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A cada tempo cabe suas cores,

Os amores, as dores, seu perfume,

Ao agora cabe a paz e o ciúme,

Esperanças, sorrisos e rancores.

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Colhemos os espinhos com as flores,

Vimos lufadas que não se presume,

Vimos doces com salgado azedume,

Nos ardidos, os mais belos sabores.

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É natural querer o diferente,

Mas, viver fora do tempo presente,

Faz o tempo perdido e o sentir falta.

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Se vivemos, que façamos valer,

Sejamos o quanto podemos ser,

Se não podemos ser o que se exalta.

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Considerações

Por anos oscilei entre a frustração e a ansiedade, até que percebi que o presente me completa. Foi um lance de sorte que fez a diferença, feito sem esperar retorno, e no fazer sem esperar, eu me encontrei.

Vivamos o agora, eis o principal deste decassílabo regular, não digo pelo ego insustentável, como se o mundo fosse acabar, mas para não vivermos deslocados do presente, como se pudessemos pular entre épocas.

Façamos o bem sem esperar retribuição, dentro daquilo que podemos e sabemos, pois é assim ficamos em paz com nós mesmos.