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Egito, 1.923 D.C

Alice Thempton é seu nome e ela é uma jovem mulher á frente do seu tempo mas, assim como todas as outras de sua época, carrega o pesado fardo inerente ao seu gênero, muito discriminada em um mundo ainda dominado só pelos homens, e um desses exemplos, era sua falecida mãe: Cristine Occonor Thempton que, mesmo feliz com seu casamento arranjado, velava um sonho enterrado em seu passado, que era o de ser uma intrépida exploradora de relíquias arqueológicas como ao seu irmão mais velho, o Dr.Singh Thempton.

Assim, desde pequena Alice foi alimentada não só com tudo que uma menina rica de sua época poderia ter, bem como o amor de sua mãe, mas também com os delírios de aventura que sua progenitora não pode viver e hoje, após vinte anos sob a tutela de seu tio, ela finalmente se sente realizada em conseguir encontrar o artefato, que seu avô tanto falava em suas épicas histórias dignas de um explorador Inglês:...

- O CUBO DE METATRON!?...

- O Senhor finalmente conseguiu, tio!

Ela observa, com seus olhos arregalados, brilhando tanto quanto aos dele, que segura o precioso artefato na mão, fazendo uma correção à afirmação de sua sobrinha-filha:

- Nós conseguimos, minha discípula! Nós dois conseguimos, finalmente após...

Nisso, o discurso empolgado de seu tio é interrompido por mãos aplaudindo, que são ouvidas ecoando na penumbra da câmara subterrânea e mal iluminada da Grande pirâmide de Gize, fazendo os dois e seus ajudantes olharem assustados para um rapaz moreno muito bonito que, adentrando o obscuro recinto quadrado de uns seis metros de altura por seis de largura, aponta-lhes sua pistola, acompanhado por capangas fortemente armados que entram logo atrás dele.

- Parabéns, Her Doctor Singh, bem como a sua bela e tolinha sobrinha Alice!

- MAX...QUERIDO, OQUE...OQUE ESTÁ ACONTECENDO??...

Alice indaga, perplexa com a dura verdade tantas vezes advertida por seu sábio tio, sobre cair na teia da sedução do vigarista...

- ADDAM VON MAXILLON, SEU PULHA TRAIDOR DE UMA FIGA!...- Exclama por sua vez Dr.Singh, tendo o precioso objeto retirado de suas mãos por um dos capangas do jovem galã do mal, então seu ex-aluno de achados arqueologicos pelo mundo. - Eu deveria saber que você está por trás das mortes dos meus funcionários, no Cairo! Você, na verdade integra a Seita macabra SHAMA-RAZAN, não é?

- Calma, velho mestre!...- Maxillon diz, tomando das mãos do seu capanga, o cubo envolto em um pano muito antigo, tendo seus olhos fixados no artefato enquanto diz. - O mérito não é todo meu, apesar de gostar que pensem assim.

Sendo segurada pelos braços, pelas fortes mãos de um dos capangas de Maxillon, Alice ainda consegue cuspir-lhe na face e reagir, dizendo:

- CANALHA MALDITO!...Eu...eu acreditei e confiei em você, seu...seu...

- Sshh....- Faz o rapaz, limpando com a mão o escarro que ela cuspiu em seu rosto e logo em seguida, passando de volta no dela, que tenta virar para o lado, mas o verdugo puxa devolta, dizendo ao sorrir com sua boca meio de lado. - Silêncio, Fraulein, ou quer que todos aqui neste recinto, saibam dos detalhes sórdidos da nossa intimidade...na alcova das mil e uma noites, no hotel de París? Heim?...

Então Max tasca um beijo forçado em Alice, que o-tenta morder de ódio, mas ele a-solta com violência e dá risada dela, que grita à plenos pulmões, vermelha e chorando de fúria:

- PORCO DESGRAÇADO!!!...

- UAU, QUE FEROCIDADE FRAULEIN!...- Faz Maxillon, olhando então para o tio da moça, que estava sendo contido por dois capangas fortões. - Porisso eu me apaixonei já de imediato, por sua deliciosa sobrinha, velho mestre; ela tem um certo..."FOGO", que as outras garotas que conheci não têm. Gostos disso, mas...

