27: Uma Onda de Desejos

Notas Iniciais

Boa noite, coelhinhos! Tudo bem?

Peço desculpas pela demora do capítulo, mas tive uma correria na faculdade e no trabalho e acabou me atrapalhando a escrever!

Mas prometo que esse capítulo compensa tudo hehe

Essa pequena autora que vos fala também quer aproveitar para indicar o ig _missminie_ onde tem vários conteúdos do coelhinho e príncipe lá! <3

Vamos interagir! Eu adoraria saber se vocês estão gostando e também ajuda muito a saber como eu me saí escrevendo esse capítulo, pois surto é o que não vai faltar!

Cadê os coelhinh<3s e príncip<3s desse site??

Sem mais delongas, peguem seus lencinhos e garrafinhas de água!

Boa leitura! <3

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"Mas não adianta negar,

O garoto é meu.

Não vejo a hora de experimentá-lo,

Vamos, vamos nos entrelaçar,

As estrelas se alinharam,

O garoto é meu.

Observe enquanto eu levo o tempo que for,

Não consigo acreditar na minha mente.

O garoto é divino,

O garoto é meu."

The boy is Mine - Ariana Grande

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Dentro do escritório presidencial da Kim Imperial, Taehyung guiou seu amor pela mão até a grande cadeira giratória atrás da mesa de vidro nobre, e quando esse se sentou, aproveitou para se inclinar e apoiar as mãos nos dois lados dos braços de ferro, ficando seguro e a vontade na presença do mais novo para libertar o suspiro derrotado que manteve preso até aquele momento. As emoções negativas da obrigação de receber a mídia esgotaram suas forças e encostou a testa no ombro esquerdo do mais novo, pedindo por um toque carinhoso sem usar as palavras, e, sorriu pequeno quando os braços alheios contornaram seus ombros em um abraço acolhedor.

- Foi muito ruim? - perguntou Ggukie em um sussurro.

- Parece que estou condenado a me adaptar às mesmas perguntas grosseiras todas às vezes... - ele respondeu no mesmo tom de voz. - só que perguntaram dessa vez o que eu pensava em fazer em relação aos tutores que tem cartas de adoção e desejam recuperar os híbridos... me esforcei para esconder o desespero que senti na hora, - Sentiu a tensão endurecer os braços quentinhos a sua volta e um pouco de culpa o dominou. - mas os primos têm mais conhecimento, vão conseguir dar conta disso, nós todos vamos ajudar.

- Está certo, TaeTae hyung, afinal, nós somos uma equipe!

- Isso mesmo, meu anjo. - se afastando, deu um beijinho com a ponta do nariz na testa coberta por cachos negros, procurando o cheirinho de torta de limão dele. Seu favorito. - Vou ter uma reunião com os primos mais tarde para ver o que podemos melhorar e garantir a segurança de todos.

- Certo. Está fazendo um ótimo trabalho, estou orgulhoso, meu príncipe!

- Sério? - Um sorriso quadrado se abriu.

- Uhum!

Taehyung foi retribuído com o sorriso bonito de Jeongguk e, outra vez alegre - ainda que remoendo a culpa e a preocupação - com a onda incrivelmente eletrizante e doce e cheia de amor que somente seu anjo poderia oferecer para carregar suas energias, o Kim depositou um selar demorado em seus lábios.

Ggukie soltou uma risadinha. Amava o lado beijoqueiro de seu príncipe.

- E você... ficou bem no escritório de marketing? Me perdoe tomar essa atitude tão de repente. - O acastanhado ergueu a mão para acariciar a bochecha rósea do coelhinho.

- Está tudo bem, hyung, eu até pude ajudar um dos irmãos lá, ele estava com um grande mal-estar causado pela gestação.

- Ah! Sei quem é, aquele garoto tem um temperamento difícil... - Tae sorriu sem graça. - Ainda não aceitou tirar a licença, prefere trabalhar o quanto aguentar.

- Talvez ele mude de ideia.

- Sinceramente é o que eu espero, não quero ver nenhum funcionário sofrendo aqui.

Jeongguk sorriu exibindo os dentes avantajados, comovido pela verdadeira preocupação que seu amor tinha com todos, e que, às vezes, se esquecia de ter com ele próprio. Por isso, havia decidido - antes em seu coração do que nos nozinhos de pensamentos - cuidar dele, retribuindo todo o amor e entrega do príncipe.

Entretanto, seu corpo começou a reagir diante do silêncio preenchendo o cômodo em seguida, recordando do que ouviu minutos antes na recepção do escritório, do olhar estranho da moça fixo em sua direção e de suas palavras sussurradas que não tinha certeza se foram aquelas mesmas. Sentiu os redemoinhos de frieza passeando em seu estômago e os joelhos se movendo inquietos, suas mãos acumularam suor e os pelos brancos presentes na linha de sua coluna até a nuca se arrepiaram. Os nozinhos se tornaram grandes e pesados, ele pensava no que falar para o mais velho, mas não encontrava nenhuma resposta.

E se ela falou exatamente o que escutou? Porém, e se interpretou da maneira errada devido a sua preocupação com seus semelhantes? A mulher loira ficava com o telefone o tempo todo devido o seu trabalho e o escritório era barulhento. Como poderia acusá-la? Sendo justo ou injustamente, as consequências viriam se não tomasse cuidado. Era a única coisa que havia guardado consigo do passado, o cuidado, como nas vezes em que tentava fugir das maldades e lugares assustadores.

- Tae hyung... - Chamou um pouco incerto, ganhando tempo pelos olhos de mel já estarem conectados aos seus, esperando pacientemente que continuasse. Seu coração acelerou em batidas desesperadas.

- Hum? Pode falar, meu anjo.

- É-É que. Eu acho que... - Ggukie não encontrava as palavras certas, temendo usar sua voz. - Escutei...

Em um instante, a porta do escritório se abriu revelando o híbrido gatuno colocando apenas metade do corpo para dentro da sala.

- Ops! Eu atrapalho? - Seu sorriso sugestivo transformando os olhos em apenas dois risquinhos, denunciou sua pouca preocupação.

- N-Não, hyung! De alguma forma! - Tae se afastou primeiro, enfiando as mãos nos bolsos da calça caramelo de alfaiataria, sorrindo nervoso. - Digo, de forma alguma! Nós só estávamos conversando.

- É claro que sim... - Jimin lançou um olhar falso inocente entre os dois amigos. - Ggukie, eu já ajeitei o meu escritório e arranjei um computador para você, vamos?

- Sim, hyung! - Ggukie se levantou, parando ao lado do acastanhado, lhe encarando enquanto decidia o que falar.

Taehyung tombou a cabeça suavemente para o lado, estava conhecendo seu amor ao ponto de conseguir decifrar alguns gestos seus com maior facilidade.

- Pode nos dar alguns minutos, Jiminie? Eu e o Ggukie...

- Está tudo bem, hyung, podemos falar sobre isso mais tarde. - Os olhos grandes de jabuticaba pareciam implorar para que concordasse e, impotente contra ele, Tae deixou um suspiro escapar e repuxou os lábios aquiescendo obediente.

- Tudo bem então, - em um movimento rápido, tirou a mão destra do bolso e capturou a gélida do mais novo, massageando o dorso com carinho. - se divirta com o Jiminie. - soltou uma piscadela o incentivando.

- Certo, Taehyungie! - Com as orelhas branquinhas e dançantes, o garoto coelho deixou o escritório acompanhando o alaranjado.

Taehyung ficou para trás preocupado com seu amor, porém não deixou de sorrir com o novo apelido recebido dele.

Do lado de fora, os instintos de coelho alertaram a Jeongguk que já não estava mais seguro quando a porta escura e automática indicou a luz vermelha no pequeno painel do trinco, novamente travada - com o limite de abertura programado atingido, podendo ser reaberta somente pelo controle do príncipe - o mantendo longe do calor e da proteção dele.

Seus olhos automaticamente se ergueram para a recepção do outro lado, encontrando semelhantes pintados e desafiadores diretamente em si, porém, a mulher de longos cabelos loiros continuava a falar no telefone e o sorriso exageradamente largo e simpático em sua direção lhe causou arrepios.

- Está tudo bem, Ggukie? Aconteceu alguma coisa? - O felino enrugou o nariz no rosto de repente sério, acompanhando a direção que seu amigo olhava. Não gostava da secretária Hua.

- Está tudo bem, Jiminie hyung, não fique preocupado. - chacoalhando a cabeça tentando se concentrar para as próximas tarefas que exerceria, Jeongguk sorriu e passou a acompanhar o mais velho em direção a uma das salas adiante, alheio ao olhar feminino queimando suas costas, baixando o celular da orelha.

- Por que estava falando ao telefone de repente? - Uma jovem híbrido de camundongo perguntou à companheira de bancada, completamente confusa.

- Escuta querida, - Ela apontou o dedo em sua direção. - Não banque a esperta e se intrometa apenas na sua vida, okay?

