Capítulo II - A terra das fadas
After Winter
Por tommosassy
Fairytale/mpreg
O garoto Harry nunca aspirou ao trono inglês, e sua posição na longa fila de herdeiros o dava certas liberdades que os outros príncipes e princesas mais próximos na linha de sucessão não tinham. Ele gostava de viver sem ser cobrado quanto a um relacionamento "bem sucedido" e heteronormativo, além de não ter a mídia atrás dele vigiando cada passo que ele dava.
Das várias atividades que teve que aprender na infância por pertencer a família real, cavalgar era a sua preferida. Sempre que podia, saía com a égua branca nomeada de Edwiges, que havia sido presente dos seus pais. E nas últimas semanas, a égua sempre o levava até aquela clareira que parecia ter saído direto das páginas de um livro de contos de fadas.
O príncipe segura firme as rédeas da égua branca que galopa rapidamente seguindo a mesma rota das últimas vezes, e ele percebe os nós dos dedos ficarem brancos pela força exercida para controlar o animal equino, mas não consegue evitar de ir por aquele caminho.
Os cabelos negros estavam crescidos na altura da nuca e eram bagunçados pelo vento. A camisa branca de botões dobrada nos antebraços deixava expostas as tatuagens que decoravam a pele marrom, e a calça preta de couro ajustava-se perfeitamente ao corpo do rapaz.
A Edwiges diminui o ritmo ao chegar na clareira com o lago mais bonito que os olhos verdes do príncipe já viram na vida. O Harry segura na sela para conseguir descer de maneira graciosa e o coturno toca a grama verde. O rapaz acaricia a crina macia do animal enquanto o mesmo bebe a água cristalina, mas algo acontece, e a Edwiges chacoalha a crina, jogando o líquido para todas as direções. A pequena irritação que lhe acomete é rapidamente substituída pela sensação de curiosidade ao ouvir uma risada.
A risada baixinha vinha do garoto de pele pálida e cabelos platinados que possuía uma beleza inumana. O Harry sente seu coração disparar e sua curiosidade lhe diz para ir até aquele rapaz, então o príncipe Potter não se importa em molhar o coturno ao entrar no lago, mas não sente a água chegar em seus pés. Na verdade ele enxerga a camada de gelo que refletia sua imagem perfeitamente abaixo do solado do sapato.
— Pela Deusa, não ouse continuar — o Malfoy sussurra ao ver o humano atravessar a barreira mágica, e pragueja nervoso desejando com todas as forças que o mortal desse meia volta. Por que ele tinha que ser tão teimoso? "Poderia ter ido para aula como todos pediram", falou o príncipe para si mesmo.
— O que está acontecendo? — o Harry questiona para si mesmo confuso ao ver o lago congelado sob seus pés e a Edwiges ficando cada vez mais longe.
— Bem vindo à terra das fadas, humano — o príncipe Malfoy levanta e espana a neve da calça com as mãos —, mas hora de voltar para o seu mundo.
— Isso é um sonho? — O Potter ainda não conseguia entender o que havia acontecido.
— Difícil de acreditar, não é? — O loiro arqueia uma das sobrancelhas e cruza os braços na altura do peito, sorrindo irônico.
— Que tipo de criatura é você? — o humano perguntou sem maldade. — Minha mente não seria capaz de imaginar coisa tão bela — comentou admirado ao se beliscar.
— Criatura? Ouch! — Levou a mão ao lado esquerdo do peito fingindo estar ofendido, mas logo sorriu. — Obrigado pela parte do bela, pois realmente sou. Eu sou uma fada, mortal. Pertenço ao povo do ar.
— Fadas realmente existem? — questionou o Potter e o Malfoy concordou com a cabeça. — Mas me sinto incomodado ao ser chamado de humano ou mortal, senhor...?
— Malfoy. Draco Malfoy — o príncipe de Daoine Adhair se apresentou.
— Eu sou Harry — o humano fala ao olhar em volta. — Nada de humano ou mortal.
— Pode deixar, meu bem. — O loiro sorriu de canto intrigado ao observar as feições do humano tão de perto. Gostaria de tocá-lo e sentir a textura da pele dele.
— Ainda estou em Londres? — questionou o príncipe humano.
— Não mais — o Malfoy responde. — A terra é mágica. Precisamente temos acesso ao mundo inteiro — explicou. — Você conseguiu um feito há muito tempo não realizado... atravessar a fronteira, mas não pode estar aqui. Volte!
— Você é um péssimo anfitrião — o Potter reclama.
