21: Uma Luta pela Vida
Olá, anjinhos! Como estão??
Eu senti muitas saudades e estou muito feliz de estar conseguindo trazer uma att cheirosinha e nova em folha para vocês! Obrigada pela paciência e apoio durante esses dois meses que fiquei revisando a fic!
Só não sei se deu boa kkkk porque tive inúmeras ideias novas para essa fic, desde o começo outra vez. Mas estou orgulhosa desse resultado e extremamente feliz com o rumo que tudo está tomando agora!
Aprendi coisas novas e apliquei neste capítulo, espero que gostem!
Mas vocês me perdoam, não é? 🥺🥺🥺
Sem mais delongas, peguem suas garrafinhas de água e boa leitura, anjinhos! 💜
Não se esqueçam da estrelinha e de comentar o que forem achando, por favorzinho!
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"Você grita alto, mas eu não ouço nada do que diz. Estou falando mais alto. Sou criticada, mas suas balas ricocheteiam. Você me derruba, mas eu me levanto. Corte-me. Mas você é quem terá mais a perder. Levante sua voz, paus e pedras podem quebrar meus ossos, você me derruba, mas eu não cairei. Sou de titânio."
Titanium - David Guetta part. Sia.
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Jeongguk estava imóvel no chão. Sua cabeça e as costas latejavam devido a queda, enquanto, seus olhos esbugalhados e úmidos de lágrimas encaravam o rosto peludo e especial do leopardo sobre seu tronco.
Não iria contar a ele que metade de sua reação chorosa foi através do susto, porque instintivamente o cheiro de flores e grama fresca o acalmou. Era sem dúvidas o cheiro dele.
Com alguns estalos de ossos e resmungos animalescos, os pelos foram sumindo dando lugar a derme levemente bronzeada. Os olhos castanhos do híbrido em sua forma humana encontraram os negrescos também arregalados.
Ambos não podiam crer naquela surpresa.
Os humanos voluntários da ong, principalmente Taehyung, ficaram de costas para eles. Respeitosos. Os híbridos não generalizaram de forma alguma a nudez de suas transformações apesar dos anos. Para eles, era algo natural e não se importavam. Mas os humanos sim.
O silêncio instalado naquele pedaço de grama foi quebrado pelo felino.
— M-Meu Deus é você Ggukie! O Ggukie c-coelhinho que eu conheço, não é?! — Às lágrimas de Baekhyun caíam silenciosas, pingando na camiseta do moreno. Uma coberta contornou seus ombros e então ele jogou a perna para o lado e saiu de cima do corpo do coelho, segurando suas mãos com cuidado e o ajudando a se sentar. — Perdão, eu vim correndo quando Eunbi me contou sobre você. O-Olha só...
— Baek hyung? — A voz do moreno soou quebrada pela saudade.
— Esse ainda sou eu. — Uma risadinha fraca escapou dos lábios dele.
Ambos ficaram em silêncio por mais alguns segundos.
— E-Eu te procurei Ggukie, por cada cantinho dessa cidade, revirei pedra sob pedra, você não tinha nenhum documento que eu pudesse achar no banco de dados, eu mantive contato com tantos outros esquadrões e aqui está você... — O felino soltou suas mãos apenas para secar as lágrimas que estavam embaçando sua vista, dando espaço para novas e quentinhas escorrerem. — bem debaixo do meu nariz.
Jeongguk riu baixinho se engasgando com o próprio choro.
— N-Não foi fácil, hyung.
— Eu sei que não! — Rapidamente as mãos quentinhas o puxaram pelas bochechas e suas testas foram coladas. — Me perdoa por não ter chegado a tempo, meu irmãozinho.
O garoto coelho soluçou. Sentia tanta falta de ser chamado tão carinhosamente daquele jeito. Afinal, Baekhyun era seu irmãozão feroz mas também fofinho desde que se conheceram e ele havia mordido um dos tutores maus para defendê-lo. Ainda era só um garoto naquela época.
Todos os híbridos ao redor assistiam emocionados e em completo silêncio aquele clamado reencontro.
— Eu consegui fugir, hyung, eu prometi que ia. — O garoto coelho também não iria revelar que havia desistido de tentar escapar de sua antiga e miserável vida, mas nada o impedia de pular essa parte da sua história. Pensamentos bons, Ggukie. Ordenou para sua cabeça inundada de nozinhos e sorriu com o rápido resultado. — Meu príncipe me salvou.
Baekhyun reagiu exibindo as presas afiadas em um sorriso largo, puxando o mais novo para um abraço desengonçado e apertado.
— Você está bem? — Ele sussurrou, mas as orelhas felpudas escutaram muito bem.
— Melhor impossível. — A fala de Jeon, no mesmo tom do outro, soou verdadeira e presunçosa. — Estou aprendendo a me amar agora, hyung.
— É tão bom ouvir isso.
De olhos fechados e bochechas encharcadas, o Byun apertava o corpo do moreno com força, lembrando a última vez que se abraçaram, cheios de lembranças ruins. Agora era diferente, estavam finalmente juntos outra vez, criando a primeira e doce lembrança boa.
— E estou aprendendo a amar alguém também.
Segredou o coelho.
— O que?! — Se afastando apenas para encarar ele, Baekhyun arregalou os olhos com a risadinha em meio aos dentes avantajados.
— Muita coisa aconteceu até Eunbi me contar que você é o guardião dela.
Nesse instante, o leopardo chorou ainda mais, com as orelhinhas em formato triangular, douradas e condecoradas com pintinhas negras, caindo sobre seus cabelos castanhos. Jeongguk da mesma forma.