Com as orelhas redondas e grandes dobrando-se para trás em descontentamento, a moça de cabelos escuros em um corte chanel apenas assentiu, voltando a atenção novamente para seu computador.

Hua se sentou em seguida, deixando de pensar no garoto coelho e no que poderia ter ouvido, afinal, pensava que ele era tolo o suficiente para não ter coragem de dizer coisa alguma sobre si, devido todos os seus anos de trabalho e credibilidade na empresa.

Ao entardecer, Taehyung não segurou mais sua vontade, buscou por seu anjo no escritório de Jimin, pois sabia do grande tempo gasto ali e que eles não iriam reparar no relógio por conta dos inúmeros documentos e tarefas da ong para organizar, sobre estoques de comida, roupas e remédios de reposição, materiais e utensílios domésticos, porém, junto ao cansaço trazia o alívio que a liberação das contas bancárias ocasionou para todos após Yoongi ter comprovado sua inocência.

Completamente bobo e apaixonado, sorriu grande pela fofura do coelhinho ao vir prontamente na direção de seu abraço assim que o viu no batente da porta, com os olhos levemente inchados e o corpo cansado.

O casal não teve muitas oportunidades para conversar sobre a reunião com Namjoon e Seokjin no caminho de volta para a propriedade Kim, o banho e o jantar foram rápidos o suficiente para um comprimido de remédio para dor de cabeça fazer efeito, deixando o homem coelho dormindo profundamente agarrado ao príncipe, após uma tarde inteira olhando da tela de um computador para inacabáveis folhas de papel impressas, com informações sobre tudo o que auxiliava a vida de seus semelhantes em seu segundo lar, não o incentivando a pensar em outra tarefa que não fosse descansar naquele momento.

[...]

A tarde seguinte se passou tão cansativa quanto a anterior para Jeongguk, esse arrastando os pés pelos corredores fazendo o caminho do escritório de seu hyung gatinho para o do seu príncipe, carregando algumas pastas de coloração marrom com documentos importantes a serem assinados e direcionados a ONG. Próximo a porta escura, encontrou Hoseok vindo em sua direção.

- Oi, Ggukie! Não sabia que iria te encontrar aqui! - O sorriso em formato de coração se abriu para si depois de um rápido abraço.

- Estou ajudando o Jiminie hyung com toda essa papelada, hyung!

A notável dedicação à tarefa contagiou o mais velho.

- Entendi, e ter a sua ajuda é muito importante para a nossa equipe! Tenha certeza disso! - Hoseok ergueu o punho destro, em um gesto motivacional.

- Certo, obrigado, hyung!

Remexendo o nariz perdendo um pouco do sorriso, Jeongguk perdeu o foco de sua atenção ao encontrar os olhos profundos da secretária sobre si por um momento, logo o telefone foi erguido e ela começou a falar algum assunto inaudível pela distância.

- Está tudo bem, Ggukie? - seguindo a direção de seu olhar, o advogado encontrou apenas a recepção movimentada pelas duas mulheres responsáveis.

- S-Sim, hyung... - Os olhos de jabuticaba oscilaram em um brilho incomum, instintos fortes tentando alertá-lo. - pensei ter visto uma atitude estranha... da moça.

- A secretária do Tae é estranha por inteira. - Hoseok disse em um tom baixo de voz. - Mas por que diz isso? Acho que ela não poderia fazer algo com apenas um celular, não é? - soprou um riso, encerrando-o no segundo em que percebeu não ter afetado o mais novo com sua piada.

- Eu acho que sim... - Jeongguk o encarou diretamente nos olhos, seu coração batendo fortemente enquanto amassava as pastas contra seu peito. Estava cansado e continuava forçando seus instintos a ficarem escondidos em meio a tantos sentimentos ruins em relação ao último acontecimento, esse que ainda não havia encontrado palavras para contar ao príncipe, o que deixava-o agitado.

Entretanto, antes que o humano pudesse expor sua preocupação diante da seriedade das palavras ditas pelo garoto coelho, notou seu corpo se tornando rígido e seus olhos se arregalando suavemente, em uma troca de cores rápidas que cogitou ter visto somente um reflexo de luz azul de algum lugar no escritório, não algo natural em seu lado híbrido.

- Ggukie?

A voz dele soou como um sussurro aos sentidos atordoados. As orelhas extensas estavam eriçadas virando-se e dobrando para todos os lados, eram muitos ruídos inesperadamente altos à sua volta. Seu nariz movia-se, sensível a tantos feromônios de diferentes híbridos que estavam pelo andar, porém nenhum lhe tirava o foco do cheiro característico já fixo em seu olfato e coração, desesperadamente buscado por ele naquele momento: morangos e chuva.

Seus olhos varreram todo o local, que parecia maior e transformado em um labirinto, muitos pares de olhos em si, muitos buscando por seus feromônios, muitos sons animalescos audíveis somente entre os híbridos, muitos deles desejando se aproximar.

Hoseok parou em sua frente, falando consigo preocupado, mas não o ouvia, não o entendia.

Seu corpo passou a tremer, voltando a sentir a sensação de medo por estar longe de seu príncipe, de seus pés que pareciam colados no chão, o impedindo de correr para ele, e por estar sentindo calor, muito calor.

Suas pesquisas indicavam sinais que não o tranquilizaram, eram sinais de seu cio, de um período delicado e fértil, mas também sinais de perigo, não estava em um lugar confortável, não tinha a presença do homem bonito e nem um ninho, ao contrário, haviam muitos híbridos e seus instintos alertavam unicamente perigo.

A sensação de calor aumentou, cobrindo dos seus pés às pontinhas das orelhas, mas nenhum outro sinal surgiu, fazendo-o sair de seu transe e encontrar desesperadamente a porta com trinco sensorial, tentando abrir, ignorando a luz avermelhada.

- Ggukie, calma, o Tae precisa liberar a entrada! - O Jung tentou se aproximar, recolhendo as mãos assim que viu os olhos completamente azuis em sua direção e os cabelos negros grudando na testa, sinalizando que tinha algo de errado com seu amigo e não deveria forçar uma proximidade. Olhando ao redor, notou todos os híbridos encarando e tentando se aproximar, trazendo o entendimento da origem do forte cheiro de torta de limão, que entendeu ser de Ggukie.

Pensando em maneiras de poder ajudá-lo, discou o número do Kim em seu celular em uma ligação que durou poucos segundos, suspirando aliviado assim que viu a luz verde no sensor e Taehyung abrindo a porta desesperadamente. Jeongguk saltou para dentro puxando ele consigo e o advogado não deixou de guardar a frente até que a luz vermelha se acendeu outra vez. Ninguém mais poderia passar, o tranquilizando por fim.

Ele não entendia sobre muitas características dos híbridos, entretanto sabia que devia manter seus amigos a salvo, principalmente quando continuou seu caminho - decidindo primeiramente conversar com Jimin sobre o ocorrido e compartilhar sua preocupação com alguém que pudesse entender pelo que Jeongguk estava passando - após bons segundos observando a inquietação da mulher loira atrás da bancada de madeira nobre.

Somando com a pulga atrás da orelha com as últimas palavras do amigo coelho, ele decidiu ajudá-lo a comprovar seus pensamentos. Os anos de experiência haviam lhe dado muitas estratégias.

- Eu já estava indo até a porta, Hoseok hyung disse que não estava se sentindo bem, o que está errado, coelhinho? - Taehyung apressou o passo acompanhando o moreno, assistindo ele apoiar as mãos na mesa após descansar as pastas desalinhadas sobre ela, respirando irregularmente. - Ggukie? - Tocou cautelosamente sobre seu ombro esquerdo.

Ainda sem respostas, arregalou os olhos com a atitude brusca e repentina do mais novo em se virar agarrando o colarinho de sua camisa social, aproximando seus rostos suficientemente o permitindo sentir sua respiração quente batendo em seus lábios.

- H-Hyung, estou me sentindo estranho... - O cheiro de morango vindo diretamente do dono, estava derretendo os nozinhos do garoto coelho. - Está muito quente.

Tae abriu e fechou a boca diversas vezes, hipnotizado pelos olhos azuis - que sentiu saudade de admirar - indicando fortes sinais dos instintos do anjo agindo.

- Precisamos ir a um médico, querido.

Jeongguk negou, se aproximando até conseguir esfregar seu nariz redondo no tecido branco cobrindo as clavículas de seu amor, sentindo seu rabinho pomposo se eletrizar ao ser dominado pelo calor e cheiro da pele morena.

- Tenho tarefas da ong para fazer ainda... - Subiu infiltrando o nariz no pescoço dele, inspirando calma e profundamente, sorrindo quase inconscientemente notando os curtos pelos da nuca alheia se arrepiando.

- M-Mas Ggukie, precisamos saber o que está acontecendo com você...

- Eu não preciso ir a um médico agora Taehyung. - O olhar azul capturou o semelhante feito puro mel, certo e feroz, fazendo o mais velho engolir em seco com o gesto dominante. - O que eu preciso é sentir o seu cheiro e te beijar para sempre.