- Pegue logo oque veio buscar, Addam!...- Implora entre os dentes o grisalho Dr.Singh para Maxillon, que manda um de seus homens guardar o artefato. - Mas, deixe minha sobrinha em paz, seu traidor maldito! Você ainda pagará caro por tudo que fez, nesta ou na próxima vida!

- Ohhhh!...- Exclama o galã malvado, apontando uma pistola esquisita e cheia de luz vermelha, que sacou de outro coldre seu. - Então vai ficar esperando, velho mestre pois, se não sabe, quem possuir o CUBO DE METATRON nunca mais precisará morrer!

- HÁ UMA LEI MAIOR, QUE TE JULGARÁ NO FINAL, ADDAM VON MAXILLON!...VOCÊ SABE DISSO, SEU TRAID...

- JÁ BASTA, VELHO MESTRE!

E dispara na cabeça do grisalho homem, fazendo a sobrinha dele gritar...

- NÃO!!!...

...desesperada ao ver seu amado tio ser baleado bem na sua frente, à sangue frio pelo jovem que, até algumas horas atrás, ela amava.

- Ah, já chega dessa sua filosofia ultrapassada, de que o bem vence o mal, velho mestre. O mundo é dos espertos, e ponto final!

O corpo do seu querido tio, bem como dos homens que o-ajudaram nas escavações, tombam inertes no chão duro de pedra bruta, enquanto Addam Von Maxillon se volta para ela, que está indefesa e sem poder fazer mais doque chorar.

- Isso, minha FRAULEIN, chore o quanto quiser, pois ainda vai me agradecer e me amar como nunca antes, depois deste dia glorioso! - Ele diz, tomando o rosto molhado dela em sua mão, apertando-lhe o queixo para obriga-la a fixar-lhe nos olhos. - Eu serei o homem mais poderoso do mundo! Mais até mesmo, do que o lendário OZEMANDIAS! Eu serei:...

...O Rei do mundo!

- Bem,...- Fala de repente uma outra jovem, só que de pele bem morena, tal como uma verdadeira mulher Egípcia dos tempos Faraônicos, que aproveita o momento de auto regozijo do rapaz, e apontando sua poderosa arma para ele e seus capangas, diz com calma na voz: - Que tal, o mundo ter agora, não um homem mas sim, uma mulher mais poderosa em seu comando? Heim, querido?

- ZAFIRA??...

Maxillon exclama por sua vez, agora ele perplexo com a inesperada chegada da outra linda jovem, que lhe dispara em cada um dos seus capangas sem titubear e nem dar tempo de reação, fazendo Alice gritar e se jogar ao chão, aterrorizada.

- Sentiu saudades, meine Geliebte?
Aposto que não,...- Ela diz, vindo direto para ele e apontando a arma em sua cara de assustado, com as mãos erguidas. - ou não teria me deixado para morrer afogada na banheira do hotel, no Cairo!

- Sério? - Ele reage, tentando ganhar tempo, mas ela não abre a guarda. - Eu pensei que você tinha sofrido um atentado dos Medjai!?

- Medjai? Não diga!

- S-sim.

- EU sou uma MEDJAI, imbecil!

- OQUE??

Enquanto os dois discutiam, Alice silenciosamente pega o artefato caido no chão, ao lado do corpo de um dos capangas de Maxillon e, olhando uma última vez para seu amado tio, ela pega uma das armas e atira no casal a queima-roupa.

- Olga, não!...

Exclama a outra mulher, mas ela é atingida por um raio vermelho que sai da pistola que Olga pegou do capanga, empurrando Maxillon para cima dos corpos e sai correndo o mais que pode para fora da câmara subterrânea.

- DROGA, MALDITA!...

Chinga Maxillon, correndo atrás de Alice, após dar um murro no estômago de Zafira, a qual se contorce de dor no chão, com seu ombro atingido também pelo raio que a outra atirou nela.

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A jovem e intrépida Alice foge correndo com rodas as suas forças, para escapar daquele que já foi o grande amor da sua vida, e...