Queriam ter se encontrado muito antes, o Byun se sentia impedido de voltar para a vida de seu considerado irmãozinho, ainda que tivesse passado noites acordado procurando por ele.
Porém, o Jeon já não se sentia assim, ao contrário, imaginava um longo futuro onde poderia contar a ele como foi salvo e aprendeu sobre flores, cores, luz e amor.
E também como quebrar as maldições sobre os príncipes.
Os dois garotos não precisaram falar mais nada, apenas se grudaram em um novo abraço de inúmeros significados, ignorando a presença de todos os espectadores ao redor. Se perderam no tempo.
— Baek? — Uma voz masculina e ao mesmo tempo suave os tirou de sua conversa sem palavras.
— Sim, Chany? — Baekhyun não precisou olhar para ele, mas abriu um largo sorriso, sabia que Chanyeol tinha sido o responsável por cobrir seu corpo minutos atrás.
— Eu não queria interromper vocês, de verdade, mas precisa se trocar. Os protestos vão começar em breve, vamos fechar a avenida.
— Ah, certo. — O felino havia se esquecido totalmente de tudo que não tivesse a ver com seu irmãozinho. Afastando o corpo minimamente do menor, acariciou as bochechas coradas dele pelo recente choro, depositando um beijo estalado em sua testa. — Vamos nos sentar para conversar mais tarde, estou curioso para saber tudo.
— T-Tá bom, hyung. — Suspirando levemente frustrado, o mais novo se levantou junto dele, retribuindo seu gesto com um beijo na bochecha.
— Nos vemos na avenida então. — Com o sinal positivo do moreno, Baekhyun sorriu. Atrapalhando-se com a despedida, seus olhos acabaram recaindo sobre o acastanhado, que rapidamente se aproximou de Jeongguk. Também sorridente. — Senhor Kim. — O cumprimentou.
— Senhor Byun, é um prazer revê-lo.
Ambos inclinaram os troncos em uma reverência respeitosa.
— Obrigado. — O felino piscou devagar, singelo. E apenas Taehyung poderia entender o que queria dizer com aquele gesto.
Ajeitando a coberta escondendo sua nudez, entrelaçou os dedos com os de Chanyeol, desejando igualmente contar a Jeongguk sobre o cara alto e protetor especialmente, permitindo ser guiado até o enorme prédio branco para se trocar. Afinal, ele carregava o que estava vestindo antes da transformação movida pela emoção, e agora restavam apenas retalhos do que um dia foi uma peça completa de roupa.
— Estou muito feliz por vocês, meu gatinho. — Segredou o Park entre os lábios fingindo seriedade.
— Eu já te disse que sou mais forte do que um gato. — Baekhyun respondeu em meio a um riso, quase saltitando ao seu lado.
— E eu também já disse que você é pequeno e fofo, igual um gatinho.
— Não vou discutir isso com você, precisamos nos concentrar nas tarefas de hoje. — Erguendo o olhar, o leopardo observou um sorriso se formar nos lábios do outro guardião.
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Com todos os banners e cartazes preparados, além de uma longa palestra feita por Yoongi para que todos os híbridos participantes se mantivessem seguros nas ruas, começaram os preparativos para sair: carros blindados, enormes quantidades de garrafas de água, petiscos e maletas de primeiros-socorros, palavras encorajadoras e multidões de guardiões reunidos no portão, pois saíram na frente. Entre eles, Baekhyun e Chanyeol, além de Taeho, que vestia uma farda militar em tons de azul e fez questão de incentivar Jeongguk.
Taehyung não queria, mas sentiu o ciúme reverberar sua estrutura de dentro para fora. O que mais poderia fazer para o coelho negro entender que ele estava cortejando o anjo?
Os garotos apaixonados em segredo subiram e entraram em um dos enormes cômodos do prédio, bem como vários híbridos -para se arrumarem- e algum tempo depois o moreno saiu do banheiro vestindo uma camiseta estampada cor de rosa.
Pelos vários minutos passados ali, o Kim sentado a cama concluiu que ele os gastou admirando-se no espelho e sorriu grandiosamente, imaginando uma cena para o futuro, onde poderia parar no batente da porta e assisti-lo em seu mundo particular, para então poder soltar todos os elogios que ele merecia ouvir.
— Acho que ficou bom, não é TaeTae? — A pergunta tímida o tirou de seus devaneios e ergueu os olhos para o garoto em pé logo à frente.
A cor escolhida trazia no significado um pedido importante de atenção aos índices de mortalidade no país e Tae não poderia ter achado algo melhor e de maior beleza. Era perfeito.
— Ficou ótimo, pequeno! — Se levantando, aproximou o corpo do dele, sentindo novamente aquela necessidade apaixonada de estar perto. — Está confortável?
— Estou! Você e o Jimin hyung pensaram em tudo!
O Kim soltou uma risadinha.
— Não completamente, — Tornando a se afastar, pegou uma sacola que o felino passou para entregar enquanto o coelho se trocava. — trouxe esse par de tênis esportivos para você, a caminhada vai ser um pouco longa.
— Não precisava de preocupar com isso, hyung. — Os dentinhos avantajados apareceram na expressão fofa e risonha.
— Claro que precisava, — Retrucou o acastanhado, fazendo graça. — por favor... — Apontou com a palma esticada para a cama. Jeongguk se sentou.
— O que você...
Surpreendendo o homem e o coelho dividindo o mesmo corpo, Taehyung se ajoelhou em sua frente, tirando as pantufas de seus pés e em completo silêncio, pegou os tênis da caixa e os calçou segurando gentilmente em seus calcanhares cobertos pelas meias texturizadas de cano alto. Com cuidado. Amarrou os cadarços.
