11: Uma Noite de Natal
Notas Iniciais
Oii, anjinhos!! Como estão??
Eu chegando com a minha linda carinha de pau kkkkk:'''' me desculpem!!
Estava tudo uma correria esses dias, aqui no PR tá tendo rodízio de água, então quando são os dias que tem, eu preciso ajudar meus pais. E também eu tinha travado em uma cena na hora de reescrever o capítulo :') mas aká estou eu, no silêncio da noite depois de ter finalmente conseguido terminar hihi e de um jeitinho que me deixou muito feliz e satisfeita, espero que gostem aaaa
Esse capítulo é muuito especial e eu queria entregar todas as cenas e sentimentos bem detalhadinhos, tanto que deu 15k de palavras kkkkk compensa a demora? Prometo que vai valer a pena!
Esse encerra nosso primeiro arco da história, eu tô muito ansiosa e também insegura com ele, por favor me digam o que acharem durante a leitura! Aaaaaa
Bebam bastante água!
Sem mais delongas, boa leitura, anjinhos! 💜💜💜
P.s. a música desse capítulo está no meio dessa vez hihi
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ᘔ|
Cerca de uma semana e meia se passou, dias esses que seguiram calmos e doces e quase congelados. Que apesar do intenso frio, não foram capazes de afastar os sorrisos dos moradores da propriedade Kim.
Byeol noona, ajeitava a mecha quase completamente grisalha que caía e insistia em lhe atrapalhar a visão, para riscar os itens em seu caderninho, conforme olhava as imensas prateleiras e enchia o carrinho no mercado com o mais estonteante dos sorrisos, imaginando todos os pratos e sobremesas que faria para aquela noite tão especial que iniciaria no final do dia seguinte.
Era o primeiro natal depois de anos que não seria somente si e seu Kimzinho, e assim como seu pequeno companheiro orelhudo também não comemorava a data especial a um tempo, queria lhes dar tudo do bom e do melhor.
Rechear a mesa com uma verdadeira ceia de natal. Com amor.
Com os garotos não estava sendo diferente, Tae aprimorava sua decoração especial do jardim, com as mãos protegidas por luvas fofas e as bochechas e nariz vermelhinhos, comprando alguns pisca-piscas a mais para decorar os troncos das árvores, assim como lampiões coloridos para os galhos. Voltando a trabalhar com um enorme sorriso quadradinho adornando os lábios, ansioso para ligar todas as luzes e entregá-las a Ggukie.
E o mesmo, completamente transformado em seu lado coelhinho, pulava pelo jardim, elétrico, protegido por suas camadas de pelos branquinhos, soltando as que a muito tempo não lhe ocorriam, risadinhas sapecas, notando noona o perder de vista facilmente por causa da neve fofa e geladinha.
Passava um bom tempo cheirando cada objeto de decoração ali, com uma inquietação boa o tomando conforme queria matar sua curiosidade. Via o príncipe mexendo em algumas coisas aqui e ali, às vezes choramingando por atolar o pé na neve, era fofo e engraçado.
Pairando sobre um dos canteirinhos vazios pela época intensa, suspirou passando as pequenas patas por seus bigodes retirando os floquinhos de neve que grudaram, olhando tudo em volta mais uma vez, seu lado humano suspirando a cada segundo, estava se sentindo em completa euforia, queria ver o jardim brilhando como a árvore na sala.
Porém não só por isso, durante esses dias havia assistido vários filmes com o hyung depois que ele voltava do trabalho, e sentia o rosto quente até a hora de dormir, gostava muito de estar assim com o mesmo.
Todas as noites o príncipe acabava cochilando em seu ombro, e já se sentia seguro o suficiente para passar o braço por trás de seu pescoço e apoiar a mão em seu ombro, deixando ambos mais confortáveis para uma soneca. Com seus cheiros mesclando-se suavemente.
Jeongguk contou sobre a sua amiga psicóloga, que o incentivou a se aproximar mais e mais de seu príncipe, e apesar de sentir seu rosto esquentar e ficar todo vermelhinho, aquela não era uma tarefa difícil, não quando todas aquelas sensações boas o cercavam, quando Taehyung causava elas logo quando colocava os pés para dentro de casa, quando chegava do trabalho.
E talvez, o que não sabia, era que algumas vezes o Kim nem mesmo estava com sono, mas queria sentir aquele carinho também, deixar o coelhinho à vontade para tocá-lo, para se sentir confortável em sua presença.
Sorrindo. Era assim que acabava por dormir, embalado pelo peculiar cheirinho de torta de limão.
Afinal, ficavam o dia todo sem conversar ou ver o outro sorrindo, e Yoongi foi o primeiro a reparar essa falta que o melhor amigo sentia, reclamando por não poder ver ou ouvir o moreno, mas sorrindo para o nada falando de como os dentinhos de coelho estavam mais evidentes, as risadinhas mais altas, e como Ggukie havia soltado a gargalhada mais linda do mundo quando comentou que sim, gostaria de dar um belo tapa no bumbum avantajado do Capitão América, seu herói preferido.
Ah, naquela noite do dia vinte e três, Tae quase desmaiou.
[...]
― Senhor Kim? ― O acastanhado deu uma breve pausa nos documentos que terminava de revisar, encarando sua secretária que abriu a porta após três batidas leves.
― Precisa de algo, senhorita? ― Rebateu sorrindo educado, guardando aqueles papéis e fechando a última pasta do expediente, com as autorizações de saída de seus funcionários e das orientações para as ações ativas, que ficariam sob a supervisão e administração de outra rede da Empresa, enquanto, todos estivessem fora em férias coletiva.
Amava tirar férias. E claro, dar algumas a seus funcionários, que faziam aqueles onze andares funcionarem sem muitos problemas.
― Não, nada mais por hoje senhor, ― A mulher ajeitou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha, gesto esse que passou despercebido por Taehyung, que sorria respondendo uma mensagem do melhor amigo. ― só queria entregar um presente antes de ir embora, ― A mesma finalmente recebeu o olhar do Kim.
― Ora, então o que ainda está fazendo na porta? Entre por favor. ― O patrão sorriu, sempre seria gentil com todos, igualmente.
― feliz natal, senhor. ― Hua adentrou o cômodo, oferecendo o embrulho colorido.
― Feliz natal, senhorita! ― Taehyung se levantou pegando a caixa pequena das mãos leves de unhas pintadas, se curvando respeitoso em agradecimento em sua direção. - Me desculpe, não tenho um presente também.
― E nem se preocupe com isso, senhor! Só o gesto já valeu, obrigada. ― A mesma agradeceu, retribuindo ao seu patrão. ― Senhor? Vai, sabe... vai passar o feriado sozinho outra vez?
― Eu nunca passei sozinho, ― Tae a respondeu no mesmo segundo, se afastando para pegar o paletó pendurado no encosto da cadeira. ― eu sempre passo com a minha segunda mãe, ela é minha família. ― Retirou completamente a gravata azul marinho que o deixava desconfortável, até porque, já tinha a suportado em seu pescoço o dia inteiro, enrolando em seu lugar um cachecol preto aconchegante.
― E... esse ano vai ser igual? ― Taehyung franziu o cenho, direcionando seu olhar outra vez para a mulher parada do outro lado de sua mesa.
― Por que quer saber?
― É s-só que, ― A loira balbuciou, nervosa. ― se o senhor quiser... pode se juntar a mim e a minha família essa noite.
― Ah!
O maior riu baixinho negando, não estava acreditando na verdade, descansando o presente na mesa e estendendo as pastas amarronzadas para a senhorita Hua, que rapidamente as pegou de suas mãos, sentindo seu coração acelerar devido ao pequeno contato que ambas as epidermes tiveram.
― Me desculpe senhorita, mas não vou poder aceitar, você já vê a mim e meu mau humor todos os dias, - Tae terminou de abotoar o paletó, se afastando até o sofá de couro no lado direito do grande cômodo, pegando um sobretudo também preto o vestindo por cima do terno. - mas muito obrigado pela consideração e convite.
A funcionária concordou levemente, decepcionada.
― Na verdade, ultimamente o senhor esteve chegando bem alegre, - O olhar de mel pairou sobre si. - cumprimentando a todos e praticamente saltitando pelo caminho até sua sala. ― Ambos acabaram rindo e a mulher se pegou presa observando o sorriso quadrado -não tão aberto como os outros- de seu chefe.
― Eu tenho um motivo.
Taehyung mordeu o interior das bochechas e a pontinha da língua, tentando a conter, senão começaria e não pararia mais de falar do garoto coelho, que sabia estar seguro e quentinho no conforto de sua casa.
― Creio que sim... - A senhorita Hua sorriu de canto. - e mesmo que eu te veja todos os dias, senhor, não vai ser ruim vê-lo no jantar, é natal.
― Eu vou passar com a minha família. - O Kim deu sua palavra final.
― De qualquer forma, o convite está de pé.
― Não vou deixar minha mãe sozinha, senhorita, também terei visitas esse ano para o natal.
Tae sorriu forçado, estranhando toda aquela insistência da mais baixa que estava começando a irritá-lo. Suspirando discretamente, guardou o celular no bolso do casaco grosso e quentinho, conferindo se todos os eletros sobre sua mesa estavam devidamente desligados.
― Tome cuidado, senhorita Hua... - A alertou enquanto fechava as cortinas do escritório. - não pense que não percebi suas intenções, - O corpo da mulher congelou. - e aviso que não misturo relação pessoal e trabalho. ― Repuxou os lábios minimamente. ― Cuidado para não se prejudicar aqui dentro com isso. ― Trazendo para suas mãos o presente novamente e sua maleta cheia de papéis importantes que ficariam para resolver em casa, o patrão passou pela mesma seguindo até a porta, abrindo. ― Vamos? - Esperou a mulher sair para então ficar tranquilo, passando a chave na porta, não desejava bisbilhoteiros como Hua em sua sala.
E quando por fim pôde entrar no elevador, retribuindo levemente o acenar de despedida da funcionária, que ficaria por mais um tempo para entregar as férias assinadas e ir embora como os outros, suspirou aliviado por ter se livrado de mais uma.
Chegando em seu carro no estacionamento, jogou os pertences que carregava no banco de trás entrando rapidamente e fechando a porta, fugindo do frio, esfregando uma mão na outra se acostumando com o ar gelado ao seu redor.
Porém, não demorou muito para sentir-se aquecido no tempo que sorria pequeno, desejando se aconchegar no calor de Ggukie, como vinha fazendo há algumas noites para assistir consigo, com a desculpa muda de estar cansado.
E se lembrando de como o moreno havia se tornado mais falante, comentando o que achava dos filmes e fazendo perguntas, uma ideia surgiu em sua mente.
As luzes não poderiam ficar por muito tempo, logo deveriam guardá-las outra vez, mas o que lhe presentearia, traria boas lembranças e ficaria com Ggukie para sempre.
Suspirando sentindo seu coração acelerado refletir nas orelhas, se atrapalhou um pouco para sair do estacionamento, errando algumas marchas em direção ao shopping.
Iria demorar um pouquinho para chegar em casa, mas valeria a pena.
[...]
Ggukie pulou da cama naquela manhã do dia vinte e quatro, correndo para o banheiro antes mesmo de abrir os olhos completamente, espantando a preguiça jogando bastante água em seu rosto, sorrindo pequeno se lembrando do hyung lhe mostrando que a segunda torneira na pia fazia sair água quentinha.
Seu coração palpitava elétrico, era a véspera de natal e sentia... sentia que pela primeira vez em anos tudo aconteceria de forma diferente.
Não estaria preso na dispensa, observando por uma minúscula janelinha a vizinhança brilhando em luzes coloridas, tão longe de si.
Chacoalhando a cabeça, afastou aquela lembrança que o trazia tanta dor e tristeza, a jogando no fundo do baú de sua mente, pegando a pasta e escova higienizando a boca, pensando em momentos felizes, em seguida, abriu a primeira gaveta sob o mármore branco e bonito, alcançando a escova que noona havia comprado para si, penteando os cabelos com cuidado, aproveitando para ajeitar os pelos eriçados de suas orelhas de coelho.
