Bianca's POV

A campainha soou desesperada pela terceira vez.

Lembrei-me que Maria havia saído para fazer compras de doces cheios de glicose e malefícios para a saúde para tentar me animar. Eu estava há quarenta e oito horas jogada na minha cama em posição fetal, sentindo-me um zumbi em estado terminal.

Resolvi me levantar, não aguentando mais aquele barulho irritante que agora soava continuamente.

Bufei, jogando meu edredom no chão e correndo até a porta, já com alguns palavrões na ponta da língua.

Quando abri a porta, meu cenho automaticamente franziu e minha boca se escancarou.

Na ordem, da esquerda para a direita, estavam: Sebastian, Mackie e Scott Evans.

-Que droga vocês pensam que estão fazendo aqui? -os três pareciam nem ter me ouvido, entrando na minha casa sem permissão e me puxando pelo braço até a sala.

Quando nos sentamos no sofá gigantesco, um silêncio se instaurou. Os três não falavam nada, Scott apenas fuçava no celular de um jeito desesperado.

-Isso é algum tipo de seita? -tentei quebrar o gelo com algum comentário idiota, mas os três continuavam calados e concentrados na tela do celular de Scott.

-Cala a boca e me ouve, Bianca Dantas. -um som de uma chamada sendo feita ecoava pelo ambiente, enquanto Mackie começava a falar. -O Chris nos ligou desesperado ontem, por isso estamos aqui. Você vai pegar esse celular e ouvir o que ela tem pra falar. Depois continuamos nossa conversinha.

Scott estendeu o celular para mim, o qual realizava uma chamada de vídeo com alguém.

Peguei da mão dele, escancarando a boca quando li para quem estávamos ligando:

"JENNY SLATE"

Quando pensei em dizer alguns palavrões e dar alguns pontapés, uma pessoa apareceu na tela.

-Oi! -ela estava sentada em um sofá, uma pose séria, os cabelos encaracolados presos em um coque.

-Oi. -respondi de um modo frio, recebendo um sorriso simpático dela.

-Bianca, os meninos me ligaram dizendo que você e o Chris brigaram por causa daquelas fotos. Eu quero te contar o que realmente aconteceu.

Eu continuava sustentando uma pose de indiferença e raiva, mas estava morrendo por dentro para ouvir da boca dela que tudo foi uma mentira. Por mais que estivesse mesmo com raiva, decepcionada e com o coração em cacos, queria confirmações de que Chris não havia feito nada errado. Queria abraçá-lo, pedir perdão pelo mal entendido e dizer que o amava mais que tudo. Não pude esconder as expectativas altas para o que ela falaria.

Meu silêncio encorajou a mulher do outro lado a continuar falando.

-Eu... Primeiro, mil desculpas por isso, Bianca. De verdade. Eu pressionei Chris para ir ao happy hour. Quando ele chegou, eu já estava na quinta ou sexta tequila, não tendo consciência de mais nada ao meu redor. Sei que isso não é desculpa, mas eu estava bêbada e me jogando nos braços dele. Eu me aproximei, o abraçando, que foi a segunda foto do TMZ. Ele me empurrou, me afastou. Aqueles escrotos inverteram a ordem das fotos. -Conforme ela falava, minha felicidade dava as caras. -Além disso... Chris estava encarando uma foto sua no papel de parede do celular no meio da festa. Ele estava sorrindo por uma mera foto sua. Tenha isso em mente.

Jenny realmente carregava uma expressão verdadeira, me olhando nos olhos do modo que o celular possibilitava. Uma única lágrima de alívio escorreu de meus olhos enquanto um sorriso tímido ensaiava aparecer em meus lábios.

-Obrigada por esclarecer tudo, Jenny. Você está perdoada. Agora, se me dá licença, tenho um namorado a recuperar. -dei um último sorriso simpático, recebendo outro dela, depois desliguei a chamada.

Naquele momento, nem me preocupei com ter assumido nosso relacionamento para uma pessoa de fora. Nada mais importava senão encontrar Chris.

Quando levantei o olhar para os ocupantes da sala, encontrei três sorrisos.

-Primeiro... -Scott começou a falar. -Você vai pegar um voo para Boston comigo. Segundo... Vai dar um jeito de se resolver com o meu irmão, porque eu nunca o vi tão triste e quebrado. Não quero vê-lo assim nunca mais, entendeu?

-Eu sei o terceiro! -Sebastian se manifestou com uma voz idiota, como se estivesse em um talk-show.

-Diga, Sebastião. -respondi, revirando os olhos mas carregando um sorrisinho.

-Vocês dois vão dar um jeito de tornar esse relacionamento público. Vão se resolver com a Marvel, com sua agência, com assessores do Chris... A merda que for necessária. Vocês vão se assumir pra esse tipo de coisa nunca mais acontecer.