— Ficou apertado?
— N-Não, está bom, Tae...
Um sorriso em forma de quadrado apareceu. Por sua vez, o sorriso de coelhinho estremeceu. Jeongguk queria entender o que havia acabado de acontecer.
— Que bom! Agora faça um teste.
Levantando acanhado, deu alguns passos pelo cômodo e ao redor de seu príncipe.
— São ótimos! — Tae apenas o observava. Bobo. — Obrigado.
— Não é nada.
Um silêncio confortável os atingiu, até um suspiro escapar do moreninho.
— Está nervoso? — O Kim se aproximou discretamente, afinal, sua mente também vagava nos perigos das ruas. Ficou surpreso quando o coelhinho negou.
— É que essa é a primeira vez que vou gritar pelo meu povo.
Com a delicadeza que aprendeu a ter apenas com o anjo, Taehyung ergueu os dedos para levar uma mecha de cabelo negro para detrás da orelha correspondente do mais novo. Aquele era um gesto que o idolatrava, pois tocá-lo e sentir o cabelo macio contra seus dedos trazia uma sensação indescritível.
— Então grite o mais alto que conseguir, faça eles te escutarem, meu pequeno.
Os olhos de mel piscavam lentamente e o Jeon caiu no feitiço deles. Eram tão lindos.
— Você vai estar lá comigo, não é? — Perguntou, ainda entorpecido por aqueles olhos culpados pela aceleração em seu coração.
— Se me for permitido, eu estarei.
Um arrepio bom passeou pelo corpo do mais baixo, completamente entregue aos olhos e a voz rouquinha baixa, sendo direcionada apenas para ele.
O som estridente de buzinas e os esquadrões deixando a ong chamaram a atenção do coelho, que rapidamente chacoalhou a cabeça afastando qualquer nozinho inapropriado para aquele momento.
— Vamos, hyung?
— Vamos, meu pequeno.
Meu pequeno. As bochechas pálidas e saudáveis doeram pelo sorriso largo dominando os lábios rechonchudos e vermelhinhos.
Voltando ao térreo, o garoto coelho encontrou inúmeros pontinhos cor de rosa colorindo o gramado e partes especiais e felpudas condecorando as cabeças desses pontinhos. Todos estavam prontos.
Curioso sobre os filhotes que corriam para dentro em uma onda de gritinhos entre ele e seu príncipe, encontrou a sua esquerda todos os outros pontinhos cor de rosa, em frente à televisão assistindo a aglomeração que estava se formando lentamente pelas ruas que os protestos se estenderiam. Ao total, eram vinte ou mais ongs.
Ggukie soltou a respiração que não saiba estar prendendo até aquele momento, eram mais híbridos do que poderia contar.
— Tio Ggukie! Tio Tae! Vocês já vão? — Nora saiu aos tropeços daquele mar peludinho e infantil, agarrando suas pernas.
— Vamos sim, pequena. — Taehyung respondeu em um tom de voz misto de insegurança e nervosismo, bagunçando os cabelos castanhos dela.
— Acabem com eles, tios! — Risadinhas preencheram o cômodo.
— Pode deixar, Nora-yah.
— Eu acho engraçado que a mamãe não me deixou ir com vocês, — Um beicinho se formou nos pequenos lábios. — mas ir para a escola amanhã, eu vou! — Reclamou indignada.
— É importante ter conhecimento, Nora-yah.
Depois de pensar em seu próprio mundo por alguns segundos, a coelhinha soltou um suspiro derrotado.
— Você tem razão, tio Ggukie. — Ela se afastou minimamente. — Mas eu só vou embora hoje quando me despedir de vocês, então não demorem, por favor.
O gesto pouco disfarçado da preocupação dela os emocionaram.
— Prometo que voltaremos logo, pequena.
— Tae! Ggukie! — Jimin apareceu no último degrau da escada, acompanhado de Yoongi e dois híbridos que não tinham mais que dezoito anos. — Está na hora, vamos dividir seu carro, tudo bem?
— Cabem todos? — Tae perguntou.
— Yoonie vai ficar para recepcionar as ambulâncias, irão trazer os filhotes enquanto todos estão na passeata.
— Ah, certo.
Despedindo-se com um beijinho estalado em cada bochecha da coelhinho, os apaixonados se afastaram seguindo o gatuno alaranjado.
Ao encontrarem o carro do Kim, percebendo que por pouco não seriam os últimos a sair devido a distância do portão principal, decidiram esperar ao redor do veículo.
— Você se cuide e me ligue se precisar de alguma coisa... — Escutavam Yoongi dizendo a Jimin, enquanto, apertava sua mão sem controlar a força depositada no gesto. — Beba água e não arranhe ninguém.
Uma risadinha escapou do gato.
— Tudo bem, você se cuide e faça todas essas coisas que me falou também. — O Park juntou suas testas fechando os olhos e amassando o outro corpo contra o seu. — É só me chamar que eu venho correndo.
Yoongi realmente não parecia mais magoado com ele. Aquilo era bom. Pensou o Kim.
— Tudo bem, e isso é para todos vocês, é importante se cuidarem o máximo lá. — Ele disse ao reabrir os olhos e se afastar um pouco do namorado.
Apesar de concordar, Tae franziu as sobrancelhas. Os olhos dele estavam escuros e opacos, como se estivesse em uma batalha consigo mesmo há muito tempo e começasse a se cansar.
