O RETORNO
Depois do último capítulo me sinto na obrigação de lembrar a todos, que todas as minhas histórias tem OBRIGATÓRIAMENTE final feliz.
Boa leitura e não se esqueçam de comentar.
Capítulo 11 – O Retorno
As poltronas do jato eram laterais, umas de frente para as outras. Jimin estava sentado na terceira poltrona do lado direito e observava Jungkook sentado na primeira poltrona do lado esquerdo que conversava com o copiloto e o atirador de forma amigável.
Taehyung e o Padre também estavam vindo. A KBG estava substituindo Yoongi por outro padre por um curto período de tempo, apenas para que ele pudesse fazer um treinamento na base e isso era tudo o que Jimin sabia.
Jimin já havia sido avisado que estavam a poucos minutos de pousar no palácio e não poderia estar mais desanimado. Seu olhar se mantinha fixo em Jungkook, gravando cada centímetro que poderia, sua mente voltava nos dias anteriores em cada momento que viveram juntos e tentava a todo custo não chorar.
– É normal chorar. Pode botar pra fora. Você estava sob muita pressão e agora está seguro. – Taehyung, que estava sentado ao seu lado, murmurou do seu lado. – Não precisa ter vergonha.
Jimin concordou, respirando fundo e abaixando a cabeça. Quem dera estivesse chorando por isso.
– E não precisa ficar com medo. A KGB vai ficar uns dias por perto ainda, para fazer a segurança para ter certeza de que é seguro. Não tem com o que se preocupar. – Yoongi garantiu e Jimin não sabia ao certo se aquilo acalmava seu coração ou não.
Iria ter Jungkook por perto, mas não poderia toca-lo, a simples ideia parecia mais com uma maldita tortura sem fim do que com algo reconfortante ao todo, sentia calafrios e uma vontade imensa de chorar.
– Se preparem. – Escutou o piloto gritar. – Estamos pousando. – Jimin procurou os olhos do Russo e pela primeira vez durante toda a viagem, Jungkook também o olhava. Dava para ver tristeza ali, dava para ver que ele também estava se torturando e se privando daquilo, se segurando ao máximo para não desmoronar e Jimin conseguia entender, estava sendo difícil.
Os dois sabiam desde o começo que aquele seria o final e isso não tornava mais fácil ou menos trágico, mas eram conscientes da realidade em que viviam e era uma merda, mas isso era tudo.
Jimin tirou o cinto quando o avião pousou, sem conseguir tirar os olhos dele, sentindo seus olhos transbordando, sentindo o pequeno mundo que havia criado para si desmoronando sobre seus pés. O agente foi o primeiro a sair, falando alguma ordem para os outros e ditando regras para a proteção do príncipe e Jimin sentia seu coração murchar, mas sabia que era a forma de Jungkook se proteger.
Sabia que seu homem construía barreiras e muralhas em volta do próprio coração para não deixar os sentimentos transbordarem, havia o conhecido o suficiente para saber disso. Sabia que ele tinha medos, inseguranças, imperfeições e gentilezas também e amava cada traço de sua personalidade grosseira e carinhosa, que era tão rústica e confusa, cheia de dualidades, mas que no final aquecia o peito do inglês.
Jimin queria viver ali, nos braços quentes e amáveis de um homem que não sabia fazer elogios sem parecer ofensas e que cheirava a álcool a maior parte do tempo, mas que sempre estava disposto a lhe dar carinho e um beijo repleto de ternura enraizada.
Assim que desceu do jato foi conduzido para um carro preto e bem equipado com uma bandeira oficial da Inglaterra, mas ainda não viu nenhum dos seus antigos guardas de prontidão. O carro foi guiado até a entrada do palácio sem problemas e pelo caminho viu que seu país estava em ordem, tudo em seu devido lugar.
