Alana
Depois de algum tempo de processo, o testamento de Washington foi anulado e Alana ficou sem nada, mas cheia de fúria. Disfarçou quando a mulher pediu que ela cuidasse da loja enquanto se mudava para a casa que fora do irmão e retomasse tudo.
Elisa vendeu sua casa onde morava e se mudou para a casa do irmão. Pediu para Alana arrumar lugar para morar, pois não a queria morando na mesma casa que ela.
— Você entende, não é? Logo pretendo me casar e não vou querer meu marido olhando pra você.
— Entendo, sim. Eu pretendia sair mesmo, só assina minha demissão, assim eu posso pegar o dinheiro e ir embora ou conseguir alugar um lugar pra morar. Ficar aqui sem seu Washington vai ser doloroso pra mim. — disse e deixou escapar lágrimas, que comoveram a mulher.
Elisa assinou a demissão dela e pediu que ficasse trabalhando lá, alugasse um apartamento para morar e a ajudasse na loja.
Alana aceitou, mas tinha um plano. Observava Elisa, e sua casa. Trabalhava normalmente, mas estava ansiosa para conhecer o tal namorado dela. Na primeira noite que ele apareceu, ela entrou na casa da patroa e ficou escondida lá.
Na segunda noite, decorou todos os passos dos dois. Era visível que aquele homem estava com ela por algum interesse financeiro.
Na terceira noite, Elisa entregou a ele um documento assinado por ela, passando aquela casa para o nome dele.
— Pronto, era isso que queria? Essa casa já é sua. Vou me divorciar e quando estiver tudo certo, a gente se casa. — Alana ouviu e sorriu.
Naquela noite, quando os dois dormiram ela usou clorofórmio para desacordar o homem e acordou Elisa ligando o som da casa. Usava luvas higiênicas, encontradas na área de serviço da casa e segurava uma faca, afiada.
— O que faz aqui? — Elisa perguntou acendendo a luz e vendo a jovem usando um sobretudo preto causando um contraste com aquelas luvas amarelas. Tentou, em vão, acordar o namorado.
— Justiça, Elisa. O teu irmão gostava de mim, ele deixou tudo o que ele tinha pra mim, porque trabalhei muito tempo pra ele recebendo uma miséria, cuidei dele quando precisou. Ele foi muito generoso.
— Você quer dinheiro? Eu dou dinheiro. — Tentou pegar o celular no criado-mudo, mas mudou de ideia quando viu o aceno negativo de cabeça da mulher que sorria, mas estava cheia de fúria nos olhos.
— Não quero dinheiro, Elisa. Já disse, quero justiça. Dinheiro eu consigo, mas seu Washington não ficou feliz em ter seu desejo desfeito pela irmã vadia tão querida dele, a quem sempre negou a existência.
— O que vai fazer comigo, menina? Larga essa faca... — pediu e olhou para o lado, não sabia que o namorado tinha sono tão pesado.
Quando mencionou gritar, Alana aumentou o volume do som e foi na direção dela, desferiu 42 facadas, as primeiras perfuraram as mãos da mulher que se debateu, em vão, tentando se defender. Furiosa, a jovem continuou perfurando o corpo daquela mulher mesmo depois de morta.
Ofegando, pegou a mão do homem e o fez segurar a faca, enfiando-a algumas vezes com a mão dele, que permaneceu desacordado.
Pegou pontas de cigarro que trazia consigo e espalhou pelo local, depois de colocar todas na boca do homem. Colocou cem gramas de cocaína no bolso da calça dele e deixou vestígios de uso de drogas pelo quarto.
Passava das quatro da manhã, quando ela entrou em seu apartamento e passou a observar a casa daquela mulher, pela janela.
Como planejado, o som chamou a atenção dos vizinhos, que chamaram a polícia, que encontrou o corpo de Elisa todo perfurado.
O namorado foi culpado de tudo e mesmo se dizendo inocente, não havia a menor possibilidade de provar sua inocência.
Quando amanheceu, Alana abriu a loja normalmente e demonstrou horror quando um policial entrou e avisou do crime ocorrido.
— Está todo mundo comentando, como não soube de nada?
— Eu tomei um remédio para dormir e acabou fazendo efeito cedo demais, acordei e vim direto pra cá. — disse demonstrando aflição. — Que cidade violenta, meu Deus!
— Acalme-se.
Depois da condenação do namorado de Elisa, Alana não viu mais motivos para permanecer ali. Vendeu a loja, usando documentos falsos e foi embora.
Mudou o visual e comprou roupas, quando chegou à capital do Rio de Janeiro.
Estava almoçando quando viu uma jovem tomando sorvete no mesmo shopping em que estava.
— Como pode isso? — indagou-se ao observar a moça, que sorria. — Essa menina é minha cara!
Parou de comer e resolveu chegar mais perto da mesa dela, pediu um sorvete e pagou com dinheiro.
— Qual o seu nome? — perguntou a atendente.
— Inácia. — respondeu involuntariamente.
— É só esperar aqui ao lado, senhora.
Ela ficou esperando e viu a sósia sair da mesa, esquecendo a carteira.
— Alana? — gritou uma jovem, loira, alta, que pegou o objeto e a acompanhou para devolver.
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