Minutos depois, quando o estacionamento foi dando espaço para que pudessem passar, o único casal formado se despediu com um longo selar e o Min desapareceu entre o corredor com os últimos carros, atendendo o celular e encarando fixamente os dados do ipad em sua outra mão, esse tirado de uma bolsa a tiracolo que Jimin esmagou junto dele.
— Então vamos mostrar para esse monstro do Am Jae do que somos capazes! — Entonou Jimin batendo uma palma. A expressão determinada em seu rosto.
Os quatro garotos e a única garota -uma híbrido de urso pardo- adentraram o carro e seguiram a fila diretamente para os enormes portões, breves minutos depois, já estavam na rua. Os piscas laranjas acionados em todos os carros que seguiam para o mesmo lugar.
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Jeongguk foi o primeiro a descer quando chegaram no início das grades contornando a avenida principal, amassando a barra da camiseta cor de rosa entre os dedos. Encarava tudo ao redor com fascínio e medo. Mas ainda queria lutar. Como queria mostrar seu lado bravo e assustador, o que nas palavras humanas seria selvagem.
Jimin e os híbridos mais novos vieram em seguida, sobrando apenas os adultos ao que um aglomerado cor de rosa chamou a atenção dos jovens. Logo iriam esticar os banners e caminhar.
— Vamos? — O felino perguntou após um gesto positivo silencioso de um esquadrão guardando a entrada, dando passagem para os primeiros cartazes erguidos ao alto.
— Espere, hyung, por favor. — O garoto coelho ficou assistindo um Kim imperial estacionar o carro, descer, andar em sua direção e entrelaçar os dedos com os seus. — Vamos, hyungs!
Uma risada incrédula escapou dos lábios carnudos do gato.
A caminhada até a entrada foi barulhenta e forte. Todos poderiam finalmente ter seu espaço para gritar e exigir seus direitos como cidadãos. Como seres humanos.
— Um momento. — Chanyeol reapareceu, barrando-os. — Lamento, senhor Kim, mas apenas os híbridos farão os protestos deste lado.
Um aperto suave em suas mãos conectadas levou os olhos de mel a encontrar os negrescos. Arregalados e desesperados.
— Tudo bem, senhor Park, eu entendo. — Tae respondeu sem tirar os olhos do anjo.
Em seguida, tentou soltar suas mãos e ao contrário do que esperava em resposta, sentiu o aperto aumentar.
— N-Não, hyung.
— Pequeno, eu não sou um híbrido. — Sorriu murchinho.
— Não pode se afastar, Tae! — Aqueles olhos galácticos imploravam. — E se eu... me perder de você?
Caíram em um silêncio cheio de significados, presos no mundo novo que criaram somente para eles.
— Vai começar, Ggukie, precisamos ir. — Jimin suspirou suavemente. Havia avisado o acastanhado sobre as condições impostas pelos primos dele. Somente os híbridos do lado de dentro da faixa na rua. Tae insistiu em continuar.
Surpreendendo até mesmo o amigo alaranjado e corajoso o suficiente para demonstrar, Taehyung inclinou o tronco depositando um longo e carinhoso selar no dorso da mão branquinha.
— Pronto, agora não precisa ter medo de me perder. — Seus olhos voltaram a se encontrar. Um sorriso quadrado se abriu. — Você me tem completamente, Jeon Jeongguk.
— T-Tae. — O coração do moreno ameaçava fugir de seu peito, as batidas incertas chegavam a doer de tão fortes. Seu corpo todo arrepiou em reação.
— Não tenha medo. Você é extraordinário, meu pequeno. — Entregue aquele ponto de coragem, o empresário soltou suas mãos e o abraçou por inteiro. — Eu vou estar aqui quando tudo acabar. Eu prometo.
— Obrigado, meu príncipe. — Compartilhando daquele ato gentil e carinhoso, o coelho escondeu o rosto no peitoral coberto pelo terno elegante, inspirando o cheiro de morango que tanto gostava.
— Vai lá. — Incentivou Tae ao se afastar, sorrindo grande quando seu anjo concordou e começou a seguir o Park, segurando uma das pontas de um banner que pintaram juntos.
"A vida importa. Proteja a vida dos híbridos."
Orgulho. Era o maior sentimento do Kim naquele momento.
Noona realmente tinha razão. Jeongguk estava conquistando seu próprio mundo, mas talvez o permitisse estar nele também, tão grudado como se fossem presos um ao outro por aquela força maior e bonita que era o amor.
Pensando no que fazer para pedir a permissão dele, para poder ficar em seu mundo e lembrar todos os dias com atitudes sobre o que sentia por aquele garoto, começou a seguir a onda que se estendeu rapidamente pela rua, passando na frente das pessoas sem se importar, colado pela lateral das grades com os olhos fixos no híbrido especial demais para conseguir desviar.
Enquanto andava, escutando os sons altos e também animalescos reivindicando a vida, a proteção, o alimento, o trabalho, a educação e formação profissional, mas especialmente o direito da liberdade, Taehyung pensava no que fazer, não iria ligar para Yoongi, ele deveria estar ocupado demais e com assuntos extremamente importantes para dar sugestões românticas naquele momento.
E também estava preocupado com ele.
A polícia militar humana chegou na avenida e deixando seus pensamentos de lado, assumiu uma postura séria e desconfiada, até arregalar os olhos observando um corredor se formar para que o diretor daquele mercado imundo passasse.
Nesse momento, humanos apoiadores do lado de fora e híbridos gritaram mais alto, mais forte. Am Jae iria diretamente para a delegacia.
