UM GOLE
COMENTEM MUITO PORQUE ESSE CAPITULO É DE TOMBAR
Capítulo 7 – Um Gole
Jungkook observava o príncipe com um sorriso divertido no rosto. Ele falava mole e enrolado, estava sentado na mesa e já havia tirado o casaco pesado do corpo. Seu rosto estava corado e sua boca fazia um biquinho ao pronunciar as palavras, que aos poucos perdiam o nexo.
Jimin se sentia leve e mole, beliscava um pacote de jujubas que Jungkook havia comprado e vez ou outra voltava a tomar um gole da bebida, que já não tinha um gosto tão ruim. Seus olhos passeavam pelo corpo do russo e tentava mudar o rumo dos seus pensamentos, mas era difícil com toda a ajuda visual que estava tendo.
Jungkook estava sentado na cadeira à sua frente, tão próximo que seu pé podia facilmente tocar na coxa do russo. Ele estava com as pernas abertas, em uma posição relaxada e descontraída, como se não tivesse preocupações e isso era frustrante, porque Jimin tinha várias.
O homem não usava roupa íntima e, sentado em cima da mesa, Jimin conseguia ver a sombra do membro marcado pela calça, em uma semi ereção. A posição era máscula e o cheiro de banho e produto de barbear, misturado a tabaco e álcool o deixava tonto e excitado. Não estava em seu juízo perfeito e ainda achava que deveria se confessar para um padre de verdade, um que não bebesse e não se masturbasse na igreja de mentira, mas no momento, não tinha a quem se confessar.
Já havia pensado em várias coisas e a cada novo detalhe que notava no homem a sua frente, mais confuso ficava. Jungkook não tinha curvas, seios ou qualquer atrativo que estava familiarizado, no lugar disso, tinha coxas definidas, peito largo, braços fortes e mãos firmes, o total oposto do que deveria gostar.
– Está com calor? – Jungkook questionou quando observou as bochechas coradas do inglês, que concordou abismado.
– Como é possível? Deve estar uns dez graus negativos aqui. – Resmungou sem desviar o olhar do homem grande.
– Usamos essa tática há muito tempo. Álcool, tabaco, qualquer coisa que mantenha o sangue quente. Existem muitas formas de esquentar. – Explicou enquanto analisava a própria garrafa. – Durante o inverno recorremos a medidas mais eficazes. Somos resistentes a bebidas fortes, mas você parece estar alto.
– Eu me sinto quente. Então funciona. – Jimin riu, lambendo o lábio e desceu os olhos pelo russo. – Nossas culturas são diferentes. Isso ficou bem claro em dois dias. – Jungkook riu fraco.
– Percebi isso assim que botei os olhos em você e nesse seu maldito cabelo loiro. – Murmurou.
– Você odeia tanto assim o meu cabelo? – Jimin questionou rindo enquanto passava a mão pelo cabelo de forma despreocupada. – Ou apenas acha ele bonito?
– O que quer dizer? – O russo perguntou com um olhar duro para o menino que parecia leve e mole demais para notar o que falava.
– Vocês odeiam o que acham bonito e você me acha bonito, já disse isso alguma vezes. – Afirmou tagarelando. – Disse também que faço as pessoas terem pensamentos obscenos, mas talvez tenha sido só você, Jun. – O russo encarava o príncipe com uma expressão completamente fechada e assustadora, mas o menino não conseguia perceber aquilo como um sinal de perigo, na verdade, no momento, parecia apenas sexy. Tudo no agente era. – Mas eu também tive com você, então eu não me sentiria ofendido.
– Você é uma bicha. – O russo resmungou enquanto encarava o inglês a sua frente e Jimin o analisou novamente.
– Essa palavra. Ela... eu não sei. Não sei se deveria me sentir ofendido com ela e você insiste em se referir assim comigo. – O menino balançou as pernas, Jungkook não se mexia, apenas o observava. – Eu nunca havia pensado nisso antes, ou contestado antes. Eu sou noivo, vou me casar com Liz.
– Seu casamento é falso. – Jungkook rebateu com um tom sério, sem saber como se sentia sobre tudo o que estava ouvindo. Algo gritava que era errado, que deveria se afastar da maldita bicha, mas sabia que essa era a parte que estava errada, a parte da sua mente que ainda via aquilo como algo sujo e doentio. Sua outra parte se sentia ansiosa enquanto observava o menino tão perto, corado e mole, falando de forma suave e admitindo coisas que inflavam o seu ego.
