Sonserina

Quando Hermione atravessou as portas do salão principal, o silencio reinou por todo o local, e assim como aconteceu na estação,ela foi o alvo de olhares nada discretos. Ao lado dos amigos, sentou-se na grifinória e obrigou-se a manter a posse de quem não estava ligado para absolutamente nada. Ela já podia imaginar Andrômeda lhe dando um tapa na orelha se a visse abaixar os ombros, a cabeça ou até desviar os olhos, como tinha dito diversas vezes: Black jamais se rebaixa, se submete a algo, ou se deixa intimidar.

Durante a seleção do primeiro ano, as atenções foram desviando aos poucos, mas Hermione ainda sentia muitos pares de olhos nela. Alguns até de sua própria casa, como Lilá Brown. Ela sabia que logo voltaria a ser o centro das atenções, quando passasse por uma nova seleção e caísse na casa das cobras.

Hermione sentiu seu estomago revirar, engoliu em seco, e obrigou-se a relaxar. Era apenas uma seleção, não ia conhecer você-sabe-quem logo de cara!

-Caros alunos –Dumbledore comentou –Como já deve ser de entendimento de todos,a senhorita Hermione Granger descobriu ser, na verdade, Hermione Black. A ultima herdeira da família Black. Como regra de escola, em casos como esse, a senhorita Hermione deve passar por uma nova seleção. Por favor, senhorita, venha até aqui.

Mesmo que suas pernas tenham virado gelatina, seus joelhos tremendo, seu coração batendo tão forte que era provável que fugiria do peito, Hermione caminhou de cabeça erguida até a professora McGonagall,sentou-se no banco e o chapéu seletor foi posto sob sua cabeça.

"Interessante. Uma mente tão inteligente quanto da primeira vez que eu a vi. Eu já tinha lhe dito que seu futuro será brilhante, senhorita, e dessa vez a colocarei numa casa que fará com que a senhorita alcance todos os seus objetivos!"

-SONSERINA!

E, no que parecia ser a primeira vez na historia daquele castelo, não houve nenhum aplauso. Todos pareciam chocados demais com a seleção para terem alguma reação. Com seu corpo tentando lhe trair, Hermione se levantou do banco, a professora McGonagall fez um gesto com a varinha e todo o uniforme mudou para combinar com o da sua nova casa, e ela caminhou até a mesa das cobras.

-Que a Sonserina lhe acolha assim como a Grifinória lhe acolheu –Dumbledore desejou –Agora, sirvam-se!

A comida surgiu, e lentamente, as pessoas começaram a se servir. Hermione pegou pouca coisa, sentia que não podia comer de mais ou acabaria passando mal, seu estomago revirava-se desde que entrou no castelo. E não ajudava nada os olhares que seus companheiros de casa lhe lançavam: Ia de completo choque para insanidade.

-Por acaso, perderam algo? –Hermione perguntou com sua coragem misturada com a arrogância

Um a um, eles desviaram o olhar, mas ainda a encaravam de soslaio ou quando achavam que ela não estava olhando. Ela sabia que precisaria de muita paciência com eles, e sabia que o único jeito deles respeitá-la era agir como eles. E ela até já tinha um exemplo a se inspirar:Draco Malfoy.

Ele, com quem ela teve mais contado, era a pessoa mais arrogante, egocêntrica, metida e outros adjetivos nem um pouco bom. Hermione podia basear sua interpretação nele, desse modo, ninguém duvidaria que arrogância era algo genético. Pois, naquele segundo, se tocou de algo que tinha esquecido: Draco era filho de Narcissa Black, o que, genealogicamente o colocava em posição de ser seu primo. Hermione era prima de Draco Malfoy!

Quando os monitores começaram a guiar os primeiranistas para suas casas, Hermione deixou a mesa seguindo o monitor da Sonserina; Ela não se lembrava do nome dele, mas sabia que ele era um ano mais velho. Assim que entrou na sua nova casa, gravando a senha, ela tentou não se impressionar com o lugar.

A Grifinória sempre pareceu aconchegante, na opinião de Hermione. As cores vivas, espalhadas pela sala toda, poltronas e sofás, uma lareira sempre acessa, e quadros divertidos, acolhiam de modo quente qualquer um que entrasse.

Já a Sonserina, com suas cores frias, era tudo menos aconchegante. O salão, localizado nas masmorras, era muito elegante –isso não podia negar –mas não passava o aconchego de um lar. O salão comunal era do mesmo tamanho que o da casa dos leões, mas havia diferenças: A paredes eram de pedra rústica, com enormes janelas de vidro (que davam para o lago negro), dois sofás de couro de dragão, duas poltronas, havia também uma grande mesa de estudo, uma mesa menor com apenas duas cadeiras,uma enorme lareira –maior que a dos leões – como estava apagada, deixava o lugar frio, e o único objeto decorativo era o emblema da Sonserina em cima da lareira.

-Olha, pessoal, o que o ano nos trouxe –Uma voz, bem conhecida por Hermione, comentou – Não esperava disso da queridinha de Hogwatrs.