Sendo contagiado por aquela energia, o acastanhado começou a gritar também, passando pelas pessoas que lhe deram uma capa depois de ter tirado o paletó e uma tiara com orelhas de gatinho, incentivando-o a continuar.
O pequeno Jeongguk teve seus olhos chamados para ele, então seu coração decidiu se entregar mais rápido do que sua timidez planejava. O príncipe era o homem mais lindo do mundo todo e que tinha o coração puro e intenso.
Seriam eles capazes de compartilhar o mundo e o amor juntinhos.
Sorrindo grandiosamente, continuou a gritar, olhando para o mais velho em meio a inúmeras cabeças por alguns momentos, recarregando forças porque sabia que ele estava lá, por si e por seu povo.
Depois de muitos passos, todos pararam em frente à enorme escadaria de uma igreja, para fazer uma oração, clamar pelas perdas e exigir algum feito para o que aconteceu naquele mercado. Os corações acelerados receberam como resposta palavras gentis e promessas de um raro híbrido de tigre, jornalista, que vestia um elegante terno completamente cor de rosa. Lágrimas de alívio escorriam por suas bochechas.
O mercado foi interditado e tirado de suas atividades na mesma hora em que o diretor foi preso. Aquilo deu ainda mais esperança para todos os híbridos.
Tae, do outro lado da grade, apoiava as mãos nos joelhos recuperando as forças, abrindo um largo sorriso ao ver seu representante em cima daquele palco improvisado. Encontrar o contato do majestoso híbrido não foi fácil, mas assinar um contrato foi, trazê-lo para constituir sua marca foi a melhor decisão que já tomou para sua empresa. O tigre era alguém forte de palavras lindas e inspiradoras.
Houve um momento respeitoso de silêncio para todos os que partiram e depois a caminhada retomou, iriam parar somente quando estivessem em frente aos portões do prédio moradia dos governantes do estado.
Naquela caminhada entre apoiadores e ignorantes -esses últimos que não queriam que os híbridos vencessem-, Tae, ainda acompanhando tudo fora do limite das grades, encontrou uma porta aberta, saindo da rua principal à esquerda. A pequena floricultura tinha um letreiro de aspecto antigo e estava decorada com faixas cor de rosa e flores gratuitas para seus semelhantes. Era linda.
Caminhando até lá, sorriu encantado ao abrir a porta e ter sido recepcionado com um característico som de sinos, esses que ajudaram a iluminar o ambiente cheiroso e colorido.
— Olá, boa tarde meu jovem! — Uma senhora de idade surgiu detrás do balcão, com cabelos curtos e cacheados da cor da neve e uma xícara vaporizante em mãos. Seu olhar era enrugadinho e carismático.
— Olá, boa tarde senhora... Kang, — O acastanhado observou o nome em seu crachá. — Eu gostaria de um buquê de... — O ar escapou de seus pulmões outra vez. Estava eufórico sem saber o que escolher.
— Talvez queira se sentar um pouco. — Uma risadinha escapou da mais velha.
— Não! Eu preciso voltar, uma pessoa especial está lá fora! — Arregalando os olhos apaixonados, Tae voltou a encarar a velhinha.
— Entendi, — Outra risadinha preencheu o lugar. — eu tenho alguns kits preparados com mais de um ramo que podem te interessar.
Tae negou, deixando a mulher de idade ainda mais curiosa.
— A senhora teria gloxínias?
— É uma bela flor para uma pessoa especial, — Com passos tranquilos, o Kim foi guiado até uma estante com várias mudas desabrochadas da flor. Dificilmente conseguiria escolher, eram lindas. — são cinco mil wons a unidade.
— Eu quero tudo.
Foi a vez da senhora Kang arregalar o olhar.
— Todas, meu jovem?
— Sim, em um buquê muito bonito, por favor.
Apesar do enorme sorriso, Tae empurrava seus nozinhos malucos devido a ideia que havia acabado de ter naquele lugar.
O buquê demorou alguns minutos para ficar pronto, mas a senhora Kang havia caprichado desde o entrelaçamento dos ramos até o enorme laço vermelho no plástico dourado.
— Foi amor à primeira vista?
Um sorriso quadradinho se abriu. Tae se sentia completamente em sua zona de conforto quando não precisava explicar para as pessoas porque havia escolhido tal espécie de flor. A não ser que fosse para a pessoa presenteada.
Gostou de ter algo que achava muito bonito, em comum com a florista.
— Foi! Eu fiquei doidinho quando percebi que era amor. — Confessou sem notar o feito, encolhendo os ombros envergonhado.
— O amor é o melhor dos presentes que um homem tão bonito por dentro e por fora, como você, merece.
— Obrigado, noona.
A mais velha não precisou olhar para ele, mas sorriu tão grandiosamente quanto.
— Como é o seu amor?
— Extraordinário. — Foi a primeira palavra que veio à mente do empresário. — Ele é lindo e agora está lá fora lutando pelo nosso povo. Ele é tão corajoso.
O olhar de mel se perdeu pelas paredes em tons pastéis, sorrindo junto aos lábios lembrando dos pulos, da voz melodiosa soando mais alta que as outras, dos cabelos negros colando na testa e do olhar determinado, brilhando em fúria. Uma chama que ninguém conseguiria apagar.
— Ele é único no mundo.
Completou.
— Então não perca tempo, querido. — O buquê foi estendido pelas mãos enrugadas em sua direção.
— Quanto ficou? — Perguntou Tae, segurando o enorme arranjo com um braço, tentando tirar a carteira do paletó pendurado no outro.
