07: Uma Nova Cor
Notas Iniciais
Oii anjinhos!! Como estão??
Eu tô muito felizinha com o resultado desse capítulo sdjnsdcjn eu espero que gostem hihi
Me desculpem pela demora, foi uma correria esses dias aqui em casa (eu finalmente tirei as pedras do rim! kkk), mas agora vai hehe a começar pelas minhas aulas que acabam essa sexta! Uhuu! E a de vocês??
Mas afinal, também, é só aqui no Pr que tá um forno?? Onde moram tá como??
Eu também queria agradecer por todos os anjinhos que me deram uma chance, a mim e a essa pequena história, eu fiquei toda boba com o carinho, muito, muito obrigada, amores!! <333
E ah! Não se esqueçam do primordial! Bebam bastante água!
Sem mais delongas, boa leitura anjinhos! <333 (cuidado com algumas partes, pode ser um gatilho!)
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"Estarei lá quando você precisar de um verdadeiro amigo. Estarei lá para ouvir seus segredos. Pode contar comigo e eu te darei tudo que tenho. Estarei lá quando pintar sua obra de arte. E estarei ao seu lado em cada passo. Te daria meus olhos para que pudesse ver. E vou te ajudar a procurar as coisas que perdeu."
Letter to a friend - Bon Jovi
ᘔ|
O narizinho do coelho remexeu-se, ajudando a demonstrar a expressão incomodada com a luz do sol o banhando o rosto, um pouquinho quente demais.
Porém, de alguma forma era tão confortável e macio onde estava apoiado que sequer abriu os olhos, com preguiça, apenas resvalou a bochecha pelo que quer que estivesse embaixo, e escondeu o rosto do feixe de luz do astro dourado invadindo as cortinas.
O sono o venceu outra vez ao sentir o cheirinho de morango vindo do lugar quentinho, não negaria que estava curioso para saber o que o deixava tão molinho, mas seus sentidos bagunçados pelas pálpebras pesadas o fizeram apenas se entregar àquele ninho em sua volta, o mantendo aquecido e protegido.
Um bom tempo depois, acordou de fato sentindo-se com um pouco das energias renovadas, e abrindo os olhos devagar ainda farejando aquele cheiro bom, ficou mais calminho e preguiçoso, com o corpo todo parecendo feito de gelatina.
Entretanto, seu coraçãozinho deu um salto e afastou o rosto dali rapidamente, notando a pele morena e linda do pescoço de seu protetor.
Assustado, passou alguns segundos apenas sentindo suas palpitações refletirem nas orelhas, enquanto, observava a derme cheia de melanina e em seguida, suas mãos espalmadas contra o peitoral do mais velho, coberto pela camisa branca do pijama.
Se pegou preso assistindo a elevação calma daquela parte forte, notando o subir e descer da respiração serena de Taehyung.
Se lembrava da noite anterior e daquela chuva forte que o trouxe uma lembrança tão ruim, de quando não conseguiu mais refúgio nas imagens da televisão e não pôde mais controlar seu corpo, seus pensamentos.
Porém, o que mais se lembrava era da voz rouca soando baixinha, dos carinhos que eram tão bons ao ponto de já ter se acostumado a recebê-los, de confiar nas mãos grandes para isso, de todo o cuidado do humano consigo, que agora dormia da maneira mais linda que já viu, ainda o cuidando.
As mãos de Taehyung tocavam suas costas, e num primeiro momento em que percebeu isso, sentiu seu corpo começar a tremelicar, mas não queria sentir medo daquele toque, era diferente dos imundos que machucavam, era bom.
Respirando fundo, permitiu-se sentir o calor das palmas em si e a calmaria o invadiu outra vez, parou de tremer relaxando sob aquela temperatura boa.
E sendo pego de surpresa, empurrou o peitoral quentinho em um impulso ao perceber ser puxado para mais perto do homem apagado, sendo levemente apertado.
Aquele movimento o alarmou por ser tão de repente e o Kim estar completamente apagado, mas ao contrário de qualquer outro que já sentiu, era amassado entre seus braços calmamente, se sentiu acolhido contra o corpo grandão.
Ainda que de olhos arregalados, ficou alguns minutos quieto sentindo apenas as vibrações de seu coração desenfreado com os toques do homem dorminhoco.
Porém não conseguia ficar mais ali, as mãos grandes eram firmes ao seu redor, e se debateu um pouquinho para escapar.
Estando bem desperto, não conseguia entender seus pensamentos, estavam todos eufóricos como as batidas de seu peito, enquanto, perdia-se observando a face dourada.