Não fosse pelo calor deixando-o molinho entre os braços do príncipe e com a mente se tornando em branco pelo desejo que estava sentindo, Jeongguk cavaria uma toca funda para se esconder, envergonhado de suas palavras soltas tão claramente.

- Eu... tudo bem se for te ajudar. - A voz rouca deu abertura para que tentasse grudar seus lábios, porém, resmungou aborrecido quando o príncipe colocou o dedo indicador na frente, o impedindo de completar o ato. - Mas depois nós iremos até o doutor Junseo, você querendo ou não, entendeu? - usou da mesma ferocidade que o homem bonito lhe encarando diretamente nos olhos.

E ele resmungou de forma animalesca, um curto rosnado em sua direção.

- Certo, Taehyungie.

As palavras ferozes se transformaram em gestos, com o de extensas orelhas de coelho branco colando suas bocas, sendo desafiado pelo ritmo estabelecido pela necessidade, pela vontade que todo aquele calor trazia. O príncipe enlaçou sua cintura colando-os fervorosamente.

De olhos fechados, contornando os ombros largos com os braços, Jeongguk foi cedendo seu peso sobre ele, o empurrando para trás, enroscando suas pernas e tropeçando pelos pés atrapalhados na cega direção que seguiam. Temendo que pudessem cair, o Kim virou suavemente para a direita, suspirando ao encontrar os calcanhares com os pés do sofá preto, se sentando em seguida com o baque silencioso de suas costas no couro gelado.

O homem coelho passou alguns segundos somente olhando, admirando aquilo que desejava. Tae percebendo o rosto vermelho e a testa orvalhada de suor, se ajeitou abrindo minimamente os joelhos, sentindo suas bochechas aquecerem pelo olhar indiscreto, antes de falar:

- Tire os sapatos e as meias, querido, vão te ajudar com a febre. - deduziu, afinal, o simples toque do mais novo parecia ferver.

O de fios negros fez o que sugeriu em poucos segundos, deixando os itens jogados pelo chão polido para se acomodar sobre as pernas de seu príncipe, voltando a colar suas bocas sem esperar mais que o necessário, com o mínimo movimento de retribuição do príncipe, encontrou suas línguas no ósculo intenso e ritmado.

Taehyung mal compreendia o que estava acontecendo, ou o que seu anjo estava sentindo, entretanto, começou a perder o controle para o desejo que Jeongguk despertava em si, o cheirinho de torta de limão penetrando seu nariz de forma fraca, provocando a vontade de inspirá-lo diretamente do pescoço alvo, onde também havia encontrado uma pinta charmosa para beijar e amar.

- Q-Querido, - se afastou minimamente, encarando o rosto corado e os olhinhos ainda fechados. Sorriu pequeno. - você sabe o que estamos fazendo, isso está ficando intenso.

- Eu gosto... - Jeongguk apoiou as mãos trêmulas em seus ombros, abrindo os olhos. - com você eu gosto.

A declaração somada aos olhos azuis fez com que as batidas do coração do príncipe estourassem igual pipocas e o suor começou a acumular em suas têmporas, guardando seus instintos mais primitivos e humanos tentados a ditar seus próximos movimentos.

- Por favor... se qualquer coisa o deixar desconfortável, me avise no mesmo segundo que eu paro.

- Não fique preocupado, hyung.

Jeongguk amava a atitude cuidadosa e protetora do príncipe, mas naquele momento, o impediu de continuar para que voltasse a sentir o gosto e a textura que trazia a brincadeira entre suas línguas conectadas, com as mãos deles em si.

O surpreendendo, elas agarraram sua cintura, puxando de forma que seus peitorais grudaram e o calor se intensificou. Taehyung desejava fazer seu anjo se sentir bem, mesmo que tê-lo sobre seu colo, esfregando seu peso ali, estivesse lhe despertando e causando arrepios.

Com as orelhas dançantes, o garoto coelho sentiu quando os dedos longos e quentes começaram a passear sob o tecido de sua camiseta, buscando sua pele. O príncipe primeiramente massageou os lados de sua barriga, enquanto o distraía com o beijo viciante, após, encontrou a cega nudez de suas costas, subindo as mãos, efervescendo todo o caminho até seus ombros. Ele tocou por tudo, arrancando um grunhido de sua garganta ao dedilhar os pelos brancos seguindo a linha de sua coluna e se escondendo apartir do cós de sua calça.

Taehyung o abraçou e pode repetir aquele som que começou a se acostumar, um baixinho e manhoso que escapava todas às vezes que suas peles se encostavam sem nenhum tecido para atrapalhá-los. E naquele momento, estava adorando sentir os braços fortes diretamente em suas costas, descendo lentamente até fugir pela camiseta outra vez. No entanto, seus lábios travaram em surpresa por breves segundos, ele não parou de descer.

As mãos delgadas resvalaram por seu rabinho remexendo elétrico para todos os lados, fazendo o contorno de seu bumbum, espalmando os dedos ali aquecendo toda a região.

Seus coração naturalmente acelerado triplicou as batidas com o toque, não trazendo nenhuma sensação ruim, ao contrário, seu desejo por ele aumentou. Do jeito que seus corpos estavam, fundindo-se um ao outro, decidiu que aquele era melhor que o beijo trocado na mesa da churrasqueira na área de lazer, era profundo e íntimo. Incentivado por seus instintos sem vergonha, Ggukie moveu o quadril pela primeira vez desde que se acomodou naquele colo, descobrindo um novo toque, o atrito quente entre eles.

Não teve medo, sentiu prazer. Era gostoso.

Taehyung não o apertou em momento algum, apenas deixou as palmas descansando na região redonda e macia, no tempo que o resto de seu corpo tremia com a bagunça que estavam fazendo no meio de suas pernas. Deixaria que seu garoto fizesse o que bem quisesse com seu corpo.

Descontando aquela onda de prazer, desfez o encaixe de suas bocas para depositar um longo selar na mandíbula marcada do outro homem, descendo para seu pescoço, agradando o mais novo.

Jeongguk retribuía com os últimos resquícios de força, estava quente, entrelaçando os dedos nos fios compridos e castanhos da nuca alheia, massageando-os para ter como recompensa um som rouco e delicioso partindo dos lábios grudados em sua pele, beijava o pedaço de pele dourada que encontrava igualmente e remexia o quadril lento e fortemente, com arrepios bons atingindo o ponto embaixo de sua cintura, o endurecendo.

Somente em pensar que aquilo aconteceria de novo, suas bochechas ganhavam um novo tom de vermelho, ainda não sabia se poderia pedir a ajuda do príncipe, afinal, estavam indo devagar com seus desejos.

O calor de seu corpo foi cedendo somente àquela área dentro de sua calça, o resto voltou a tremelicar com a brisa gelada do ar condicionado em sua camiseta úmida, fazendo-o apoiar a testa no ombro alheio e se encolher nos braços de seu homem, remexendo o quadril para se ajeitar entre as mãos fortes esfregando por si.

Espiando entre seus troncos, notou os volumes visíveis e pulsantes, mordeu o interior das bochechas descobrindo que a resposta para mais de seus nozinhos estava ali, diante de seus olhos brilhantes e curiosos: seu príncipe pensava e sentia o mesmo desejo por si.

Esse sendo carinhoso - ao contrário de si que assistia suas intimidades excitadas se encostando sobre os tecidos - voltou a beijá-lo na bochecha e massagear suas costas embaixo do tecido, apertando-o contra si oferecendo calor.

- TaeTae, aconteceu uma coisa... l-lá embaixo. - Ggukie decidiu ser sincero e falar o que estava vendo, de um jeito direto aproveitando o rosto escondido dele.

- Eu sei querido, aconteceu comigo também. - A respiração levemente ofegante bateu contra sua orelha, causando um novo arrepio.

- Estamos indo devagar, eu não sei se... consigo ainda.

- Nós estamos indo bem assim, meu anjo, certo? - O Kim se afastou, segurando o rosto perdendo o calor extremo do homem bonito em seu colo, prendendo os lábios entre os dentes para não denunciar um gemido com o atrito que ele causava a cada mínimo movimento. Recebeu como resposta um assentir frenético. Sorriu, ele estava sendo outra vez o garoto coelho fofo e bonito. - Então na próxima vez nós podemos tentar dar um passo a mais, o que você acha?

- Eu quero.

Trocaram sorrisos de repente tímidos.

- Está se sentindo melhor?

- Sim... - Anestesiado pelo carinho passando para suas bochechas, com o corpo completamente relaxado, Jeongguk bocejou, havia gasto energia durante todo aquele tempo.

- Descanse um pouquinho então. - Eles se separaram a contra gosto, tentando esconder um do outro os volumes ainda presentes em suas calças, corados pela timidez. - Eu vou revisar os documentos da ong e assinar, então nós iremos até o doutor Junseo. Tudo bem?

- Uhum...