Completamente atrapalhado. Pensou a senhora Kang, sorrindo divertida.
— Não vou cobrar de você.
Seus olhos voltaram a se encontrar.
— M-Mas.
— Você é o primeiro que vem a minha loja com a verdadeira intenção de comprar um presente para celebrar o amor, então meu trabalho em cuidar das gloxínias está feito.
— Noona.
— Só me faça um favorzinho...
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Com a ajuda do homem grandão e forte, a pequena barraca com as flores vermelhas e brancas em homenagem aos híbridos que se foram, essas especialmente cuidadas pela senhora de idade, ficou posicionada na frente dos portões de estado, não muito distante da escadaria da igreja no centro da cidade.
Aquele ato não passou despercebido pelos olhinhos redondos e galácticos. Emocionados.
Assim, ao que todos pararam e clamaram seus direitos por algumas horas, acompanhando a polícia chegando para guiar os governantes até o Senado, prontos para um interrogatório, os híbridos puderam relaxar os ombros. Estavam exaustos.
Jeongguk movimentou os braços doloridos de tanto ficarem esticados para cima, fechando os olhos por alguns segundos, relaxando o corpo.
— O que acontece agora, Jimin hyung?
Pela falta de resposta, o moreno abriu os olhos de forma preguiçosa, mas logo esses se arregalaram ao não encontrar o híbrido de gatinho ao seu redor.
— Jimin hyung? — Havia dado uma volta pelo próprio corpo, sentindo o coração acelerar de um segundo para outro. Nenhum rosto era tão conhecido como o do Park.
Antes que pudesse se mover para procurá-lo, sentiu uma mão segurar a sua.
— Te encontrei, meu pequeno. — O sorriso quadradinho estava lá.
— Cadê o Jiminie, hyung? — Os olhinhos negros percorrida todo o rosto do empresário, suplicando por uma resposta.
— Sobre isso... precisamos ir para a ong, ele já voltou para lá.
— Aconteceu alguma coisa?
— Parece que o Yoongi hyung passou mal e estamos sem outra supervisão além de Junseo e o marido dele, as ambulâncias chegaram com os resgates e estão apurados demais. Jimin foi em um carro junto com alguns híbridos mais velhos que precisam descansar, para chegar lá antes. — Um aperto suave firmou suas mãos. — Ele literalmente saiu correndo e disse para eu pedir desculpas a você.
— Tudo bem. — Jeongguk concordou prontamente, estava preocupado com seus hyungs.
— Então vamos? — A resposta com um assentir frenético do coelho foi o suficiente para que eles saíssem dali.
— E os outros, Tae? — Ele perguntou assim que se aproximaram do carro escuro.
Taehyung havia buscado o automóvel e deixado próximo daquela parada.
— O Senado tem mais duas horas para dar uma resposta, depois disso, voltaram para casa. Precisam descansar. — A resposta do Kim veio carinhosa e até um pouco risonha quando percebeu seu anjo se afundando no banco do passageiro, soltando um resmungo manhoso. — Foi incrível, pequeno.
As bochechas pálidas se coloriram de vermelho vívido.
Os garotos então caíram em um silêncio estranho e tenso, o rádio permaneceu desligado e todo o caminho para a ong se deu com certa pressa. Jeongguk se manteve quietinho, sabia que seu príncipe estava preocupado com o Min, afinal, eles eram como irmãos. Também se importava, mal conseguindo acalmar sua mente e coração ao pensar em seus hyungs favoritos sofrendo de alguma forma. Queria vê-los para se certificar de que iriam ficar bem outra vez.
Tae por um lado queria conversar com seu anjo, distraí-lo de alguma forma a fim de prepará-lo para a longa noite que poderiam ter. Mas também tinha seu melhor amigo, seu coração dizia desde cedo que Yoongi não estava bem e se culpou porque não estava do lado dele no momento em que as coisas ficaram mal naquele início de noite denso e escuro, sem nenhuma estrela no céu. Sua cabeça pesou de forma dolorosa, não havia sequer somado em sua lista a responsabilidade junto dos esquadrões para cuidar dos híbridos nas ruas, nem sua recepção aos seus primos que chegariam a qualquer momento e menos ainda pensou no pedido que faria junto das flores descansadas no banco detrás, exatamente na vista de seu retrovisor.
Só esperava que o coelhinho não reparasse naquele presente.
Quando os garotos chegaram à ong, saíram rapidamente, atravessando o jardim e adentrando o prédio, seus passos automaticamente os guiaram para o elevador. Aquela foi a primeira vez que Jeon ficou apreensivo ao apertar o botão costumeiro de seu andar de trabalho. Ao menos não viu o carro de Hwasa noona e imaginou o quão difícil foi convencer Nora a ir para casa.
Com as portas se abrindo, tudo o que viram foi a enorme bagunça de macas e cobertores improvisando leitos, Junseo corria de um lado para o outro com a feição preocupada. O garoto coelho percebeu o porquê, adultos e crianças estavam no mesmo ambiente, o outro híbrido de onça também deveria estar em apuros. Yoongi permanecia sentado na poltrona reclinável dentro da enfermaria, movimentando as pernas de forma angustiante dando solavancos em seu tronco pelos soluços intensos escapando, seu rosto estava vermelho e banhado em lágrimas. Jimin segurava sua mão gentilmente, ajoelhado ao seu lado com a expressão contorcida de preocupação.
