25
Desci as escadas pisando firme e encontrei Clint sentado no sofá com sua filha no colo. Me aproximei dele e sentei na beirada do sofá encarando seu rosto com uma expressão séria.
_ Tudo bem, Evie? - perguntou com a sobrancelha erguida.
_ Sério, Clint? O mesmo quarto que o Steve? - perguntei e ele soltou um riso nasal passando a mão pelo cabelo da garotinha em seu colo.
_ Me desculpe, mas era o que tinha. Natasha ficou com o Banner e Tony quis ficar sozinho, só sobrou você e Steve.
Bufo e me levanto do sofá arrumando meu macacão. Olho para a garotinha em seu colo e ela sorri para mim, retribuo o sorriso e logo alguma coisa se passa em minha cabeça.
_ Quer aprender defesa pessoal? - perguntei para a menina que assentiu com um sorriso no rosto - Ótimo, vou só trocar de roupa e a gente começa.
A menina concordou e desceu do colo de Clint com um só pulo. Clint me olhou com uma cara feia, mas eu somente levantei minhas mãos como sinal de rendição.
Subi as escadas com um pouco de desânimo, eu não tive outra alternativa a não ser ter que dividir o quarto com Steve, mas ele pode ter certeza que eu não vou falar nada com ele e que a cama é minha. Abri a porta do quarto e Steve já não estava mais lá, somente as suas coisas.
Fui até a janela aonde dava para o lado de fora da casa e vi meu pai e Steve cortando algumas lenhas e conversando, isso é novidade. Meu pai com certeza deve estar morrendo por dentro, o único trabalho que ele gosta é de mexer com as coisas da sua oficina, isso para ele é um esforço muito maior.
Os meus longos cabelos loiros caíam pelos meus braços e eu reparei que a buchinha havia rebentado e meu cabelo estava totalmente solto. Apesar do suor, ele continuava limpo e cheiroso, com certeza o rabo de cavalo ajudou bastante.
Me virei de volta para o quarto e fui até a minha mochila, pegando uma calça legging preta e um top. Vesti rapidamente e prendi meu cabelo em um coque alto.
Quando terminei de me arrumar, fui até o banheiro e liguei a pia, jogando um pouco de água sobre o meu rosto e vendo ela escorrer de volta para a pia. Junto da água, eu via sangue escorrendo, o que me fez assustar e logo me olhar para o espelho, vendo um corte na minha sobrancelha que por conta da água, agora estava ardendo bastante.
Eu não tinha linha e nem gaze, tudo eu tinha deixado na nave que agora está bem longe da casa. Então, somente lavei o ferimento mais uma vez, tendo que morder meus lábios por conta da ardência e o tampei com um esparadrapo que achei na gaveta da pia do banheiro.
Após tampar o ferimento, fiz questão de sair o mais rápido do quarto, eu queria treinar e ajudar aquela menininha a ser forte e saber se defender das coisas ruins desse mundo. Quero ser igual a minha treinadora era, calma e compreensiva, quero que a menina cinta-se segura e que saiba que pode tentar novamente, pois nada é fácil de começo.
Ao chegar na sala novamente, vejo a garotinha vestida com um macacão preto colado e os cabelos presos em um rabo de cavalo alto com uma presilha dourada.
_ Está linda, uma roupa perfeita para treinamento. - falei com um sorriso no rosto e ela retribui o sorriso - Aonde podemos treinar?
_ Na garagem, lá não tem praticamente nada. - falou a garotinha com uma voz fina e calma, logo saindo correndo pela porta principal.
_ Perfeito. - falei acompanhando a garotinha.
Saímos da casa e ela estava indo até um grande cômodo afastado um pouco da casa que com certeza era a garagem. A menina abriu a porta com um pouco de dificuldade e entrou. Entrei logo atrás dela e fechei a porta atrás da gente, já que na garagem tinha algumas janelas e não ficaria um forno.
A menina colocou sua bolsinha em cima de uma mesa no canto e veio até mim com as mãos para trás e um sorriso grande no rosto, ela é uma gracinha.
_ Vamos começar devagar, somente com alguns movimentos mais fáceis. - falei me posicionando na frente dela - Primeiro você vai aprender a dar um chute, bem fácil não é? - perguntei e ela assentiu - Levanta a sua perna e faz movimento para frente, como se tivesse chutando alguma coisa. - pedi e ela levantou a pequena perna e chutou, logo me fazendo bater palmas - Arrasou, muito bem. Agora você vai fazer essa mesma coisa com a mesma perna, certo? - quando terminei de falar, ela já estava levantando sua perna e chutando o ar com força, a fazendo ir um pouco para frente, mas logo conseguiu voltar - Você está sendo incrível, estou encantada.
_ Obrigada. - disse colocando a mão nas bochechas.
_ Já que você aprendeu a dar chute, você vai tentar me acertar. - falei me posicionando na frente dela e agachando para ficar na sua altura e ela balançou a cabeça negativamente - Não tenha medo de me machucar. - ao falar isso, ela levantou a perna e tentou acertar um chute no meu braço, mas eu logo desviei - Tenta mais uma vez, agora mais rápido. - incentivei e ela tentou com a outra perna, logo passando de raspão pelo meu braço - Muito bem, isso já é um avanço.
A garotinha levantou sua outra perna e acertou um chute na minha mão que estava levantada, logo me fazendo sorrir e bater palmas. O sorriso no rosto dela apareceu e eu senti uma onda de felicidade vim com tudo no meu corpo, eu estava feliz de ver ela conseguindo e se orgulhando de si mesma.
_ Você está se saindo super bem. - falei me levantando e passando a mão pela minha calça - Sabe dar soco?
_ Um pouco.
_ Então agora vamos aprimorar. Coloca seu braço para frente e feche sua mão. - falei fazendo o que pedi e ela imitou - Agora faz o mesmo que o chute, mas só que com a mão. - a garota foi com tudo para frente e sorriu ao ver que conseguiu fazer o que mandei - Perfeito, agora você vai fazer isso com a outra mão. - ela fez o que pedi e eu sorri - Agora com as duas, você vai bater com força aqui. - falei mostrando para o colchão que estava em pé atrás de mim.
Ela foi até o colchão e começou a bater nele, me fazendo ir até o meu celular que estava em cima da mesa com a bolsa da garotinha e o abrir, já que havia algumas notificações. Ao ver as mensagens, revirei os olhos vendo que Nick estava me convocando para outra missão. Pensei que como eu estivesse longe de casa, ele não me mandaria para missões de campo.
Na mensagem ele só fala que precisa de mim e que mais tarde era para eu ligar para ele, pois era uma missão urgente. Sem responder, coloquei meu celular de volta na mesa e suspirei voltando para o lado da garotinha, que batia com toda a sua força no colchão.
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