Apressado, correu para o closet escolhendo uma muda de roupa simples, mas aconchegante e quentinha, se trocando rapidamente para arrumar a cama e abrir a janela logo, queria terminar de organizar seu quarto o mais rápido possível e descer as escadas para fazer companhia a Byeol noona, e se também pudesse, a ajudar com os preparativos gostosos para o anoitecer, que ela lhe contou antes da hora de ir dormir.
Abandonando o cômodo depois de deixar tudo em ordem, nem mesmo permaneceu alguns minutinhos no corredor farejando o cheirinho de morango que despregava da pele dourada do príncipe, como fazia todas as manhãs para não sentir tanta falta assim do hyung, enquanto, ele estava fora trabalhando. Desceu a escada rapidamente, correndo em direção a cozinha.
― Orelhudo! Onde vai com tanta pressa? ― Noona perguntou sorrindo carinhosamente, apoiando a cestinha com os pães doces quentinhos na mesa, ajeitando o gorro de natal sobre seus cabelos presos, rindo baixinho com o olhar grande e curioso sobre si.
― É véspera de natal, noona. ― O moreno respondeu repuxando os lábios de forma fofa, analisando o adorno especial e vermelhinho.
― Tem razão querido, ― A governanta deu a volta na mesa se aproximando de si, retirando de dentro do avental amarrado em sua cintura, outro gorro, colocando na cabeça de fios negros ondulados, ajeitando o pompom branquinho da ponta que pendia para frente e não para o lado como o seu. ― hoje é um dia muito especial, devemos começá-lo sorrindo, ― Acariciou as bochechas rosadas. ― claro, de barriga cheia, venha, senta aí querido, vamos comer. ― O puxou para a cadeira, o que arrancou um risinho mudo seu.
Ambos começaram a comer em um silêncio confortável, com o moreninho arregalando os olhos vez ou outra quando Byeol colocava mais algum alimento gostoso em seu prato, dizendo que precisava comer bem para ficar forte.
Acabou passando a refeição com um sorrisinho no rosto, tímido, mas feliz. Ficaria bem forte para retribuir todo o carinho da humana consigo.
Porém, logo abaixou a massa doce que aproximava de seus lábios, levando o olhar para a mais velha murchando seu sorriso. Como poderia retribuí-la? Não tinha nada que pudesse oferecer.
― O que foi, orelhudo? ― Piscou voltando sua atenção para os olhos castanhos escuros cintilando, preocupados.
― Eu não tenho presentes para dar a noona e ao Tae hyung. ― Suas orelhas baixaram, enquanto, seu olhar também se fixava à mesa, ouvindo a risadinha de Byeol.
― Meu querido, ― Tornou a encarar a mesma, o nariz remexendo conforme pensava desesperadamente no que fazer. ― a mim não precisa dar nada, sabe... o melhor presente que eu poderia ter ganhado, eu já ganhei, que foi você, um companheirinho que traz alegria pro meu velho coração.
As mãos levemente enrugadinhas buscaram pelas suas, acariciando seus dorsos com zelo.
O que ela lhe falou fez seus olhos marejarem, jamais pôde imaginar ser especial para alguém além de sua avó, mas agora estava ali, sendo especial para sua humana sem nem saber se merecia aquele título.
― M-Mas.
― Quanto ao Tae, o tempo vai mostrar o seu presente
Franziu o cenho levemente, não a compreendendo muito bem.
― e conhecendo aquele menino como eu conheço, sei que irá fazer das minhas palavras as dele.
Ggukie mordeu o interior das bochechas, sentindo seu rosto esquentar.
― Eu queria poder presentear vocês. ― Byeol negou ainda que com um sorrisinho acolhedor.
― Que tal me ajudar a preparar algumas coisas para cozinharmos depois? - Mudou de assunto, incentivando o moreninho a não pensar mais em presentes, não precisavam, bastava a presença orelhuda e linda de seu Ggukie.
― Quero ajudar, noona. ― A mesma suspirou discretamente, aliviada por ter recebido um sorriso exibindo os dentinhos avantajados do mesmo.
― Então vamos terminar de comer, sim? ― Concordando, Ggukie voltou a comer animado outra vez, ansioso para ajudar noona.
E claro, pensar em um presente.
Pouco depois de terminarem o café da manhã, ajudou Byeol a retirar a mesa e enxugar a louça, quase saltitando em direção às portas de vidro da sala, quando lhe foi pedido para colher algumas verduras e legumes da horta bem protegida do frio, protegida com carinho, e compreendia a neve não chegar nela, pois também se sentia assim.
Mesmo em uma luta interna entre pegar só uma cenoura para comer, e se concentrar em continuar colhendo, acabou por se esquecer do legume laranjinha no final, lembrando das palavras da mais velha de um tempinho atrás sobre não pegar dali, voltando para dentro a ajudando a lavar, separar, e cortar todos, os armazenando em bacias diferentes.
Após isso, foi liberado para aproveitar o dia até o horário do episódio especial do dorama que assistiam juntos, e agora estava usando esse tempo para procurar presentes.
E se desse alguns legumes a noona? Ou as folhinhas mais suculentas a Tae?
Suspirou frustrado ao final de sua aventura pelo jardim, não tinha encontrado nada.
Mas explorou toda a propriedade, indo para a frente da casa pelo "L" que o jardim formava. A outra parte, ao invés de duas, haviam três árvores, duas grandes e uma ainda crescendo.
Sorriu, imaginando que eram os papais e o filhinho deles.
Não havia canteiros e nem outra hortinha, entretanto, se lembrava das palavras do príncipe, sobre seus planos para colorir aquele pedaço do jardim também, cada folhinha que citou parecia mais apetitosa que a outra.
Afinal, si e seu coelhinho interno conheciam todas muito bem.
Porém, no fundo, nada daquilo importava no momento, e sim, sua caçada pelos presentes de seus humanos.
― Noona? ― Se ergueu de repente apoiando as mãos no parapeito da janela da cozinha.
― Menino! ― Soltou uma risadinha sapeca com o sobressalto da mais velha, que parecia estar concentrada em quebrar os ovos e separar as claras das gemas sobre a pia. ― Não faça isso com sua noona! ― Encolheu os ombros em falsa inocência. ― Como foi parar aí? Não estava na sala agora mesmo?
Os olhos enrugadinhos se arregalaram no rosto de cenho franzido, tentando compreender aquilo, mas só a risadinha fofa foi suficiente para se esquecer de exigir uma resposta.
― Seu danadinho. ― Riu soprado.
― Não encontro presentes... ― A mesma sorriu doce, nada iria tirar aquela ideia da cabeça de seu menino pelo visto.
― Mas os presentes só vão chegar de madrugada, quando todos nós estivermos dormindo. ― Prendeu o lábio inferior entre os dentes, tentando conter outro riso no tempo que esperava pela reação do moreninho, que arregalou os olhos negando prontamente segundos depois.
― Os do Papai Noel podem esperar, ― Ggukie também brincou, sabia que o velhinho só existia na imaginação das crianças. ― as pessoas também dão presentes. ― Argumentou.
― Está certo, ― Byeol concordou, permanecendo algum tempo em silêncio, pensando. ― tem um lugar que pode procurar. ― Sugeriu, sorrindo grande com as orelhinhas esticadas dançando graciosamente.
- Onde é?
- Entre, vou te mostrar.
A governanta sorriu animada, secando as mãos após lavá-las caminhando até o corredor além do batente da porta da cozinha, esperando o menor fechar as portas da sala e calçar as pantufas para seu tamanho, caminhando apressado em sua direção.
Riu baixinho.
- É na área de serviço, vem, - Guiou o moreno até a última porta do corredor.
O mesmo observava ao redor com atenção, não tinha ido até ali ainda, mas era uma parte tão bonita quanto o resto da casa, paredes brancas decoradas com azulejos coloridos, todos os armários contrastavam entre si e tinha uma máquina de costura coberta, em um cantinho organizado.
Sorriu pequeno, sua avó também tinha uma.
Seguindo a mais velha pelo corredor, notou também mais quatro portas de vidro, e paredes do mesmo jeito fechando um cômodo pequeno com as duas entradas. Nesse tinha três cabines com chuveiros, duas araras em frente a uma parede, dois armários horizontais pequenos na outra, preenchidos com alguns pares de chinelos, e mais dois verticais exibindo toalhas branquinhas, além de tapetes coloridos espalhados pelo chão. Olhando para o par de vidro que estava mais à frente, davam para as espreguiçadeiras que o príncipe lhe ofereceu para descansar quando quisesse.
Era muito bonito.
Virando para a esquerda, a meia parede de vidro que seguia outro corredor, estava tampada por cortinas claras que deixavam a pouca claridade do dia passar, ficou curioso para saber o que tinha atrás dela.
Caminhando um pouquinho atrás de noona até a única porta de madeira no final do caminho estreito, observou a mesma a destrancar e abrir, revelando um quartinho de bagunça, mas incrivelmente organizado, com algumas coisas antigas e bem conservadas, adentrando e indo diretamente até uma caixa grande e lacrada, usando a própria chave para romper a fita.
- É essa mesmo, - Sorriu nostálgica observando alguns brinquedos de seu menino, medalhas da escolinha e lembranças.
Lembranças de quando Taehyung era só um menino inocente e não via o que acontecia de ruim dentro de casa.
E que também sequer desconfiava que tinha guardado seus brinquedos e pequenas conquistas.
- pode olhar tudo o que quiser por aqui, mas acho que dentro dessa caixa, vai encontrar algo para dar ao TaeTae.
Se aproximou sorridente, entregando-a nos braços do garoto coelho.
- Obrigado, noona. - Ggukie exibiu os dentinhos agradecendo, logo olhando para a infância do príncipe.
- Eu vou voltar pra cozinha, fique à vontade, querido. - A mesma lhe acariciou os cabelos antes de abrir as cortinas e se afastar pelo corredor outra vez.
Curioso, Jeongguk se sentou no chão colocando a caixa em sua frente, pegando os brinquedos fofinhos e os analisando.
Sorriu ainda mais.
O príncipe era alguém fofo e especial.
Tinham bonequinhos que eram heróis, ursos de pelúcia empoeirados, carrinhos e também princesas. Algumas rodelas douradas bonitas indicando o ano e um título, como melhor experimento da feira de ciências, e, cuidado com a hortinha.
Mordeu o lábio inferior, sentindo que quase poderia tocar a bondade e inocência do seu príncipe.
Ver tudo aquilo só piorava sua situação, como poderia presentear o hyung? Onde encontraria um presente tão lindo e fofo como Kim Taehyung?
Suspirando, olhou em volta e suas pupilas dilataram automaticamente, encontrando um objeto pequeno cheio de pó sobre uma mesinha redonda.
Se levantando, deu os poucos passos restantes até alcançar o vidro cilíndrico, usando a barra de sua blusa para limpar o que revelou ser um globo de neve caseiro, feito com um vidro de pepino em conserva.
Chacoalhou levemente, assistindo com carinho os floquinhos de neve caírem sobre o ursinho branco sentadinho e segurando um coração bem vermelho.
Não entendia como algo tão bonito estava esquecido ali.
E era justamente ele que voltaria para as mãos do príncipe.
Com cuidado, o guardou na caixa, afinal, também queria encontrar um para Byeol, prendendo os olhinhos em um regador amarelinho, um pouco enferrujado, mas lindo.
Poderia entregar seu presente atrasado, porém plantaria e cuidaria com suas próprias mãos das flores mais bonitas, e encheria o regador com elas para presentear a mais velha.
O escondendo em um lugar que noona não fosse ver se não procurasse, voltou a pegar o globo de neve deixando o cômodo, também ansioso para que a primavera chegasse logo para o presente da governanta.
No meio do caminho, pensava enquanto brincava com o cilindro fofo, não poderia entregar somente ele ao hyung, precisava de algo que expressasse sua gratidão, talvez uma... carta!