Os corações dos garotos recém chegados apertaram dolorosamente, mas não precisaram de palavras para se entenderem. Taehyung andou em direção ao melhor amigo depois de trocar um olhar significativo com Jeongguk, esse que vestiu o jaleco branco que havia ganhado de presente de seu professor, assumindo uma postura profissional, mas também sensitiva, ao caminhar até o híbrido de onça repuxando os lábios suavemente quando o ouviu suspirar aliviado.
— Que bom que pôde vir, Ggukie.
Um bom tempo mais tarde, enquanto os passos apressados e pesados criavam eco pelo piso, porém denunciando o aumento de híbridos cuidados e postos para descansar, Yoongi ainda demonstrava sinais de um próximo ataque de ansiedade e apesar de não conseguir fazer muito do que realmente queria, estava tentando.
Tudo estava silencioso demais, triste demais.
No início da madrugada, um híbrido do grupo de seguranças da ong apareceu naquele corredor, chamando a atenção de todos.
— Todos os híbridos estão voltando em segurança, — Ambos os adultos acordados responderam positivamente, baixinho, cuidadosos pelos semelhantes ao redor. — Os senhores Kim também chegaram, estão no hall de entrada. — Olhos arregalados se encontraram.
Tae terminou de cobrir o último leito abrigando um híbrido de coala com um cobertor quentinho para a noite fria, cuidando para que o tecido não enroscasse no acesso em seu braço, com soro e remédios para dor, depois deu os passos restantes até encontrar seu anjo, estendendo a mão.
— Vamos lá recebê-los. — Sorriu cansado, mas ainda disposto a continuar pelo tempo que os resgatados precisassem.
Assentindo e entrelaçando seus dedos, Jeongguk se permitiu guiar o príncipe até o elevador. Mais ajuda havia chegado, eles estavam quase conseguindo ganhar aquela luta. Seu coração batia esperançoso.
Os garotos chegaram no térreo ainda em silêncio, até porque suas cabeças começaram a latejar depois de escaparem de tanto barulho no andar de cima. Não sabiam que precisavam de um pouco de silêncio até aquele momento.
A primeira coisa que ouviram ao deixarem o elevador, foram miados agudos e manhosos, um casal de filhotes felinos e um riso rouco, para então, ao redor deles, surgir a imagem de dois homens altos e fortes, um deles com a pele brilhante e lábios carnudos. Lindo. Pensou o moreno. O outro, bronzeado com olhos estreitos, chamativos, mexendo no celular.
— Jin hyung? — Tae chamou um pouco acanhado.
O homem levemente pálido rapidamente se virou em sua direção, segurando nos braços os filhotes extremamente parecidos consigo.
— Meu Deus TaeTae, que saudade! — A voz alta e com um leve sotaque sulista soou animada em meio a um miado. O homem veio em sua direção, amassando seu corpo com cuidado por causa dos bebês. — E você é o famoso Jeongguk, não é? Me falaram muito sobre você! — O moreno recebeu um abraço também. Tae se engasgou, completamente envergonhado. — Ah! Olha que cabeça a minha! Esse é o meu gatinho, Kim Namjoon! — Puxando o braço do homem amorenado o distraindo do celular, agarrou sua cintura ao que posicionou-o ao seu lado. — E pai dos nossos bebês.
— Olá, é um prazer conhecer vocês! — Ele se curvou, seu sotaque americano dando ênfase a vida fora da Coréia.
— O prazer é nosso, hyungs! — Jeon rapidamente se curvou, seus olhos brilhando em direção ao felino amorenado americano.
Ele era bonito e tinha uma bela voz.
— Esses são os espoletas privados das câmeras e holofotes pela graça do Deus dos híbridos. — Seokjin riu da própria frase, estendendo o braço revelando um menino sereno com orelhinhas douradas misturadas aos fios escuros do cabelo, em seguida, balançou os ombros e semicerrou as pálpebras com a garotinha idêntica ao outro felino fincando as garras sobre seu casaco, pendurando-se sobre o ombro. Uma risadinha sapeca partiu dela.
— Não faça assim, senhorita Kim. — Namjoon a repreendeu de forma doce, desgrudando as garras da pequena do outro pai e a trazendo para seu colo fazendo cócegas em sua barriga.
— Kim Minji e Kim Namgi, enfim. — Ele apresentou os bebês. Namgi o menino quietinho grudado no peitoral coberto do pai e Minji a garotinha eufórica esticando os braços em direção às orelhas extensas de Jeongguk.
Toda a família era composta por gatos selvagens. Eram lindos. Concluiu o pequeno coelho.
— Vocês vão nos ajudar a lutar, hyungs? — A pergunta esperançosa fez um enorme sorriso se abrir nos lábios de Namjoon.
— Foi por isso que eu afiei minhas presas antes de sair de casa, bunny. — Respondeu ele.
Os olhos redondos e negrescos se arregalaram. Fissurados pela figura de Namjoon.
— O senhor Park nos apresentou quase toda a papelada, nos falta apenas uma condição, alguma coisa que mostre a urgência do que estamos pedindo. — Comentou o primo Kim. — Não devíamos nem buscar provas de algo que está nítido.
— Eu vi vocês na televisão, algum tempo atrás. — Confessou o moreninho, agora intercalando o olhar entre os dois novos hyungs. — Quero ajudar!
— Vejo que tem muita força de vontade, doutor Jeon.
Doutor Jeon. Um arrepio fez as orelhas branquinhas dançarem, bem como o pompom. Era algo em forma de sonho que estava dominando sua mente e seu coração. Ser um médico, um homem capaz de curar seus semelhantes.
— Podemos subir e conversar, logo os híbridos desta ong estarão de volta. — Sugeriu o Kim mais novo em completo êxtase pelo tamanho e fofura dos dois filhotes.
