He's got a girlfriend anyway!
Remus era alguém apegado.
Ele não possuía o hábito de admitir isso, pois considerava quase humilhante, mas ele era extremamente apegado. Tinha vínculo emocional forte com suas composições, não conseguia se imaginar sem os colegas de banda, amava seu quarto no novo apartamento, sua rotina não era a mesma sem falar com a irmã ou cozinhar alguma refeição e fazia parte da rotina ler comentários dos fãs. Esse era Remus Lupin, sentimental, metódico e apegado.
Logo foi um completo absurdo ouvir da boca Sirius Black, seu amigo há anos, uma das pessoas que melhor o conhecia, que teria que ceder sua melhor composição, palavras dele, para o bem maior da nação. Sendo o bem maior as paranoias dele. Puf! Só se fosse a redoma gigante de pensamentos sem noção que formava seus neurônios.
Era um absurdo, um dos piores. E gostaria de dizer que nunca ouviu a mera sugestão.
Lupin negou, óbvio, não havia razão para ceder aquilo. Mas pior do que admitir seus apegos era admitir o qual flexível era para as lamúrias e choramingos dele. Aquilo era humilhante e constrangedor.
Não era sua culpa verídica, ou gostava de pensar que não, Sirius Black possuía toda a culpa no cartório. Ninguém mandou ser carismático, lindo, tocar baixo e ainda ser sua paixão secreta desde a adolescência, culpa total dele. E ele ainda conseguia ficar lindo todo empolgado falando sobre seu plano de ascensão global, aquilo era um bônus fofo do ótimo trabalho genético que o formava.
— Remus, pense bem! — O moreno falou solicito. — Seu caderno pode ser enterrado com você, mas não sei se Deus estará muito interessado em letras românticas e de crítica ao sistema.
— Eu lhe mando um bilhete informando a opinião dele sobre, — Remus sorriu cínico. — Espero que entreguem no inferno.
— Aí, isso, chuta cachorro morto. — Sirius agora se jogava contra ele, como um filhote se enroscando em si. — Seja cruel, ruim de coração, malvado! Eu irei viver bem, com o desgosto da minha alma por ter sido jogado na rua da amargura pelo meu amigo, meu melhor amigo, a pessoa que confio e que jurou fazer tudo por mim, tudo bem, entendo, está tudo bem-
— Padfoot! — O homem interrompeu e segurou o rosto do outro com as mãos como se fosse beijá-lo, mas só deu um sopapo na nuca — Não enche minha paciência, seu idiota.
— Duas faixas são tudo que preciso, a principal e uma do álbum, só isso, por favor! — Sirius se jogou no colo dele, se esfregando como um cachorro no dono, de novo. Ele choramingava e resmungava o nome de Remus de forma estendida. — Remmy, por favorzinho!
— Já disse que não! Não fica me enchendo. — Lupin empurrou o corpo dele para longe.
— Você quer que a banda acabe? É isso? Não ama a gente? — O moreno começou a forçar as lágrimas, como belo dramático que era. — Está guardando para sua carreira solo, tenho certeza, vai nos deixar padecendo na ruindade. Com certeza cederia a Scott, mas não ama a gente o suficiente para isso, eu entendo. — Algumas lágrimas já desciam entre os cílios volumosos.
— Que ódio! — A frase saiu quase um rosnado. — 'Tá, mas só duas, e eu escolho, nada de pegar meus cadernos! Entendeu, Sirius Black?
— Não poderia ser melhor! — Ele sorriu vitorioso depois de dar uma grande fungada, esfregando a costa da mão para limpar as lágrimas de crocodilo. — E escolha três, pense na narrativa do álbum.
— Vai para merda, Sirius! — Remus jogou uma das muitas almofadas da sua cama nele, que a agarrou iniciando uma dancinha idiota, o outro só pode sorrir com a idiotice.
O modo que era dobrado por ele sempre fora um problema desde que ficaram amigos. Sirius notou cedo demais que era necessário apenas um pouco de drama, chantagem emocional e algum chamego para Remus ceder em suas loucuras.
No internato o qual estudaram, ficaram conhecidos por isso, pela forma que o moreno só obedecia a Lupin e como só ele conseguia dobrar o estudante a fazer algo menos conveniente, tipo quando o convenceu a entrar na sua banda maluca, ou quando o levou para shows diversos em pubs de bairros perigosos e cunho duvidoso, uma menção honrosa as festas furtivas o qual fora levado também. No geral, Sirius conseguia o chutar para fora da sua zona de conforto, o jogando em alguma situação insana. Muitas vezes era bom, em outras era horrível e Remus queria ralar a cara dele no asfalto.
Mas tinha um quê nisso, e era a igualdade, o homem poderia ser maleável para ele como não era com ninguém, podia sim ceder suas exigências e talvez se pôr em coisas não tão legais, nos dois sentidos da palavra, mas Sirius era três vezes pior consigo, sendo quase seu cachorrinho, razão o qual recebeu o apelido de Padfoot, por sempre segui-lo e obedecer, mas de uma vez durante a escola Remus o mandava sentar de repente e ele o fazia, sem nem raciocinar, o que resultava no grupo explodindo em risadas e ele ficando totalmente puto, o bico durava só até Lupin choramingar "Sirius" no ouvido dele e o abraçar.