O calor deixando seu corpo gradualmente, aliviando-o, somou ao cansaço do trabalho acumulado desde o dia anterior, fazendo Jeongguk se acomodar no sofá com o espaço liberado pelo mais velho, que se abaixou para depositar um selar em seus lábios e acariciar seus cabelos, afastando-se até a mesa para agilizar a papelada, enquanto sorria observando a rapidez com que seu anjo caiu no sono.

Jeongguk cochilou por meia hora, abrindo os olhos azuis menos desafiadores e mais calmos, procurando pelo dono do cheiro de morango e chuva, estava sentindo frio naquele momento.

Ainda sonolento, ele se levantou encontrando o seu homem sentado à mesa, uma mão apoiada na boca e a outra balançando uma caneta preta ao lado das folhas de papel que lia atentamente, sério, com os primeiros botões da camisa social abertos. Ggukie gostou daquela visão, demonstrava que ele também sentiu calor.

- Ei, mocinho. Não ande com os pés descalços nesse chão frio. - A voz rouca arrepiou seus bigodes invisíveis na forma humana e suas orelhas extensas dançaram com os instintos brincalhões o ignorando, apenas para chegar até ele e se acomodar em seu colo na enorme cadeira giratória quando o Kim se afastou da mesa.

- O Ggukie está cansado... - Resmungou infiltrando o nariz no pescoço do mais velho, conquistando um abraço apertado e o paletó antes pendurado no encosto da cadeira, contornando seus ombros, impedindo o ar gelado de atingí-lo.

- Descanse mais um pouco, coelhinho, estou quase terminando aqui.

Sem precisar pedir duas vezes, Jeongguk voltou a dormir, sem pensar se suas pernas doeriam mais tarde pela posição que estava, ou se o ar condicionado voltaria a lhe dar dor de cabeça. O colo do príncipe era seu ninho e o protegeria do frio.

Mais tarde, os apaixonados deixaram o escritório presidencial, Ggukie piscando lentamente por ter sido acordado, novamente calçado e com o paletó escuro ainda sobre seus ombros e Taehyung carregando as pastas com um dos braços e a mão livre apoiando as costas do anjo, guiando-os.

- Ggukie! - Assim que viu os amigos, Jimin veio rapidamente em suas direções, segurando o rosto do coelho lhe farejando os cabelos e bochechas. - Meow! - Se afastou, tapando o nariz fazendo uma careta. - Você está coberto com o cheiro do Tae!

- Por que não grita mais alto Jiminie? A recepção do prédio não ouviu ainda. - Hoseok se juntou a eles, empurrando o ombro do amigo gatuno.

- Eu não fiquei tão surpreso assim! Grr! - rosnou o mais baixo. - Você precisa ir ao médico antes de fazer qualquer coisa, o seu cio está chegando! - falou em um tom baixinho, tentando conter sua preocupação.

- Por isso nós vamos visitar o doutor Junseo agora, - Taehyung tinha os olhos levemente arregalados, tal situação que viria a acontecer com seu anjo também o deixou preocupado, pois não sabia nada sobre cios e queria ajudá-lo. - vou aproveitar para levar essas pastas para os primos.

- Perfeito, já vai agilizar muitas coisas!

- Então vão logo, e traga notícias, Ggukie! - O advogado sorriu terno, bagunçando os cabelos negros.

- Tá bom, hyung!

Se despediram com um breve abraço e o casal mais jovem seguiu para o final do corredor, onde os elevadores estavam dispostos.

Jimin e Hoseok notaram o olhar da senhorita Hua perseguindo o Presidente Kim e seu parceiro, tendo a atenção chamada por uma nova ligação. Estranhando tal atitude, se entreolharam ariscos antes de refazerem os caminhos até seus escritórios, tentados a ignorar a reação da moça pelo conhecimento de sua paixão platônica pelo acastanhado e esperavam que ela percebesse o que a presença de Jeongguk ao lado dele significava, afinal, eles não faziam questão de ser discretos.

[...]

- Muito bem, mocinho, sangue coletado! - O híbrido de onça sorria grande, dispensando a última seringa preenchida na grade de apoio dentro da bandeja de alumínio, que preparou sobre a mesa de cabeceira. Seu rabo comprido e alaranjado balançava de um lado para o outro e suas orelhas meia lua com adoráveis machinhas pretas dançavam. Estava feliz por rever seu fiel pupilo. - Agora me conte os sintomas que está sentindo, seus feromônios estão fortes também, então não é de hoje.

- Eu tenho sentido muito calor, mas hoje principalmente, meu lado coelho até dominou o humano e meus desejos pelo hyung ficaram mais fortes... - Jeongguk tinha as bochechas coradas e o olhar cravado no chão, ainda que o felino fosse seu amigo. - Eu sentia o cheiro dele e ficava com mais vontade ainda de estar grudado em seu corpo.

- Entendi, - Junseo soltou uma risadinha, terminando de guardar os itens que utilizou para a retirada de sangue, em seguida, fez algumas anotações em sua prancheta, permitindo um auxiliar temporário de guardar as amostras para exame posterior. - e essa onda de calor que sentiu, ela durou quanto tempo? Você sabe me dizer, mais ou menos?

- Acho que mais de dez minutos.

- Certo, eu já considero um bom indicativo de que seu cio está realmente próximo, talvez venha outra onda ainda hoje, pelo tempo... - Concentrado em fazer suas anotações, o médico por pouco não perdeu a oportunidade de reparar no olhar assustado do mais novo. - olha Ggukie... eu sei que é um desafio o primeiro cio em liberdade, é exclusivamente sobre suas questões físicas e emocionais. - ele colocou a mão sobre a do amigo sentado na maca. - Mas não posso te deixar no escuro diante do que está por vir, seu cio vai doer muito... afinal, vai ser natural, sem a intoxicação de substâncias em seu sangue. Você vai sentir dor pelo corpo, as primeiras vezes com o ato completo são as mais doloridas, mas só assim vai ajudar com o calor, ereções vão ser doloridas e vai demorar mais para ejacular, e eu falo isso justamente para que se prepare mentalmente. Pense se quer passar esse período com o seu parceiro, pois precisam definir onde será o ninho, a alimentação, o tipo de vestimenta e se preocupar com os próprios corpos, todos os cuidados que vou prescrever são importantes e eu não quero que você deixe de seguir um item sequer, entendeu?

- Entendi, Junseo hyung! - Jeongguk aquiesceu.

- Vou fazer um exame de sangue para que possamos saber de quanto em quanto tempo seu cio vai chegar, alguns pacientes coelhos que tenho são de quatro em quatro meses, outros são mais por apenas alguns dias, mas cada organismo é diferente e eu prefiro ter certeza. - Jeongguk assentiu, o escutando atentamente.

- Eu vou poder tomar remédios para a dor durante o cio, não é, hyung?

- Não é recomendado. Mas se você estiver sentindo muita dor, pode tomar um comprimido, sim. O que mais eu vou te passar? - Junseo pensou por alguns segundos, voltando a anotar assim que se lembrou de algo. - Essa também é uma ótima recomendação para você tomar durante alguns dias depois que seu cio acabar, sabe, para evitar filhotinhos, caso você não queira alguns agora, claro.

- São muitas coisas para se preocupar. - Jeongguk balançava os pés, apreensivo, pensou que seu cio poderia ser somente satisfazer seus desejos com o príncipe, cuidar para não ter filhotes e administrar com cuidado remédios para a dor, como várias pesquisas na internet mostraram.

- São muitas coisas mesmo, porém o mais importante é a sua mente. Você tem tido desejo sexual fora da sua onda de calor?

- Sim! Às vezes eu penso demais no Tae hyung e fico... louco de desejo. - As presas afiadas do híbrido de onça apareceram diante do sorriso largo que abriu. - M-Mas nós estamos indo devagar, não nos tocamos profundamente ainda.

- Não se preocupe, estão certos em ir devagar, mas depois que você ver o quanto é bom transar, vai querer todos os dias!

- H-Hyung!

- É a verdade, se acostume. - O mais velho deu de ombros ainda sorrindo, retirando a folha com suas prescrições da prancheta a oferecendo ao amigo.

- Eu sei que irei ficar inconsciente durante o cio, mas meu olfato reconhece qual é o cheiro do hyung. Hoje mesmo entre tanto híbridos, eu senti somente o cheiro dele, quando o calor chegar, eu vou reconhecer também não é?

- Com certeza, ele é o seu parceiro escolhido, e por isso deve conversar bastante com ele sobre, pois somente você sabe sobre as experiências que teve... - Com o coração apertado, Junseo sorriu reconfortante, ficando aliviado por contagiar o mais novo.

- Pode deixar, hyung! - Jeongguk desceu da maca, aceitando o suco, o pequeno tablete de chocolate e o pacote com bolachinhas salgadas que foram oferecidos pelo médico.

- E por favor, precisamos voltar a trabalhar juntos! Estou torcendo para que todo esse pesadelo acabe logo e eu possa assinar a sua carteira de trabalho, definitivamente agora!

