Capítulo 6 - Os Liondor's
Sei que demorei dois séculos para atualizar, mas vocês não fazem ideia de como foi complexo escrever esse capítulo. Aqui eu estruturei mais sobre o mundo deles, o vilão da trilogia e o mistério que rege o passado da Bell. Demorei, mas me sinto realizada. Espero que gostem também.
Tenho uma pequena surpresa pra vcs nesse capítulo que fiz com muito carinho!
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Quando seus pés tocaram no chão, com a cabeça tocando o ombro alheio, ela deixou uma lufada de ar escapar.
Klaus sentiu-a tremendo contra si, e em completo silêncio, ainda sob aquela chuva forte, ele converteu seu agarre em uma abraço reconfortante.
A culpa pesou no coração do loiro, ele sabia que tinha ido longe demais. Bell nem sequer tinha aberto os olhos ainda quando sentiu a mão dele tocar ternamente o topo de seus cabelos, afagando ali.
— Estamos vivos? — Ela questionou, o rosto próximo ao seu ouvido.
Ele riu soprado em meio a culpa.
— Estamos. — Foi sua resposta.
Isabell então tomou coragem para abrir os olhos, notando que de fato estavam em terra firme. Um segundo depois ela se afastou dele apenas o suficiente para que pudesse vê-lo frente a frente. Os lumes varreram o corpo do loiro sinuosamente, como se procurassem algo.
— O que você...? — Confuso, Klaus buscou entender o que diabos ela fazia. — Está verificando meu estado? Isso é sério?
Só assim ela voltou a fitar suas orbes.
— Por que você 'tá perguntando isso como se eu estivesse cometendo um crime por me importar com você? — Ela seriamente quis saber.
— Porque foi você quem quase poderia ter morrido...? — "Por minha culpa", acrescentou em pensamento, passando a mão no cabelo encharcado da chuva.
— Não tinha como. — Bell afirmou de pronto. — Você nunca me deixaria cair. Eu só estava assustada porque odeio altura. — Ela tirou o excesso de água do rosto. — Agora a gente pode sair logo debaixo dessa chuva antes que eu acabe resfriada?
Klaus a fitou por um momento em silêncio e então ele suspirou.
— Vamos. — Disse, aproximando-se, o braço já esticando para abraçá-la pela cintura e então tirar-los dali.
Mas, para sua surpresa, Isabell deu um passo para trás.
— Ahn... me mostre só onde fica a entrada mais próxima. — Pediu, vendo um traço de estranheza no semblante dele diante de seu pedido.
— Tudo bem. — Talvez ela tivesse ficado muito assustada depois dele quase tê-la feito cair do telhado. — Siga-me.
Os corredores do térreo na parte de trás da mansão eram iluminados em boa parte apenas por candelabros, fossem os de parede, fossem os de piso, e mesmo que ambos tivessem passado apenas por dois daqueles corredores antes de chegar a um pequeno banheiro onde toalhas estavam dispostas, Isabell não pôde deixar de notar o quanto tudo ali parecia demasiado sombrio, imerso no silêncio constante e mergulhado em frieza.
— Acho que seria melhor que você tomasse um banho quente para se aquecer. — Klaus sugeriu, assim que começaram a secar os rostos e cabelos, ainda em frente ao pequeno cômodo.
— Eu vou. — Bell secou a nuca. — Você também devia. Não sei se seres como você são capazes de pegar um resfriado, mas não duvido que seja desconfortável pra ti também ficar com roupas molhadas.
Um dos cantos dos lábios do loiro se ergueu.
— Seres como eu? Vampiros, você quis dizer. — Ele a corrigiu, notando que Bell havia deixado o termo apropriado em oculto.
— É. — Ela sustentou seu olhar que parecia desafiá-la silenciosamente.
— Sim, é desconfortável mesmo. — Klaus concordou, antes de erguer sutilmente a sobrancelha ao que seu meio sorriso se tornava mais afiado. — Devo então aceitar seu convite e me juntar à senhorita no banho?
— Que? Esper-
Ele a fez se interromper ao dar um passo para perto, rompendo a pouca distância.
— No seu quarto ou no meu? — Quis saber, parecendo pensativo. — Se bem que acho que as banheiras são do mesmo tamanho, então não faz muita diferença...
Isabell soltou um riso soprado, desacreditada.