-Não esperava o que, Parkinson? –Hermione perguntou encarando a garota de frente

Pansy Parkinson era a pior Sonserina,na opinião de Hermione. Ela podia ser uma das garotas mais bonitas da escola: Alta, magra, com cabelos castanhos e olhos castanhos-esverdeados, e um sorriso largo. Mas, sua personalidade e todo o resto, eram horríveis. Seu passatempo favorito era ofender, provocar, e azarar os nascidos-trouxas ou outros menos favorecidos –a maioria da Grifinória.

- O que você esta aprontando, Granger? –Pansy perguntou –Não deve achar que vamos acreditar que você, justo você, é uma Black.

-Detectei certa inveja, Parkinson? –Hermione perguntou arqueando as sobrancelhas

-Inveja? De você? –Pansy soltou uma risada debochada –Por Merlin, do que exatamente vou ter inveja?

-Não sei, me diz você –Hermione desafiou –Está ameaçada com minha presença por aqui, Parkinson?

-Já chega –Draco Malfoy interrompeu o que provavelmente seria uma longa discussão –Pan, não é assim que recebemos os novatos.

-Ela não é uma novata, Draco. É uma intrusa –Pansy respondeu seca sentando-se numa das poltronas

-Granger –Draco parou em frente a Hermione e a analisou de cima a baixo – Black,hum?

- Estou tão surpresa quanto você –Hermione rebateu cruzando os braços

-Isso faz dela sua prima, Draco –Uma voz forte começou e o dono colocou um dos braços sob os ombros de Hermione –Hermione Granger é na verdade Hermione Black, priminha do nosso Draquinho.

- Repete isso e está morto, Theodoro –Draco ameaçou –Não somos primos.

- Não? –Hermione piscou fingindo confusão –Oh! Sério? Pensei que, pelo menos, você ficaria feliz com minha presença por aqui, Draco. Não somos família?

Hermione sorriu vitoriosa ao ver o choque tomar conta do rosto aristocrata de Draco. O garoto, Theodoro, que ainda mantinha o braço nos ombros de Hermione, soltou uma risada baixa. Ele era bonito, tanto quanto Draco: Não era muito mais alto que Hermione, tinha o corpo definido (Quadribol), cabelos ajeitados e castanho, olhos da mesma cor e sorriso encantador. Hermione nunca teve muito contato com o Nott, apenas o via pelos corredores paquerando qualquer par de saias. Um verdadeiro Don Juan.

-Granger –Draco finalmente recuperou-se do choque e assumiu uma expressão fechada –Nunca se refira a nós como família, não somos isso. Você, como Pan disse, é uma intrusa.

-Isso que eu chamo de calorosas boas-vindas –Hermione respondeu –Nada como o acolhimento dos colegas de casa!

- Diga o que for, Draco –Theo comentou analisando Hermione –Mas, não pode negar que ela tem uma alma Sonserina.

-Por favor, Theo –Uma voz feminina exclamou atrás de Hermione –Você só diz isso por que se interessou por essa uma ai.

Daphne Greengrass se postou ao lado de Draco, seu olhar critico julgou Hermione e então ela abriu um sorriso maldoso.

-Eu pensei que todos ficassem bem em verde e prata, aparentemente me enganei.

Daphne era como Pansy; Bonita por fora, horrível por dentro. Alta, cabelos castanhos ondulados, olhos castanhos, e uma pose de mimada. Daphne parecia uma filhinha do papai, daquelas bem estilo adolescente de filmes clichês dos trouxas.

- Greengrass –Hermione cumprimentou, ignorando o insulto, e forçando um sorriso simpático

- Por que ainda não a expulsamos daqui? –Pansy questionou

-Não vamos fazer isso –Theo pediu –Pelo menos não até nós dois nos divertimos.

-Agradecida pela sugestão, Nott –Hermione respondeu afastando-se do garoto –Mas, não importa o quanto me querem fora, eu vou ficar. Então, ou aceita ou surta, o problema não é meu.

- Parece que descobrir que é uma sangue-puro fez maravilhas para o seu ego, Granger –Daphne comentou seca

- Não seja rude, Daphne –Blásio Zabini pediu – Ela tem razão. Não podemos expulsá-la daqui, então escolho aceitá-la. Seja bem-vinda, Black.

Hermione respondeu com um sorriso. Blás era um colírio para os olhos: A pele escura, cor de chocolate, os olhos de um castanho exótico, ele não tinha o corpo musculado, mais tinha o seu charme. E tinha uma linda voz, que derreteria qualquer um, acompanhado de um sorriso enigmático e conquistador.

- Podemos falar com o Snape –Pansy sugeriu –Duvido que ele queira a Granger na casa dele.

- Não vejo por que não tê-la por perto –Theo comentou

-Por Merlin, Theodoro –Daphne reclamou –Pense com a cabeça de cima e não a de baixo, por uma vez na vida!

- Por que não deixamos essa decisão na mão de quem realmente manda aqui? –Hermione questionou – Draco, priminho, você tem algo contra minha permanência aqui?


Notas da Autora:

Pansy Parkinson: Scarlett Byrne
Theo Nott: Josh Hutcherson
Daphne Greengrass: Leighton Meester
Blasio Zabini: Daje barbour
Draco continua como Tom Felton; existe alguém melhor que ele pra esse papel?

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