Seus olhos se arregalaram e sorrindo com a euforia tomando seu corpo, correu novamente até a cozinha, parando no batente da porta.
- Noona?
A mulher de costas para si deu um novo sobressalto.
- Ê menino! - Byeol voltou-se para si com a mão destra espalmando o peito. - O que já te disse sobre brincar com a saúde de uma velha, huh?
Sorriu de forma sapeca.
- Desculpa, noona.
- Tudo bem, eu espero ainda ter muito tempo para cuidar de você e do TaeTae. - Trocaram sorrisos singelos. - O que quer, que veio tão afobado assim, orelhudo?
- Noona, tem papel e caneta?
- No raque da sala, - A governanta saiu da cozinha indo rapidamente até o móvel citado, abrindo a única e larga gaveta, retirando de lá algumas canetas coloridas e um maço de folhas. - aqui querido, - O entregou. - o que vai fazer?
- Uma carta para o hyung, obrigado noona! - Ggukie apertou os objetos contra o peito, quase saltitando no caminho para seu quarto, deixando a mais velha de olhar arregalado para trás, curiosa.
- Mas... - A Byun se levantou cruzando os braços, - de nada então, não é? - Um biquinho adornou seus lábios. - Depois de qualquer forma eu vou ver. - Tornou a sorrir, ansiosa, voltando para a cozinha tentando adivinhar o que seu menino poderia escrever.
Seu coração acelerou, em um misto de curiosidade e idade mais avançadinha.
Seu orelhudo era o culpado, a deixou largada na rua do: quero saber, me conta!
[...]
- Ho ho ho! Feliz véspera de natal! - Tae entrou em casa escancarando a porta.
Saiu tão depressa do carro na garagem, que até havia se esquecido de pegar suas coisas, trazendo consigo somente o presente de noona e o de Ggukie, escondidos no casaco grande que vestia.
E observando a sala vazia, sem receber uma resposta, formou um biquinho frustrado nos lábios.
- Ggukie? Noona?
Chamou, olhando diretamente para as portas fechadas da sala, abrindo um largo sorriso encontrando o moreno, bem agasalhado e em pé, com uma cestinha pequena em mãos dentro da cerquinha tampada para proteger a horta, colhendo.
- Aqui na cozinha, Papai Noel!
Riu baixinho desviando o olhar do garoto coelho, seguindo a voz da mais velha, parando no batente da porta e fechando os olhos, sentindo os cheiros diferentes e gostosos das comidas natalinas, sendo preparadas com as mãos perfeitas para cozinhar que sua noona tinha.
E estava prestes a começar seu pequeno drama para ela, afinal, já estava com muita fome, quando a mesma continuou a falar.
- Está muito frio lá fora? - Byeol gargalhou vendo o casaco gigante no corpo do jovem, que ainda se encolhia tremendo suavemente, por ter deixado o carro quentinho, mas já estava encontrando calor dentro de sua casa.
- Um pouco, - Adentrou a cozinha quentinha devido o forno, suspirando em seu caminho até Byeol noona para lhe dar um beijinho na testa. - o pior foi eu ter pisado em uma parte da neve fofa demais e ter atolado o pé, congelou essa perna inteira! - Comentou risonho apontando para a área citada, aumentando seu sorriso assistindo a governanta gargalhar e lhe acariciar o rosto.
- Tome um banho bem quente, querido. - Concordou, desviando de um tapa quando noona percebeu que havia roubado algumas bolachas de leite da tigela atrás de si. - Sai daqui, TaeTae! É para esperar a sobremesa, menino! - Riu alto se afastando. - Vá ajudar Ggukie a terminar de colher os temperos.
- O que a noona está fazendo?
- A ceia já está quase pronta, vou por as carnes vermelhas e o arroz para cozinhar daqui a pouco, o peru vai demorar ainda, - Assentiu, observando a carne dentro do forno de luz acesa. Suculenta. - e de sobremesa, alguns docinhos que estão na geladeira, as frutas que vou lavar mais tarde, e estou começando uma torta alemã, enquanto, Ggukie colhe as hortaliças. - A mais velha riu do olhar brilhante que encontrou o seu.
- A Noona é a melhor idosa do mundo!
O Kim abraçou sua considerada mãe com força, apesar de que sabia que era muito mimado por Byeol noona, que não deixava de fazer sua sobremesa favorita todos os anos.
- Ai! - Recebeu uma pisada nada leve no pé esquerdo.
- A única coisa velha aqui é a sua coleção de bonecos, que algum dia eu ainda vou jogar fora. - A governanta tentou usar seu tom de voz ameaçador, mas seu menino era tão abusado que não fazia mais efeito.
- Não vai mesmo. - Taehyung negou, enquanto, ria cruzando os braços, provocando a mais velha e fugindo de outro tapa.
- Vai atrás do teu coelho que você ganha mais, deixa eu cozinhar em paz, menino! - Byeol o empurrou para fora da cozinha.
- Sim, senhora. - Bateu uma continência, rindo da falsa expressão irritada de sua mãe. - Eu te amo, noona. - Voltou a abraçá-la, sorrindo grande com o carinho que passou a receber nos cabelos.
Gostava sempre de declarar que era um moleque, mas que amava a pessoa que cuidou de si a vida inteira, com todo o seu coração.
- Eu também te amo, querido. - Noona o apertou na mesma intensidade, claro, não com a facilidade de antes, quando seu TaeTae tinha apenas cinco anos de idade. - Vai lá, eu preciso terminar os temperos dos pratos salgados.
Com o sorriso quadradinho, Tae se afastou escondendo os presentes sob algumas tralhas coloridas dentro do raque, antes de abrir as portas de vidro e fechar rapidamente ficando do lado de fora, caminhando até o mais novo abraçando o próprio corpo.
- Achei você, Ggukie. - Anunciou ainda com o quadradinho nos lábios, atraindo a atenção do garoto coelho, que estava concentrado em escolher as folhinhas mais verdes e bonitas e cheirosas, que lhe encarou com o olhar arregalado, mas também sorrindo.
- Me achou, hyung. - Ggukie confirmou, exibindo os dentinhos.
E por alguns segundos, ficaram em silêncio apenas se encarando, depois de um dia inteiro sem se verem ou conversarem.
- Como foi a sua tarde no trabalho?
Tae só conseguiu suspirar, observando o brotinho nos lábios vermelhinhos, quase desabrochando. Jeongguk sorria segurando a cestinha, realizando uma tarefa pequenina, mas que parecia enorme por poder estar ajudando.
O anjo era muito especial.
- Hyung?
Taehyung chacoalhou a cabeça, sentindo seu rosto esquentar sob o olhar opaco atento, curioso.
- F-Foi boa, poucas coisas para resolver, m-mas assinei muitos papéis, mão minha chegou a- não! A minha... - Soltando uma risadinha nervosa, o mais velho afundou-se no casaco, escondendo as bochechas coradas.
Estava agindo feito um bobo de novo, o menor até mesmo soltou uma risadinha, rindo de sua cara. Pensava.
Já o orelhudo, não se conteve, a presença de seu príncipe era indescritivelmente boa e engraçada e... muito fofa.
- Deve estar cansado, hyung.
- E a sua tarde? Como foi?
Acabaram por falar ao mesmo tempo, rindo com a situação atrapalhada.
E ah, o Kim gostava muito de ouvir a risada do mais novo, sua vergonha até tinha passado.
- Estou ajudando a noona, - O menor falou, o sorriso se tornando tímido com o olhar do príncipe em si, esse que novamente se perdeu observando o rosto bonito por um tempinho. - f-foi boa.
- Isso é muito bom, Ggukie! - Uma rajada de vento frio os acertou, fazendo o acastanhado tremer os lábios. - Precisa de ajuda para colher?
Tudo o que o mais velho queria era chamá-lo para entrar, e talvez, fingir estar muito cansado para poder cochilar em seu ombro, recebendo o calor e o cheirinho de limão, mas também gostaria de conversar, ouvi-lo contar sobre tudo o que viu na televisão, ou, aprendeu com noona durante o dia.
- Não, eu já terminei de colher tudo o que a noona pediu. - O pequeno Jeon respondeu, conferindo as hortaliças na cestinha.
- Então vamos entrar, está congelando aqui fora. - Concordou, retendo o riso com o jeitinho do príncipe, em abraçar o próprio corpo com os lábios levemente arroxeados. - Que tal assistir algum filme antes da ceia?
- Eu quero, hyung.
Ggukie assentiu freneticamente, afinal, também pensava no cheirinho bom de morango e chuva que vinha do príncipe quando ele ficava tão perto de si, com a cabeça em seu ombro, no que sentia recebendo o calor do belo homem.
E quando estava prestes a sair do cercadinho, elétrico com a sugestão que recebeu, arregalou os olhos, acabando por tropeçar na elevação de madeira que impedia a neve de invadir o espaço protegido, pendendo para frente.
As roupas grossas e pesadas dificultaram colocar o outro pé para fora do cercadinho rapidamente, e seus instintos lhe avisaram que iria cair na neve fofinha.
Fechou seus olhos com força esperando pelo impacto, porém seu coração disparou ainda mais acelerado quando seu rosto se chocou contra o peitoral do mais velho, e sua cintura foi segurada pelas mãos grandes, por sorte, o pequeno cesto permaneceu firme em sua mão canhota, enquanto que a direita, agarrou o antebraço do príncipe.
Seu cenho franziu conforme comprimia cada vez mais os olhos, com medo, mesmo sentindo o cheirinho tão bom do seu herói.
- Ggukie! Tá tudo bem?
Prosseguiu quieto, sua mente o pregando uma peça, o fazendo apertar o tecido grosso entre seus dedos e seu corpo passou a tremer levemente, lembrando de como toques ali doíam.
Mas com o príncipe era diferente, suas mãos não machucavam, sua cintura não doía como antes. Era bom tê-lo assim.
Abrindo os olhos, se ergueu devagar, não querendo parar de escutar o coração do príncipe, encontrando o olhar de mel desse preocupado consigo.
- Tá tudo bem. - Sorriu pequeno, se acalmando aos poucos, sentindo seu corpo formigar onde foi tocado, assim que o mais velho se afastou.
- Não se machucou? - Negou, sentindo seu rosto esquentar. - Isso é bom, vamos entrar, senão podemos pegar um resfriado. - Seu rabinho balançou freneticamente, assim como suas orelhinhas dobraram as pontinhas, com a aproximação do príncipe novamente, que ajeitou seu cachecol com um sorrisinho, e em seguida, o puxou pela mão livre, o guiando para as portas de vidro, de volta para o interior quentinho da casa.
Indo diretamente para a cozinha, envergonhado demais para esperar o hyung fechar as portas, entregou a cestinha a noona, sorrindo grande por vê-la sorrir para seu pequeno feito.
- Obrigada querido, - A mesma bagunçou seus cabelos não mais protegidos pela toca, já que o tecido de lã fazia cócegas nas bases de suas orelhas. - agora vão tomar um banho e se arrumar, logo a ceia fica pronta.
- Tá bom, noona. - Ggukie sorriu animado, era algo simples, mas já havia separado uma roupa especial para vestir.
- Nos arrumar para ficar em casa? - Tae choramingou, estava com frio e principalmente com preguiça de fazer qualquer coisa que não fosse tirar um cochilinho.
- É, TaeTae! Eu quero tirar muitas fotos hoje. - O maior sorriu grande, sabia do apego de sua mãe por fotografia, e pelas lembranças que uma foto poderia trazer.
- E a noona ainda tem pólvora para pôr naquela relíquia? - Provocou, a mais velha realmente tinha uma câmera muito antiga e difícil de manusear, mas lhe presenteou a alguns anos com uma profissional novinha em folha, e passou bons dias a assistindo fotografar e sorrir.
Sua segunda mãe também era muito especial.
E estava só testando sua paciência, como sempre gostou de fazer.
- Vai catar coquinho, moleque! Vaza daqui! - Desviou de alguns tapas. - Eu te disse Ggukie, esse menino não gosta de tomar banho.