As pessoas andavam na rua fazendo compras e se divertindo. Ruas cheias e pessoas animadas. Lugares coloridos com luzes piscantes, letreiros vibrantes e até mesmo música popular. A entrada do palácio estava arrumada, o que indicava que teria um baile mais para o anoitecer e aquilo arrepiava Jimin, que imaginava o que a sua avó poderia estar planejando com tudo aquilo.
Todos os agentes desceram do carro e, assim que a área foi dada como segura, a porta do príncipe foi aberta e Jimin pode enfim sair do carro. Foi escoltado de perto por Taehyung e Jungkook até a porta central e assim que abriu deu de cara com a própria Rainha e Eliza, que o esperavam ansiosamente, e o guarda que havia avisado que o príncipe estava chegando.
Jimin caiu em lágrimas ao ver as duas, exausto emocionalmente por segurar tudo aquilo o dia todo e correu para o colo de sua avó, se deixando ser abraçado com força. A mais velha o apertou em um abraço carinhoso, estava morrendo de saudades do neto, Deus, amava tanto aquele garoto.
Quase havia matado o maldito Christopher com as próprias mãos ao descobrir que era ele quem estava por trás dos atentados. Tentou não pensar que ele havia sido o responsável pela morte de seu filho, porque só Deus sabia o que faria se descobrisse aquilo, mas agora ele e seu filho, Henry, iriam para a cadeia e morreriam lá, se Deus quisesse.
Christopher era o segundo na linha de sucessão, um primo distante da Rainha, e Henry era primo de segundo ou terceiro grau de Jimin, mas haviam sido criados juntos, por consideração. Eles eram nobres, verdadeiros parasitas da realeza, mas agora a Abigail se arrependia de tê-los deixado por perto.
– Está tudo bem, querido. Já acabou. Você está seguro, está em casa. Nada mais irá lhe fazer mal. – Afirmou afagando as costas do neto em uma tentativa de acalmar o menino que chorava compulsivamente em seu ombro. Imaginava o quão assustador aquilo deveria ter sido, ainda mais depois de ter perdido os pais em um atentado como aquele.
Jimin nunca havia fraquejado ou chorado, nunca demonstrava fraquezas, aquela era a primeira vez e Abigail estava surpresa, mas levemente feliz por seu neto se permitir expressar algo como aquilo, um sentimento tão forte e intenso.
Olhou levemente para Eliza, procurando apoio da futura esposa e a menina logo entendeu, também se aproximando para acariciar os cabelos loiros do menino.
– Está tudo bem, Jimin. Estamos com você agora. – Eliza Lithford disse com uma voz doce, achando adorável a forma como Jimin era sentimental. – Venha, me dê um abraço. Eu estava com saudades. – Jimin se afastou da avó, enxugando o nariz com a manga do moletom, se sentindo frágil e mole, com o coração bambo, sabendo que aquele era seu maldito destino.
– Liz... – Murmurou para a menina, indo a passos incertos até ela, que o acolheu em um abraço apertado.
O agente, que assistia tudo de longe, apenas mantinha sua expressão dura, sem reagir a nada daquilo. Queria ir até Jimin, o abraçar e o confortar até o fazer parar de chorar porque, diferente delas, ele sabia o porquê de Jimin estar chorando.
Queria dizer a Rainha que ela não o amava de verdade, queria tirar ele das mãos da Lady Lithford, a mulher que Jungkook não queria admitir, mas era sim muito bonita e parecia ser adorável e gentil, queria tirar Jimin de todo aquele circo e o levar para longe, de volta para a Rússia, mas se contentou em observar de longe, como se nada daquilo o machucasse.
– Vamos para a sala, temos muito o que conversar. – A Rainha disse o conduzindo para a sala e Jimin tentou se acalmar, engolindo aos poucos o choro e deixando Liz segurar sua mão enquanto caminhava ainda bambo para o outro cômodo, sendo seguido de perto pelos agentes. – Como foi na Rússia, foi tão ruim quanto achava? – Perguntou assim que se sentou no sofá, indicando que o neto e a Lady também se sentassem.