- Também estou torcendo por isso, hyung!

Deixando as portas de vidro da ala hospitalar, um pouco relutante em se despedir percebendo o quanto de trabalho seu professor tinha pela frente e pudesse precisar de si, independente de seu calor ou não. O garoto coelho suspirou imaginando o quão breve estaria ali novamente e sorriu aliviado, lendo as prescrições cuidadosas do híbrido de onça sobre cada etapa que seu cio pudesse causar, desde as dores até sintomas posteriores, dos possíveis corrimentos até os sangramentos, para as partes que ele contou serem boas e prazerosas, outras recomendações, além de remédios naturais e chás para sua recuperação. Ficaria bem se seguisse aquela receita e ensinasse seu príncipe igualmente.

Sendo surpreendido devido sua concentração, espalmou a folha de papel no peitoral do híbrido de coelho negro, em reflexo de sua visão animalesca.

- Olá, coelhinho! - Ele se aproximou um pouco mais, o encurralando entre as portas de vidro e seu corpo. - Fazia um tempo que não via você por aqui. - Farejou profundamente, atraído pelo cheiro de torta de limão do coelho recessivo.

- O-Oi Taeho hyung. - Jeongguk deu uma volta ligeiro por ele, afastando alguns passos. - Eu preciso ir.

- Não, espere um pouco, por favor.

Aparecendo como um pequeno anjo para resgatá-lo, as orelhas extensas e felpudas dobraram para trás e o rabinho dançou, ouvindo a voz infantil de emoções verdadeiras de Nora.

- Tio Ggukie! - A coelhinha rapidamente agarrou sua cintura, esfregando o rostinho redondo em sua camisa, apertando cada vez mais os braços ao seu redor. - Eu senti muitas saudades, tio Ggukie! Muitas, tipo muitão mesmo!

- Eu também senti muitas saudades de você, Nora! - Sem se importar com o papel amassando em sua mão, trouxe a garotinha para seu colo, permitindo que ela o abraçasse e enchesse suas bochechas de beijinhos.

- Fica um pouquinho comigo, tio Ggukie! Por favor, por favor! Quero conversar com você! - Ela infiltrou o nariz em seu pescoço, lhe causando cócegas.

Encarando o elevador e se lembrando do príncipe dizendo que o encontraria ali quando terminasse de conversar com Namjoon, decidiu aproveitar o curto tempo com sua amiguinha especial.

- Podemos passar um tempo juntos, sim! Onde está Sunbae e os outros filhotes?

- Não! - Nora cruzou os bracinhos, formando um bico nos lábios. - Eu quero você só para mim, tio Ggukie!

- Mas eles não vão ficar tristes?

- Pior que vão... - Ela desfez a cruza dos braços, deixando os ombros caírem. - Mas depois eu te divido com eles, prometo de dedinho! - Oferecendo o mindinho rechonchudo e pequeno, eles selaram a promessa.

- Então tudo bem.

- Eu posso entrar nessa divisão aí? - Os mais novos voltaram os olhos para Taeho, que mantinha os braços cruzados encarando indiscretamente o moreno.

- Não! Você não vai ficar com o meu Tio Ggukie, coelhão!

- Estamos perdendo tempo aqui, vamos para o jardim nos sentar para conversar, Nora? - Colocando a filhote no chão, o moreno estendeu a palma, esperando pacientemente que ela segurasse.

- Vamos! - Enérgica, Nora passou a puxar seu tio favorito em direção da saída daquele corredor.

O coelho negro esticou as orelhas as deixando endurecidas, controlando a raiva de ter sido desafiado pela coelha dominante, ainda que fosse apenas uma filhote. Hipnotizado pelos feromônios do outro, decidiu tentar se aproximar mais uma vez, os sentidos bagunçados o desejando, e passou a marchar em direção a eles.

Entretanto, quando passou pelos elevadores e atravessava o corredor ignorado por si que se abriu em um caminho à direita, um homem alto de cabelos acastanhados entrou em sua frente, o forçando a parar.

- Com licença, senhor. - resmungou entre dentes, movendo o corpo para a esquerda sendo acompanhado pela figura determinada em impedi-lo. Imitando o gesto para o outro lado, voltou a encará-lo ao não obter sucesso.

Erguendo as sobrancelhas incrédulo, assistiu o movimento dele em apontar para os coelhos sumindo pelas portas da frente e depois para si próprio. Queria dizer que pertenciam a ele. Controlou um rosnado afetado.

- Quem é você?

Tae o ignorou.

- Eu não pude deixar de notar que estava rodeando a ala hospitalar, como se pudesse invadi-la a qualquer momento. - A voz grossa e rouca ecoou pelo resto do corredor vazio. Imponente e autoritário. - É uma falta de respeito com os híbridos hospitalizados, não importa o motivo.

- Então me desculpe, senhor - ele não pareceu verdadeiramente arrependido para o Kim. - não irá se repetir, eu me descontrolei com os feromônios do garoto que estava lá.

- O garoto tem feromônios divinos, não é?

Taeho franziu o cenho, confuso diante da pergunta do de fios castanhos.

- É, ele tem. - O desafiou.

Taehyung estalou a língua no céu da boca, abrindo seu melhor sorriso carregado de ironia, e, apertou os punhos escondidos nos bolsos da calça de alfaiataria, corroendo-se de ciúmes.

- Não somente os feromônios, esse garoto é divino por completo. - Se aproximou até deixar seus rostos bem próximos, perdendo o sorriso para uma expressão séria e sombria, encarando o homem coelho diretamente nos olhos. - E esse garoto é meu.

Taeho arregalou os olhos, engolindo o bolo seco formado em sua garganta.

- Eu espero não ter que explicar outra vez. - Dando leves tapinhas em seu ombro esquerdo, o Kim ofereceu um último sorriso pequeno, lhe dando as costas seguindo casual e elegantemente o caminho em direção a saída para o jardim frontal.

Desnorteado, o outro se obrigou a desviar seu caminho, a fim de evitar um novo encontro com aquele homem.

Ao pé da escada que levava ao gramado, Taehyung voltou a sorrir bobo e apaixonado, a raiva e o ciúmes escorreram de seu corpo igual água pelo ralo, assistindo há uma boa distância os dois coelhos especiais sentados em um banco sob o sol, conversando animadamente.

- Aí está você, desculpe a demora, primo. - Namjoon o encontrou, vindo da direção do estacionamento, carregando dois bebês confortos preenchidos com seus filhotes de gato selvagem em um sono profundo, completamente confortáveis.

- Não se preocupe, primo, eu deixei a papelada na secretaria do andar quando percebi que não estava.

O outro Kim revirou os olhos.

- Como se você não pudesse ter entrado no escritório à vontade, não é?

- Não queria invadir o seu espaço.

- Deixe de ser bobo, o lugar é seu. - Namjoon contou o óbvio.

- Ainda sim, prefiro estar lá com a sua presença. - Prestativo, Taehyung pegou uma das cadeirinhas, ajudando o mais velho a carregar seus filhotes. - Aliás, onde está Seokjin hyung?

- Na prefeitura, as notícias não são muito boas, podemos subir para conversar melhor?

Olhando uma última vez para o anjo e sua pequena companheira, Taehyung sorriu assentindo.

- Claro, é bom que o Ggukie possa passar um tempo com Nora.

- Ele veio com você? - Namjoon acompanhou seu olhar, ao encontrar o garoto coelho, voltou-se aborrecido para o primo. - Vocês estão abusando da sorte, conseguiu ver quantos tutores estão diariamente nos portões?

- Não se preocupe, hyung, estamos sendo discretos e Ggukie veio primeiramente para uma consulta com o doutor Junseo hyung.

- O que ele tem? - Ambos os Kim's se encaminharam para dentro, parando em frente ao elevador para aguardar após o acionamento no botão ao lado.

- Ainda não conversamos sobre, m-mas parece que ele terá um cio. - Com o olhar alheio sorrindo junto aos lábios em sua direção, Tae sentiu suas bochechas corarem.

- Vocês vão ficar um tempo ocupados, pode ficar tranquilo que eu e o Jinie conseguimos dar conta.

- O-Obrigado, hyung!

Entraram na caixa de metal recém aberta, descansando os bebês confortos no chão, pois o último andar demoraria um pouco para chegar.

- Peço que tenham cuidado, eu estou carregando setenta e seis mil dólares em cada cadeirinha. - Um riso soprado escapou do felino com o olhar assustado do acastanhado.

- Isso nem passa pela nossa cabeça, sequer oficializamos nosso relacionamento, primo!

- Enquanto tiver um cio entre vocês, nada garante, primo.

Envergonhado e completamente assustado, Taehyung decidiu ficar o resto do percurso em silêncio. Porém, a doce ideia que invadiu sua mente de repente, sorrateira e intrusa, de um pequeno coelho igual ao seu amor, lhe amando de volta e sendo a alegria da casa, arrancou um largo sorriso seu.

Em seguida, chacoalhou a cabeça espantando aquela bonita imagem. Não poderia acontecer nada com a referência naquele momento.