- Que mentira! - Suas bochechas ganharam alguns tons de vermelho, enquanto, Jeongguk olhava fixamente para si, com o sorrisinho lindo adornando os lábios. - Eu estava só brincando com a noona, não precisava pegar pesado. - Formou um biquinho em falsa frustração.
- Então vá tomar banho logo, senão eu conto ao Ggukie até quantos anos você fez xixi na cama! - O pequeno híbrido gargalhou, se divertindo com a falsa briga dos seus humanos.
- Não-não! Que vergonha! - O rosto do príncipe estava todo vermelhinho, e os olhos opacos não conseguiam desviar. - Eu tô indo, noona! - O acastanhado correu escada acima, deixando os mais baixos rindo divertidos, para trás.
- Vá se arrumar também, querido. - Concordando, Jeon seguiu para a escada, a mente reproduzindo o rostinho vermelho do príncipe desesperado.
Não conseguiu parar de soltar risadinhas, se lembrando.
De banho tomado e bem quentinho, Ggukie foi o primeiro a descer, vestindo uma blusa de manga comprida colorida por baixo de um suéter vermelho bonito, usava uma calça de moletom branca e meias grossas nos pés, seu cabelo estava penteado e dividido ao meio, depois, voltou a colocar o gorro vermelho sobre, trazendo junto consigo um cachecol também branco e uma coberta para cobrir as pernas.
- Está lindo, orelhudo! - Suas bochechas coraram com o elogio que a mais velha soltou, assim que chegou na cozinha.
- E eu, noona? - A voz rouquinha trouxe uma pequena onda de arrepios por seu corpo, junto ao susto pelo mais velho ter chegado logo atrás de si.
- É... tá ajeitadinho.
A mais velha brincou, revirando os olhos com o olhar indignado do Kim em sua direção, da mão apoiada no peito, fazendo o drama que conhecia muito bem.
- Tá bom então, - Tae fingiu secar uma lágrima, provocando. - como estou, Ggukie? - Voltou o olhar para o de jabuticaba.
E o mais novo não o respondeu, apenas continuou o encarando.
Taehyung usava uma calça de outro tecido, preta, com uma blusa mais grossa de lã branca, de gola alta cobrindo seu pescoço, seu cabelo estava um pouquinho úmido penteado para trás, dando um aspecto de estar mais comprido, a testa e as sobrancelhas grossas e bem desenhadas estavam à mostra, deixando o rosto dourado ainda mais bonito, de uma forma que o prendia em si.
- Está muito bonito, hyung. - Falou depois de bons segundos, sentindo as próprias bochechas esquentarem com o rosto vermelhinho e os fios castanhos em apenas um curto momento, totalmente bagunçados outra vez pelas mãos do príncipe.
Sorriu, o hyung não conseguia permanecer com o cabelo arrumado.
- T-Tá vendo só, noona? - O mesmo mantinha os lábios grudados em um sorriso contido, tímido. - O Ggukie me achou bonito.
- Uma vez no ano é bom se arrumar, não é? - Tae mostrou a língua, correndo da cozinha e da mais velha, que tinha um pano esticado em suas mãos, pronto para acertá-lo. - Moleque! Também não falo mais que está gatinho!
- Que estou gatinho eu já sei!
A governanta riu apoiando o tecido branco no ombro direito, já não sabia mais quem era mais infantil ali.
- Pode ir junto com o TaeTae, orelhudo, já está quase tudo pronto.
- Noona, não quer ajuda? - A mesma sorriu acariciando o rosto bonito do mais novo.
- Mais tarde, para arrumar a mesa, sim? - O garoto coelho assentiu, se afastando em direção ao seu outro menino, se sentando ao seu lado no sofá.
- Começamos um filme agora? - Ouviu Tae sugerir enquanto passava pelo corredor em direção a seu quarto, afinal, também queria estar bem arrumada para a ceia.
Passados alguns minutinhos de um filme antigo de natal que escolheram, ambos os rapazes se mantinham em silêncio, não estavam concentrados nas imagens, e sim, na estranha e ao mesmo tempo boa sensação de suas aproximações.
Jeongguk havia compartilhado sua coberta com o mais velho, que logo foi apoiando a cabeça em seu ombro, assim seguindo trocando poucas palavras, era a primeira vez que o Kim permanecia acordado.
- Eu montava a árvore de Natal com a minha mãe todos os anos. - Esse começou puxando um assunto enquanto observava a árvore ao lado do raque, sorrindo, sentindo aquela batida de saudade na portinha do seu coração, que conhecia muito bem.
- Eu e a vovó tínhamos uma árvore bem pequenininha, nós enfeitamos juntos todos os anos também, - Ambos soltaram sorrisos sinceros, observando a árvore, piscando tão cheia de cor e luz. - mas aquela nem se compara a essa.
- É um momento especial com quem amamos, não é?
- Sim, - O híbrido concordou, tentando ver mais de seu príncipe, o belo rosto, que via parcialmente, expressava o quanto o hyung sentia falta de sua mãe. - e pra mim está voltando a ser. - Confessou.
Entendia o mesmo, pois sentia a mesma falta de sua avó.
- Pra mim também. - Seus olhares se encontraram e se perderam um no outro quando Tae se afastou para pegar o controle, ambos com os pensamentos cheios de nozinhos, temendo que seus corações pudessem ser ouvidos fora da bolha que criaram ao seu redor.
- O que fazia com sua mãe depois de montar a árvore? - Timidamente, tocou o topo da cabeça de fios macios, rindo de forma muda com a rapidez do hyung ao voltar a deitar em seu ombro.
- Lembro que nós corríamos em volta brincando, e depois assistíamos algum filme de natal se empanturrando de doces, - Tae sorriu nostálgico, não percebendo o olhar de noona, da cozinha, sobre si, que também se lembrava desses momentos, de como seu menino brilhava na sua época favorita do ano. - no outro dia eu acordava e embaixo dela tinha um presente, e eu realmente acreditava que o Papai Noel existia até descobrir que era a mamãe que colocava lá. - Riram, aproveitando o momento gostoso perto da lareira discreta afastada do raque. - E como era com a sua avó?
- Era mágico, eu era muito feliz com a minha avó, nós brincávamos e comíamos a noite toda, - Ggukie riu baixinho com a lembrança, o que refletiu nos ouvidos do empresário como um doce ronronar vindo do peito acelerado. - a árvore da vovó não tinha altura caber para um presente embaixo, mas ficava do lado, ela dizia que o Papai Noel perguntava e ela respondia que deveria ser só para mim,
Tae sorriu emocionado, o coelhinho tinha um lar, que pudesse realmente chamar de seu, tinha um pedacinho de todo o céu que merecia com a avó.
- eu ganhei apenas um, porque eu pedi para ela ganhar também,
Suspirou, o anjo era realmente muito especial.
- ganhei uma caixinha de música mágica naquele natal, que tocava um soneto que tirava o medo e me ajudava a dormir,
Taehyung sentiu um aperto em seu peito, mas não deixou de sorrir ouvindo a voz melodiosa soar firme e nostálgica.
- eu guardei ela com todo o meu coração...
Ggukie fechou os olhos por um breve momento, apreciando o sorriso da Jeon lhe contando histórias, não deixando que a lembrança triste do primeiro natal sem a mais velha o dominasse.
Deu um passo maior que aquele nozinho.
- É tão lindo Ggukie, - O maior foi sincero, se afastando novamente para conseguir encarar o rosto do anjo. - você é muito forte. - Recebeu como resposta um sorrisinho tímido.
- Obrigado, Tae hyung. - O olhar apagado ameaçou uma pequena faísca. - A sua lembrança de natal também é muito bonita.
- Obrigado, pequeno.
O Kim gostava de como o moreno estava mais tagarela, seus momentos preferidos do dia eram quando o ouvia falar, mais ainda, quando as palavras que Jeongguk dizia o faziam sorrir, significava que eram lembranças boas que o invadiam, e desejava que ele só as tivesse assim, que o medo, a dor e a angústia, nunca mais voltassem a atormentá-lo.
O anjo só deveria ver e se lembrar das coisas bonitas.
- E-Eu. - Percebeu que ficou tempo demais o encarando, outra vez, desviando o olhar para a televisão, engolindo em seco sob o olhar doce de jabuticaba.
N o entanto, Tae se sentiu salvo pelo gongo quando o interfone tocou chamando a atenção de Ggukie, e poucos minutos depois, a mais velha que tentava esconder as lágrimas, denunciando que ouviu a conversa, saiu da cozinha e abriu a porta.
- Byeol noona! Que saudade! Feliz natal! - O híbrido de gato passou feito um furacão, apertando a mesma em seus braços, chegando a tirá-la do chão.
- Meu gatinho preferido! Quanto tempo! Feliz natal, querido! - Byeol riu baixinho, ainda que sentida, o apertando também.
- Boa noite, galera, feliz natal! - Yoongi passou pela entrada, menos eufórico que o garoto felino de cabelos alaranjados. - Como vai a coroa mais bem sucedida do pedaço? - Exibiu as gengivas com o carinho que recebeu nas bochechas.
- Você e o TaeTae não tem jeito mesmo. - O outro negou, sorrindo sapeca.
- Trouxe para ver se passa por sua aprovação, - Estendeu uma tigela média. - eu mesmo que cozinhei, noona.
- Yoonie está quase profissional na cozinha, noona! - Jimin exclamou, olhando orgulhoso para seu namorado lindo. - Ganhei até uns quilinhos a mais.
- Bom mesmo que esteja cuidando bem do meu menino, Yoon, - Byeol brincou. - seu prato está tão cheiroso, mal vejo a hora de experimentar.
- Estou ansioso.
Taehyung revirou os olhos, o melhor amigo só não se gabava para sua mãe, pois de acordo com ele, desde a creche, só a mesma sabia fazer os lanchinhos.
E o cara de pau do Min já tinha admitido, que muitas vezes vinha fazer trabalho, ou, jogar vídeogame consigo, por causa do lanchinho da tarde.
- Vamos, se sentem, - Os olhares dos amigos se encontraram, logo os dos mais velhos pairando sobre Jeongguk, que de olhinhos arregalados, se levantou junto ao príncipe, apenas para se esconder atrás desse. - fiquem à vontade garotos.
Então, noona foi para a cozinha saltitando, adorando ver a casa cheia outra vez.
- Hyungs! Que bom que vieram! - Tae se aproximou trocando um abraço rápido com os mesmos, afinal, passaram o dia todo juntos na empresa.
- Claro, a comida da noona é a melhor. - Ouviram um resmungo agudo e engraçado, de ego totalmente inflado, vindo da cozinha.
- Puxa saco. - Tae cruzou os braços, alfinetando.
- Mão no saco. - Revidou o Min.
- Olha a baixaria vocês dois, - Apesar de repreendê-los, os olhos castanhos do Park estavam focados nos negros, do ser parcialmente escondido. Fofo. - Tae, não vai nos apresentar seu amigo?
- Claro! - O acastanhado riu baixinho, olhando por cima dos ombros encontrando o olhar de jabuticaba fixo nos estranhos, as mãos branquinhas segurando a coberta com certa força. - Ggukie, eles são meus amigos, hyungs para mim também, - Sorriu grande quando o moreno deu um passo, parando ao seu lado, ainda que remexendo o narizinho olhando atento para os mais velhos. - trabalham comigo, - Falou calmamente. - O humano é Min Yoongi, - Se curvou minimamente para pode sussurrar. - o Lula Molusco, - Ggukie soltou uma risadinha baixa, encarando o outro acastanhado, já descontraído. - e o híbrido de gato é Park Jimin, namorado do Yoon hyung. - Jeon assentiu, repuxando os lábios para os citados.
- Prazer, Jeongguk. - Exibiu os dentinhos avantajados para o humano branquelo.
- Prazer, hyung.