Queria saber o que aquilo significava porque era tão bom, mas por fim se negava, seu corpo não permitia, pelo menos não antes de entender que nada vindo de seu protetor era mal.
Não se entendia e tudo então ficava tão complicado.
Entretanto, Taehyung tinha abraços tão bons, e queria agradecer por não tê-lo deixado sozinho.
Se levantando, percebeu estar no quarto que despertou pela primeira vez desde que seu protetor o encontrou, e tentando não fazer barulho com medo de despertá-lo, caminhou abrindo a porta devagar, entrando no cômodo da frente que usava e indo a passos calmos para o banheiro.
E no tempo que fazia suas higienes livremente, diferente de quando aproveitava um pouquinho da água que era lhe dada, pensava em como dar a Taehyung um gesto de cuidado junto de seu agradecimento.
Terminando de se limpar, tentou começar com a organização do quarto, dobrando as cobertas e abrindo as cortinas, por fim, desligou a televisão que ainda reproduzia imagens do desenho que havia gostado desde a primeira noite ali, e guardou o controle na gaveta da mesinha de cabeceira.
Sentindo que tinha deixado tudo em ordem, escolheu uma troca das roupas que ganhou sobre a cômoda, vestindo de forma rápida e saindo do quarto um pouco incomodado, tanto com a etiqueta presa na gola da camisa amarela, quanto com seu rabinho sendo apertado pela calça de moletom azul bem clarinha.
Olhando brevemente para o cômodo pessoal do acastanhado que deixou aberto, notou-o ainda dormindo, no momento todo esparramado na cama, sabia que estaria sendo ainda mais esmagado se tivesse ficado, mas não iria reclamar, não quando seria tomado por aquela sensação quentinha durante tanto tempo.
Piscando diversas vezes com suas orelhinhas dançando, expulsou os pensamentos acerca de seu protetor e passou a descer as escadas, admirando outra vez aquelas pinturas bonitas e sendo pego por seu estômago ao sentir um cheirinho bom o invadir, se alastrando por toda a sala.
E farejando o ar, percebeu algo mais suave junto a comida, um cheiro doce que não era do Kim. Devagar, andou até a cozinha nem mesmo percebendo estar se aproximando tanto da humana que entrou em sua visão, estava curioso sobre ela.
A mesma estava de costas para si, preparando algo quentinho que trazia na fumaça para seu olfato um aroma forte e apreciativo, não era muito alta e tinha os cabelos presos em um coque, numa mistura bonita de grisalho e castanho.
Noona.
Parando a seu lado tão silencioso quanto a casa já estava só com a presença da mais velha desperta, Ggukie inclinou o tronco tentando ver seu rosto.
― Meu Deus, menino! ― A humana ofegou assim que seus olhares se encontraram e arregalaram com o susto.
A mulher por estar concentrada naquele silêncio confortável e o garoto coelho por sua reação.
Rapidamente se abaixou apoiando as costas em um dos armários, tapando os olhos com as mãos abaixando as orelhas, esperando qualquer ação ruim dela.
― Não-não me desculpe! ― Byeol esticou as mãos em sua direção, mas logo recuou andando de um lado para o outro, ter esperado para não assustá-lo no fim das contas não tinha servido de nada.
Tentada a amenizar a situação, foi até o cesto de palha contendo legumes sobre a pia, retirando de lá uma cenoura bem laranja de sua amada horta, a lavando e em seguida, secando com o pano que apoiava no ombro desde que começou a preparar o café da manhã de ambos.
― Está com fome? ― Perguntou um pouco mais calma, com seu coração já um pouquinho enfraquecido voltando a frequência normal. ― Já estou terminando o café, mas belisque enquanto espera.
As mãos pequenas foram deixando a frente dos olhos escuros, que encararam a mulher opacos e sérios. Noona suspirou, seu Tae tinha razão quanto a tudo o que o pequeno passou se refletir de forma tão triste e melancólica naquele olhar.
― Você é a noona? ― Sorriu com a pergunta baixinha, concordando e lhe estendendo a mão.
― Eu me chamo Byun Byeol, sou sua noona também e quero ajudar você. ― Ela sorriu e seus olhos enrugaram levemente, a feição amadurecida e fofa assim como o cheiro doce, amansaram o peito naturalmente acelerado do coelhinho.
― Eu sou Jeon Jeongguk, muito prazer.
Respondeu baixinho aceitando a mão quentinha um pouco relutante e se reerguendo, após, arrancando um riso encantado da governanta ao fixar os olhinhos no que tinha na mão livre.