– Não. É um país duro, frio e nem todo mundo é amigável, mas tem suas belezas. – Comentou fungando, enquanto segurava o choro que parecia querer voltar. – Eu vi o mar e conheci outra cultura. Coisas que nunca pensei viver. – Soluçou sentindo as lágrimas escorrerem e evitou a todo o custo procurar Jungkook com os olhos, mesmo que soubesse que ele estava em algum lugar em pé naquela sala. – Coisas que eu nunca vou esquecer. – A Rainha não tinha a menor ideia do que o menino estava falando, mas parecia difícil e o abraçou de lado.
– Quem era o agente responsável por você? O homem que te salvou? – Abigail questionou, perguntaria mais tarde ao homem o que havia acontecido de tão especial na Rússia para deixar seu neto assim.
– O que? Por quê? – Jimin perguntou alarmado.
– Bom. Eu gostaria de agradecer pessoalmente ao homem que salvou a vida do meu neto. – Disse com um tom carinhoso enquanto olhava para todos os agentes da sala. – Então, nenhum vai se prontificar?
– Fui eu, majestade. – Jungkook deu um passo à frente, sentindo um bolo em sua garganta. – Sou o agente 16, do setor especial da KGB.
– É um prazer, Agente 16, do setor especial. – Abigail disse com um sorriso contido e, ao ver a forma séria com que o homem falava, imaginava o que Jimin havia enfrentado nos últimos dias. – Muito obrigado por trazer Jimin de volta, o que fez por mim e por toda a Inglaterra não está escrito, temos uma dívida eterna com você. – Disse um tanto emocionada e todos foram surpreendidos quando Lady Lithford se levantou do sofá, um tanto esbaforida e caminhou até o homem, um tanto envergonhada antes de o abraçar com força.
– Muito obrigado, senhor. Não tenho palavras para lhe agradecer por proteger Jimin. – A mulher disse com a voz embargada de tristeza. – Eu estava morrendo de preocupação, mal podia dormir, mas o senhor o trouxe em segurança e agora ele está aqui.
– Eu... – Jungkook estava paralisado, sem saber o que fazer com a mulher que o agarrava. Encarou Jimin, que parecia tão surpreso quanto ele, mas talvez Jimin não entendesse que aquela não era qualquer mulher, era a maldita mulher que se casaria com ele, era a sua noiva e aquilo era uma tortura. – Eu só fiz o meu dever. Não foi nada demais. – Resmungou baixo a mentira que não conseguiria dizer alto.
– Foi muito para nós. – Liz insistiu, o soltando aos poucos e limpando as lágrimas, para logo se voltar para Jimin e a rainha. – O senhor está convidado para o noivado e o casamento.
– O que? – Jimin murmurou confuso e perdido, sem saber do que Liz falava porque o casamento estava longe, seria após sua formatura, quase um ano no futuro.
– O que? – Jungkook também questionou, não acreditando no que estava ouvindo.
– Sim. O senhor salvou a vida de Jimin, tenho certeza de que ele irá lhe querer presente no dia. Pode ficar até o final da cerimônia. Será em alguns dias.
– Alguns dias? Liz, tínhamos combinado de nos casar depois da sua formatura. – Jimin perguntou perdido, porque sabia que aquilo também não era do desejo de Eliza.
– Era o combinado, mas com o atentado sua avó e meu pai acharam que era melhor assumirmos o trono logo, assim não teríamos mais que nós preocupar com pessoas tentando roubá-lo. – Eliza se aproximou para sussurrar com Jimin. – Eu também não acho que esse é o melhor dos mundos, mas vai ser mais seguro para você, Ji, e eu não quero passar por todo esse pânico de novo. Olha como você tá? Teve que sair da Inglaterra, passar um tempão fora de casa e quando voltou, voltou assustado e chorando. Eu não queria concordar com eles, mas acho que concordo, vai ser mais seguro assim.