- Prazer, coelhinho,
O felino se aproximou devagar, de longe pôde sentir o cheiro podre dos senhores maus ainda impregnado no corpo de Jeongguk, e só os dois poderiam sentir, seu peito se comprimiu, realmente não fazia muito tempo que Tae tinha o salvado.
- Prazer também, hyung.
- como você está se sentindo? - O moreno passou alguns segundos apenas o encarando, compreendendo sua pergunta.
- Muito bem, de verdade, obrigado, - Trocaram sorrisos singelos. - e você?
- Melhor agora, você é muito fofo! - De surpresa, o maior lhe agarrou, esfregando a bochecha contra a sua ronronando, o que lhe arrancou uma risadinha.
Jeongguk não teve medo, o cheiro amadeirado do outro o fez confiar automaticamente, exatamente como quando conheceu sua amiga panda.
- Vamos ser bons amigos. - Sorriu com o brotinho mais largo em seus lábios, teria mais um amigo com uma metade característica especial.
- Vamos sim, hyung.
- Garotos! - Byeol parou no batente da porta, sorrindo grandemente os assistindo. - Eu preciso de ajuda para levar tudo até a sala de jantar, vamos usar a mesa de lá hoje. - Sua animação era quase palpável, contagiando os mais novos.
- Eu ajudo, noona! - Ambos os híbridos responderam ao mesmo tempo, soltando uma risadinha pela situação.
- Vamos! - O Park se afastou agarrando uma das mãos do mais baixo, que também largou a coberta sobre o sofá, o puxando em direção a governanta. - Quero que me conte tudo! Sabe, eu posso te ajudar em algumas coisas.
Ggukie falhou em reter um risinho, se divertindo com o jeito doidinho do felino. Ele também era engraçado.
Já Tae, suspirou assistindo-os se afastar, sabia que seu hyung iria ser uma grande e boa influência ao moreno, o incentivando a falar e se expressar mais.
- Tae, limpa aqui. - Desviou o olhar para o outro hyung, que passava o indicador embaixo do lábio inferior e franziu o cenho.
- O que? - Imitou seu gesto, confuso.
- A baba que escorreu.
Yoongi caiu na gargalhada.
- Seu palhaço! - O mais novo inflou as bochechas, tentando acertá-lo com uma almofada.
- Bom. - Noona que havia retornado à cozinha para pegar mais coisas, foi interrompida pelo interfone soando outra vez, encarando Tae antes de ir atender, confusa igualmente, afinal, não esperavam mais ninguém.
Porém, apenas o enorme sorriso da mais velha ao atender o aparelho, foi o suficiente para saber que era uma visita muito esperada.
- Olha quem voltou! Feliz natal, gente!
Jung Hoseok passou pela porta aberta às pressas pela governanta, que lhe agarrou em um abraço.
- Meu querido! Que saudade de você! Finalmente voltou para nós!
- Eu também estou. Ai! - Taehyung e o casal mais velho riram assistindo o belo peteleco que recebeu, e Ggukie se aproximou um pouco do felino, encarando o mais novo estranho com curiosidade.
- Isso é para você aprender a não dizer que vai passar duas semanas fora do país a trabalho, e voltar só depois de um ano, moleque!
- Desculpa, noona! - Hoseok formou um biquinho nos lábios, sendo novamente abraçado por Byeol.
- O que importa é que está de volta.
- Claro, o que seria de vocês sem mim? - A sala foi preenchida com as risadas de todos.
- Com certeza, nada. - Tae lhe deu um abraço apertado depois de sua mãe, em seguida, o casal.
- Eu se. - E mais rápido do que pudessem contar em segundos, o olhar castanho encontrou o garoto coelho, o Jung empurrou os amigos praticamente correndo até Jeongguk, que arregalou os olhos ao ter as bochechas amassadas pelas mãos frias.
- Que garoto mais fofo! Como se chama? Quando chegou no nosso grupo de amigos? Como assim ninguém me apresentou você?!
- Eu sou Jeon... - O moreno falou em meio ao biquinho formado pelas bochechas comprimidas. - Jeongguk, prazer. - Os cheiros dos humanos eram bons, não tinha mais medo.
- Nós vamos proteger o Ggukie agora. - Yoongi comentou sorrindo pequeno, e então Hoseok entendeu o que quis dizer nas entrelinhas.
- Oh sim! Vamos cuidar de você! - As bochechas gordinhas foram ainda mais amassadas.
- Tá legal, já chega!
Tae afastou as mãos gélidas da pele vermelhinha pelo atrito, notando a expressão surpresa suavizar no rosto do coelho.
- Não dê muita bola pra esse bobão Ggukie, - Provocou, tentando camuflar a pitada de ciúme que sentiu. - é só o jeito Hoseok de ser, ele também é hyung. - Sorriu grande, observando o mais novo concordar e exibir os dentinhos igualmente.
- Aigoo! Eu só achei esse coelhinho fofo! - O Jung inflou as bochechas, cruzando os braços. - Você ainda é o meu bebê TaeTae, não se preocupe. - Retrucou, também provocando.
- E eu?! - Jimin perguntou, soltando um miado baixinho e manhoso.
- Você também é meu bebê! - Hoseok voltou a abraçá-lo. - Dá o Jiminie pra mim, Yoon?
- Cê tá louco?!
O Min arregalou os olhos, puxando o felino e se aconchegando em si, ficando na frente desse para o "proteger" do amigo.
Os outros riram, adoravam tirar uma com a cara do baixinho, grudento e manhoso, o que o viam sendo só com o namorado.
- E o coelhinho, Tae?
No mesmo momento, o acastanhado foi em direção ao moreno, assim como o mesmo o encontrou na metade do caminho, quase se escondendo atrás de si novamente.
- Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva! Jeongguk é livre! - Sua fala contornou um sorrisinho tímido nos lábios vermelhos. - O Jimin hyung nem tanto...
Acabaram por gargalhar, observando o felino revirar os olhos e enlaçar o tronco do namorado de expressão irritada.
- Vocês não têm dó de mim? Sou apenas um solteiro solitário...
- Você precisa criar juízo antes, querido. - Byeol noona respondeu vindo da cozinha, oferecendo um prato com petiscos e pedaços de carne vermelha, para beslicarem.
- Justo. - O Jung teve de concordar, ainda que formando um biquinho nos lábios.
[...]
Um bom tempo depois, os garotos juntos da senhora de meia idade, permaneceram na sala, conversando e inventando passos de dança com as músicas que tocavam no rádio, para aumentar a alegria e animação da casa.
- Então... - Ggukie escutou a voz presunçosa do gato e sua aproximação, movendo as orelhinhas em direção ao som, enquanto, permanecia sentado ao pé da escada, assistindo os hyungs se provocando. - você está conseguindo seguir em frente? - Sorriu pequeno, encontrando os olhos castanhos, e se arrastou um pouco para o lado, dando espaço para o maior se sentar.
- É um pouco difícil passar por cima dos nozinhos da minha mente, - Respondeu com sinceridade, suspirando discretamente. - mas eu me sinto bem aqui, eu confio na ajuda e nos meus humanos.
Jimin sorriu grande, apertando os olhos pequenos, estonteantes.
Ggukie o achou fofo.
- Isso é muito bom, - O Park também assistia aos outros, principalmente o namorado. - aqui não vai ter preocupações, terá uma vida, Ggukie.
O garoto coelho repuxou os lábios, queria muito poder concordar.
- A psicóloga Hyubi disse para eu não ficar pensando muito no tempo que tenho livre. - Jimin assentiu, era maravilhoso que seu novo amigo fizesse o processo psicoterapêutico, afinal, muitos híbridos, mesmo livres, não conseguiam realizar um.
- E também nem precisa, eles não tem como encontrar você. - Jeongguk franziu o cenho, o encarando.
- São muito perigosos, podem arrumar um jeito. - Meu pai principalmente. Pensou.
- Ainda que tenha, não podem pedir ajuda, é um crime nojento, eles arrancam de nós nossos direitos de vida, nossos direitos humanos, e a polícia hoje em dia jamais vai ficar do lado deles, eu fiquei livre assim, como você.
- Livre... - Repetiu, aquela palavra parecia tão inalcançável.
- É, eles foram burros e até tentaram me tirar do Yoonie, mas não conseguiram, - Jeongguk soprou um risinho, feliz pelo amigo ter permanecido ao lado do seu herói. - eu acabei matando um dos senhores maus naquela noite, - Seus olhos se arregalaram, o que arrancou uma risadinha do felino. - e na justiça fui inocentado, porque agi em defesa própria, hoje eu sou livre, mas corri os mesmos riscos que você vai correr.
- Acha que eu tenho a mesma chance também, hyung? - Jeongguk perguntou baixinho, porém sentindo seu coração acelerar ainda mais com o sorriso aumentando nos lábios volumosos do outro, como uma resposta sem palavras.
- É claro, - Jimin ergueu a mão destra devagar, bagunçando seus cabelos. - e agora você está com a gente, acha mesmo que vamos deixar alguma coisa te acontecer?
O coelho sentiu seu corpo todo aquecido.
- Obrigado, hyung.
- Não precisa me agradecer, eu entendo tudo o que passou. - Concordou, observando com atenção algumas marcas no pescoço de Jimin. Cicatrizes. É, ele o entendia muito bem. - Mas vamos falar sobre o Tae.
O mesmo mudou de assunto, e seu rosto passou a esquentar estranhamente, sem sua permissão.
- O que quer saber? - Perguntou baixinho, tímido.
- Como você se sente com ele?
- O hyung cuida de mim.
- Só isso? - O Park quase formou um biquinho nos lábios, mas se conteve, afinal, tinha pouco mais de um mês que Tae havia salvo seu novo amigo.
- Ele é meu amigo, eu gosto de estar perto do Tae. - Foi tudo o que disse, era vergonhoso demais contar detalhes, como sua amiga psicóloga sempre pedia.
Mas afinal, si e seu príncipe faziam coisas de amigos, e só.
- Fico feliz que tenha encontrado o que precisa nos seus humanos. - Sorriu, era bom ouvir palavras bonitas, Jimin já havia se tornado um bom amigo. - Agora, por que está aqui, e não pertinho do TaeTae, huh?
Seus olhos desviaram para o acastanhado, que antes discutia com os outros, até que ficou decidido que Yoongi teria a primeira dança com noona e ele com Hoseok.
Riu baixinho, as expressões dos mesmos sobre o mais baixo eram engraçadas.
- Ele está se divertindo. - Comentou.
- Então vai lá se divertir com ele também, eu vou puxar o meu namorado pra mim já-já. - Apesar de trocar uma risadinha com o mais velho, seu coração retumbou em suas orelhas de tão forte que pulsou de repente, enquanto, seu olhar atento acompanhava o rosto do belo homem.
Mordeu o interior das bochechas, tudo o que tinha feito estando tão perto do príncipe, foi carinho em seus cabelos.
Seria ainda, só alguma coisa?
A música que tocava trazia alegria, o enchia de pensares e sentimentos bons.
Mas tinha um problema.
Quando sua avó chegava na parte da valsa em suas histórias, sonhava acordado, com seu príncipe o tirando para dançar e permanecendo bem pertinho de si, o olhando profundamente, esquecendo-se de todo o resto do salão.
A realidade era bem diferente, não sabia dançar e sequer saberia o que dizer se fosse até o mais velho no momento.
Começou de forma errada a aproveitar o tempo que tinha livre. Ou será que não?
- Não vai aprender a dançar só olhando, Ggukie,
Saiu do meio de seus pensamentos cheios de nozinhos acerca do hyung, encarando o gato surpreso, como se ele tivesse lido tudo o que se passou em sua mente naqueles segundos.
- sua expressão te entregou, - O Park justificou sorrindo, se erguendo e o puxando junto, indo para o meio da sala com os outros. Seu corpo todo enrijeceu, nervoso. - Tae, o Ggukie quer aprender a dançar.
Então o felino o abandonou na frente do príncipe, puxando o outro hyung e o levando consigo.
- Se sente bem, Ggukie? - Os olhos negros encontraram os de mel, depois de alguns segundos. - Digo, - Tae coçou a nuca, sorrindo de forma nervosa. - eles chegaram de surpresa e.
