Grosvenor Square,  1813
Prezado leitor, é chegado o momento de fazer nossas apostas para a temporada social londrina. Observe a família do barão Featherington. Três senhoritas empurradas para o mercado de casamentos. Como leitoas num abatedouro por sua..cafona e indelicada mãe.
As chances parecem mais promissoras na família da viscondessa Bridgerton, a viúva. Uma família escandalosamente prolífica, notável pelos filhos perfeitamente bonitos e pelas filhas perfeitamente bonitas, isso tirando a senhorita Débora Bridgerton que aos olhos de um é única, e aos olhos de outros é uma anomalia que a viúva trouxe ao mundo. Mas aos olhos desta autora, eu lhe garanto que ela é uma nas mais esplêndida das mulheres.

                           A casa Bridgerton está a cem por hora, os homens da família ou só Colin e Benedict, sem contar é claro com Gregory, estão a espera dos irmãos e mãe para finalmente poderem sair. Débora está a se olhar no espelho de seu grande quarto, ela sempre quis ser apresentada à Rainha, mas também sempre achou a pena um horror nas cabeças das debutante e agora que chegou a sua vez ela só consegue pensar em tirá-la. sua atenção não é atraída pelo grito estérico de Eloise, mandando ela e Daphine descer. Débora se pudesse ficaria encarando a grande pena ridícula torcendo para que ela pegasse fogo, isso tirando o fato de que tudo em seu corpo é branco, quase se comparando com sua pele pálida e seus cabelos mais brancos que a neve.

Saindo do quarto Daphine está a espera da irmã para que juntas desçam a escada.

—Você está linda, irmã- Daphine disse amorosamente, acalmando os nervos da gêmea.

—E Você está maravilhosa. Vamos arrasar -  juntas elas descem as escada.

Quando a presença delas são detectadas todos no último andar congela, pois a beleza delas é tão grande e avassaladora que faz palpitar cada coração fraco que anseia por seu amor. E naquele Rall de entrada existe dois corações que transbordam de um amor proibido que não pode ser alimentado com alegria, mas sim só por dor de nunca poderem ficar juntos.

Perfeita de fato.

Ao sair de casa é um grande vendaval de vestidos, criadas, uma mãe procurando o primogênito e duas debutantes nervosas para serem apresentadas a rainha.

Débora sempre foi observadora e nunca deixou as coisas passar, então quando ela percebeu que sua mãe estava a questionar Benedict para saber aonde Anthony estava, ela com certeza ficou preocupada. Esperando a mãe entrar na carruagem ela disfarçadamente vai a frente da carruagem.

—Aonde nosso irmão está? - Benedict sorri.

—Eu não sei, doce Deb. Sugiro que entre antes que mamãe surte. - ele sugere e ela como uma pessoa que teme a mãe sobe na carruagem que com tudo pronto começa a se locomover.

Assim que é chegado a hora de sair a carruagem Daphine e Débora descem uma de cada vez, recebendo o braço de um empregado real. Para o descanso de Débora, Anthony está a espera delas perto da carruagem. Mas quem sempre está ao lado para acompanhá-la é Benedict que já está aposto lhe dando apoio com o braço esquerdo.

—Anthony, você veio. - Daphine se pronúncia.

—É Claro, não perderia um dia tão importante para nossa família. - Anthony diz acalmando a tempestade que daphine sentia, mas não a de sua mãe e de sua outra irmã debutante.

—Só chegaria atrasado mesmo. - diz mãe e filha juntas ao julgar o primogênito.

Benedict sorri para essa cena, ele sempre acha engraçado em como sua irmã adotiva era tão parecida com a mãe e o pai, mas sempre com seu toque único. 

Débora sorri sarcástica para Anthony que respira fundo e ignora o comentário das mulheres.

—Vamos. - ele oferece o braço para Daphine que o pega e enfim, todos caminhão em direção ao castelo.

Hoje é um dia muito importante, para algumas, é aterrorizante, afinal, é o dia do qual senhoritas em idade de casamento serão apresentadas a Sua Magestade, a Rainha.
Que Deus tenha misericórdia de suas almas.

—mãe, eu não quero mais. Eu aguento ser chamada de aberração por todos tirando a nossa família, vai ser um horror quando a Rainha em pessoa falar que sou um monstro na frente de toda a sociedade. Não quero mais ser apresentada. - Débora diz estética pensando na pior das situações. 

—Irmã, se acalme, a Rainha não vai te chamar de monstro e nem nada do tipo, ela vai ver a sua beleza e gostará de você. Por favor, confie em mim. E se caso acontecer eu não te deixarei sozinha, ninguém vai. - Daphine abraça a irmã que a aperta com força e em segundos a solta.

—Certo, vamos acabar logo com isso, assim poderemos voltar pra casa e eu vou poder pintar nos meus quadros. - ela fica de lado para a irmã e respira fundo esperando serem chamadas.

Hoje, apenas a reação da Rainha importa. Um lampejo de descontentamento...e o valor  de uma jovem despensa de maneira incalculável.

—Srta. Daphine Bridgerton, Srta. Débora Bridgerton, apresentadas pela mãe a muito honorável viúva, viscondessa Bridgerton.

As portas se abrem e o sorriso tímido de Débora se abre também,  com delicadeza e perfeição.  Com calma e confiança as jovens Bridgerton se encaminham na direção da Rainha que analisa cada uma das irmãs. O olhar da rainha se prende na jovem Débora que não desvia o olhar, mas a olha com carinho como se fosse sua mãe ali na sua frente. A Rainha sente seu coração derreter pela jovem garota, contudo também percebeu o jeito impecável de Daphine e sua beleza, não tão chocante quanto de sua irmã.

As jovens Bridgerton se curvam diante da Rainha, que se levanta dando no mínimo cinco passos até estar levantando a cabeça das gemeas, fazendo com que elas a olhasse.

—impecável,  querida - A Rainha diz a Daphine que se ilumina com o maravilhoso elogio da rainha. Débora fica sem entender do por que a rainha ter levantado ela também, se só da elogia a sua irmã. —espetacular, querida - a rainha beija a testa de Débora que agora está em choque. A Rainha beija a testa de Daphine e volta a se sentar. As três Bridgerton se curvam em respeito a Rainha e depois começam a voltar para o camarim das debutantes, agora, com o peso da coroa em seus ombros.

—isso..

—isso aconteceu mesmo - Daphine em sussurro termina a frase da irmã que está em choque.

—continuem sorrindo, filhas. Estão observando, agora mais do que nunca. -Violet chama a atenção delas, mesmo que a sua própria felicidade e choque estejam estampadas em seu rosto.

Mas, como sabemos quanto mais brilhante é a jovem, mais rápida ela queima.