No térreo, Jeongguk e Nora mantinham-se discretos para os outros, com o garoto coelho fazendo perguntas sobre a escola, atividades e brincadeiras que sua pequena amiga estava desenvolvendo no tempo que ficaram sem se ver.

- O tio Hoseokie vem muitas vezes aqui, mas para ajudar a tia Eunbi com... motivação! Então ele fica sem tempo para brincar, apenas repetiu que você viria nos ver logo. - A coelha de orelhas menores, cobertas por pelos da cor de chocolate, se aproximou um pouco mais, encostando sua cabeça no ombro do mais velho enquanto lhe contava tudo. - Não fica mais sem vir me ver, por favor, tio Ggukie...

- Prometo dar um jeitinho de te ver, será difícil só enquanto as coisas estão bagunçadas, Nora. - Entendendo seu pedido mudo por carinho, o moreno passou o braço por suas costas, a abraçando de lado.

- Essa é uma promessa bem grande! Precisa cumprir, você jurou de dedinho!

- Sim, senhorita, pode ficar tranquila que eu vou cumprir.

A garotinha abriu um largo sorriso de dentinhos avantajados.

- Tio Ggukie, o seu cheiro é o meu preferido! - Ela agarrou seu braço com as pequenas mãos, esfregando as bochechas na pele pálida. - Você também me ensinou a usar meus instintos, a me transformar em coelhinha e depois menina de volta, a cochilar com os outros coelhos e dar pulos bem altos! - O peito do moreno se aqueceu diante de toda a coleção bonita de memórias que ela tinha de ambos. - Posso te considerar meu papai?

Jeongguk arregalou os olhos diante da sincera declaração, erguendo o rostinho redondo e vermelho de timidez para si.

- C-Como? Não sei se posso, Nora, e a sua mamãe?

- Não! - Ela abanou as mãos em sua frente. - Eu não troco minha mamãe por nadinha nesse mundo! E sei que quando ela se casar nossa família vai aumentar, mas eu não me importo de ter uma família bem grande com mais de um papai ou mamãe!

- Eu...

- Ela vai ser a minha mamãe e você o meu papai do coração! O meu papai coelho, igual uma ninhada!

Os olhinhos redondos e caramelizados, iguais os do príncipe, lhe encararam pidões e convincentes.

- Se te deixa feliz e se sua mamãe concordar, eu também vou ficar feliz em ser seu papai coelho, pequena.

- Oba! - Ela voltou a abraçá-lo e por bons segundos ficaram aproveitando a presença um do outro, reforçando a conexão de seus lados coelhos feita na primeira transformação da garotinha. - Papai do coração?

- Sim? - Um riso soprado escapou de Jeongguk.

- Você e o tio Tae já começaram a namorar?

- A-Ainda não - Ele encontrou a pulseira em seu pulso. - bem... na verdade estamos conversando sobre isso.

- Conversando? Quantos encontros vocês já tiveram?

De olhos arregalados pela esperteza daquela coelhinha, o de fios negros pigarreou, encolhendo os ombros brevemente.

- Um...

- Só um?! - Nora se afastou para encará-lo nos olhos. - Precisam ter mais encontros, para que possam começar a namorar depois do terceiro!

Jeongguk engasgou com a própria saliva.

- De onde a senhorita tirou essa ideia?

- Eu assisto doramas com a mamãe, oras! - A justificação soou óbvia, o narizinho empinado e postura firme na pele dourada da criança de personalidade forte como somente Nora tinha.

- Certo, então irei convidar o hyung para mais um encontro.

- Isso! - Ela bateu palmas animada. - Porque eu não gosto de ver aquele coelhão farejando seu cheiro querendo te namorar!

- Não se preocupe Nora, irei namorar somente com o tio Tae.

- Oba!

Apesar das bochechas coradas, somente de imaginar aquele título sendo utilizado entre ambos, fazia Jeongguk sentir as batidas aceleradas de seu coração triplicarem.

- O que você acha de irmos chamar os outros filhotes para brincar? - Tentou desviar do assunto principal, suspirando aliviado com o salto animado que a garotinha deu para deixar o banco.

- Sim! - Puxando suas mãos, ela indicou uma corrida pelo gramado em direção aos quiosques da propriedade. - Vamos, papai do coração!

O sorriso grande de dentes avantajados não deixou mais os lábios de Jeongguk, correndo com a filhote chamando a atenção de pequenas criaturas com saudades e animadas para brincar, enquanto a sensação de liberdade o cercava, balançando a grama verde e cobrindo todos os semelhantes ao seu redor, renovando seus sonhos, sua esperança, a vivência dos instintos, as características especiais e as histórias que preenchiam o seu segundo lar.

[...]

Hoseok permaneceu em seu escritório propositalmente após o final do expediente, girando a caneta montblanc entre os dedos esperando o momento propício para verificar as câmeras de segurança, essas que estavam em uma investigação sem respostas há dias.

Havia reparado que o horário em que eram desligadas - em uma conversa com o delegado do caso - não eram sequenciais, chegando à conclusão de que quem estivesse bisbilhotando a Kim Imperial, usava o mecanismo manual para tal ação. Sua cabeça estava pesada contra o encosto da cadeira giratória, refletindo igualmente as palavras ditas por Jeongguk mais cedo naquele dia, de seu olhar desconfiado em direção a secretária de Taehyung e como foi afetado fisicamente devido aquela preocupação que pudesse estar o corroendo internamente.

Suspirou. Precisava agir com calma e sutileza, construindo o plano de seus próximos passos antes de sua primeira tentativa em conversar com o híbrido de coelho e conseguir incentivá-lo a compartilhar suas suspeitas.

Intermináveis minutos mais tarde, se levantou puxando o paletó cinza claro do encosto de couro, jogando-o sobre os ombros, a maleta preta perfeitamente organizada e brilhante, e por último, o buquê de lírios laranja enrolados em papel delicado da mesma cor em um tom mais forte, o bilhete escrito à mão entre as pétalas delicadas.

Sem se conter, abriu um sorriso. Iria visitar a híbrido de raposa, afinal.

Chacoalhando a cabeça, voltou a focar em seu objetivo, deixando sua sala privada, enrolou seus passos pelo corredor, alimentando as suspeitas que o cercavam quando notou o pequeno feixe de luz vermelha em cada câmera instalada, indicando que permaneciam ligadas.

Organizando todas as informações que tinha buscando por uma solução, franziu o cenho quando o som de passos de salto preencheram o silêncio do andar.

- Vejamos... - A mulher loira cantarolou, parando atrás de sua bancada, tirando um celular da bolsa e a apoiando na madeira nobre. Não havia notado a presença do advogado - esse silencioso como um predador encurralando a caça - estava com o olhar fixo no aparelho. Ele encarou as câmeras outra vez, as luzes acesas.

Denunciando sua posição, o próprio celular começou a vibrar e tocar em seu bolso, assustando a senhorita, que rapidamente ergueu o rosto com o olhar arregalado em sua direção.

- S-Senhor Jung! - Com a mão de unhas compridas e pintadas espalmada contra o peito, ela continuou o encarando. - Achei que tinha ido embora como todo mundo!

- Precisei resolver alguns assuntos a pedido do Senhor Kim. - mentiu ele. - A propósito você...?

- Ah! - Hua riu sem graça. - Eu voltei porque tinha esquecido minhas chaves! - Ergueu o molho preso a um pompom cor de rosa. - Até amanhã, Senhor Jung!

De forma ligeira, ela pegou suas coisas e saiu.

Hoseok deixou o celular de lado, pois observava atentamente o comportamento agitado da mulher até a perder de vista.

Como poderia ter se dado conta que esqueceu as chaves mais de uma hora após o final do expediente?

Satisfeito com mais uma anotação que faria sobre o caso, passou a andar em direção ao elevador executivo pensando em seu próximo passo, devendo ser escondido e silencioso.

Quando adentrou a caixa de metal, seu celular começou a tocar novamente, chamando completamente sua atenção e sorriu antes de sequer olhar o visor.

- Eunbi-ssi! Como você está?

- Estou nervosa, Hoseok-ssi. É a minha primeira sessão de fisioterapia. Você vem? Não que... eu só não vou poder ficar segurando a boneca o tempo todo para me dar apoio. Entende?

- Entendo. E com certeza Eunba e eu estaremos na torcida! Me espere, vou chegar aí em alguns minutos!

- Tudo bem! Eu vou esperar por você!

- Certo!

Os esforçados amigos caíram em um silêncio esquisito, talvez tentando adivinhar o que o outro estaria pensando.

- Vou desligar primeiro. - anunciou ela, em seguida, os vários bips de ligação encerrada preencheram o ouvido do advogado.

- Estou indo, Eunbi-ssi... - Sussurrando com um sorriso bobo, Hoseok se apressou assim que as portas se abriram no térreo.

No entanto, quando a BWM preta deixou o estacionamento do prédio, em um carro branco e menor estava Hua, esmurrando o volante esperando sua ligação ser atendida.