– Ele não é falso. Eu vou me casar, terei filhos com ela e ela será minha rainha. Será real. Será tudo o que eu vou conhecer na minha vida. Não pode chamar algo assim de falso. – Jimin disse com um tom emburrado.
– Mas é o que você quer? – Perguntou. Ignorando a voz do seu pai em sua mente, que gritava palavras grosseiras. Jungkook não era mais uma criança assustada. Sabia o que era certo e errado e podia decidir por si só.
– Não é o que eu escolheria. – Admitiu rindo bobo. – Mas eu não saberia o que escolher, se tivesse esse poder. Tive uma noite de liberdade e já fiz a maior confusão. – Jimin mordeu a pontinha do seu dedo e Jungkook engoliu em seco vendo aquilo, agarrou o tornozelo do menino, para impedir o movimento de balanço que ele fazia na tentativa de descontar a ansiedade e Jimin se arrepiou com o toque. – Eu culpo o senhor por isso.
– Eu? – Questionou com o tom grosso, em um desafio e o príncipe devolveu o olhar com ousadia, se sentindo corajoso e quente pelo álcool, que o russo começou a ver que havia sido um erro.
– Você. – Afirmou. – Você e toda essa sua coisa de homem antiquado. – Respondeu gesticulando. – Com suas cicatrizes e violência enraizada, sotaque bonito, e forma grosseira e ofensiva de tratar os outros. – Jimin se inclinava sobre a mesa enquanto falava, ficando mais próximo e quase caindo e o agente não deixou isso passar. – Sem falar da aparência brutalmente bonita e charmosa e, pelo amor de Deus, você morreria se usasse uma roupa de baixo? – Jungkook se irritava ao ouvir aquilo e não sabia ao certo porque, uma mistura de raiva por gostar, por se sentir bem em saber que havia atraído a atenção do loiro de pele cheirosa e lábios cheinhos e culpa. – A culpa é toda sua.
Jimin se deixou cair sobre o colo do russo, que o encarou com raiva ao ver o menino sobre suas coxas, tão próximo, com o cheiro amadeirado o envolvendo e os lábios tão próximos. As mãos do menino foram até seu peito e sentiu quando ele se aproximou mais, sabia o que a bicha pretendia fazer e se odiou por não conseguir impedir, porque queria que ele fizesse.
Uma das mãos do inglês deslizou para cima, sentindo a pele quente mesmo por cima do tecido e se prendeu no pescoço do russo, os olhos estavam presos nos olhos do homem, com curiosidade, como se se perguntasse se ele o afastaria.
O medo e receio de que o agente o empurraria e talvez o espancasse a qualquer momento passou pela sua mente, ainda mais ao ver o olhar sério que ele o lançava, como se o desafiasse a fazer aquilo e Jimin tremeu ao ver um olhar tão intenso sobre si, porque era quase magnético.
Desceu os olhos para a boca pequena e crispada, que parecia reprovar toda aquela situação, bom, tudo no russo exalava reprovação e se Jimin estivesse sóbrio, teria notado aquilo, na verdade, ele nem ao menos teria tido coragem para começar aquilo, mas mesmo consciente de que o russo era agressivo e nem um pouco simpatizante ainda queria testar aquela opção que parecia tão próxima agora e, ignorando os sinais de reprovação, colou sua boca na dele.
O Russo continuou com os olhos abertos, encarando o menino que apenas juntava os lábios em um selinho desajeitado e simplista, com quase medo de aprofundar e sentiu raiva, porque não era aquilo que queria.
Bicha. Ouviu novamente, mais alto, mais forte. Quase conseguia sentir a violência física da primeira surra que levou na vida. Não ousou se mexer, tentou ignorar o menino que se remexia sobre suas pernas, parecendo a cada segundo mais afoito, mesmo com um simples selar de lábios.
– Não me afaste. – Jimin murmurou, rente seus lábios em um sussurro sofrido e machucado, atingindo um nervo que parecia realmente inflamado. – Por favor, Jun. – O inglês abriu os olhos, que estavam levemente molhados e carregavam uma tristeza eternizada.
