Capítulo 10 - O Véu da Noite
Tinha como voltar antes não, quem acompanha outros livros já sabe que meu gato (que é um filho pra mim) correu risco de vida duas vezes nesses últimos quarenta dias, por estar seriamente doente. Estamos cuidando dele. Eu não tinha nem cabeça pra escrever até alguns dias atrás. :(
Mas graças a Deus ele está melhorando.
Bora pro capítulo.
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Além da beleza externa, a loja dos Azur era de tirar o fôlego ao adentrar o espaço. Não demorou para Isabell se sentir envolvida pela névoa composta pelo aroma misto de ervas e incenso.
O domo de vidro no teto permitia que a luz da lua, que vez ou outra se escondia atrás das nuvens, iluminasse o espaço junto das numerosas luzes que destacavam os vários frascos de poções, pergaminhos antigos e artefatos encantados que adornavam as prateleiras de mogno polido. Uma escada em espiral levava ao segundo andar aberto, onde janelas bem dispostas possibilitavam uma vista deslumbrante da cidade mágica abaixo.
Bell logo notou que a maioria daqueles presentes no lugar eram de aparência identifica a um ser humano, não demorando a acreditar que se tratavam de bruxos e feiticeiros, quem sabe vampiros e lobisomens também, todos em busca de conhecimento arcano. Criaturas místicas, como fadas dançantes e pequenos dragões, também eram vistas ocasionalmente entre as plantas exóticas que se entrelaçam pelo ambiente.
No fim, a atmosfera de encanto e mistério roubou qualquer pensamento e sentimento ruim que Bell acabara de ter antes de entrar ali, fazendo-a esquecer momentaneamente a visão que tivera há pouco.
— Encantador. — Bell deixou escapar assim que as duas pararam ali na entrada. Rayna a fitou, curiosa com o que havia ouvido. — Exatamente como deve se esperar de uma loja que vende itens de magia. Mas... ainda assim... — Seus olhos focaram em uma criança junta deusas duas mães, sorrindo enquanto abria um frasco rosa incandescente, cuja magia escapou-se de pronto e deu a forma de um glorioso pégaso por alguns segundos antes de se desmanchar no ar. — Não tem palavra melhor para descrever tamanho encanto.
Rayna sorriu pequeno com aquela afirmação. O brilho nos lumes de Isabell se tornava cada vez mais intenso de acordo com o que seu olhar curioso ousava capturar.
— Sinta-se livre para explorar o lugar enquanto vejo se encontro a Alia, apenas não saia da loja sozinha, ou pode acabar se perdendo.
— Tudo bem.
E assim Rayna soltou a mão de Bell que se viu já adentrando mais no espaço.
A ruiva a observou por alguns segundos enquanto ela se afastava, um sorriso quase imperceptível nascendo em seus lábios.
— Engraçado como seres de magia são sempre atraídos por magia. — Sussurrou para si mesma.
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Klaus fechou a porta atrás de si ao deixar o edifício que viera para fazer a encomenda de seu pai.
Um olhar pela rua e ele percebeu que Corvus parecia muito agitada naquela noite, provavelmente todo aquele movimento se devia a época dos festivais que se encontrava já bem próxima, onde eram comemoradas as lendas dos maiores deuses de Etheria. Pelo jeito, logo ele teria que voltar ao centro para fazer algumas compras de decoração já que a que havia em casa estava na hora de trocar.
Um passo e mais outro, e ele percebeu que até os corvos pareciam ser mais naquela noite, sempre ao alto das edificações ou portões, observando quem passasse cá e lá, o que contribuiu para a pequena surpresa que teve quando uma dessas aves apareceu diante dos seus olhos, voando baixo, mas muito rápido, ganhando. Sua atenção focou nela por um momento, notando o quão maior a bela e misteriosa ave negra era. Tudo fora quase como um vislumbre, e assim que seus olhos desfocaram daquela em primeiro plano, ele avistou uma livraria, uma que ele já conhecia bem por seu conteúdo diferenciado, pois aquela livraria vendia apenas livros escritos pelos humanos.
Klaus nem percebeu quando um sorriso maroto brotou em seus lábios.
Talvez, só talvez, alguém que ele conhecia podia gostar muito de alguns desses.
E a ave que antes passara por ele, agora o assistia ao alto de uma construção ali perto.
O tilintar do sino ecoou pelo lugar quando o loiro abriu a porta. O ar estava impregnado com o aroma acolhedor de papel envelhecido e um toque sutil de café recém-moído.