- "Oque??...De onde eles sairam??"

...três guerreiros sagrados da ordem secreta dos Medjai, que subjugam Maxillon e perseguem-na como se fossem seres paranormais através de um longo corredor de acesso para a câmara.

Alice ainda está muito emcrencada por ter confiado em Addam, só porque ele era aluno do tio dela e é claro, um galã irresistível.
Confiando nele, ela contou sobre os mistérios e segredos espalhados pela mansão de sua família, em Norfalk, na Inglaterra.
O Dr.Singh, seu tio, era um homem muito excêntrico e metódico; apesar de gostar muito de Maxillon, nunca lhe revelava tudo sobre oque sabia, mas o-fazia, para sua amada sobrinha que acabou criando como filha, e este, foi seu "calcanhar de Aquiles"; suas "madeixas de Sansão ".

E, mesmo quando ele a-alertou sobre sua relação íntima com o rapaz, ela mesmo jurando, não pode resistir-lhe o charme e aos poucos, disse tudo oque o canalha queria descobrir.

Agora, só lhe resta correr.
Correr o mais rápido que puder e voltar à superfície antes que eles a-alcancem e acabem com ela, assim como fizeram ao seu pobre tio, agora para sempre soterrado com os Faraós aos quais, tanto admirava.

- "Se ao menos Nathan tivesse vindo comigo!"

Pensa a jovem consigo, correndo no limite do seu corpo, fazendo seus pés quase voarem tal como ao deus Grego dos ladrões, Hermes.
Mas, o"ex-Crush"dela odiava seu primo por ele ser diferente dos outros rapazes da academia e, também gostar de galãs morenos de pegada seca, como Addam era e porisso, não viera nesta viagem junto com Alice e tio Singh, pai do rapaz.

A única chance de Alice agora, é tentar alcançar uma amiga sua que mora no Cairo chamada Najima, esposa de um homem muito poderoso que pode ajuda-la a levar o artefato em segurança para Nova York.

Mas, Alice sabe que as suas chances são mínimas, pois ela primeiro tem que escalar uma parede de monolito usando os relevos dos hieróglifos, até alcançar a superfície, pela abertura feia por ela e seu Tio Singh há três dias,...

-" POBRE TIO!?"...

...e só então tomar um dos camelos que ficaram no acampamento, para escapar de Maxillon, da sua amante Egípcia e dos seus capangas.

-"Ai, Meu Deus me ajuda!?"...

Mas, isso se ela conseguir escapar com vida dos seus perseguidores implacáveis, que estão cada vez mais perto a cada passo que ela dá em direção à luz da saída, tanto que conseguem disparar os vermelhos sintilantes da morte nela, pegando de raspão em seu braço.

- AAAI!! MALDITOS!...

Grita Alice, quase se desequilibrando e caindo do alto da parede.

- "NÃO posso desistir agora, meu Deus!"

Ela clama em pensamento, erguendo um braço para agarrar com sua mão direita uma fenda logo acima de sua cabeça, firmando o pé esquerdo na outra mais embaixo, num esforço hercúleo para não desabar de quase treze metros do piso monolítico.
A morte certa.

Mais um, dois, três e quatro disparos em sua direção, lá de baixo onde os três capangas da garota Egípcia, tentam acerta-la, e eles são bons no que fazem.
Então mais um dos raios pega-lhe de raspão,...

- AAAH!!!...

Logo suas vistas começam a ficar turvas como se uma solução sonífera a-tivesse atingido, fazendo se sentir tonta, uma leve nausea tomando conta do corpo.
Seus movimentos começam a ficar imprecisos e o raciocínio lento, como se ela estivesse embriagada com wiski do seu avô.

-" Deus, não por favor,....eu tenho que...conseg..."

Mas, um sexto tiro lhe acerta em cheio, fazendo Alice despencar...

- Ahhhh!!!...

...até que chegue em segundos bem perto do chão, quando um sétimo raio é disparado, mas na cor azul e vindo de outra direção. Alice desaparece dentro do piso como se mergulhasse em um lago, afundando...

*( FIM DO PRÓLOGO )

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