— Humanos não são bem vistos pela corte — o loiro explica sem contar seu título de nobreza.
— Sinto muito, mas não consigo — o Potter respondeu ao dar um passo para trás e sentir as costas esbarrarem em algo.
— Como? — o Malfoy questiona nervoso.
— É como se a barreira tivesse fechado — explicou o humano ao espalmar o ar que magicamente o impedia de atravessar novamente.
— Vamos dar um jeito — o loiro avisa tentando pensar em algo, enquanto o Harry observa o lugar a sua volta.
— Aqui é lindo — comenta maravilhado e o Draco é tirado dos seus próprios pensamentos.
— Contam que já foi mais lindo ainda. — O loiro sorri. — Agora está tudo congelado... vem comigo, acho que conheço alguém que pode nos ajudar. — Segura o pulso do humano como desculpa para guiá-lo.
— Como vou saber se posso confiar em você? — o Harry questionou ao colocar a mão sobre a do outro, interrompendo a caminhada.
— Pior do que um humano na terra das fadas é a fada que o deixou entrar — o Malfoy conta. — Estou fazendo isso por mim também.
O Harry concordou e se deixou ser guiado pelo caminho tomado por uma fina camada de neve entre as árvores congeladas. O humano não sabia se ficava deslumbrado com a beleza do local ou se reparava nos traços únicos do seu guia, que mantinha a palma da mão quente sob a sua. O garoto fada mantinha a postura ereta e caminhava graciosamente quase como se não pisasse no chão... como se tudo ali lhe pertencesse.
Não demora muito para encontrarem uma garota de beleza indescritível assim como o Malfoy, mas diferente do seu guia, o Harry percebeu que a mulher não parecia tão amigável. A morena estava com os braços cruzados na altura do peito e a expressão de poucos amigos se tornou ainda mais evidente ao vê-los.
— Harry, essa é a minha amiga Pansy da corte náiade — apresentou o mortal para a fada. — Pansy, esse aqui é...
— Um humano! — a morena exclamou. — Pela Deusa, Draco. O que você fez? — a garota perguntou preocupada.
— Eu não fiz nada — o Malfoy se defendeu.
— Eu sabia que não podia te deixar sozinho. — A Pansy andava de um lado para o outro. — Convenceu um mortal a entrar no reino das fadas. — Esfregou a têmpora com o dedo maior e o indicador.
— Ele entrou sozinho — disse o loiro, apesar de ter uma certa parcela de culpa ao provocar uma brincadeira fazendo com que o humano o visse. — Pedi para que voltasse, mas ele não conseguiu.
— Isso que dá faltar às aulas — ela suspira cansada. — Pelas regras de Fairy, quando um humano como o mortal...
— Harry — disse o Potter.
— O que? — a náiade questionou.
— Meu nome — explicou o mortal. — Harry Potter. Sem "humano" ou "mortal", por favor.
— Continuando. Quando um humano como o Harry, por exemplo, acha a terra das fadas, ele ganha uma benção — explica a garota. — Mostre a ele a terra das fadas e pronto.
— Você é incrível! — O loiro deixa um beijo na bochecha da amiga.
— Use essa capa — entrega ao Harry tirando um tecido na cor vinho. —, para que não te reconheçam. — Depois encarou o Draco. — Vou tentar ver o que posso fazer para não descobrirem sua falta.
— Obrigado! — O Harry sorriu de canto ao pegar o tecido e passar pelos ombros.
— Não deixe que vejam suas orelhas ou que não tem marcas na escápula — aconselha a náiade, enquanto o humano coloca o capuz sobre a cabeça.
— O que seria de mim sem você? — perguntou o príncipe Malfoy para a amiga sorrindo largo.
— Eu com certeza não iria me estressar tanto — disse a Pansy revirando os olhos, mas não era verdadeira sua reclamação.
Os dois rapazes caminhavam entre as trilhas de terra cobertas de neve enquanto o loiro mostrava as enormes construções, que lembravam castelos, dos moradores de Fairy. As criaturas que habitavam as florestas, os lagos e a montanha que levava ao castelo.
— De onde vem essa música? — perguntou o Potter.
— Provavelmente alguém está dando uma festa — respondeu o Malfoy.
— Podemos ver? — O humano olhou o príncipe com curiosidade.
— Festa do povo das fadas geralmente duram vários dias e são inesquecíveis — contou o loiro. — Podemos ir com uma condição — alertou o garoto fada.
— Pode falar. — O Harry concordou com a cabeça.