Logo, sim, ele aceitou ceder suas músicas, porém de todas que ele poderia escolher, resolveu selecionar a que escreveu no último ano do ensino médio. Quando teve um caso rápido com Sirius, antes dele oficializar com Marlene, o qual Lupin nem sabia que ele mantinha um caso. Antes do mundo de Remus se tornar amargo. Antes dele se tornar amargo em si. Porque apesar de ser "bonzinho", ele era um maroto ferido, seu ego adolescente ainda não havia superado aquilo, mesmo que seu eu adulto já.
Foi a única vez que brigaram sério, o Black não tinha um pingo de responsabilidade afetiva, Lupin o ensinou na marra que você não poderia simplesmente começar um namoro sem avisar sua amizade colorida barra ficante sério daquilo. Era desrespeitoso. Ainda mais se a pessoa em questão descobrisse da boca de um aluno desconhecido fazendo fofoca na sala. Aquilo havia sido tão doloroso que Remus nunca foi totalmente aberto com James e Peter sobre o assunto, para eles era tudo uma questão de tensão sexual e foda mal resolvida, mas era mais que isso, Sirius havia traido sua confiaça e afeição, e poxa, ele era um artista e ser humano sensível, ninguém esperava que sorrise para a situação, correto?
Era deplorável e triste. Então quando o confrontou sobre, mal o deixando falar de tão irado, ele passou meses sem falar com o Black, quase um semestre. Hogwarts, o internato o qual residiam, já estava fazendo abaixo assinados para que Remus perdoasse o moreno, pois Sirius sem Remus, era um Sirius muito bagunceiro, intragável, amargo e aprontam. Lupin jurava que mais uns dias o ignorando e o próprio Dumbledore iria pedir para que conversasse com o menino. Ninguém suportava Sirius sem Remus.
Atualmente Remus estava bem com aquilo, de verdade, ainda era meio rendido ao homem, ainda o achava estupidamente sexy depois de um show quando seus fios molhados de suor enquadravam seu rosto, ainda era Sirius Black ali, afinal. Mas Remus não era nenhum adolecente ridículo apaixonado, sonhando com seu próprio romance ficcional. Não esperava viver um amor secreto com o colega de banda, mesmo que seu coração ainda saltasse sempre que dançavam juntos em festas, ou que ficasse excitado ao vê-lo semi nu no camarim pós show. Mas sendo franco, quem em sã consciência não ficaria?
Sirius tinha sua vida particular, ficava com gente aleatória, ia em festas e ainda fumava cigarros artesanais, alguns de maconha, como na juventude. Ainda era um bobão paranoico, ainda se preocupava mais com os amigos do que com si mesmo, e ainda possuía o coração do melhor amigo na mão, mesmo não sabendo disso.
E isso estava okay, Remus não era o mesmo cara tímido de antes, muito menos um virgem recatado. Também ia em festas, tinha uma resistência a álcool surpreendente e ficava com outras pessoas, e bem, havia Scott, o cara que era seu fixo há quase um ano.
Gostava dele, o cara era engraçado, divertido, bonito, estiloso, responsável e não lembrava Sirius em nada. Gostava de sair com ele, ficar na sua casa, curtia conversar com ele sobre besteiras e ciências sociais, Scott também amava literatura, definitivamente conversar com ele era algo muito bom, leve até. Ele também pouco se importava com sua fama e era um dos poucos que não se sentia intimidado em sua presença, mesmo quando Remus xingava em alguns idioma que estava fascinado no momento, afinal Scott amava curiosidade e ficava brincando de chutar o país de origem do palavrão poliglota.
Os amigos dele também eram legais, a única menina do grupo vivia um poliamor, os irmãos gêmeos bivitelinos eram excêntricos e possuíam uma dualidade única. Eles eram legais e sair com o grupo nunca era chato. Estava ficando mais amigo de Scott que ficante, e isso também era okay pois já haviam conversado sobre.
O único problema era que seus amigos de banda odiavam Scott e seus amigos, não havia uma grande razão para tal, bem isso na visão de Remus, mas ele podia ouvir James e Sirius surtando com isso, pois, pasmem, era da banda rival. Era "confraternizar com o inimigo", eles gritavam quando descobriram. Entretanto o sexo era bom e a relação descomplicada, era o suficiente para si, por assim dizer.
Então, sim, Remus cedeu a Sirius, mas escolheu uma das músicas mais sujas e rancorosas do seu repertório.
Era uma vingança no final.
Notas finais:
Capitulo solto as pressas pois estou voltando para minha cidade natal!!!! Espero que estejam gostando, ainda faltam três caps para o fim, conto com a presença de vcs!Beijos da fada, até!
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