― Gosta? ― Ela perguntou serena se aproximando calmamente, sorrindo grande com o assentir frenético do moreninho. ― Coma à vontade, ― A cenoura foi para as mãos de mesmo tamanho que as suas, não demorando a receber uma generosa mordida. ― pegue o que quiser da mesa também. ― Ggukie encarou a toalha recheada de comida, mas permaneceu apenas com sua fonte de energia laranjinha, a degustando com vontade.
O único som que protagonizava seu primeiro encontro, eram os dentinhos dilacerando o legume.
― Obrigado ― O pequeno Jeon agradeceu assim que acabou de comer.
― Não há de que querido, esteja a vontade para comer o que quiser, antes que o esfomeado do Tae desça e coma tudo. ― O híbrido abriu um sorrisinho, continuando a observá-la com atenção depois da fala engraçada.
Descobriu que seu protetor era um cara engraçado, que tinha muita fome, e que gostava muito de chocolate.
E ao lembrar-se de seu objetivo inicial naquele cômodo, virou-se para os armários, mas não passou a abri-los logo de antemão.
― Noona? ― Chamou receoso.
― Sim? ― A mesma o encarou com o sorriso fofinho outra vez. ― Quer mais uma cenoura? Ou se não, pegue alguns pãezinhos.
― Mais uma cenoura... ― O olhar ônix se arregalou suavemente, e Byeol entendeu as horas que Taehyung ficou falando do garoto coelho em sua orelha. Lindo e fofo, não merecedor de nada que condizia com sua realidade.
― Vou lavar. ― Anunciou pegando no mesmo segundo o legume citado.
― Tem mais chocolate? ― Franziu o cenho levemente voltando a olhar para o serzinho acanhado um pouco afastado de si.
― Sempre trago do mercado, deve ter em algum armário, ― O respondeu entregando a outra exemplar laranja, recebendo dentinhos avantajados tímidos em troca. ― por que?
― Tae gosta muito de chocolate ― A resposta embolada pela boca ocupada em mastigar o legume a cativou, mesmo sendo falta de etiqueta.
― Não se fala de boca cheia querido ― O repreendeu com doçura, vendo o menor concordar e mastigar até engolir o primeiro pedaço. ― mas aquele garoto devora todos os chocolates que encontra pela casa, às vezes preciso esconder dele.
― queria encontrar um e dar como agradecimento para o Tae, ele fica feliz quando acha um. ― Byeol sentiu seu coração falhar no tempo que fechava a garrafa recém passada de café, Jeongguk era um pequeno anjo, como o acastanhado lhe disse.
― Pode procurar por um mais tarde, nada de chocolates logo de manhã. ― Ggukie assentiu, ficando próximo do balcão quietinho, enquanto, a mais velha se sentava à mesa.
Ela o lembrava o jeitinho de cuidar de sua avó.
E também, se Tae disse que ela era boa, mesmo percebendo por si próprio no tempo passado ali, confiaria no olhar gentil de noona.
― Sente-se aqui comigo querido, ― Se aproximou devagar, sentando-se duas cadeiras de distância dela. ― quantos anos você tem?
― Vinte. ― Respondeu encolhendo os ombros, era a terceira e estranha vez que recebia essa pergunta.
― Oh! Tae é seu hyung! ― Concordou abrindo um mínimo sorriso. ― Eu sou muito mais velha que vocês dois, quantos anos acha que tenho? ― Começou a se sentir confortável na presença brincalhona da mesma.
― Quarenta. ― Chutou acanhado, não queria ofendê-la de forma alguma.
― É muita gentileza sua, mas eu ainda sou mais velha que isso, tenho cinquenta.
― Não parece... ― Soou ainda mais tímido, porém queria retribuir toda a gentileza dela consigo.
― Você é um amor ― Seu constrangimento o fazia querer fugir dali. ― vamos, pegue alguns pãezinhos ― Byeol o alcançou a cestinha com os assados cobertos por uma camada de doce que atraíram os olhinhos curiosos, ainda mais pelo cheiro bom que fazia seu estômago reclamar, e esticando o braço pegou um. - pegue mais menino! Só um não enche a barriga! - Abrindo um sorrisinho, estendeu o outro braço, assim ficando com dois pãezinhos.
E noona tinha razão, depois de comê-los, seu estômago ainda pedia por mais.
- Gostou das peças de roupas? Eu comprei as mais confortáveis da loja. - Ergueu o olhar dos dedos melados de caramelo para a mulher de sorriso fofo.
Assentiu. Tinha gostado muito das roupas coloridas e bonitas.