O chão de madeira rangeu suavemente sob os pés quando Klaus adentrou mais ao espaço. O lugar se encontrava com pouco movimento naquela noite, o que facilitava a passagem entre os corredores compostos por prateleiras baixas, de madeira escura e bem polidas, repletas de volumes que diversas cores e detalhes atraíam a atenção de Klaus à medida que ele ia passando aqui e ali.
A iluminação interna era levemente amarelada, o que contrastava com a luz da lua que entrava pelas grandes janelas.
Tudo parecia tranquilo e tão... humano.
Bell gostaria de conhecer aquele lugar. Klaus tinha certeza daquilo
Eram tantos e tantos livros, ainda que o lugar não fosse enorme, que o vampiro se viu perdido em um mar de opções. Em algum momento as sobrancelhas douradas se uniram.
"Qual livro ela gostaria?" Foi essa pergunta que invadiu sua mente.
Olhou em volta e não demorou a achar a livreira que se encontrava no fundo da pequena loja, atrás do balcão, apenas observando o movimento.
— Boa noite. — Disse ele ao se aproximar, atraindo a atenção da moça de pele bronzeada e olhos orientais perfeitamente delineados, apoiada sobre o balcão com o queixo descansando na palma da mão. Parecia perfeitamente uma humana, se não fosse, é claro, pelo belo par de chifres dourados ao alto da cabeça.
— Boa noite. — Ela cumprimentou de volta, percebendo que ele estava prestes a lhe lançar alguma pergunta.
— Pode me dizer onde fica a seção fantasia?
Ela apontou com o queixo para o lado direito da loja.
Klaus seguiu a direção pela qual seus lumes dourados quase que incandescentes se atentavam.
— Segundo corredor. Do lado direito estão os de ficção no geral, e do lado esquerdo os sobrenaturais. Fábulas, lendas, contos e mitologias ficam no corredor ao lado. — Informou.
— Obrigado. — Agradeceu, ganhando um aceno antes de se afastar.
Como havia poucos visitantes ali naquela noite, Klaus reparou brevemente em uma mulher que já se encontrava na seção em questão. Além do traje negro que já era usual pelas criaturas de Etheria, a figura vestia um véu escuro, que pouco revelava seu rosto, bordado em rosas negras nos extremos, coberto no topo por um chapéu preto extravagante com penas de alguma ave de porte grande.
Ela era bela e elegante a quaisquer olhos, mas ele não gostou da presença do tecido preto em parte transparente que ocultava seu rosto. Isso porque Klaus sabia, sabia que quando um indivíduo sobrenatural ocultava o rosto publicamente, era devido a caminhos sombrios aos quais este indivíduo havia percorrido, fosse algum crime de alta relevância no qual o rosto do ser era divulgado publicamente pelos quatro cantos de Etheria, fosse tentando ocultar o rosto para fugir de alguém que geralmente era um devedor nada legalizado, ou pior, fosse para esconder uma marca, uma marca deixada pelo breu quando alguém ousava se meter com ele, criando algum vínculo que resultava em um rastro, muitas vezes no rosto.
E como Klaus era um vampiro, um ser de alta sensibilidade diante das forças que reinavam no sobrenatural, ele sentiu muito bem a intensa concentração de energia sombria impregnada na figura alta e elegante.
Alguém estava aprontando junto ao breu.
Klaus tentou não demonstrar uma reação diante do que sentiu, apenas anotando o acontecimento mentalmente para compartilhar com aqueles ligados ou que pertencessem diretamente ao conselho, já que, aparentemente, depois de muito tempo procurando sobre, eles finalmente teriam uma pista sobre o breu.
Feita a anotação, o vampiro voltou seus lumes às diversas prateleiras ali, se perdendo nas capas coloridas, notando agora que alguns volumes apresentavam sequência das sobras.
Porém pouco sua atenção conseguiu se manter em todos aqueles livros, já que a dama de corpo esguio se aproximou ligeiramente, com o olhar próximo a si, parando há menos de um metro do loiro que a observou pelo canto do olho enquanto ela erguia um braço para pegar um livro de capa cinza.
— Não encontrou ainda o que procura, jovem vampiro? — A voz melodiosa que estranhamente carregava uma nota de algo sinistro soou baixa, mas não menos audível.
Klaus desviou o olhar no mesmo momento que ouviu tal pergunta, sabendo que tinha sido pego analisando-a.