— É incrível como você nunca passa mais de dez minutos sem fazer alguma gracinha. — Soltou.
— Não são gracinhas, são cantadas. Estou tentando arrancar alguma reação sua. — Ele abriu um sorriso falsamente cativante. — E acho que consegui porque você está muito vermelha agora. — A maldita sobrancelha se ergueu novamente. — Será que foi porque você imaginou a gente dividindo a banheira?
Fogo parecia tocar as bochechas da garota de tamanha que era a intensidade da coloração rosada em seu rosto.
Ainda assim, Isabell não se deixou ficar acanhada, ela o enfrentou, um olhar acorrentado ao outro, desafiando-se para ver quem desviava primeiro.
— Só nos seus sonhos. — E sorriu, desafiante, antes de começar a se afastar em direção a uma escada de canto, próxima a um par de portas fechadas.
Klaus sorriu agora para o nada, e ouvindo os passos dela se tornando mais distantes, ele sussurrou:
— Em nossos, anjo. Em nossos sonhos.
Ainda sorrindo desacreditada, Bell não demorou a achar seu quarto no outro andar.
"Como alguém pode ser tão sem vergonha?", era isso o que ela se questionava em pensamento, ao adentrar em seus aposentos.
Ao se ver sozinha, abrindo o guarda-roupas para pegar o que vestiria ao sair do banho, seu olhar transitou por entre as roupas pretas enquanto a mente vagava em outra direção, e logo um novo pensamento veio à sua mente.
Era estranho, tudo aquilo era estranho. Definitivamente era estranho demais ser adotada depois de perder as esperanças, ir parar em um mundo que não era seu, com uma família que acabara de descobrir que nem humana era. E tudo isso em um único dia.
Mas por que diachos, mediante a algo que parecia extremamente irreal, Isabell se encontrou naquele exato momento, ao tirar um vestido simples do cabide, bem como há muito não se sentia?
De fato estranho era a palavra certa para aquela situação, onde mesmo vendo seu mundo de cabeça para baixo com tantas novas informações e acontecimentos repentinos, Isabell parecia processar tudo com tranquilidade e ainda agir normalmente.
Pontos de interrogação lhe invadiram enquanto o corpo era banhado pela água quente que a acolhia na enorme banheira.
Por um segundo Bell se perguntou seriamente se os livros de fantasia que leu a vida toda, os mesmos que serviam de refúgio para as desilusões que tinha no orfanato, ao continuar ali enquanto outras garotas eram adotadas, agora lhe iludiam, fazendo com que todos os acontecimentos que provavelmente fariam um ser humano normal se chocar, parecessem mais algo comum para si.
— De fato eu poderia ter morrido. — Ela sussurrou para o nada, ao se lembrar da cena no telhado, outro acontecimento que, no fim das contas, não a deixou nada assustada.
Talvez porque ela não mentiu quando disse para Klaus que sabia que ele jamais a deixaria cair dali.
Mas a questão era: como ela sabia daquilo? Como ela podia ter tanta certeza de que alguém que havia conhecido há menos de um dia era alguém que podia confiar como fizera mais cedo?
Não tinha como, e ainda assim ela sabia, como uma afirmação irredutível.
A sensação que tomou seu peito a fez pousar a mão sobre a região, constatando que seu coração havia acelerado só por se lembrar de como ele a abraçou enquanto caíam, isso porque o toque era familiar demais enquanto parecia protegê-la de tudo e todos naquele aperto.
Era o mesmo toque de quando ele a abraçava em seus sonhos, sonhos esses que Klaus parecia conhecer também, pelo o que dissera no telhado. Aliás, ele também dissera que ela era uma bruxa por aparecer primeiro nos dele. Que absurdo! Ele que havia invadido seus sonhos primeiro, lhe observando apenas no começo, e depois então interagindo, com sorrisos, palavras e toques...
Antes que Bell se desse conta, seu rosto tinha sido tomado pelo rubor com o decorrer das memórias que tinha guardado daqueles sonhos.
Ela seriamente esperava que fosse só ela quem havia tido os mais recentes, aqueles mesmos onde um se perdia no outro e os corpos se tornavam um.
Quando o corpo começou a se converter em calor, mesmo naquele clima mais chuvoso e com ventos frios, Isabell espantou todos aqueles últimos pensamentos e terminou seu banho.