- São pessoas boas e especiais para o hyung, - Trocaram sorrisos tímidos. - eu me sinto bem.
- Eu fico muito feliz, Ggukie,
Taehyung mordeu o lábio inferior discretamente, tentando não agir feito bobo, desviando o olhar para o relógio, em forma de moto, no raque, exibindo os trinta minutos restantes até a meia noite.
Ao redor, observou seus amigos irem para a cozinha com o chamado de Byeol noona, e saírem carregando os pratos quentinhos em direção a sala de jantar, distraídos.
Era o momento de entregar as luzes ao moreno, antes que a ceia começasse.
- vem comigo? - Chamou, estendendo a mão em direção a Jeongguk, sorrindo apesar do rosto todo avermelhado, o que não sabia que mantinha os olhos opacos presos em si.
- Pra onde? - O mesmo repuxou os lábios, encontrando suas mãos sem hesitar.
- Vou te ensinar a dançar, em outro cenário.
Esperou calmamente o assentir do baixinho, entrelaçando seus dedos os guiando até as portas de vidro da sala. Ambos colocaram os casacos e tocas e cachecóis coloridos, que estavam pendurados no cabide de pernas ao lado, antes de deslizar as duas partes de vidro e o vento frio lhes acertar o rosto.
- Que música gostaria de dançar?
Tae perguntou sorrindo grande, levando-o para debaixo da maior árvore do jardim, sua melhor amiga e confidente naquele momento.
O pequeno Jeon apenas continuou o encarando, só tinha uma sugestão e não, era vergonhoso demais pedir uma valsa como nos contos de fadas.
- Eu não sei, - Respondeu, observando suas mãos entrelaçadas. - o hyung pode escolher.
- Deixe-me ver... - Fazendo graça, o mais velho apoiou o dedo indicador e polegar no queixo, a expressão pensativa, conseguindo um risinho soprado do moreno todo envergonhado. - ah! Me lembrei de uma muito bonita. - Seus olhares se conectaram.
Calmamente, Tae balançou o corpo incentivando o coelhinho a fazer o mesmo, no tempo que, começava a "cantar" uma melodia doce e suave, que o pequeno Jeon não conhecia, mas gostou, não ouviu a original, mas precisava ouvir somente a voz grossa e rouquinha que tudo por si só já se tornava uma bagunça de sensações boas.
Desviando seu olhar do de mel do príncipe, observou suas mãos entrelaçadas, aquele era um jeito novo e engraçadinho de dançar.
Tentando convencer seus nozinhos a serem mais corajosos, separou sua mão canhota da quentinha e macia, respirando fundo antes de guiá-la até sua cintura, sentindo novos arrepios passearem por seu corpo ao novamente ter aquele toque gentil do príncipe.
Seu coração disparou ainda mais acelerado.
Sendo sua vez, o acastanhado soltou a destra gelada, guiando a outra para seu ombro, suspirando com o peso leve e delicado, mordendo o interior das bochechas sentindo falta do olhar redondinho e opaco sobre si.
Voltando a entrelaçar suas mãos livres, aproximou seus corpos.
Ggukie prendeu a respiração sem perceber, sendo inundado pelo som desesperado do coração do mais velho, assim como com o cheirinho de morango e chuva. Se permitiu aproximar mais, buscando muito mais daquela sensação de proteção, e de uma outra nova, mas essa era difícil de nomear.
Olhando para baixo, tentou acompanhar os passos lentos do príncipe, pegando facilmente o jeito, sorrindo grande e animado, seu rabinho passou a balançar freneticamente, junto às suas orelhas dançando e dobrando as pontinhas, que arrancavam suspiros de Taehyung.
"The question is why, why are we here?"
Então ele começou a cantar, e por um momento foi como se todos os outros sons tivessem desaparecido.
Existia somente a voz do príncipe e o timbre rouco sendo sentido por suas orelhinhas, que captavam suas vibrações.
Se deixou ser guiado, se deixou sentir e aproveitar aquele momento.
"To say our hellos and goodbyes, then disappear
This beautiful life, what is it for?
To learn how to master peace or master war?
There's only one answer that matters
Even if your heart has been shattered
Whatever you want, whatever you are after
Love is still the answer
Love is still the answer"
Riu baixinho e envergonhado por ter pisado no pé do mais velho, sendo acompanhado pelo hyung que acabou na mesma situação, seus corpos balançando cada vez mais unidos, enquanto, existia a pausa na letra e a melodia era cantada como o ronronar de um gatinho.
Jeon não sabia explicar o quanto era bom, mas tinha certeza que era muitas vezes mais do que sentiria em uma valsa em um salão aglomerado de um reino inteiro.
Era melhor que a fantasia, do que sonhava.
"Love, love, love, love
Love, love, love, love"
O príncipe foi baixando seu tom de voz, colando seus corpos um pouco mais, e discretamente, farejava seu cheiro doce, a fragrância de morango que lhe trazia paz e a sensação de proteção.
Tae era realmente seu herói, sentia que nada poderia machucá-lo.
E gostaria que fosse assim para sempre, mas precisava manter seus pés no chão, mesmo até, com o que seu amigo gato de sardas falou.
Tentou pensar em mais coisas, entretanto, percebia que a melodia chegava ao fim e ela lhe puxava para aproveitar mais um pouquinho, até o final e os segundos de um silêncio confortável que seguiu ao terminar a música
E conseguindo juntar toda a coragem que tinha naquele momento, ergueu o rosto da lã branca da blusa cobrindo o peitoral do príncipe, que sentiu vontade de resvalar suas bochechas pela maciez e aroma gostoso, encontrando seus olhos com os de mel.
Os observou faiscarem intensamente, Taehyung refletia sua imagem no olhar, uma imagem sem brilho, ou, sem tanta importância, mas que parecia especial em seu ver.
Sentindo o rosto esquentar, se forçou a esquecer as palavras de noona ditas mais cedo, desviando seus olhos para os cabelos bagunçados e macios, notando os floquinhos de neve condecorando os fios, colocando como se fosse uma coroa de flores branquinhas sobre a cabeça do hyung.
- Está nevando... - Comentou, ainda admirando os milhares de beijinhos que Tae recebia nos cabelos. - é bonito.
- Sim... é muito bonito, - Taehyung sentiu suas bochechas esquentarem, podendo assistir os floquinhos refletidos no olhar escuro. - tive uma ideia, - Acariciou o dorso da mão conectada a sua.
- O que?
- imagine, que somos nós dentro do globo de neve que sua avó te deu, - Não foi difícil para Ggukie criar essa imagem em sua cabeça. - eu quero te dar um presente, mas preciso que feche os olhos, é uma surpresa, tudo bem? - Assentiu sem pensar duas vezes, concentrando seus sentidos para tentar adivinhar o que o hyung iria fazer, assim que fechou as pálpebras.
O Kim recuou alguns passos até as portas da sala, abrindo-as para ter alcance a tomada atrás do cabide de pernas, conectando a ponta do fio ali, vendo o jardim inteiro se iluminar no mesmo segundo.
Seu peito voltou a acelerar, estranho e cálido, até porque, estar com o garoto coelho o deixava calmo e em paz, ao mesmo tempo que o deixava agitado e desengonçado.
- Pode abrir os olhos, Ggukie. - Pediu, assim que voltou a ficar em frente ao mais novo.
O citado abriu os olhos devagar, encontrando rapidamente o que dava cor ao redor de seu príncipe. Pelos vidros das portas, enxergou o jardim iluminado, mas queria ver tudo de perto, e com o coração a mil, foi se virando devagar, absorvendo todas aquelas cores e luzes. Parecia mágico como o soneto de sua caixinha de música; como a casquinha de sorvete no shopping; como os toques e o colo do hyung.
Seus olhos varreram o local colorido. Encontrou três anjinhos brilhando na cor prata, um em cada extremidade do jardim; duas renas douradas próximas a árvore mais afastada, de frente uma para a outra; pequenos elfos oscilavam seus chapéus em várias cores, espalhados pela neve fofinha; algumas estrelas estavam fixas no muro, outras no cercadinho da horta, e Jeongguk sorriu grande, ela estava ainda mais linda; haviam outros cercadinhos com presentinhos também brilhantes; alguns pinheiro falsos eram cobertos de floquinhos de neve; luzes de pisca-piscas criando até mesmo um caminho sobre a neve fofa, chegando no banco enfeitado com bengalas e um boneco de neve bonito; e na árvore do meio, a maior, as luzes iluminavam seu tronco até os galhos, esses que pareciam ter vidros pendurados, cheio de vagalumes dentro, eram as luzes mais bonitas que já viu também, mesmo sabendo não ser dos insetos e ficou feliz por não vê-los presos.
- É... tudo tão lindo, Tae hyung. - Disse baixinho, olhando para o maior assim que ele parou ao seu lado.
- E é todo seu, Ggukie. - O coração do coelho retumbava em suas orelhas, o deixando desnorteado e encantado.
- O hyung já sabe me responder o por que? - Se aproximou um pouco mais de Tae. - Por que está me dando tudo isso?
Seus olhares se prenderam um no outro.
- Não sei te responder com todas as certezas, - Taehyung abaixou o rosto, envergonhado. - mas uma delas, é que eu quero te ajudar a reacender essas cores dentro de você outra vez, essas não chegam nem um pouquinho perto das que enxergo em você, Ggukie.
Os olhos negros se inundaram, enquanto, passeou os mesmos mais uma vez pelo belo jardim, contendo aquela explosão em seu peito outra vez.
- Obrigado hyung, - Timidamente, tocou a mão quentinha, lhe dando um aperto suave. - por também ser uma luz e me ajudar sem nem perceber.
Aquela confissão pegou o acastanhado de surpresa, que engasgou-se com o ar arrancando uma risadinha e fungada do menor, que exibia os dentinhos de forma linda, com as orelhas dançantes e os olhos brilhantes em lágrimas
- Então eu acho que estamos quites.
Confessou o maior, nas entrelinhas.
Já na sala de jantar, o clima estava um pouco diferente do cheio de cores e paz e sentimentos estranhos e nozinhos.
Estava mais pra uma competição de olhares e o vencedor seria aquele que aguentasse a curiosidade até o final.
- Então... - Hoseok começou, passando os olhos pelos amigos e noona pela milésima vez.
Todos estavam ao redor da extensa mesa, em um silêncio que denunciava que queriam saber, em sincronia em suas mentes.
- vamos ficar aqui mesmo? - Cruzou os braços, perguntando o que sabia que os demais também desejavam, discretamente.
- É feio bisbilhotar, hyung! - Jimin lhe deu um peteleco no braço direito, tornando a cruzar os braços igualmente, sendo denunciado pelas orelhas e rabo, alaranjados, se movendo inquietos. - Deixe eles curtirem esse momento.
Passaram mais alguns minutos em silêncio, encarando um ao outro.
- Ok, quem mais quer dar uma espiadinha?
Yoongi perguntou de uma vez, batendo o pé contra o chão constantemente, começando a se remoer pela curiosidade.
- Eu! - Os outros três responderam ao mesmo tempo.
- Não era feio bisbilhotar, Jiminie? - O Jung provocou, enquanto, caminhavam às pressas para fora da sala de jantar.
- Vai ser só dessa vez. - O gato lhe lançou um rosnadinho.
Não gostava da ideia de invadir a privacidade dos garotos cheios de nozinhos nos pensamentos, que se conheciam e talvez pudessem estar permitindo algo de crescer ali.
Mas precisava ver com seus próprios olhos como estavam indo.
- Todos fiquem bem quietinhos. - Byeol noona sussurrou assim que chegaram na sala, indo nas pontinhas dos pés até as portas de vidro, as arrastando sem fazer qualquer ruído, para conseguirem ouvir a conversa dos mais novos.
E esses estavam longe de perceber suas presenças, assistiam as luzes juntos, de mãos entrelaçadas e confissões mudas.
- O que significa?