"- O que você quer?"

Ouviu do outro lado da linha, após cinco tentativas seguidas.

- Aquele híbrido de coelho maldito está desconfiando de alguma coisa! Deve ter aberto a boca para o advogado do Senhor Kim e agora ele está de vigia!

"- E onde está a parte que me diz respeito?"

- Quero que encontre o tutor do híbrido, está atrapalhando todos os nossos planos! Quero que ele volte para a vidinha de merda que ele merece!

"- Que cruel... até parece que está com raiva!"

Hua revirou os olhos, escutando a risada rouca do outro lado da linha.

- Vai fazer isso ou não?

"- Está bem, está bem, eu vou. Fique tranquila que eu tenho muitos contatos, vou encontrar rápido. Tenho que fazer uma visitinha mesmo... ao meu filho."

- Tanto faz, eu quero aquele híbrido fora do meu caminho!

Hua desligou, jogando seu celular no banco do passageiro. Enraivecida, deu partida e tirou seu carro do estacionamento, dirigindo para longe dos portões da Kim Imperial.

[...]

Horas mais tarde, o jovem casal foi recepcionado em casa por Noona e o aroma impecável e delicioso que vinha da cozinha. Jeongguk, apesar do sorriso, estava quieto e pensativo, durante o percurso no carro havia voltado àquele estado, encerrando sua animação após contar para seu príncipe sobre o tempo que passou com os filhotes na ong.

Taehyung não insistiu em uma conversa, deixou-o em seu próprio mundo assistindo as ruas através da janela, esperando o melhor momento para que pudessem voltar a interagir, pois seu amor parecia cansado, e as bochechas vermelhas denunciavam uma temperatura incomum para um final de tarde com nuvens cinzentas acumuladas e vento frio.

Fujão, ele foi o primeiro a subir as escadas para tomar banho, voltando e sentando no sofá da sala usando um pijama azul de estação quente. Ainda separados, foi a vez de Tae se limpar e quando voltou ao cômodo principal novamente, o mais novo estava parcialmente deitado no sofá, as pernas um pouco afastadas, as mãos sobre o colo e o pescoço descansando no encosto branco, deixando a cabeça inclinada levemente para o lado, em um sono profundo.

Sorrindo de forma terna, o acastanhado se aproximou para admirá-lo, sentando na outra extremidade do sofá. Noona veio ao seu encontro, ajeitando seus cabelos úmidos e bagunçados.

- Ele parece tão cansado... coitadinho. - comentou ela.

- E está mesmo. - respondeu, a encarando com um sorriso pequeno. - Eu acho que seu corpo está se preparando para o cio, Noona.

- Cio?

- Uhum. O Ggukie vai passar por um cio em breve, precisamos nos preparar para ajudá-lo.

- Estou torcendo para que ele não sinta medo. Me lembrei agora de onde tinha escutado sobre isso também, a vizinha viúva estava me contando esses dias, que um dos filhos dela sentiu tanta dor nesse período...

- A que adotou os três irmãos ursos?

- Sim.

Tae suspirou, abaixando a cabeça para aproveitar o carinho que ganhava de sua segunda mãe, mas também para pensar em seu próximo passo com o coelhinho.

- Preciso conversar com o Ggukie sobre isso, mas não quero que ele se sinta pressionado.

- Não tenha receio, querido, o Ggukie sabe que você só está preocupado com ele. - A mão da mais velha se afastou de seu cabelo. - Vou olhar as panelas.

Deixado ali, o Kim continuou a assistir o sono de repente inquieto do anjo, movendo as pernas e a cabeça, o alarmando. Cuidadoso, se arrastou até ele, tocando o topo de sua cabeça e infiltrando os dedos ali, tentando acalmá-lo com um carinho singelo.

De um segundo ao outro, os olhos azuis encontraram os seus.

- Te assustei, querido? - perguntou o príncipe, sorrindo pequeno ao receber um aceno negativo em resposta. - Teve um pesadelo?

- Não, hyung, foi uma lembrança... - A expressão magoada e as mãos o encontrando e puxando para perto, fizeram Taehyung o enrolar em seus braços com firmeza. - era uma sala de espelhos, eu conseguia ver tudo de todos os lados, m-mas estava me sentindo mal, o remédio para prolongar o cio trazia enjôo, febre, mais dor. - Sendo apertado pelos braços do príncipe, o moreno relaxou. - meu corpo estava tão pesado, que parecia colado no chão e-e quando eles entraram...

Taehyung permaneceu em silêncio, não falou nenhuma palavra naquele momento, sua garganta estava trancada com o bolo espinhento e seco formado, sentindo o frio em sua barriga causando sensações negativas. Não iria forçar seu amor a falar sobre aquilo, esperaria ele dizer tudo o que viria a deixá-lo leve outra vez.

Seus nozinhos triplicaram e o peito ardeu em raiva, em uma luta interna entre manter-se calmo ou ir atrás de cada um que havia machucado Jeongguk e seus semelhantes, pois faria com que vivessem o seu pior pesadelo, pagassem por cada hematoma, por cada maldita palavra direcionada a eles, por cada vez que respiraram perto deles. Mas principalmente, mandaria para o inferno quem ousou um dia fazer mal aquele anjo.

Saiu de seus devaneios ao ouvir a voz melodiosa, sentindo Jeongguk esfregar a bochecha em sua mandíbula, a pele quente.

- Minha cabeça dói, mas não me lembro de nada mais desse dia.

- Eu sinto muito por não ter chegado antes, meu amor. - Soltou as palavras presas em seu coração, ainda o abraçando, acariciando e beijando os cachos negros e cheirosos. - Ninguém jamais vai fazer mal a você outra vez.

- Eu sei que não. - Com apenas uma risadinha, o garoto coelho acalmou seu príncipe. - Acho que só estou preocupado com as coisas que o Junseo hyung me explicou sobre meu cio.

- Quer compartilhar comigo?

- Sim! - Se erguendo e saindo de perto do calor alheio, Jeongguk esticou a mão e pegou a folha dobrada sobre a mesa de centro, havia a deixado ali enquanto pensava em como iniciar aquela conversa com seu hyung preferido. Entregou a ele, que leu atentamente até o último item.

- Iremos preparar tudo, coelhinho, comprar os remédios necessários, separar as roupas adequadas, manter o ar condicionado do quarto quentinho, e se você quiser, posso dormir separado no seu quarto e proteger o seu ninho, eu prome... - foi interrompido por um selinho estalado em seus lábios.

- Eu tenho muitas lembranças que posso jamais conseguir esquecer, hyung... - sua fala era triste, mas determinada em seguir em frente. Tae sentiu o coração acelerar, seu anjo era o ser mais forte que conhecia. - Eu vou pensar nesses anos para o resto da minha vida e vou ver sobre eles quando fechar os olhos em dias frios. Mas agora eu não tenho medo, porque sei que estará comigo, porque tem substituído todas as minhas lembranças ruins por novas e bonitas! - Seus olhos se encontraram, o brilho apaixonado contornando-os de estrelas no reflexo um do outro. - Eu quero que você esteja no ninho comigo, príncipe.

- M-Mas, - Aqueles olhos grandes e azuis o encorajaram. - então precisamos seguir tudo certinho, para que você não sinta muita dor, querido.

- Certo, hyung! Por isso nós vamos começar a treinar, não é?

Os olhos de mel se arregalaram de uma forma engraçada, arrancando uma risada alta e contagiante do garoto coelho.

Taehyung queria estapear a si próprio, pois foi o responsável pela ideia, enquanto estavam no escritório.

- T-Treinar?! - Tentou disfarçar com uma careta confusa, porém, a verdade era que sentia suas têmporas umedecendo de nervosismo.

- Sim! - Os olhos claros foram preenchidos por inúmeras estrelas cadentes, mirando em sua direção com mais intenções libidinosas que seu jeitinho inocente jamais havia exibido antes.

- Mas... - Tae se encolheu puxando uma almofada para esconder suas bochechas coradas. - nós precisamos estar à vontade para criar um clima e...

- Quer ir a um date comigo, Taehyungie hyung?

Seus olhares permaneceram um no outro por breves segundos, com um sorriso quadrado se abrindo enquanto o mais velho puxava seu amor para encaixá-lo em seus braços outra vez.

- Eu quero, coelhinho.

- O lugar é uma surpresa.

- Já tinha o date planejado?

- Já, só estava esperando uma oportunidade para te convidar.

- Estou ansioso para saber onde vamos.

- O hyung vai gostar e vamos criar um clima!

- C-Certo! - Depositando um beijo casto no topo da cabeça de fios negros, Taehyung fechou os olhos tentando imaginar um novo mundo com Jeongguk ao seu lado, e a noite incrível que teriam juntos em um novo encontro. Seu peito pulava, um eterno adolescente se apaixonando pela primeira vez.