Jimin olhou em seus olhos e viu que ela falava sério. Eliza estava preocupada e assustada com ele. Havia ficado com medo de tudo aquilo, com medo de perder seu melhor amigo. Liz não ligava para o cargo ou para o título, ela via Jimin como seu melhor amigo e havia sentido um medo real de perdê-lo.
– E, sendo sincera, não entendo o que exatamente estamos adiando. Agora ou daqui a um ano. É o nosso destino, não é? Não tem como fugir e é o que fazemos pelo povo. – Seu tom era melancólico e Jimin fechou os olhos, sentindo mais uma lágrima escorrer e seu peito apertar.
Juntou toda a força necessária para se levantar, precisava ir para seu quarto, tomar um banho e tentar não pular da sacada. Encarou sua avó, que o observava de perto e notava que, o que antes não parecia um sacrifício tão grande para Jimin, agora era. E mudou sua visão para Jungkook que também o observava.
– Ela está certa, agente 16. – Jimin disse com um bolo na garganta e esperava que Jungkook conseguisse ler as entrelinhas dos seus olhos e percebesse que era loucura ele ficar e ir ao casamento. – Espero que consiga ir ao meu casamento. – Foi o que disse antes de reverenciar a todos, desejando uma boa noite e ir para seus aposentos.
Sabia que era uma questão de tempo até ter um guarda em sua porta e rezava para ser um inglês mesmo que algo em sua mente lhe dissesse que seria alguém da KGB.
Seu quarto estava exatamente igual e ao ver uma calça de linho dobrada sobre a mesa do closet soube que o hotel havia devolvido as roupas que Jungkook havia jogado pelo quarto de hotel. Pegou uma de suas trocas formais, que as estilistas deixavam separadas para ocasiões como jantares de gala e foi para o banheiro da suíte, encheu a banheira e relaxou dentro da água quente, se permitiu chorar e deixar os sentimentos saírem enquanto tentava aceitar que era aquilo.
Que realmente se casaria com Liz, que realmente passaria o resto de sua vida com apenas a lembrança de viver um amor real, mas que sua felicidade viria em último lugar porque seu destino estava traçado e seu povo era mais importante do que sua vida pessoal. Sempre soube disso.
Não havia sido enganado e não haviam mentido pra ele, muito pelo contrário, sempre haviam sido muito claros quanto aquilo. Ele era o único estupido o suficiente para, mesmo sabendo a verdade, cair naquele maldito conto de fadas e se permitir viver algo que não o pertencia.
Pelo menos agora sabia o que era amar e ser amado e nunca esqueceria daquilo. Nunca esqueceria dos beijos, dos toques, dos olhares, de dar as mãos, do calor e das conversas, de como era cada sorriso e das borboletas no estômago, da sensação de finalmente estar completo e meio bobo, de se sentir tímido, mas seguro. Nunca se esqueceria de Jungkook.
Assim que saiu do banho se secou com preguiça e, sem vontade nenhuma de viver no mundo lá fora, se trocou com calma não se assustando muito ao ver Taehyung ali no seu quarto.
– Majestade. – Taehyung disse com humor. – Serei o responsável pela sua guarda essa noite. – Jimin concordou em suspiro cansado.
– Sabe qual é a agenda? – Questionou sem ânimo.
– A Rainha planejou um jantar de retorno e noivado, pelo menos é isso o que diz o convite. – Avisou, mas parou de falar ao ouvir batidas na porta, mandou Jimin parar com um sinal de mão e se aproximou da porta segurando a arma do coldre e se posicionando. – Quem é?
– Agente 16. – Jimin prendeu a respiração ao escutar a voz do homem do outro lado e sentiu as pernas amolecendo ao ver Taehyung abrir a porta.
– O que faz aqui? – O agente perguntou.
– Eu vou fazer a guarda do príncipe. – Avisou.
– Mas eu fui encarregado do príncipe.