— Não aceite comida ou bebida — começou a dizer. — Aos Fairy não acontece nada, mas humanos podem perder o controle. E não saia de perto de mim, por favor — pediu o Draco. — Você pode acabar sob um encanto dançando para sempre.
— Acho que não estou mais tão animado assim — suspirou o humano negando com a cabeça.
— Eu não vou sair do seu lado. — O loiro sorriu sincero e estendeu a mão pálida como um convite.
— Tudo bem. — Segurou a mão do Malfoy, entrelaçando os dedos e se deixando ser guiado para dentro de uma mansão.
Os portões de cobre estavam abertos e os muros de pedra eram cobertos por plantas trepadeiras que pareciam ressecadas pelo frio. Assim em como todos os lugares da terra das fadas, no jardim da mansão, as grandes árvores estavam congeladas.
A música estava alta e todas as luzes da imponente construção estavam acesas, que o humano depois descobriu que eram archotes magicamente encantados para que não se apaguem, fora as enormes janelas de vidro que permitiam a entrada da iluminação diurna.
— Podemos entrar sem sermos convidados? — o Potter questionou ao se dar conta de que eles nem sabiam de quem era a casa.
— Se as portas estão abertas, todas as pessoas estão convidadas — explicou o Draco. — E além disso, essa é a casa de um grande amigo.
— Você veio! — Um garoto de pele marrom, um pouco mais escura que a pele do Harry, coberto por desenhos em prata, recebeu o Draco com um sorriso. O cabelo possuía um corte bem curto rente a cabeça e usava roupas formais assim como o Draco, mas seu casaco era verde esmeralda.
— Deveria vir só a noite, mas um amigo queria ir a festa. — Apontou para o garoto atrás de si.
— Hoje todos são bem vindos. — Se aproximou do Harry. — Eu sou o Blaise e a família Zabini fica feliz em receber você...
— Harry Potter. — Se apresentou o humano.
— Amigo do Draco também é meu amigo. — Sorriu o rapaz Zabini.
— Depois mandarei o presente da sua irmã — prometeu o Malfoy.
— Você pode dar a benção da família real para ela — o amigo sugeriu. — Meus pais ficariam felizes.
O Harry ficou curioso quanto ao Malfoy ser da família real, pois em nenhum momento o loiro tocou nesse assunto. Ao entrarem no amplo salão, que estava cheio para essa hora do dia, o humano pode visualizar uma cena que certamente inspiraram os livros.
As roupas eram coloridas, mulheres com vestidos longos esvoaçantes e homens usando casaca. Tiaras de flores em homens e mulheres, além de várias jóias como acessórios.
O som de instrumentos de cordas e sopro alegravam o local, fazendo as pessoas dançarem animadas em roda ou batendo palmas. Era como no conto do flautista de Hamelin, ouvir a música arrepiava a sua pele e era como um chamado para a dança.
O humano acompanhava o Draco e o Blaise andando um pouco mais atrás dos garotos de Fairy. Enquanto o loiro caminhava, as pessoas comentavam animadas e faziam reverência ao falarem "alteza".
O príncipe Malfoy caminhou até o berço e cumprimentou o casal Zabini antes de tirar uma das flores da própria coroa. O humano observa maravilhado quando faíscas transformam aquela flor em algo que parecia brilhar na mão pálida e recai sobre a criança.
— A família real e todo o povo de Fairy recebe mais um membro da família Zabini como nosso — disse o Draco. — Pequena criança, te desejo beleza, graça, inteligência e força. Teu povo te acolhe, e encontrarás em nós uma família.
— Obrigada! — agradeceu a senhora Zabine ao segurar nas mãos do príncipe.
A música volta a tocar depois das palavras do Malfoy. O loiro puxa o humano pela mão, os afastando um pouco da multidão que dançava. Algumas garotas trançavam o cabelo de quem quisesse e decoravam-nos com flores magicamente produzidas, já que do solo não crescia nada. No canto um rapaz desenhava símbolos com uma tinta colorida nos braços e rostos das pessoas.
— Aqui — o Draco faz aparecer em suas mãos uma tiara de flores hortênsias nos tons de azul e lilás. —, para esconder suas orelhas. — Abaixou o capuz e colocou as flores sobre a cabeça do humano. Os olhos verdes encarando de perto pela primeira vez os cinza.
— Quem você é? — o Harry perguntou ao apontar para as pessoas depois de ter visto tudo que aconteceu.
— Eu sou o príncipe de Daoine Adhair — explicou o loiro, pegando um pouco da tinta que as moças usavam com a ponta do dedo indicador e desenhando na pele marrom como uma tela vazia. — Único herdeiro do trono.