— É a minha primeira vez nesta loja, senhorita — Afirmou baixo, pegando um livro que havia chamado sua atenção, este que tinha capa vermelha com variações da cor em tons mais claros e escuros, além de um título com uma fonte que variava entre retas e ondulações graciosas muito bem desenhadas, além da presença de serifas nos extremos das letras — então não estou familiarizado.
Ele não viu, mas por debaixo do véu negro, ela arqueou uma sobrancelha perfeitamente desenhada.
— Ah, é mesmo? — O rosto esculpido inclinou-se ligeiramente enquanto os lumes dela o analisavam milimetricamente, afiados por detrás do tecido bordado, criando uma penumbra, como se procurassem algo com veemência ali. — Faz sentido. De fato esta loja não é muito conhecida, muito menos frequentada por demasia.
Terminado seu relatório mental sobre a figura loira, um dos lados dos lábios pintados de vermelho se ergueu num meio sorriso, antes que ela esticasse ligeiramente o braço com o livro cinza em sua mão.
Klaus ergueu uma sobrancelha, olhando desde o objeto para a mulher.
— Aqui. Já que parece perdido, esse é um bom livro desse gênero para ler.
De perto, o véu não era capaz de manter tão oculta assim a criatura, logo Klaus pôde ver sutilmente as maçãs altas, o queixo esguio, os lumes frios por detrás da camada fina do tecido, contrastando perfeitamente com o vermelho intenso que pintava os lábios.
Ele não conseguiu encontrar algo ali que denunciasse uma marca sombria.
Estranho.
— Obrigado. — Respondeu baixo, pegando o livro.
Ela apenas assentiu com a cabeça e caminhou para longe, os saltos ecoando a cada passo, destoando da dança sinistra que o véu fazia a cada movimento, lembrando brevemente a um espectro flutuando para longe.
Klaus fitou a capa cinza com um título de uma única palavra e um desenho de espinhos brancos enrolados sobre a forma de uma mão diminuta e magra em vidro. Parecia ser só mais um livro fantasia como qualquer outro naquele lugar.
Em silêncio, o vampiro pensou um pouco e então pegou um dos livros que já tinha avisado anteriormente, esse que traria para Bell.
E quanto ao livro que a estranha lhe recomendara, ainda que não pudesse sentir nenhuma energia negativa irradiando do objeto, ele sentira vindo dela.
Talvez houvesse algum rastro ali que pudesse ser verificado mais tarde.
**
Isabell tinha se perdido. É claro que tinha, mas o que importava é que permanecera dentro da loja e uma hora iria achar Rayna novamente. Com a mente tranquila, os lumes continuavam a vagar por todos aqueles objetos mágicos que iam desde as prateleiras até os que serviam de enfeites nas paredes. Tudo parecia reluzir de forma mágica, carregando algum conteúdo arcano.
E ela queria conhecer tudo.
Certo que seria meio que impossível pelo tamanho daquele lugar e a quantidade de visitantes presentes, visitantes estes que também competiam altamente pela sua atenção já que muitos ali tinham características que lhe despertavam curiosidade. Um exemplo disso ocorreu há menos de cinco minutos, quando Isabell sentiu pisar em algo fofo e, ao olhar para baixo, ouviu um gemido de dor que a fez de imediato tirar o pé do nervo peludo que pisara a ponta.
Sim, era um rabo.
— Ah, me desculpe! — Pediu, seguindo o som de descontentamento alheio e encontrando uma moça de pele clara, de um cinza sutilmente azulada, com pontos brilhantes nos extremos das bochechas, olhando em sua direção com os olhos nublados por uma camada de lágrimas.
Um pequeno bico formou-se nos lábios da figura que aos olhos de Bell era belíssima enquanto ela puxava seu rabo para longe da garota.
— Mil perdões. — Bell se encolheu, sabendo que aquilo havia sido doloroso para a moça.
Num piscar de olhos, a feição alheia tornou-se mais branda, e logo a outra assentiu vagarosamente com a cabeça, aceitando silenciosamente o pedido de desculpas da garota, antes de se virar e desaparecer dentre os outros seres naquele lugar.
E essa foi uma situação que Isabell nunca pensou que passaria.
— Certo. Mundo sobrenatural, lembra? — Ela murmurou para si enquanto continuava a explorar o lugar — Acontecimentos como esse são comuns aqui.
Só assim para que se conseguisse se convencer do que vinha vivendo nos últimos dias.
Passado o susto, ela olhou ao redor outra vez, e não demorou para capturar a beleza de objetos reluzindo sobre um balcão ao longe, próximo a uma parede com prateleiras suspensas logo acima, essas que continham mais deles.