— Seria ótimo colocar a mão na massa, mas vejo que estão ocupados demais para tratar de papelada uma hora dessas. — Namjoon soltou um riso soprado discretamente, soltando a filhote no chão e a assistindo dar pequenos passos com as perninhas ainda acostumando-se a andar sozinhas. — Primeiro vamos nos juntar a vocês para cuidar dos resgates.
— Seria ótimo, primo! — Tae sorriu com a expressão tímida tentando cobrir a neutralidade do outro Kim. — A noite vai ser longa.
— Vamos então!
Uma conversa saudosa se iniciou entre o pequeno grupo, Tae conseguiu pegar Minji no colo e Jeongguk não desgrudou os olhos de Namjoon, ouvindo suas palavras atentamente como um filhote prestes a receber o doce preferido.
No andar da ala hospitalar, apenas o silêncio tomava os leitos servindo de ninho para vinte e dois híbridos assombrados pelos pesadelos e dores.
Os ruídos vinham de cima e os homens rapidamente subiram a escada em formato de "L" encontrando Yoongi sentado no chão com inúmeros papéis espalhados, Jimin passando informações baixas que encontrava coladas no berço de cada bebê tratado pelas mãos grandes do pediatra felino, esse no momento auxiliado pelo marido, Junseo.
Quando se aproximaram, Yoongi nem mesmo olhou para eles.
— A situação está controlada, gente, podemos respirar um pouco agora. Ggukie me ajude por favor.
Assim, o garoto coelho se sentou ao seu lado, preocupado com seus olhos apagados e pernas inquietas, suor banhava a camisa social branca dele. Porém, ouviu toda a explicação com atenção e logo se pôs a folhear os documentos trazidos pelas ambulâncias, apesar de encarar o humano vez ou outra, o cuidando.
Mais tarde, um quase imperceptível raio de sol começou a surgir no horizonte, podia ser visto da janela daquele andar. Todos os híbridos que estavam nas ruas ressonavam de forma segura em seus quartos. Os pacientes acordaram poucas vezes até aquele momento, assustados ou pedindo por um pouco de água fresca, Jeongguk e Taehyung cuidaram deles. Yoongi forçava a vista pela milésima vez naquela madrugada, inconformado por estar faltando o documento de um filhote, mas também exausto, não estava conseguindo ler nada, Jimin tirou os papéis de sua mão e o confortou em seu colo implorando para que descansasse um pouco. Baekhyun, Chanyeol e Taeho também estavam por perto, acompanhando os médicos que ainda se mantinham em pé. Namjoon ninava seus filhotes, ajudando Seokjin com outra parte da papelada. Todos em um silêncio mórbido, em uma mistura de cansaço e preocupação com o filhote de pantera que mal tinha fôlego para respirar.
O único sem documento.
Com o retorno do jovem casal para o berçário, Taeho se obrigou a ficar longe quando percebeu os braços do acastanhado ao redor do coelhinho, estreitando os olhos para ouvir o que o gato selvagem sussurrou ao chamá-los com certa urgência. Jimin e Yoongi logo se juntaram a eles, o sono indo embora rapidamente.
— Há uma brecha na ordem dos códigos de cada ong, dentro das ambulâncias estavam todos os híbridos com registro certo, — Começou Seokjin. — O que ainda é um mistério é um híbrido de pantera anunciado mas sem registro, eu começo a achar que o filhote não é o mesmo híbrido.
O grupo ao seu redor franziu o cenho.
— Mas ele é um híbrido de pantera... — Ponderou Yoongi, apoiado contra o corpo do namorado.
— Um híbrido prematuro com dna de pais da mesma ninhada. — Namjoon soltou com pesar.
O silêncio perturbador recaiu mais uma vez sobre eles.
— Um dos híbridos sequestrados que encontramos... sem vida, era um híbrido de pantera. — Baekhyun encarava o chão, se aproximando com Chanyeol. — Era menor de idade.
— As investigações concluíram que deviam ter usado ele para gerar essa nova ninhada. — Completou o guardião Park.
— Mas por que só um teria nascido antes? — Jeongguk perguntou pela primeira vez desde que foram chamados. Seu coração sendo estrangulado pela dor.
— Foi um teste. — Yoongi se sentia fraco, umedecendo os lábios esbranquiçados com um pouco de água. — Nenhum filhote iria nascer no tempo que aquele diretor imundo decretou no leilão, o parto foi induzido, o híbrido não foi assassinado...
— Isso significa... — Taehyung tinha as mãos suadas e trêmulas, tentando absorver todas as informações.
— Que o filhote lutando pela vida ali, é um sobrevivente.
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E então, oque acharam??
As coisas começaram a tomar ritmo e forma de todos os lados, vamos nos preparar!
O reencontro do Ggu com o Baek foi o primeiro de muitos e longos!
Esse TaeTae todos apaixonadinho... por quanto tempo mais vocês acham que ele vai segurar o sentimento dentro dele?
Os híbridos indo as ruas foi um momento de luta inspirador! Vamos buscar resultados juntos, anjinhos! Tentei representar o máximo de informações que temos em nosso mundo real e transmitir uma mensagem legal!
Agora na ong eu não posso garantir mais a tranquilidade de antes, o que acham que vai acontecer??
Eu peço desculpas mais uma vez pela demora e pelos errinhos ortográficos! Espero que tenham gostado!
Se cuidem e até a próxima att, príncipes e princesas!
Se vocês quiserem, deixarei os perfis de interação dos personagens no quadro de mensagens hihi
Bom diatardenoite! 💜💜💜
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