O vestido ficou bem em si, cabendo perfeitamente, sendo ele composto por tecido fosco por baixo, com alças e um decote sutil, e com uma camada de tecido rendado por cima, que trazia consigo mangas longas, com bocas de sino. A marcação da cintura deixava o caimento nas pernas solto, trazendo-lhe conforto. As mãos pálidas passearam pela renda com gosto, pois Bell estava encantada com a veste. Ela nunca tivera algo tão bonito assim para vestir, e ainda em casa, já que todas as roupas que havia encontrado no guarda-roupas pareciam dignas de um desfile, nada simples.
O cabelo úmido foi penteado e mantido solto, na penteadeira ela encontrou algumas jóias em uma gaveta, escolhendo um brinco que era apenas um ponto vermelho brilhante no fim. Também havia itens de maquiagem na gaveta debaixo, mas optou por não usar.
E lá foi ela, deixando o quarto para se aventurar mais pela casa, afinal, quando esteve do lado de fora, pôde constatar que o que tinha visto até agora daquela enorme mansão não fora quase nada.
Os pés descalços não se importavam com o frio do piso límpido, muito menos os olhos que já pareciam acostumados aos corredores volvidos pelo breu, curiosos, se atentando a tudo o que encontravam.
Primeiro ela desceu por uma escada ao canto de um dos corredores, esta que parecia quase estar escondida devido a localização, e dali Bell encontrou mais portas fechadas, desta vez mais separadas. Em cada corredor de outra outra parte da mansão que ainda não havia visitado, só se encontravam dois pares de portas conjuntas que, obviamente, ela se pôs a abrir.
A primeira era de um cômodo extremamente amplo, de pé direito alto, abrigando móveis costumeiros de uma sala de estar, além de candelabros, uma mesa com algumas cadeiras,onde jogos haviam sido postos, e quadros nas paredes.
Uma área de lazer provavelmente. Talvez ela viesse parar por ali com frequência em breve, foi o que constatou ao fechar a porta, deixando o cômodo para trás.
O olhar encontrou o par de portas logo à frente. Talvez ali tivesse algo parecido.
Sem muita expectativa, ela girou a maçaneta, e quando se viu diante de estantes e mais estantes, os lumes cresceram, consumindo tudo o que encontrava pela frente, deslumbrados.
Uma biblioteca com um, dois, três! Três andares ao todo, podendo ver dali mesmo os outros dois acima em aberto, limitados a belos cercados de ferro negro em formato de caracóis, ampliando ainda mais o cômodo para cima.
De uma coisa Isabell teve certeza ao se ver entrando cada vez mais naquele espaço; eram tantos livros que pareciam não ter fim.
Certamente teriam livros que ela gostasse, não?
A garota nem percebeu que estava sendo assistida pelo mais velho dos filhos que até então se encontrava muito próximo da parte de trás de uma das escadas também sobre a forma de caracol, lendo um livro até poucos segundos.
Vladimir ergueu uma sobrancelha ao se deparar com a jovem curiosa na qual tinha os olhos brilhando diante de tudo o que encontrava. Ele a viu tocar delicadamente a madeira de uma mesa com livros e um abajur, antes de avistar os pequenos pontos luminosos ao longe brilhando em pleno ar, próximos aos livros das estantes mais acima. Eram fadas. Isabell não sabia disso e, ainda assim, surpreendentemente, nada daquilo pareceu intrigá-la.
Mas intrigou Vladimir.
Parece que alguém já estava se familiarizando com aquele mundo.
Contudo, ele se intrigou mais ainda ao vê-la se deparar com o enorme mapa emoldurado em uma parede extensa.
Mesmo ainda longe, Isabell estava encantada com a visão que tinha, e é claro que a curiosidade a fez se aproximar de pronto, parando a menos de um metro do enorme pedaço de tecido encorpado.
— "Etheria, o mundo deífico'' — Bell uniu as sobrancelhas ao ler o título esculpido na moldura dourada. — O que significa deífico?
Seja lá o que significasse, aquilo não impediu que o ar saísse como um suspiro da boca de Isabell, mesmo que ela não entendesse o porquê, enquanto sua mão pousava delicadamente sobre as áreas demarcadas naquele pedaço de papel.
Era tudo novo diante de si, porém, diante do olhar curioso, devorando com encanto tudo aquilo o que encontrava, o coração estava tomado pelo frenesi, como quem havia encontrado um amigo que não via há muito tempo. Tamanha era a familiaridade.