O coelho, por outro lado, sorria abertamente enquanto era embalado por pensamentos sem vergonhas, imaginando o tal clima que iriam construir juntos em sua parceria de vida, e quais fases do prazer iria descobrir depois que o calor se acumulava entre suas pernas. Seu príncipe iria ajudá-lo a conhecer todas elas.

Os garotos com hormônios bagunçados pelos desejos que não escondiam mais um pelo outro, obrigaram-se a aproveitar somente o abraço pegajoso assistindo televisão por algum tempo até o jantar ser anunciado.

No entanto, ao chegarem na cozinha, Noona desligava o interfone, virando em suas direções com uma expressão descontente.

- O que foi, Noona? - perguntou o Kim, preocupado, afinal, seus hyungs tinham a senha do portão principal, e dona Byeol não ficaria irritada se soubesse que eles viriam para o jantar.

- Seu pai está entrando, Tae.

- O que?! - Completamente alarmado, começou a andar de um lado para o outro no cômodo menor.

- Disse que queria te ver antes de fazer negócios, que ele não gostava de misturar as coisas e todas as baboseiras que ele sempre disse.

- Ele é inacreditável... - Um sorriso desacreditado escapou do acastanhado. - se ele disser alguma coisa sem escrúpulos, eu mando ele embora.

- Claro, querido. - Noona se aproximou dele, acariciando o seu rosto. - Eu abri o portão, porque achei que um jantar não faria mal, afinal, ele continua sendo o seu pai, a sua família. Me desculpe.

- Não precisa se desculpar, Noona, quem precisa andar na linha é ele.

Taehyung não poderia culpá-la, pois também não tinha como ela saber que estava desconfiando que os desvios de dinheiro da Kim Imperial eram feitos por ele.

Pouco depois, batidas precisas ecoaram da porta da entrada principal, e recebendo um sorriso pequeno e encorajador de Jeongguk, até aquele momento quieto e imparcial, parado ao lado da Noona ainda na cozinha, fez com que marchasse encorajado até a madeira vertical, abrindo-a e revelando o progenitor.

- Tae! - O homem mais baixo e calvo, com rugas ao redor dos olhos e contendo somente os olhos como herança para o mais novo, passou pela porta lhe apertando em um abraço. - Meu filho, como você está?

- Por que o senhor não está no hotel? Eu já paguei pelas diárias...

- Não seja duro com o seu velho pai! Eu deixei minhas coisas no hotel e vim te visitar! - Passando por ele após alguns tapinhas em seus ombros, o Kim mais velho observou minuciosamente o primeiro cômodo. - Nossa! Você fez uma bela reforma na casa, não é?

- De fato, algumas.

- Algumas? Não seja modesto, eu quase não reconheço a casa que já foi minha! - ele riu, tirando o paletó e pendurando no lugar adequado próximo da porta. - O cheiro está maravilhoso! Não vai me convidar para jantar com você, filho?

- Claro, por que não? - Taehyung respondeu, completamente desanimado.

Ao que os dois homens chegaram na cozinha, dona Byeol e Jeongguk já estavam sentados à mesa, erguendo os olhares para o recém chegado.

- Byeol! Como eu disse pelo interfone, é um prazer te rever! - Ele se sentou de frente para a mulher de idade avançada, na outra ponta da mesa. - O tempo fez bem para você! - Em seguida, encarou diretamente o garoto coelho, abrindo um largo sorriso. - E quem seria esse? É um prazer conhecê-lo, sou o pai do Tae! - Todos permaneceram em silêncio, o que causou uma risada irônica no patriarca Kim. - Qual o problema? Você não fala?

- Falo... - respondeu baixinho, o mais novo. - Sou Jeongguk.

- Ah... Jeongguk! - Os olhos do Kim se arregalaram em um gesto inesperado. Jeongguk começou a bater o pé direito no chão, incomodado. - Não pode ser só uma coincidência!

- Coincidência de que, pai? - Tae perguntou, já impaciente.

- O-Oras! - Pigarreou. - Que esse rapaz bonito, tenha um nome bonito também! Foi você quem o deu, filho?

- Não! Esse é o nome dele, o que você está pensando?! - O acastanhado empurrou seu conjunto de prato e talheres, cruzando os braços sobre a mesa, sem apetite.

- Perdão se eu o ofendi, é que tenho alguns amigos que também compraram seus híbridos e deram um novo nome, pensei que fosse normal.

- Sinceramente... - Noona resmungou, servindo seus meninos com um pouco de suco natural de laranja.

- C-Compraram? - Jeongguk perguntou em um tom de voz afetado.

- Sim, mas não precisa se preocupar, todos eles são ricos e dão uma boa vida aos híbridos! Igual o Tae dá para você!

- Chega! - O primogênito se levantou, espalmando as mãos na mesa. - Eu acho que esse jantar não vai dar certo, é melhor o senhor ir embora.

- Por que?! - retrucou o outro. - Eu sei que quer conversar comigo exclusivamente para resolver o problema que criou na empresa da família, filho, mas só estou verdadeiramente interessado hoje em saber como está a sua vida, já que vivemos tão longe um do outro! É difícil para mim também!

Para acalmar o príncipe, Jeongguk pousou a mão sobre a dele, o incentivando a se sentar novamente.

- Eu não comprei... - Taehyung começou, entre dentes. Porém, precisava pensar em suas próximas palavras, pois a raiva ainda estava presente e não tinha paciência para explicações. - Jeongguk e eu moramos juntos, só porque queremos, entendeu?

- Ah sim, claro! É melhor ainda, não? - o mais velho riu. - A propósito... é um relacionamento bem interessante.

- É normal, como todos os outros. - Byeol comentou, começando a se sentir culpada pelo prato vazio de seu Kimzinho e o garfo apenas cutucando a comida em frente ao coelho.

- Sempre tão intrometida... eu deveria ter te demitido antes. - brincou o Kim, cutucando o braço do filho tentando contagiá-lo.

- Nem se o senhor quisesse muito, afinal, quem assinou minha carteira de trabalho foi a senhora Kim, somente ela poderia fazer isso.

- Sorte a sua, então! - riu mais uma vez.

Após o término da conversa desconfortável, os moradores da propriedade passaram a comer em silêncio, tentados a se ocupar e evitar mais palavras hostis.

Taehyung comeu uma boa porcentagem de seu prato, esforçado devido os gestos culpados e preocupados de sua Noona, porém, arrastou a cadeira para o lado sutilmente, aproximando-se de seu amor ao perceber nenhuma mordida e a expressão abatida no rosto bonito.

- O que foi, querido? Está muito desconfortável? O que você está sentindo? - Sussurrou para ele, sorrindo pequeno ao assisti-lo bebericar o suco antes de encará-lo.

- Estou me sentindo cansado e com calor de novo, príncipe. - ele respondeu no mesmo tom.

Concordou o Kim, afinal, percebeu as bochechas ainda coradas e as têmporas úmidas, a gola da camisa do pijama já apresentava manchas de suor. Seu coelhinho bebeu apenas alguns copos de suco gelado naquele jantar.

- Pode ir descansar se quiser, querido.

Jeongguk aquiesceu, mas seu pé direito continuava batucando contra o chão com os instintos alarmados e o olhar estranho do homem do outro lado da mesa não favorecia sua escolha.

- Vou depois, com você. - decidiu aguentar um pouco mais, seguro na presença de seus humanos.

- Tudo bem então, mas qualquer coisa é só me avisar.

A refeição terminou pouco depois, com mais algumas perguntas do patriarca Kim sendo respondidas pelo filho, simples e sem detalhes para não fazê-lo ter maior interesse. Quando a porta principal foi fechada e os garotos se despediram de dona Byeol brevemente, desejando apenas descansar e esquecer o esforço feito naquele encontro, o Kim mais velho sorria grande andando em direção ao portão aberto, controlado pela mulher, as mãos no bolso da calça de alfaiataria.

- Não acredito que pode ter sido tão fácil assim...

Pegando seu celular , discou o conjunto de números bem conhecidos por si, parando na calçada da rua, em frente aos portões se fechando novamente, ouvindo a trava de segurança.

Segundos depois, uma voz masculina soou do outro lado da linha.

- Meu amigo, você ficaria surpreso em saber o que eu encontrei, ou melhor! Quem eu encontrei...

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Notas Finais

E então, o que acharam??

É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo! As investigações, os meninos pegando uma coisinha ali, outra aqui...

Vai vir aí uma parte muito importante para o desenvolvimento final da relação dos taekook! Mas ao mesmo tempo que eu tento fazer eles safadinhos, eles ganham vida própria e são fofinhos junto! Menos o coelhinho, ele está 'pro crime kkkk

Será que o Namu tinha razão? Eles estão contando com a sorte mesmo?

Hoseok sem estruturas quando o assunto é a híbrido de raposinha dele, fico até açucarada!

Jimin sendo o melhor amigo do jeito certo, ainda vai ajudar o coelhinho a aprontar muito!

Eu espero que tenham gostado e me perdoem os errinhos!

Se cuidem direitinho e até o próximo capítulo! <333

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