Tae desviou o olhar do jardim para o negro e opaco, se perdendo na expressão tão bela o encarando também.
- Sabe... a letra da música.
Sorriu exageradamente, de repente ficando tímido com aquele pedido.
- Ela diz que...
O ar pareceu ter fugido de seus pulmões, não parecia mais ser algo fácil simplesmente falar, não com aqueles olhos em si daquela forma, refletindo o brilho das luzes de seu presente, não sendo ainda o seu próprio.
- que apenas uma resposta importa,
Ganhou um aperto suave da mão suada entrelaçada a sua, as doces jabuticabas junto ao narizinho inquieto, curioso. E era tão fofo e lindo, mesmo que não conseguisse sustentar o encontro de seus olhares.
- que mesmo que seu coração tenha sido despedaçado, muito ferido, - Sorriu pequeno, respirando fundo, tomando coragem. Não era muito tímido, mas aquela letra, de certa forma o deixava assim. - o que quer que você queira agora Ggukie, o que quer que sejam seus objetivos, - Finalmente conseguiu voltar a encarar o dono dos olhos apagados. - o amor será a resposta.
A brisa fria se chocou contra o rosto quente de Jeongguk, que fechou os olhos soltando o ar por uma pequena abertura de seus lábios, absorvendo todas aquelas palavras de seu herói, junto ao carinho da brisa, que também, lhe dava mais do cheirinho do belo homem.
- Sabe, o medo nos incentiva a fazer escolhas onde o risco é menor, mas se colocamos amor, se damos o nosso amor, ele vai te trazer o melhor. - Tae soltou o ar que sequer percebeu estar prendendo, sorrindo pensando em suas próprias palavras, também tentando escolher.
Até perder completamente os sentidos.
Seu corpo todo ficou molenga, suas mãos passaram a suar mais e tremer levemente, seu coração estava acelerado ao ponto de quase se estrangular em sua garganta, a gravidade pareceu sumir e seus olhos arregalados assistiam somente o ser pequeno abrir os seus.
E eles estavam brilhando.
O garoto coelho havia passado aqueles segundos pensando, se permitindo sentir cada palavra e toque do príncipe, relembrando tudo o que ele fez por si.
Não foi difícil pensar em se entregar àquela nova fase de sua vida, ao que estava sentindo.
Sorriu pequeno apertando as mãos escorregadias de suor contra as suas no mesmo estado.
Deixou seu peito transbordar, sem precisar de uma explosão como da outra vez.
- Você vai me dar o seu amor, Tae?
Aquela pergunta, somada àquela negritude do universo conectada no seu olhar, eram incapazes de deixar a mente transformada em um nó gigante, formular uma resposta.
Tae observava os olhos salpicados de estrelas, essas que não vinham das luzes da casa, ou, do jardim, essas eram vistas somente nos olhos de jabuticaba.
Jeongguk refletia infinitos pontinhos brilhantes, uns maiores, outros mais brilhantes; estrelas cadentes; sistemas planetários; buracos negros; pó estelar; o universo inteiro em um par negresco cintilante e encantador.
Deixou seu coração a prova de se encontrar no meio de todo aquele brilho, o brilho de Jeon Jeongguk, suas primeiras cores e luzes.
- E-Eu sabe, s-sozinho viver escolhi, n-não! E-Eu é s-sozinho melhor, não! Eu.
Tae se calou, era surreal que pudesse estar ouvindo seu próprio coração naquele momento, segurando as mãos branquinhas com ternura, preso no olhar outra vez brilhante.
Tinha cumprido um de seus objetivos, devolveu a luz ao anjo.
- Ggukie, - Chamou, se achando um completo bobo por esse já estar o olhando nos olhos, esperando sua resposta. Sorriu. - eu.
Então, foi interrompido pelas portas se escancarando abruptamente, levando ao chão os três bisbilhoteiros de plantão, e o moreninho, de encontro a seu peito inconscientemente, agarrando seus antebraços.
- Não estávamos espionando vocês! - Hoseok foi o primeiro a se levantar, limpando as mãos na calça, mostrando o coraçãozinho por sorriso nos lábios. Taehyung negou vendo a falta de vergonha na cara do amigo.
- Meow! - Seus olhos se voltaram para o gato alaranjado com as garras de fora, raspando na cerâmica da calçada. - O meu rabo, Hoseok hyung! - No segundo seguinte, o mais alto tirou o pé de cima da extensão peludinha.
- Desculpa, Jiminie! - O citado apenas rosnou para si, trazendo seu rabo para suas mãos, o acariciando na área pisada.
Ggukie soltou uma risadinha os assistindo.
- Alguém me ajude a levantar, - Resmungou Byeol noona. - minhas cadeiras saíram do lugar.
Prontamente os três rapazes a estenderam a mão, tirando-a do chão.
- Foi mal aí, Tae. - Lamentou Yoongi, retirando a neve das mangas de sua blusa, afinal, foi o único a atolar as mãos fora da cerâmica.
- A ideia foi toda do Yoongi! - O Jung acusou.
- Mas você aceitou! - O branquelo rebateu.
- Sem brigas, garotos! - Tae arqueou as sobrancelhas em direção a sua segunda mãe, que riu sem graça ajeitando os cabelos compridos esvoaçados pela queda. - Olha só! Já é meia noite! Que tal irmos para a sala de jantar ceiar? Feliz natal! - Não se aguentou e riu.
- Eu quero abrir os presentes, noona. - Yoongi falou, tentando usar seu melhor tom manhoso.
- Primeiro nós vamos comer! Antes que a comida esfrie! - A mesma o agarrou pela orelha, levando-o para dentro, lançando um olhar bravo para trás quando os outros dois riram.
- Vamos comer. - Jeongguk puxou o príncipe, seguindo atrás dos hyungs.
E no caminho, Tae se pegou preso ainda pensando na pergunta do coelhinho, em como poderia estar indeciso, sendo que toda sua vida desejou e gostou se ser um homem solitário.
Não pretendia ter um companheiro.
Mesmo que se divertindo, o empresário passou a refeição toda pensativo, mas sorrindo e trocando palavras animadas com seus hyungs e noona, sentindo seu peito pulsar assistindo o moreno fazer o mesmo, um pouco mais tímido.
É, a algum tempinho já não tinha mais certeza de nada. Apenas de que, aqueles olhos, os que sorriam junto ao brotinho prestes a desabrochar nos lábios vermelhos, eram incondicionalmente lindos.
Após a sobremesa, em que teve de tirar Yoongi da mesa, o jogando sobre os ombros como um saco de batatas, caso contrário o branquelo comeria toda a torta, todos rumaram de volta à sala, se sentando no tapete felpudo em frente a árvore, ansiosos para abrir e trocar presentes.
- Huh! Um perfume! - O Kim abriu a caixinha sofisticada que o Min lhe estendeu.
- Agora você pode ficar sem tomar banho, Tae.
O Park provocou e todos gargalharam, enquanto Tae experimentava a fragrância, espirrando um pouco em seus pulsos, voltando com o olhar arregalado e rosto vermelho para o hyung.
- Já falei pra vocês esquecerem essa fase da minha infância! - Cruzou os braços emburrado, porém, gostou do presente, o cheiro amadeirado era bom. - Mas obrigado, viu? - Sorriu, se curvando sobre os joelhos, agradecendo, onde estava sentado por cima. - O de vocês ficou no escritório, não pensei que iríamos passar juntos, então entrego depois das férias. - Justificou tentando reter o riso, havia comprado o mesmo perfume cobiçado e novo de linha para os mais velhos.
- Sem problemas.
- O seu ficou lá em casa Hoseok hyung, - Jimin apoiou a cabeça no ombro do mais velho. - dorme lá hoje, aí aproveita e já pega seu presente. - O mesmo assentiu, sorrindo grande.
- O do Hoseok eu tenho guardado tem um tempinho. - Noona se afastou, trazendo debaixo da árvore um embrulho azul, o entregando, rindo baixinho com o desespero do mesmo em abrir.
- A minha blusa vermelha de lã, que a noona prometeu! - Rapidamente a mais velha foi agarrada em um abraço. - Obrigado, noona!
- De nada, meu querido.
- Espero que tenham gostado dos meus.
- Um par de meias e um cachecol é mesmo muito aconchegante. - O acastanhado agradeceu o Jung primeiro, rindo como os outros, era a cara do amigo dar presentes assim. Mas gostavam, era simples, entretanto com um imenso significado para sua amizade.
- Fico muito feliz, - Hoseok sorriu de forma bonita, tal essa que não passou despercebida pelos olhos negrescos. - me desculpa por não te dar nada Ggukie, eu não conheci você antes, prometo que logo compro um presente pra você. - Seus olhos se encontraram.
- Não precisa, está tudo bem, hyung. - Jeongguk sorriu singelo. Afinal, já havia ganhado um presente, e era o suficiente.
- Agora é a vez do nosso presente para a noona! - Anunciou Jimin, entregando o embrulho colorido, sobrando mais um em suas mãos.
- Um xale e uma travessa nova! - A mesma exclamou depois de abrir. - São lindos! Obrigada, queridos! - Byeol plantou um beijinho no topo dos cabelos de seus meninos.
- Agora o meu! - Tae abriu o raque, pegando um dos seus embrulhos.
- Belo esconderijo... - Revirou os olhos com a fala de Yoongi, que logo voltou a assistir a mais velha rasgando a embalagem.
- Um pacote de polaroid e novelos de lã novos! - Riram da animação da mais velha. - Obrigada, TaeTae! Eu tava mesmo precisando.
Ggukie alargou o sorriso assistindo o abraço que os mesmos trocaram, mesmo que passassem boa parte do tempo se provocando, era bonita a relação que tinham.
- Eu tenho um presente especial pra dar, - Byeol noona anunciou, retirando o último embrulho debaixo da árvore. - para você, orelhudo.
Seus olhinhos se esbugalharam com o embrulho estendido em sua direção.
- Noona...
- Pegue querido, é pra você.
Timidamente e com um sorrisinho, Ggukie pegou o pacote, colocando-o entre suas pernas e retirando a fita, puxando de seu interior, algo também de lã.
Seu sorriso aumentou, assim como seus olhos se inundaram. Era uma blusa de cor laranja, de um tom bem clarinho e fofo, a amassou entre os dedos levando até seu rosto, resvalando a bochecha pelo aconchego da lã.
- É lindo noona, - Ergueu o olhar novamente para a mais velha, se levantando e indo até a mesma lhe abraçar. - obrigado. - Fechou os olhos com o carinho que recebeu nas costas e cabelos.
- Não há de que, meu querido, quero te dar muitos presentes ainda. - Byeol o apertou contra si, embalando-o com seu cheiro de baunilha.
- Obrigado por tudo, noona. - As palavras baixinhas aceleraram seu coração, e de olhos também marejados, aconchegou ainda mais o coelhinho em seus braços. - Para dar o meu presente, preciso esperar a primavera.
- Eu posso esperar, Ggukie. - Byeol o apertou um pouco mais.
- Agora o nosso! - Yoongi anunciou, oferecendo o último embrulho que tinham.
- Mas... - Ggukie o encarou, se afastando minimamente de noona. - eu não tenho nada para dar aos hyungs.
- Não se preocupe, haverá mais oportunidades, hoje nós só queremos presentear você. - Jimin concordou com o namorado, sorrindo até mesmo com os olhos.
Com o rosto esquentando gradativamente, aceitou o saco colorido, voltando a se sentar ao lado do príncipe com a blusa de lã laranja sobre seu colo. Desamarrando a fita vermelhinha com cuidado, abriu o presente dos mais novos amigos encontrando outra blusa, essa sendo de moletom números maiores, da cor cinza, com um bolso enorme na frente.
- É muito bonita. - Seus olhos brilharam erguendo o tecido macio, só não tão gostoso de apertar quanto a que sua noona confeccionou. - Obrigado, hyungs.
Envergonhado, não lhes deu um abraço, mas exibiu seus dentinhos em um sorriso estonteante, abraçando as duas peças deixando-as contra seu peito.