Aproximando-se, curiosa, não demorou para que ela visse do que se tratava; cristais, cristais de diversas cores, boa parte sob a forma de prismas. Nomes estavam dispostos em pequenas placas diante de cada grupo com sua respectiva cor. Como não havia quase ninguém naquele canto, foi fácil para ela vagar por cada um, permitindo-se conhecer um pouquinho mais dos objetos brilhantes.
— "Solaris", "Aquarium"... — Ela foi passando diante das placas, logo parando diante da placa referente aos prismas pretos. — "Sombreau" — Por algum motivo, aquela chamou sua atenção — "Uso: Oferece proteção e clarividência, podendo ser usado antes do manuseio com objetos ou outros tipos de contato com energias negativas."
Certamente aqueles cristais eram poderosos.
— Será que dá para usar mais de uma vez? — A dúvida escapou de seus lábios num sussurro, a mão já se erguendo, pronta para pegar um e observar mais de perto.
— A maioria sim. — Alguém respondeu, fazendo-a dar um pequeno pulo. Um segundo depois, ela encontrou um garoto parado logo ao lado do balcão, com as costas apoiadas na parede, acerca de um metro de distância. — Mas não é o caso desse aí. A energia deles funciona de forma diferente, sendo bem precisa para o uso que leu.
Isabell, expressiva como era, não conseguiu esconder a sensação de confusão, o que fez o jovem à sua frente sorrir pequeno.
— Esse é um daqueles itens que só podem ser usados uma única vez, pois mesmo bem carregados de energia, a situação que eles irão enfrentar irá esgotá-los rapidamente. Esse cristal é para ser usado em ambientes impregnados de energia negativa ou em objetos carregados com, que venham a ser manuseados.
— Ah... — A clarividência atingiu a feição da garota, resultando em outro pequeno sorriso do garoto que ergueu uma das sobrancelhas cheias e bem desenhadas.
— A senhorita não é daqui, não é? — Ele afastou-se da parede, pondo-se ereto, os lumes castanhos escuros curiosos em sua direção.
— É tão óbvio assim? — Bell deu um pequeno suspiro.
— Um pouquinho. — E fez o gesto com os dedos, reforçando a fala, mas mantendo o sorriso para descontrair o clima, já que a morena pareceu desconfortável por sua observação. — Mas isso não é nada a se preocupar, todos os dias chegam novos seres em Etheria, fora que, há vezes em que algumas criaturas são criadas isoladamente em nosso próprio mundo, nunca tendo visitado Corvus ou as outras cidades... — Tranquilizou-a.
Bell assentiu em compreensão. Ao menos ela não parecia uma esquisita, aparentemente.
— Então, de onde a senhorita é?
— Do outro mundo.
— O dos humanos?
— Isso. — Respondeu simplesmente, parecendo não encontrar problemas em contar a verdade, já que, pelo o que ele dera a entender anteriormente, aquilo era comum. Enquanto conversavam, já mais tranquila, ela voltou a atenção aos cristais, os lumes logo encontrando cristais da cor vermelha.
Ela não viu o garoto erguer a sobrancelha uma segunda vez.
— Não são muitos aqueles de aparência totalmente humana que vêm de lá... — Comentou, por um momento, fitando-a dos pés à cabeça, procurando brevemente uma cauda, escamas, chifres, ou qualquer outra coisa que pudesse identificá-la como uma criatura sobrenatural.
— Hm? — Isabell virou-se para ele outra vez. — Você não veio de lá também? — Quis saber, logo fazendo a mesma análise que ele fizera consigo.
Alto, olhos castanhos escuros, cabelo curto crespo de laterais que pareciam ter sido raspadas recentemente, pele retinta. Um garoto jovem e bonito, foi isso o que ela viu.
— Achei que tivesse. Você parece tão humano quanto eu. — Foi a vez dela unir as sobrancelhas. — A menos que tenha alguma asa, chifres ou sei lá o que escondidos. — Brincou.
Contudo, a feição dele não acompanhou seu tom espirituoso, convertendo-se em algo mais sério.
— Humano? — Um riso soprado escapou dele, mas não continha um ar de divertimento.
Isabell não conseguiu suprimir a expressão confusa.
Era óbvio, pela feição do outro ali, que algo estava errado.
O garoto estava prestes a dizer algo, quando seu olhar foi para além de Isabell, que quase o seguiu, se não fosse pela voz já muito conhecida que veio detrás:
— Achei você.
A figura loira parou ao seu lado, fazendo Bell erguer sutilmente a cabeça para encará-lo.