– Mas eu estou habituado com ele, por isso passaram para mim. Pode ir. – Jungkook respondeu mal-humorado, havia sido convocado para uma conversa com a rainha e depois de ser questionado sobre o que havia acontecido na Rússia não estava com o melhor dos humores.
Assim que Taehyung saiu e a porta se fechou, Jimin sentiu a tensão se instalar no ar e o peso daquele olhar cair sobre seu corpo. Jungkook o encarava com firmeza e precisão, quase como se a culpa fosse sua, mas não disse nada.
– Tem 15 minutos para se arrumar para o jantar. Tenho que te levar até a ala leste. Lady Lithford estará te esperando lá. – Avisou de forma severa, mas Jimin apenas o encarou com calma, piscando lentamente, como se não acompanhasse o raciocínio.
– Perdão, o que? – Questionou confuso. – Isso é tudo o que tem para me dizer?
– O que queria que eu te dissesse?
Aquela era uma boa pergunta. O que ele queria que Jungkook lhe dissesse? Que não se casasse? Que voltasse para Rússia e abandonasse seu país por ele? Que abdicasse da coroa e de tudo aquilo que havia passado sua vida inteira treinando e acreditando ser o seu destino? Tudo aquilo era um absurdo sem fim e Jimin sabia disso, Jungkook nunca falaria nada daquilo, então o que ele queria?
– Eu não sei. – Murmurou baixo e perdido, desacreditado e caminhou em passos lentos até a cama, se sentando ali com cuidado. – Meu país e o meu povo são importantes para mim. Deus, a minha obrigação com eles é importante e a minha felicidade está abaixo de tudo isso. É inferior e insignificante quando colocada na balança. – Murmurou para si mesmo. – Eu sempre soube disso, Jun. Sempre soube que a felicidade não era pra mim. – Seu lábio inferior tremia e o agente teve que se segurar para não ir até o príncipe e o abraçar apertado, como costumava fazer no abrigo. – Mas eu fui verdadeiramente feliz ao seu lado e agora eu não sei como te deixar ir.
Jimin olhava para as próprias mãos, como se a resposta do mundo estivesse ali, mas não estava. Jungkook o observava de longe, mas sabia que seu homem precisava do seu apoio e ali, longe dos olhos de todos, não conseguia se privar de dar aquilo uma última vez. Se aproximou o suficiente para se sentar ao lado do inglês, e o abraçou o suficiente para que Jimin deitasse com a cabeça em seu ombro.
– Eu sei que no final eu tenho que fazer isso e sei que você sabe. Sei que você vai embora e sei que tudo isso vai ser só uma lembrança, mas eu não consigo. – Chorou copiosamente e o agente não conseguia dizer nada, porque o nó em sua garganta não o permitia.
Jungkook se sentia destruído por dentro e estava ali para se despedir, mas ao ver o menino em prantos percebeu que não conseguiria dizer adeus, não conseguiria ir embora nunca. Iria ficar, ficaria para o casamento, ficaria na Inglaterra, iria entrar para a guarda da rainha se fosse preciso, viraria guarda pessoal de Jimin ou o que fosse necessário, mas não conseguiria ir.
– Diga mais uma vez. – Jimin pediu com a voz baixa e chorosa, com lágrimas escorrendo de seus olhos e sons de fungado ecoando pelo quarto. Jungkook sentiu seu peito apertar, mas o menino levou a mão até o terno do agente, o apertando. – Por favor, eu posso passar uma vida inteira sem nunca mais ouvir isso, eu quero ouvir mais uma vez e poder responder. Por favor, Jun. Diga, mais uma vez. Só mais uma.
– Eu te amo, Jimin.
– Eu também te amo, Jungkook.
| Porque choras, leitor(a)?|
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO
Esse capítulo foi betado pela eumamaopapaia e pela Karol Bastos. Muito obrigado pela ajuda. Vocês são tudo pra mim.
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