As terras no mapa eram divididas em nove pedaços, alguns maiores, outros menores, sendo os maiores localizados no norte, ao centro deste.
— D'Luna... — Havia três construções principais naquele lote demarcado, sendo uma delas a de uma biblioteca central. Provavelmente eram ali que os maiores fatos históricos daquele mundo eram guardados. Também havia casas que compunham uma vila e uma mansão. — E'lumine. — Isabell ficou confusa, pois havia apenas uma casa em formato de cogumelo e um enorme portal. O que aquilo significava? — Corvus. — Pelo jeito, ali, mais abaixo, era o centro, com casas e casas, além de comércios e praças.
A seguir, seu olhar vagou por Umbrarum; terras íngremes, que pareciam secas, com árvores escassas em folhagens, além de três principais construções que seriam duas mansões e uma catedral.
— Mansão Durand. — Era onde se encontrava. Os dedos contornaram algumas das linhas que compunham o desenho da construção. Aquele lugar era maior do que ela pensava, com uma fachada exuberante e uma torre que provavelmente guardava muitos cômodos.
— O quão importante uma família tem que ser para sua casa ser enaltecida como um ponto importante em um mundo? — Questionou-se num sussurro.
— Muito, se quer saber. — A voz de Vlad se fez ouvir, ganhando a atenção da garota que virou parte do corpo em sua direção.
— Que susto... — Ela sussurrou, colocando a mão sobre o peito. — Eu não te ouvi entrar. — Comentou.
Um encarou o outro por alguns segundos, Isabell se dando conta de que diante de si havia outro vampiro, enquanto Vladimir se enchia mais de curiosidade diante da garota descalça no chão frio.
— Eu já estava aqui. Perdoe-me pelo susto. — E então apontou para o mapa, ganhando novamente a atenção da garota naquela direção. — Nós, Durand, moramos nesta casa desde antes deste mapa ser criado, e somos uma das famílias mais antigas existentes, dentre todas as registradas nas escritas guardadas na Biblioteca de Etheria. Nosso nome está aí pelos nossos feitos ao longo dos séculos também.
— Quais feitos? — Bell olhou do mapa para o moreno, a curiosidade estampada nos lumes que brilhavam com cada nova informação que ela obtinha.
Vladimir pareceu pensativo por um segundo. Aquela pergunta era complexa.
— A grande maioria deles é voltado para nossa força. Vampiros são os seres mais fortes que existem em relação a sua resistência. Podemos servir de receptáculo para prender uma alma ruim, ou até mesmo podemos nos deixar ser canalizados por outras criaturas, como bruxas e fadas, que utilizam sua energia quase que exaustivamente em uma situação que exija muito poder. — Explicou, notando o quão surpresa a mais nova se mostrou. — E essas são só algumas das nossas habilidades, sem contar o poder do nosso próprio sangue e em como ele ajuda outras criaturas em nosso mundo.
— Isso é incrível. — Sussurrou, impressionada.
Vlad acabou por esboçar um sorriso com o comentário, mas logo deixou escapar um suspiro.
— Só é uma pena que sejamos muito poucos atualmente. Só sobrou a nossa família com o tempo. — Ele revelou.
— Como? Por que? — Bell olhou para o mapa e então para o pálido outra vez. — Esse mapa é tão literal assim? Não há outros de vocês? — E apontou para a outra mansão desenhada no lado dos vampiros. — E essa tal família Liondor?
Vlad deu um passo para frente e fitou o desenho antigo junto da garota.
— Quer saber mesmo sobre eles? — Deu outro passo, aproximando-se mais, até estar ao lado de Isabell, os dois ainda com o olhar vidrado no desenho da faixa com os dizeres "Mansão Liondor".
— Por que eu não iria querer? — Ela não entendeu a pergunta que ele fez, mas isso pouco importava naquele momento, pois Isabell só queria mesmo era satisfazer sua curiosidade.
O mais alto a encarou por um segundo, e Bell teve a sensação de que ele iria lhe dizer algo.
Mas não. Ele não disse nada.
Vladimir tocou a imagem da construção que parecia um castelo devido às torres que a compunham, e era a única construção que parecia ter sido feita no alto de um monte íngreme.