— Ah, olá, Akila. — Ele deu um pequeno sorriso para o outro que retribuiu com um igual, antes de voltar a atenção para Isabell. — Onde está Rayna? Era para ela estar ao seu lado... — Klaus parecia muito sério agora.
— Eu a vi com a minha irmã há uns cinco minutos. — Akila avisou.
— Ah, menos mal. Achei que ela tinha esquecido Bell aqui dentro sozinha e saído por aí.
Você sabe muito bem que a Ray às vezes é desligada.
Akila riu.
— E você sabe como as garotas são, aposto que assim que ela e a Alia se encontraram, foram colocar as fofocas em dia, ainda mais agora que a Rayna está noiva...
— Noiva? — Isabell voltou-se para Klaus. — Eu não sabia que ela estava noiva. Noiva de quem, aliás?
— Domenic. Logo você irá conhecê-lo.
— Olha eles aí. — A voz feminina, até então desconhecida para Bell, atraiu a atenção dos três. E lá vinha a dupla citada.
— Você voltou rápido. — A ruiva disse para o irmão.
— Estava com pouco movimento.
— Então essa é a nova filha dos Durand? — Alia sorriu, simpática, estendendo a mão para Bell. — Eu sou Alia, Alia Azur. É um prazer conhecê-la. A Ray me falou muito bem de você.
— Falou? — Bell perguntou, um pouco tímida, enquanto apertava a mão alheia.
— Falei sobre como a gente concorda que o Klaus tem o dom de estressar qualquer um em menos de dez minutos ficando ao lado dele. — Mas é claro que a irmã mais velha não ia deixar de provocar o caçula.
Risos soaram por um momento enquanto o loiro lutava para não revirar os olhos.
— Ah então tudo certo. — Isabell agora sorria, mais confortável.
— Vejo que já conheceu o meu irmão, Akila. — Alia apontou para o outro com o queixo. — E sim, somos gêmeos, mas, como pode ver, eu sou a mais bonita. — Disse, colocando um cacho do cabelo solto volumoso para trás da orelha.
E mais risos se seguiram.
— E a que mais estressa também. — Akila jogou, ganhando um olhar afiado da irmã que não conseguiu esconder o riso. Era nítido que eles se davam bem.
— Bem, aproveitando que já estão os dois aqui — Rayna alternou o olhar entre os gêmeos — Para avisar que estão convidados para o baile que a mamãe está organizando. Será daqui uma semana.
— Um baile? — Alia questionou, surpresa. — É tão raro a tia Helina fazer bailes... Vocês estão comemorando algo?
Rayna trocou um olhar rápido com Klaus, mediante a pergunta alheia.
— Nós ainda não podemos falar muita coisa sobre, mas logo vocês saberão, até amanhã os convites formais devem chegar.
Foi a vez dos gêmeos então trocarem olhares.
E Isabell continuou em silêncio, apenas ouvindo, surpresa também com a notícia do baile.
— Então tá! — Alia abriu um sorriso brilhante. — Estou ansiosa! Faz tempo que não vou a um baile. Adoro festas!
Rayna e a amiga dividiram sorrisos alegres, adorando a ideia de festas.
Ninguém percebeu que Akila vez ou outra encarava Bell pelo canto do olho, ainda com as questões da conversa interrompida de mais cedo que ambos tiveram, enquanto a própria Isabell se perguntava como deveria ser um baile em Etheria.
E Klaus... Ele sabia bem para que aquele baile estava prestes a acontecer, e o que poderia vir com ele.
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Depois de muito pensar, eu vi que a Agnes NUNCA tinha sido apresentada a vocês leitores na primeira versão do livro. Ninguém sabia pq ela fazia o que fazia, então dessa vez estou arrumando isso. Tirando os devidos furos do livro (que são vários kkk).
Como leram, eu resolvi colocar mais personagem, não só pra enriquecer a obra, mas para trazer mais diversidade de povos, pq até onde lembro, só tinha a Zagorski de diversidade nessa trilogia (ela é albina) e não vai entrar nesse livro pelo o que lembro kkk Tem mais personagem pra entrar. O motivo é pq eu seriamente acho que os livros de fantasia que vêm dos States (vampiros ainda mais) é muito centrado em só gente de um único tom numa única cor, e como eu era adolescente, eu não percebia isso, só fui influenciada inconscientemente.
Fotos que uso de referência dos gêmeos:
Alia Azur:
E o Akila Azur (não é idêntico por causa do cabelo, mas é próximo):
Bjss!
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