— Vossa alteza. — O Harry faz uma reverência após o toque do príncipe deixar seu rosto, perdendo o calor que o contato provocou.
— Não precisa. — O Draco nega com a cabeça e faz um sinal com as mãos.
— Eu também sou um príncipe no meu mundo — contou o Harry. — Mas há outros herdeiros na minha frente.
— Me concederia a honra de uma dança, senhor Potter? — O Malfoy ofereceu a mão esquerda. — Príncipe da corte humana.
— Não poderia recusar um pedido do futuro rei. — O Harry aceitou segurando a mão do outro e colocando a outra mão na cintura do Draco.
O Malfoy sorri segurando o Harry num dos ombros e o Potter retribui o sorriso o guiando entre as pessoas. Rodopiando sem trocar de par nenhuma vez como o prometido antes de entrarem na festa. Duas garotas dançando ao lado deles oferecem uma rosa que o Harry aceita sem se preocupar, mas os olhos verdes ganham um brilho diferente ao levá-la ao nariz.
— Deveria ter te alertado quanto a isso. — O príncipe Malfoy retira a flor da mão do humano e o guia para longe da dança próximo a uma das janelas abertas.
— Por que? — perguntou o Potter com as bochechas coradas.
— Esqueci que numa comemoração de nascimento eles presenteiam casais com uma rosa que provoca desejo — explicou o loiro. — Para nós, fairies, é um pouco menos intenso do que para vocês.
— Eu estou bem — afirmou o Potter, mas ele havia recebido um pouco mais de coragem. — É linda sua maquiagem. — Se atreveu a tocar com o polegar na pele pálida que brilhava e possuía algumas estrelas abaixo dos olhos.
— Não é maquiagem — disse o loiro rindo segurando a mão do outro sobre a pele para que ele visse que não saía.
— É como se o céu estivesse em seus olhos — comentou o Harry encarando os olhos prateados, e o Malfoy sorriu largo ao ouvir as palavras que saíram dos lábios avermelhados.
— Você tem as constelações em sua bochecha — o Draco retribuiu, acariciando levemente as sardas que desenhavam a pele do humano, o deixando ainda mais corado. — E os seus olhos são da cor da natureza que eu nunca vi.
O Harry leva uma das mãos para a nuca do Draco, acariciando os fios macios longos entre seus dedos, fazendo o Malfoy fechar os olhos. O humano se aproxima dos lábios do garoto fada devagar e pode sentir a respiração quente contra a sua boca.
O Draco diminui a distância, unindo suas bocas com desejo. Eles iam se conhecendo e procurando o próprio ritmo. O Harry chupa levemente a língua do loiro que deixa um arfar escapar antes de se afastar com a respiração ofegante, ainda segurando nos ombros do humano.
— Desculpa — o Harry falou achando que o Draco havia o afastado. — Eu nem sei o que vocês pensam disso aqui... eu...
— Tudo bem. — O loiro sorriu. — Só ficou um pouco intenso para o salão lotado — comentou provocando o riso aliviado do Potter. — Fadas são livres para amar quem quiserem.
— No meu mundo, nem todos vêem com bons olhos — o Harry falou.
— Que bom que você é diferente então. — Sorriu o príncipe fada. — Porque eu ficaria um pouco triste depois de ficar te observando por semanas.
— Como assim? — O humano arqueou uma das sobrancelhas.
— Eu te acho bem bonito — o príncipe respondeu simplesmente. — Me perguntava o que você estaria pensando? Sempre ali com o cavalo por tanto tempo.
— Sério? Eu não tenho nada de especial — respondeu o Potter. — Eu só queria fugir um pouco da minha realidade... fico lisonjeado pelo elogio e por alguém como você...
— Se você conhecesse mais umas pessoas, iria descobrir que não gostam de mim tanto assim aqui. — O príncipe deu de ombros. — Vem, tenho mais coisas para te mostrar.
Realmente nem todas as pessoas gostavam do Malfoy, mas mesmo assim faziam uma reverência como se fosse uma obrigação. O Draco fingia não se importar, enquanto continuava mostrando os detalhes da terra das fadas.
— Aquele é o castelo. — O Malfoy apontou para o alto das montanhas congeladas.
— Nós vamos subir? — questionou o humano não muito animado com a escalada.
— Não, quero te mostrar um dos meus lugares favoritos aqui — contou o Draco. — É o único rio que não está congelado.
A água corria saindo diretamente das montanhas e sumindo entre as árvores na floresta. O castelo parecia brilhar lá em cima e o sol começava a se pôr atrás da imponente construção.
