Capítulo 40

876 PALAVRAS

A mina continuava a ranger e gemer, como se estivesse avisando que não aguentaria por muito mais tempo. A poeira no ar dificultava a visão, mas Nathan mantinha Elizabeth firme em seus braços. Ela respirava com dificuldade, o rosto pálido e o braço esquerdo pendendo inutilmente. O sangue que escorria de um corte na testa dela brilhava mesmo na fraca luz que emanava de longe.

De repente, a voz de Gabi ecoou pelo rádio improvisado:

— Eu coloquei o aparelho na potência máxima! Vocês terão ar suficiente, mas precisam sair daí rápido! Não posso garantir que a mina vai aguentar por muito mais tempo!

Nathan olhou para Elizabeth, vendo a exaustão e a dor estampadas em seu rosto. Ele apertou a mão dela suavemente.

— Fique comigo, Elizabeth. Estou aqui.

No mesmo instante, lá de cima, Gab e Bill gritaram:

— Nathan! Estamos jogando uma corda! Amarre-se com ela! Será apertado, mas vocês vão ter que sair juntos!

Uma corda grossa caiu aos pés de Nathan, e ele a pegou rapidamente. Ele sabia que cada segundo contava. Com cuidado, colocou Elizabeth sentada e ajudou-a a ficar de pé, apesar da resistência dela por causa da dor.

— Meu amor, confie em mim, por favor. Eu vou cuidar de você. Vamos sair daqui rapidamente; disse Nathan, a voz firme e cheia de ternura.

Elizabeth tentou sorrir, mesmo entre gemidos de dor.

— Eu confio em você, Nathan... sempre confiei.

Nathan olhou para o estado do braço dela e sabia que precisava improvisar algo antes de tentar subir. Ele pegou um pedaço de madeira que encontrou no chão da mina e o usou como uma tala improvisada. Quando ele amarrou firmemente a tala ao braço dela com tiras do tecido de sua própria camisa, Elizabeth soltou um grito de dor, ofegante.

— Só mais um pouco, Elizabeth. Eu sei que dói, mas precisamos estabilizar isso.

Ela assentiu com dificuldade, os olhos fechados enquanto mordia os lábios para conter os gemidos.

Nathan, agindo rapidamente, pegou a corda e fez um nó de marinheiro preciso. Ele passou a corda pela sua cintura e depois a envolveu firmemente ao redor de Elizabeth. Ele fez várias amarrações para garantir que ambos estivessem seguros.

— Estamos prontos! Gritou Nathan para cima.

— Vamos puxar vocês agora! Gab gritou, com Bill já segurando a corda.

Nathan apertou Elizabeth em seus braços enquanto Gab, Bill e agora Gabi, que havia se juntado ao esforço, começaram a puxar a corda com toda a força.

O corpo de Elizabeth balançava com o movimento, e cada sacudida fazia a dor em seu braço aumentar. Ela soltava gemidos baixos de dor, tentando ao máximo não gritar, mas Nathan percebeu.

— Respire fundo, Elizabeth. Eu estou aqui. Já vamos sair daqui. Confie em mim.

O ranger da mina aumentava. Os sons dos estalos e da madeira cedendo pareciam cada vez mais altos, como se tudo fosse desabar a qualquer momento. Lá em cima, Gab gritou:

— Vamos mais rápido! Isso vai cair!

Gabi, com o rosto suado e tenso, deu tudo de si para puxar a corda junto com Gab e Bill. Os músculos deles doíam, mas a determinação era maior.

Dentro da mina, Nathan sussurrava no ouvido de Elizabeth:

— Fique sempre perto de mim assim, minha amada. Vamos sair juntos.

Elizabeth, mesmo ofegante e quase sem forças, conseguiu abrir os olhos e olhar para ele.

— Nathan... você é a minha força.

Após o que pareceram horas, mas foram apenas minutos de esforço intenso, Nathan e Elizabeth finalmente chegaram ao ponto onde Gab e os outros podiam alcançá-los. Gabi, Gab e Bill deram um último puxão com toda a força, e Nathan conseguiu agarrar a borda do túnel.

Gab segurou Nathan pelo ombro, ajudando-o a sair com Elizabeth ainda presa a ele. Assim que os dois ficaram seguros, o som de um estrondo ecoou pela mina. Todos se viraram e viram a entrada desmoronar completamente. A mina finalmente cedeu, deixando para trás uma nuvem de poeira e um silêncio ensurdecedor.

— Conseguimos... Murmurou Gab, ofegante.

Nathan, sem perder um segundo, pegou Elizabeth nos braços. O sangue na testa dela ainda escorria, e ela estava extremamente pálida.

— Ela está mal. Precisamos levá-la ao médico agora! Disse Nathan, sua voz grave e cheia de urgência.

Do lado de fora, perto da entrada da mina, a carroça do Dr. Carson já esperava, equipada com materiais médicos. Ele havia sido alertado para estar preparado para feridos, mas não sabia quem exatamente sairia da mina ou em que estado estariam.

Nathan correu em direção à carroça, segurando Elizabeth como se sua vida dependesse disso.

— Carson! Ajude-a! Gritou Nathan ao chegar, colocando Elizabeth cuidadosamente na carroça.

Carson rapidamente começou a examiná-la, limpando o sangue de sua testa e verificando os sinais vitais.

— Ela perdeu muito sangue e está desidratada, mas vai ficar bem. Só preciso estabilizá-la agora.

Nathan ficou ao lado dela, segurando sua mão enquanto Carson fazia os primeiros socorros. Elizabeth abriu os olhos por um momento, seus lábios trêmulos formando um sorriso fraco.

— Nathan... acabou?

Nathan, com os olhos brilhando, acariciou o rosto dela suavemente.

— Tudo acabou, Elizabeth. Você está segura agora.

Elizabeth tentou dizer algo, mas suas forças finalmente cederam. Seus olhos se fecharam e ela desmaiou nos braços de Nathan enquanto Carson continuava a tratá-la.

— Ela vai ficar bem, Nathan; disse Carson, tentando acalmá-lo.

Nathan não respondeu.

Ele apenas segurou a mão dela com força, determinado a não soltá-la até que soubesse que tudo realmente havia terminado.

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