Almoço e Provocações
Era mais um dia em que Ha-Yun preparava um almoço em família para que sua noiva conseguisse ter uma boa convivência com a filha rebelde.
Yun já não suportava mais ter que viver com a garota e só a mantinha ainda dentro de casa pois era sua obrigação como progenitora.
A garota de fios bagunçados e tingidos com algumas mexas na cor rosa escutava naquele momento uma música de sua banda favorita de rock. Sabia que sua mãe estava na cozinha e fazia de tudo para irritar a mulher, até mesmo provocar a noiva dela toda vez que a mulher ia jantar ou almoçar em casa.
Como uma mulher tão nova foi se interessar por uma mulher velha? Ha-yun estava beirando seus 40 anos e Chaeyoung tinha apenas 26 anos.
Mina passava dias tentando entender o que levou a mulher se interessar por uma mulher como sua mãe.
Ela era arrogante; poderia não ser na frente da quase esposa para manter uma boa impressão, mas ela era bruta com todos e quem a conhecia sabia o jeito surtado da mulher.
Pobre Chaeyoung, mal sabia onde estava se metendo.
Mina cantarolava e dançava no meio do quarto, enquanto mantinha um pirulito sabor cereja na boca e fazia deste um microfone quando sua parte favorita de Sympathy for the devil tocava.
Ao som daquela música, Mina terminava de se arrumar, sempre com suas roupas pretas e extravagantes.
Assessórios como gargantilhas e braceletes de Spikes não poderiam faltar. Como havia dito, fazer sua mãe surtar era sua maior diversão naquele inferno e não gostava de fingir ser uma garota trabalhadora e bonzinha como ela queria.
Odiava falsidades, bastava a sua mãe destilando veneno e fingindo ser o que não era.
Ao fim da música, Mina já estava pronta e para dar um toque final no visual ousado e fora dos padrões, passou um Gloss com o mesmo sabor do pirulito que antes chupava.
Descartou o palitinho do pirulito, saindo do quarto mas, antes depositou um beijo singelo nos lábios de seu cantor favorito, este, estampado no pôster enorme na porta de seu quarto, fechando-a em seguida.
Ao descer os primeiros degraus da escada, poderia ouvir alguns murmúrios vindo da sala e já sabia quem era.
Ao descer os últimos, encontrou sua mãe e Chaeyoung vindo em sua direção.
A mulher não conseguiu disfarçar seu descontentamento com as vestes da filha. Já Chaeyoung, pareceu surpresa e intrigada pelo visual.
Chaeyoung havia gostado.
Não era a primeira vez que reparava em Mina. Há tempos que vinha frequentando a casa da mulher e ela parecia a provocar de alguma forma com gestos e olhares.
Ou poderia ser apenas algo da sua cabeça.
— Minha filha, poderia ter vestido algo melhor, né? — A mulher fingiu ser doce na frente da sua noiva, lançando um olhar mortal para Mina.
— Eu gostei, você parece ter gostado também, Chaeyoung. — A garota provocou, vendo a mulher olhar sem jeito para a mais alta.
— Eu? Bom... Eu achei maneiro. — Riu sem graça, passando as mãos úmidas disfarçadamente na calça preta que usava.
Não queria admitir mas ficava nervosa na frente da filha da mulher, não sabia qual seria o próximo passo da garota. Parecia tudo tão calculado que tinha medo de acabar caindo em alguma armadilha.
— Tolice, Chaeyoung está sendo gentil, minha noiva é muito boa, assim como eu. — A Myoui mais velha falou, alisando o abdômen definido da morena que pareceu desconfortável com a situação mas disfarçou com um sorriso.
— Que seja, eu sou linda. — Declamou, saindo da sala e caminhando para o local onde iriam comer, deixando as duas adultas para trás.
Chaeyoung e Ha-yun foram logo em seguida.
[...]
O almoço seguiu calmo até certo ponto onde a mulher começou a contar sobre algo que havia acontecido em seu trabalho, deixando não só Mina entediada como a própria noiva.
Era sempre a mesma coisa. No final ela se vangloriava de ser uma das melhores cozinheiras.
Mas a filha sabia que não era.
Um suspiro fundo e audível escapou dos lábios da rebelde, tentando manter a calma para não estragar com tudo.
Mina só não era alguém de ficar parada sem fazer nada. Aproveitou que o casal estava em sua frente e como alguém que não quer nada, subiu o pé sobre a perna de Chaeyoung, que se assustou, quase se engasgando com um bolinho de arroz.
— O que foi meu amor? — A mulher perguntou preocupada e Chaeyoung logo desconversou.
— Nada querida, apenas me engasguei com o bolinho, acidentes acontecem. — Engoliu a seco e aquilo pareceu deixar a mulher mais tranquila, pois ela voltou a falar.
Chaeyoung estava de olhos arregalados mas tentava focar na conversa por mais que sua mente estivesse no pézinho debaixo da mesa que subia perigosamente por suas pernas, deixando-a arrepiada.
Olhou de soslaio para Mina, que parecia comer tranquilamente que nem parecia estar provocando a mulher na cadeira da frente.
A rosada terminou de comer e passou a tomar o suco, acariciando a perna de Chaeyoung por cima da calça social que a mulher vestia, deixando a Son desnorteada.
Maldita pirralha; pensou a outra.
— Vou pegar a sobremesa, docinho. — Ha-yun anunciou, fazendo Mina querer vomitar por ter que ouvir sua mãe falando daquela forma.
Antes de ir à cozinha, a mulher depositou um selinho nos lábios da noiva, deixando Chaeyoung sem jeito na frente da filha dela.
Sozinhas, a mais velha tomou coragem para virar o rosto em direção a Mina, que a recebeu com um sorriso traquina.
— O que pensa que está fazendo? — Sussurrou, temendo que a mulher voltasse e ouvisse algo.
— É só um carinho, Chaeng. — Sorriu descarada, subindo o pé até o meio das pernas da mulher que sobressaltou assustada mas não saiu do lugar e nem protestou. — Um carinho gostoso, você parece tão tensa.
— Voltei, querida. — Ha-yun apareceu de repente, assustando Chaeyoung que estava em choque, tentando raciocinar tudo que estava acontecendo.
A mulher pouco percebeu o susto da futura esposa, estava tão concentrada em a agradar que não via o que estava acontecendo.
Mina seguiu plena, vendo que a mulher havia feito a sobremesa que ela odiava.
Bufou, tirando o pé do meio das pernas de Chaeyoung que respirou finalmente em alívio e levantou.
— Bom, acho que essa é minha hora de vazar.
— Não vai comer a sobremesa? — Ela perguntou com um sorriso vitorioso nos lábios ao ver que seu plano havia dado certo, queria um momento sozinha com sua mulher.
— Mamãezinha, a senhora deve saber que eu não sou muito fã dessa sobremesa. — Disse, apoiando as mãos encima da mesa, encarando a mulher com um sorriso forçado no rosto. — Fiquem à vontade.
Antes que pudesse ouvir a voz daquela senhora novamente, Mina saiu em disparada, rumo ao seu quarto, se trancando em seu próprio mundinho.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top