperando. Espero que possamos reencontrar-nos em breve e que possamos continuar de onde páramos, talvez com algo mais, quem sabe.
Com todo o carinho e saudade, Laura.
Laura sabia que eventualmente teria que enfrentar seus sentimentos. Mas por enquanto, ela se concentrava em seus estudos e em se tornar a melhor professora que podia ser. A escola de Hope Valley precisava de alguém apaixonado e dedicado, e Laura queria estar pronta para esse desafio.
Ambas, Emily e Laura, estavam lidando com suas próprias batalhas e sonhos. Seus caminhos as levavam para longe de Hope Valley, mas o vínculo que tinham com a cidade e com as pessoas que amavam as mantinham ancoradas. Enquanto Emily sonhava com o reencontro com Gabi e Laura pensava em Robert, elas continuavam avançando, cada uma a seu modo, moldando seus futuros e se preparando para os papéis importantes que desempenhariam.
E assim, mesmo distantes, as histórias de Emily e Laura continuavam a se entrelaçar com a de Hope Valley, mantendo a chama da amizade e do amor sempre acesa.
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