— Isabell, você precisa saber que como os vampiros são imortais, muitas vezes, quando os filhos finalmente encontram um companheiro, os pais sentem que sua missão foi concluída e partem. E isso também evita que existam muitos de nós, já que uma população grande de vampiros poderia ser problema quanto a questões de alimentação. — Ele avisou, antes de tudo. — A Família Liondor era formada por Lenore Liondor, a filha única dos Liondor's, que se casou com Alexander d'Fier, logo Liondor. Eles eram o casal cujo amor que compartilhavam entre si encantava a todos, e meio século mais tarde, após o casamento, tiveram uma criança...
— Morreu todo mundo? — Bell já o interrompeu, os olhos esbugalharam ligeiramente ao criar teorias. — Não foi tipo aquelas lendas de humanos matando vampiros, e que acabaram por matar a família inteira, não é?
Aquilo fez Vladimir soltar um riso soprado.
— Você deve ter visto muito filme de vampiro, não? — Ele até abriu um pequeno sorriso ao se deparar com a feição sutilmente ofendida que ela fez.
— Se não foi isso, o que houve com eles?
Aquela era uma boa pergunta. E quando Vladimir tomou uma feição que oscilava entre a seriedade e a melancolia, Isabell não pôde deixar de sentir um aperto no peito.
— Ninguém sabe ao certo, só se sabe que eles desapareceram de repente. — Contou, o tom mais baixo, as sobrancelhas grossas se unindo, como se o próprio Vladimir também se questionasse quanto ao próprio acontecimento.
— Mas assim do nada? — Bell estava tão intrigada quanto. — Sem pistas, sem nada?
— Sim, quase que sem deixar vestígios.
— Eles... Eles se mataram então? — Concluiu, de acordo com o que ele dissera antes sobre imortalidade. — Mas e a criança? — E seus olhos se esbugalharam mais uma vez. — Mataram a criança também?
— Não. — Vladimir suspirou. — A criança tinha sido prometida quando ainda era bebê pela família logo após uma feiticeira vidente prever o seu futuro que seria abençoado ao lado daquele que um dia seria seu companheiro, porém, foi essa mesma vidente quem viu que uma sombra iria cair sobre a família em algum momento. E é claro que, pensando nela, eles a mandaram para longe, em segurança, antes que isso acontecesse. — O moreno abaixou o olhar, em um momento respeitoso à família. — E então, dois ou três anos depois, a desgraça destinada caiu sobre eles, levando-os consigo. — Informou. — A única pista que temos é a própria mansão.
— Como assim? — Por que Vladimir lhe dava uma resposta e lhe fazia ter outra dúvida logo em seguida?
— Essa sombra que lhe falei que caiu sobre a família é o que chamamos aqui de Desequilíbrio. Nas últimas décadas, houve uma irregularidade entre sombra e luz, que são as duas energias naturais que regem o mundo dos humanos e o nosso. Essa irregularidade pende para a sombra cada vez mais por algum motivo ainda oculto para nós. Acreditamos seriamente que isso não é uma ação da natureza e sim de alguém por trás.
— Então o Desequilíbrio é alguém mexendo com coisas ruins, tipo as trevas?
— Isso. E há rastros dessa energia sombria na casa dos Liondor's.
Em um reflexo ao que ouviu, Bell sentiu os pêlos de seu corpo se arrepiarem. O nome "Liondor", escrito diante de si sobre o desenho de uma faixa, agora parecia pesar muito.
— Mas e a criança Liondor que sobrou? Ela nunca retornou? — Foi a dúvida que restou para Isabell.
Vladimir suspirou novamente e encarou a garota. Ela era curiosa demais ao seu ver, aquele par de olhos carregando tanta curiosidade em sua direção o incomodava, assim como as possibilidades que a dona deles guardava sem conhecimento.
— Ela sumiu também. A bruxa que a levou foi encontrada morta. Nossa família vem procurando-a faz um tempo e, talvez... — Dessa vez foi Isabell quem sentiu um incômodo com os lumes alheios sobre si durante aquela breve pausa. — Talvez a tenhamos achado.
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Sim, fiz um mapa e foram muitas horas só pra desenhar essa imagem das terras, água e tals, fora que cada construção foram hooraaas sendo feita. Esse mapa demorou muito tempo pra ser feito. Vou postar no insta ele em tamanho grande pra verem os detalhes.
Insta: escritora.emily
Quem tiver dúvidas, pode deixar aqui que respondo.
Obrigada por me acompanhar em mais um capítulo!
bjss!
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