-Quarto! -Mackie gritou, levantando a mão direita. -Vocês dois vão tomar uma surra porque não me falaram nada sobre esse romance antes. Nunca me senti tão excluído!

Levantei-me do sofá, indo me jogar em Mackie para dar um abraço. Ele retribuiu levemente, já que alegava que essas manifestações de carinho não eram de seu feitio.

-Bom, é isso. Agora nós dois vamos para Boston, os dois patetas aí vão para a balada natalina de LA e todo mundo fica feliz. -Scott me puxou para ficar em pé, depois me empurrando na direção do meu quarto.

Os três me acompanharam para fazer minhas malas, revirando todo o meu guarda-roupa. Mackie pegou uma caixa com uma lingerie de edição especial da Victoria's Secret que eu ganhei quando a minha performance foi considerada a melhor da história ao som de Crazy In Love, juntamente com a minha consolidação como modelo mais bem paga do mundo.

Era uma lingerie ao estilo do Fantasy Bra, modelos usados no Fashion Show com diamantes e custo na casa dos milhões.

Eu estava guardando aquela lingerie para um dia especial. Tipo... Minha lua de mel, se eu me casasse um dia. Mas decidi abdicar desse pensamento, agarrando a caixa com o modelito de renda e seda negros e metais preciosos encrustados nas alças e em fios de diamantes que caíam em meus seios e barriga.

Guardei tudo em uma mala, juntamente com os presentes para a família Evans.

Eu e Scott partimos para o aeroporto, pegando meu jatinho particular com destino a Boston.

-Espera, vamos fazer um tipo de surpresa! -Scott me parou na porta, observando a janela que exibia os Evans sentados em uma roda ao redor do grande pinheiro cheio de luzes e enfeites natalinos. -Vai até os fundos, tem um tipo de gazebo com luzes penduradas. Fica lá e espera ele aparecer!

Eu apenas concordei com a cabeça, vendo de relance um Chris abatido e com olheiras profundas. Meu coração se quebrou um pouquinho com a cena.

Até agora, estava em uma situação de euforia por tê-lo de volta. Não havia parado para pensar em como ele estaria se sentindo ou, até mesmo, se me aceitaria de volta. Essa insegurança me assolou como um soco na cara, fazendo meus olhos, ainda inchados, lacrimejarem novamente.

Scott já estava na sala quando despertei dos meus pensamentos nebulosos. Apertei as mãos em punho, afastando qualquer tipo de negatividade. Eu e Chris pertencíamos um ao outro e ponto final.

Todos abraçavam Scott com muita alegria, sorrisos e animação. Eu corri até os fundos da casa sem despertar a atenção de ninguém, logo vendo um gazebo branco no meio do jardim. A neve caía, escondendo todas as flores que deveriam deixar aquele ambiente lindo e cheio de vida.

Eu me aproximei do lugar. Tudo ainda estava escuro e eu não conseguia achar nenhum interruptor para ligar as tais luzinhas. Acompanhei a fiação com os olhos, vendo que ia até a cozinha. Eles provavelmente acenderiam de lá de dentro.

Não demorou muito até eu ouvir algumas vozes.

-CHRISTOPHER, EU SEI QUE ESTÁ FRIO, MAS JÁ DISSE QUE É A DROGA DE UM PRESENTE! -Scott gritava de um jeito bravo. Eu não pude evitar sorrir.

Alguns segundos depois, a porta da cozinha que dava de frente para o gazebo fora aberta. Chris estava parado, apertando os olhos para tentar enxergar alguma coisa. Scott logo apareceu atrás, o empurrando na direção de fora da casa. Ele deu alguns passos na escuridão, se aproximando. Eu me dirigi até o centro do tal gazebo, me preparando para alguma introdução como um show do Victoria's Secret.

Mas foi muito melhor.

Chris estava a uns cinco passos de mim quando Scott acendeu as luzes.

Ele se assustou minimamente, mas logo me encarava como se eu fosse uma alucinação.

Após alguns segundos de incredulidade, Chris abriu o sorriso mais lindo e sincero do mundo.

Correu na minha direção, escorregando um pouco e trombando com meu corpo. Nós dois rimos, e logo ele estava agarrando minha cintura no abraço mais apertado que já recebi.

N/A: eu não estou conseguindo me segurar então vim trazer mais um capítulo!

AGORA EU QUERO SABER: que tipos de finais vocês gostam? Finais felizes mais clichês ou os mais impactantes? (para quem leu minha fic "Megan Carter" já sabe o que eu gosto de fazer, né? rsrs...). Quero saber para ver qual rumo vou dar ao fim dessa <3

Acho que só teremos mais um ou dois capítulos, espero que gostem!