Eram lindos presentes e queria poder retribuir.
- Jiminie escolheu pessoalmente. - O Min comentou, acariciando a nuca de fios ruivos do namorado.
- Essa é feita especialmente para nós, não vai incomodar e nem coçar por causa dos pelinhos que temos dos nossos lados animais, pelo corpo. - Jimin explicou, e suas orelhas felinas dançaram, essas sendo condecoradas com duas argolinhas douradas em cada uma, era bonito.
Voltando a se concentrar em suas palavras, assentiu, seus olhos arregalados, era uma blusa especial para híbridos, que poderia resvalar por seu corpo sem qualquer empecilho, e era tão... diferente.
- Eu gostei muito dos presentes, obrigado, de verdade. - Foi sincero, sorrindo verdadeiramente para os mais velhos, se sentia quentinho por dentro, ganhando presentes mesmo sem poder presentear também.
Mas agora já sabia onde procurar por presentes para seus novos amigos.
- Agora é a minha vez, por favor, silêncio. - Tae falou em falsa seriedade, arrancando alguns risinhos dos amigos.
- Mas essa criatura se acha mesmo. - Yoongi comentou, recebendo o ato infantil do mais novo, que lhe mostrou a língua.
E abrindo a gaveta do raque outra vez, o acastanhado pegou a caixinha embrulhada que considerou a mais bonita da loja, guardando o presente do coelhinho, se voltando para os outros.
- E pra quem é, huh? Só a caixa já é tão sofisticada... - Hoseok provocou, criando um coro de sons sugestivos junto dos outros.
- É para o Ggukie.
Então a bagunça voltou a ficar para trás, quase inaudível, enquanto os mais novos do grupo encontraram seus olhares.
- Mas o Tae já me deu um presente. - Jeongguk falou baixinho, seus olhos negros agora cintilavam estrelas dançantes, prendendo os de mel em si.
- Eu queria te dar um que trouxesse boas lembranças e pudesse ficar com você pra sempre. - O coração naturalmente acelerado do coelho desenfreou, retumbando nas orelhas.
Mal sabia o príncipe quantos presentes que ele já havia lhe dado, ficariam para sempre em seu coração.
- Estive lembrando de como gostou do Homem de Ferro,
Tae riu, revivendo em sua mente os curtos intervalos de tempo durante o filme e a voz doce comentando entre eles o quanto admirava o herói.
- e acho que gostaria de começar sua própria coleção, então... - Colocou a caixinha sobre as mãos branquinhas.
Respirando fundo, se acalmando aos poucos, o moreno retirou a tampa com cuidado, revelando o boneco vermelhinho articulado, deitado sobre papéis de seda decorativos.
- T-Tae, - Sentiu uma enorme vontade de sair pulando, como uma criança, pegando o pequeno Homem de Ferro, observando cada cantinho seu com atenção. - é muito lindo! - Seus dentinhos apareceram, cativando mais e mais do empresário, que só sabia assisti-lo, anestesiado de qualquer coisa em volta. - Obrigado! Hyung! Muito obrigado! - E Taehyung quase ficou sem retribuir o abraço tímido inesperado, estava estático recebendo aquele contato quentinho, o cheirinho de torta de limão, o anjo feliz por seu presente.
- N-Não há de quê, Ggukie, e-eu só quis. - Decidiu ficar quieto, sabia que falaria alguma bobagem, na frente de seus amigos, seria castigado com gozações pelo resto de sua vida. Por fim, apenas ergueu as mãos com cuidado contornando as costas do menor, o puxando um pouco mais contra si, o abraçando com ternura.
- Tem mais um presente embaixo da árvore! - A sentença do Min, os fizeram voltar a realidade e se afastar devagar, sorrindo um para o outro, mesmo que com os pensamentos cheios de nozinhos.
- Deixa eu ver! - Hoseok engatinhou até a mesma, e os olhos negrescos voltaram a se arregalar. - Humm! É do Ggukie para o Tae. - O olhar sugestivo desse, encheu o garoto coelho de vergonha. - Temos uma caixinha também, chique.
- É sério? - O citado abriu um enorme sorriso encontrando seu olhar.
- É... - As orelhas extensas pararam de dançar, apesar do sorrisinho de canto nos rosto vermelhinho. - mas é muito simples, hyung.
- É o mais bonito que alguém já me deu. - Tae riu baixinho com as orelhinhas de coelho voltando a dobrar as pontinhas, o mais novo se animando novamente.
- A cartinha é do quê? Deve ser de amor, humm... - Provocou o Jung entregando os itens para o dono, recebendo uma cotovelada do gato.
- Quieto, hyung!
- Eu posso? - Tae apontou para os mesmos nas mãos discretamente trêmulas.
- Uhum. - Timidamente, Ggukie estendeu seu presente.
E como se fosse algo muito frágil e delicado, e de fato, para Taehyung era, trouxe para seu colo a caixinha azul que noona usava para guardar os sabonetes lacrados no banheiro, sorrindo grande com a fofura do moreno em pensar em tudo, abrindo primeiramente a carta notando a caligrafia suavemente tortinha, dedicada.
"Tae hyung,
Você diz que eu não preciso te agradecer, mas eu preciso sim... obrigado por tudo.
Eu ainda tenho muitos nozinhos dentro da minha mente, mas o hyung me ajuda a desenrolar cada um. É especial para mim.
Não tenho dinheiro para te dar um presente legal, mas quero te dar todo o meu agradecimento por cuidar de mim, por me dar todos os dias a oportunidade de viver de novo, sendo seu amigo e da noona. A esperança que a muito tempo eu não tinha, agora tenho de volta, obrigado por ser o motivo dela ter voltado.
Você ajudou um garoto estranho sem pedir nada em troca. Obrigado por ter me salvado.
Obrigado, por estar me protegendo hyung, me vejo quentinho por dentro desde o seu sorriso em forma de quadradinho, até a forma como me abraça e cuida.
O hyung é mais legal que o Homem de Ferro, pode ficar tranquilo que eu escolho você em todas as noites de filmes.
Eu me sinto especial com você, e não tenho palavras para dizer como me ensinou a me sentir vivo outra vez, como me coloriu, hyung.
Espero algum dia poder retribuir todo o bem que você me faz.
Obrigado, TaeTae hyung.
Feliz natal!
Assinado. Jeon Jeongguk."
Abaixando a carta, os olhos de mel inundados encontraram os negrescos brilhantes. Tae sequer conseguia absorver que leu algo tão lindo, perfeito e delicado, como aquelas palavras de seu pequeno.
Era um turbilhão de sentimentos bons que reviraram seu estômago, que bagunçavam seus pensamentos, que o aqueciam dos pés à cabeça.
- Você já retribui tudo o que me disse, com cada gesto e sorriso seu, - Confessou, sabendo que seu rosto estava intensamente vermelho, pela vergonha, e pelo choro emocionado que tentava conter.
Porém, se acalmou ao conseguir uma risadinha do coelhinho.
E agora poderia competir com ele quem estava mais vermelho.
- eu não posso simplesmente te dizer: de nada Ggukie, você está vencendo os nozinhos sozinho, saiba que te agradeço de volta e estou aqui para te mostrar todas as cores e flores que eu conheço.
Encorajado por um milésimo de segundo, piscou um dos olhos fazendo graça, arrancando outra risadinha do moreno.
- Obrigado, hyung.
E claro, Jeongguk queria que ele lhe mostrasse tudo.
- Obrigado, Ggukie.
A sala estava surpreendentemente silenciosa.
- Abre seu presente. - O moreno pediu, sentindo seu rabinho dançar, ansioso.
- Claro-claro. - Sorrindo de forma boba, o acastanhado ergueu a tampa de madeira leve, encontrando um globo de neve que mal se recordava, mas que agora estava ali, voltando para si.
- Ggukie, - Suspirou pegando o vidro com cuidado, chacoalhando seu trabalho de escola vendo os floquinhos tornarem a cair. - é muito lindo, - Sorriu sincero, o anjo realmente pensou em tudo. - é o presente mais bonito do mundo, obrigado.
Ambos passaram alguns segundos apenas se encarando, perdidos nos nozinhos que cediam cada vez mais.
- Ai que lindo gente! - Hoseok estourou a bolha que estavam, e os sons ao redor retornaram com tudo. - Se abracem logo!
Apesar de rir, o Kim quase desmaiava, respirando fundo, juntando toda sua coragem e afastando a timidez, para se aproximar e abraçar o corpo menor outra vez.
- Obrigado Ggukie, - Fechou os olhos com o carinho que recebeu nos cabelos, agradecendo outra vez. - feliz natal.
- Feliz natal, TaeTae. - O moreninho estava da mesma forma, sentindo aquela nova onda de arrepios por todo seu corpo, conforme farejava o cheirinho de morango e chuva de seu príncipe.
- Esse com certeza é nosso melhor natal. - O Park comentou, aconchegando o namorado em si.
- Podemos voltar a comer a sobremesa agora? - Gargalharam com o resmungo do Min.
E o riso do hyung soou mais uma vez como o ronronar de um gatinho, prendendo Ggukie em si.
- Vou mandar muitos potes de sobremesa com você para casa, querido. - Noona afirmou, ainda que negando de braços cruzados.
- E que as danças recomecem! - Anunciou o Jung tornando a ligar o rádio sofisticado do amigo.
Todos se levantaram, cuidando de seus presentes, os guardando e voltando a bagunçar a sala da propriedade Kim, o que perdurou por mais de três horas.
Ao final, lá estava noona esperando seus outros meninos saírem quentinhos, dentro do carro, pelo portão, depois de jurarem que iriam tomar cuidado nas ruas sendo tão tarde.
Um pouco cansada, trancou a porta junto as de vidro da sala, passando pelos garotos dormindo serenamente no sofá, indo até o quarto de seu Kimzinho, e retornando apenas para cobri-los com a coberta grossa que pegou.
Sorriu encantada, observando Tae aconchegar mais a cabeça no ombro de Ggukie, se remexendo encontrando uma posição mais confortável, enquanto, o coelhinho fazia o mesmo com a cabeça apoiada no encosto do sofá, retirando os braços cobertos pela blusa de lã que o deu debaixo do cobertor, havia ficado tão lindinho com ela, encontrando o livre do folgado de seu filho que dava um jeitinho de se esparramar, ambos descansando do dia cheio de aventuras e sorrisos.
Depositando um beijinho no topo da cabeça dos mesmos, afastou-se alguns passos notando Jeongguk com os olhos minimamente abertos.
- Durma bem, querido. - E então sorriu vendo-o voltar a fechá-los, entregue ao sono.
Byeol se certificou de que tudo estava desligado, mais uma vez, antes de finalmente ir para seu quarto, almejando apenas sua cama, e dormiria feliz sabendo pelo menos um pouco do que tinha acontecido entre seus garotos.
Estava ansiosa para investigar tudo.
───────•••───────
Notas Finais
E então?? O que acharam??
Esse é um dos meus capítulos favoritos hihi
Na outra versão esse capítulo estava dividido em dois, parte da confusão e da demora foi porque eu quis juntar e algumas cenas mudaram de ordem, e enfim, a bagunça kkk
Mas e aí?? Nossos Yoonmin, o que acharam?
O Hoseok chegou! Eu amo esse menino 😭💜
Ggu encontrou presentes! E ainda viu as luzes 🥺 OS OLHINHOS BRILHANDO! Era o que imaginavam? Espero não ter decepcionado...
Gostaram do natal dos nossos nenéns??
Daqui para frente tudo só vai ficando melhor e bonito 💜
A musiquinha que o Tete cantou é Love is Still the de answer - Jason Mraz
Eu espero que tenham gostado! Me perdoem os errinhos e a demora! Agora que as coisas se organizaram aqui em casa, não vou prometer, mas poder ser que tenha uma att por semana hihi
Então, eu tô perdoada? kkkk
Até a próxima att, anjinhos!! Se cuidem direitinho!!
Bom diatardenoite!! 💜💜💜
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