— Costumo vir aqui para ver o Sol se pôr — disse o loiro.
— É lindo! — Observou o Potter ao ver o céu ganhar o tom rosado e alaranjado.
Ambos os rapazes estavam sentados lado a lado numa das pedras e observavam em silêncio o céu ir se transformando conforme a mudança de cores.
O Potter observa agora de mais perto as sobrancelhas do Malfoy que eram tão claras que pareciam inexistentes. As marcas que desenhavam todo o seu corpo brilhavam douradas toda vez que a luz alcançava a pele do príncipe.
— Como vocês fazem? — perguntou o humano se atrevendo a levar as mãos e tocar a pele do outro, conseguindo ver os pelos praticamente transparentes se arrepiarem por causa do seu toque.
— Elas surgem — o loiro respondeu — As marcas já existem em nossa pele ao nascer representando a nossa corte, e vão ganhando cor ao crescermos. Como fada, tenho ramos de folhas, mas outras surgem em momentos importantes — explicou e analisou a pele do humano que também era coberta pelos mais diferentes desenhos. — E as suas?
— O modo humano é um pouco mais doloroso. — O Potter acaba rindo pela expressão do outro garoto. — Geralmente escolhemos porque achamos bonito ou por significar algo importante.
— São lindas! — O Malfoy toca a pele do Harry, traçando as tatuagens com a ponta dos dedos.
— É meio que um ato de rebeldia para me diferenciar da minha família. — O Potter dá de ombros.
— Se você visse meus pais veria que eu não tenho nem como tentar — o loiro conta e seu olhar se perde na construção entre as montanhas.
— A relação com a sua família não é das melhores — o Harry observou.
— Isso não importa. — O garoto fada deu de ombros.
— Para que essa abertura nas costas? — o Potter perguntou tentando mudar de assunto, já que o Draco parecia incomodado de falar sobre a família, e lembrando do comentário da Pansy sobre as escápulas.
— Não se questionou pela falta de asas? — perguntou o loiro divertido. — Seu povo conta várias histórias sobre nós.
— Você realmente tem asas? — O Potter parecia não acreditar e o Malfoy afirmou com a cabeça.
O loiro respirou fundo e seu olhar fixou no horizonte, e da abertura das vestes, o humano viu surgir um par de asas translúcidas com glitter e pedras douradas que se movimentavam com o vento.
— É incrível! — Foi tudo que conseguiu dizer, já que no momento faltou palavras ao humano para descrever a beleza daquilo.
— Chegou a hora. — O Príncipe viu o sol tocar o ponto mais alto do castelo e estendeu a mão para o humano.
— Vamos voar? — perguntou o Potter e o Malfoy assentiu.
O Harry já havia voado de avião e balão, mas nunca tinha imaginado que experimentaria voar daquele modo. O Malfoy o segurava, o abraçando pelo tronco, e o peso do humano parecia não significar nada para o garoto fada. A sensação de liberdade era indescritível e os flocos gelados tocaram seus corpos durante o percurso de volta ao lago congelado.
— É o momento de me despedir. — O Harry enfiou as mãos nos bolsos frontais da calça e trocou o peso de uma perna para outra, sem vontade real de atravessar a fronteira.
— Vou precisar apagar suas memórias. — O príncipe se aproxima. — Vai parecer apenas um sonho confuso. — Toca a têmpora do outro rapaz.
— Draco... — O Harry tocou as mãos pálidas e encarou os olhos prateados.
— Foi bom conhecer você — Sorriu o loiro. —, mas você deve esquecer... — sussurrou, mas antes que a magia deixasse seus dedos, ouviu o som de cascos de cavalos na terra, o fazendo se afastar.
E do meio das árvores congeladas, sete cavalos e seus cavaleiros saíram com espadas na mão. O homem que estava no meio retirou a proteção da cabeça e o Harry viu o que parecia ser uma coroa. Os cabelos platinados e a aparência deixando clara sua relação sanguínea com o jovem Malfoy.
— Se curve, por favor — sussurrou o loiro para que só o Potter ouvisse, e assim ele fez.
— Podem levantar — a voz que era mais congelante que a própria neve disse. O homem desceu do cavalo e caminhou, os analisando. — Por que você não me apresenta seu amigo, filho. — Não era um pedido, era uma ordem.
×××
Revisada por missugarpurple
Mais tarde tem o capítulo um de “Convite de Casamento” da alabrianne mais uma fic Drarry incrível, vão lá dar uma olhada.
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