– Brodyaga. – Vagabundo. Xingou em russo, consciente que o menino não entenderia, antes de levar uma das mãos até os malditos fios loiros e os segurar entre os dedos com brutalidade, porque sim, amava aquele detalhe, amava como o cabelo loiro era bonito nele. Odiava não achar bonito em outras pessoas, mas no inglês achava. Puxou sua cabeça para trás, vendo surpresa estampada no seu rosto, surpresa e medo.
Jimin sentia a brutalidade com que Jungkook o segurava. Uma mão nas suas costas e a outra puxando o seu cabelo e naquele momento acordou para o seu erro, iria pedir desculpa, dizer que não queria, que havia sido um engano, mas, antes que pudesse, Jungkook já esmagava sua boca, dessa vez em um beijo de verdade.
Um violento e bruto, como ele. Com língua, mãos e uma pitada de intensidade, que deixava Jimin perdido e meio derretido sobre o homem. Nem ao menos entendia como, mas o russo o puxava com vontade, o englobando em seus braços, virando seu rosto de um lado para o outro, enquanto sua boca devorava o inglês.
Era tão sujo, que parecia um pecado, Jimin sentia que estava realmente se condenando ao inferno, mas sentir as mãos daquele homem em seu corpo era como cair da graça. Algo tão bom deveria ser pecado, tinha certeza. Deus, iria precisar se ajoelhar depois, implorar por perdão.
Precisou se afastar, ofegante e mole, quando sentiu algo duro roçando seu pênis, que estava latejando preso pela roupa íntima, quente demais pela calça pesada de moletom. Olhou para baixo, apoiando a cabeça no ombro bem estruturado do russo, notando que a respiração do homem também era pesada e densa. O relevo de seu pau estava levantado, armando uma barraca no tecido da calça, já que não usava roupa de baixo.
Ver um pau tão próximo do seu, deveria ter sido assustador, mas não foi. Jimin salivou, meio mole, meio trêmulo. Vendo a cena, ofegou, se remexendo, querendo mais contato, mais atrito, mas com medo de tocar. Jungkook gostava da visão, queria não gostar, mas gostava. Sua mão, que antes estava nas costas do menino, desceu um pouco mais, ficando na altura da sua lombar, um pouco acima da bunda e o puxou para frente, o trazendo para quase em cima de onde não deveria e viu quando o menino se afastou para olhar nos seus olhos.
– Isso não... nós não deveríamos... Isso... Jun... – Jimin mais balbuciava, do que realmente falava e o russo concordou, mesmo não entendendo ao todo. – Isso é bom. – Admitiu, gostando da sensação. – É bom de verdade.
– Você é uma bicha. – Jungkook repetiu em um sussurro, observando a expressão depravada do menino, a feição de prazer, que o despertava desejos sujos e escondidos e entendeu o que seu pai queria dizer. Porque Jimin era o tipo de homem, que fazia com que outros homens tivessem fantasias.
E isso era o que a palavra significava.
– Eu não tô exatamente sozinho nesse momento. – Jimin resmungou, querendo o lembrar de que se o russo estava o acusando de ser gay, bom, então o agente também era, porque Jimin não estava sozinho nessa e, para a sua surpresa, Jungkook concordou, porque o príncipe não estava.
– Não está.
– Vai me odiar amanhã? – Questionou, se mexendo sobre o colo forte do maior, sentindo o pau duro se esfregar contra o seu e tremelicou com a sensação de excitação que o percorreu. – Vai me odiar por tudo isso, Jungkook? – O russo se perguntou se o odiaria. Se quando acordasse e se lembrasse de beijar o loiro iria o odiar, mas então se lembrou de cada momento daquele dia e pensou que seria impossível odiá-lo, porque aquilo era a bomba que havia explodido.
A bomba que Jungkook queria que explodisse e ela estava em seu colo, olhando em seus olhos, falando seu novo nome com um biquinho e com medo de que a liberdade que havia acabado de ganhar lhe fosse tirada.
O agente não o respondeu, apenas enroscou a mão em seus malditos cabelos loiros e o puxou para mais um beijo, porque que se foda, seria uma maldita vagabunda adoradora de pau pelo inglês.
Sim, eu amo esse capítulo. Vocês gostaram?
Atualização dupla, porque hoje eu terminei toda a história e ela tem 15 capítulos.
CRÉDITOS DO CAPÍTULO:
Escrito por: Manu Padilha
Betado por: eumamaopapaia - Sigam ela. A salvadora da pátria e o amorzinho que está me ajudando com a história.
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