- Obrigado, noona. - Agradeceu baixinho, a assistindo colocar café na xícara e o cheirinho o fazer lamber os lábios.
- Não há de que, elas também são só temporariamente, Tae vai levá-lo para escolher de seu gosto - Abaixou o olhar para suas mãos outra vez, em um misto de timidez e agradecimento. - aceita? - A viu oferecer a xícara quentinha e com aquele cheirinho bom, assentiu a pegando com cuidado.
- Noona e Tae são pessoas boas e bonitas, obrigado por tudo isso. - Foi sincero, arrancando um sorriso gigante dos lábios levemente ressecados.
- Não vamos deixar ninguém machucar você, queremos que fique a vontade, querido. - Sorriu pequeno concordando.
Porém antes de conseguir respondê-la devidamente, esticou o braço o dobrando para trás, coçando a pele pinicada pela etiqueta.
- A etiqueta tá incomodando? - Afirmou de forma muda, vendo a mais velha se levantar e pegar uma tesoura na primeira gaveta da pia, se aproximando de si e puxando a gola da camisa com cuidado, cortando aquele pequeno plástico. - Melhor?
- Uhum
- Quer mais um pãozinho? - As orelhas felpudas dançaram.
[...]
Taehyung despertou se espreguiçando com gosto, abrindo os olhos de forma preguiçosa passando a encarar o teto, enquanto, tirava seus pensamentos do longo sono e os colocava no lugar.
Bocejando, espalmou o rosto e penteou as sobrancelhas, deu leves tapinhas pelas bochechas e arregalando suavemente os olhos, secou a baba que escorreu pelo cantinho da boca.
Não sabia o que tinha acontecido para ter apagado daquela forma, se lembrava apenas de sua preocupação com o dono do corpo gélido entre seus braços e o cheirinho de torta de limão que só poderia vir deste, não havia tomado nenhum remédio para ajudá-lo a dormir naquela noite.
Se sentia incrivelmente leve e sem qualquer tensão pelo corpo.
Ao olhar para o lado não encontrou Jeongguk, e levantando em um pulo, começou a pensar nas possibilidades de sua ajuda naquela madrugada ter tido um efeito negativo sobre o doce garoto.
Saindo do quarto, procurou pelo par de orelhinhas brancas no de hóspede designado a ele, sorrindo mais calmo percebendo o edredom esticado todo tortinho sobre a cama.
Deveria parar de pensar que tudo o que fazia poderia ser errado ao ver de outras pessoas, ou que poderia assustar Jeongguk.
Se não confiava em si mesmo, como poderia passar confiança para o pequeno?
Descendo as escadas esquecendo-se de seus pensamentos inseguros, ficou ansioso para saber se noona e o garoto coelho já haviam se encontrado.
E parando ao pé do primeiro degrau, esticou o corpo conseguindo ter uma boa visão da cozinha e da mesa recheada com o café da manhã, o que fez seu estômago roncar, mas não conseguiu se importar, não quando via a dona Byeol paparicando o coelhinho e esse igualmente interagindo consigo, respondendo suas perguntas e também fazendo perguntas a ela.
Aliviado, endireitou a coluna pronto para virar-se e voltar para seu quarto, afinal, precisava dar um jeito nas ramelas e no mau hálito matinal, caso quisesse estar mais apresentável à mais velha e ao pequeno moreno.
- Bom dia, TaeTae! - Esbugalhou o olhar ao ouvir a voz da senhora de meia idade.
Não queria que o vissem com a cara toda amassada.
- B-Bom dia noona! - Desceu o último degrau e caminhou até a porta da cozinha, a respondendo com a boca tapada pela destra, como se o mau hálito pudesse chegar até os dois sentados à mesa. - Bom dia, Ggukie!
- Bom dia, Tae. - A feição serena e o pequeno sorriso, afastaram qualquer pensamento ruim sobre a madrugada, da mente do empresário.
- Eu estava aconselhando o orelhudo a comer antes que chegasse, para não ficar sem com a fome de leão que acorda junto com você todos os dias,
- Noona! - Escondeu o rosto entre as mãos, envergonhado.
E Ggukie mostrou minimamente os dentinhos, ainda mais curioso pelo hyung todo atrapalhado.
- não tô mentindo... - A mulher deu de ombros, beliscando o pão fresquinho que comprou logo cedo.
- A senhora hein, - O Kim negou, sentindo o rosto esquentar sob o olhar ônix atento. - já volto.
- Não vai tomar café da manhã, Tae? - Jeongguk perguntou um pouquinho mais alto que das outras vezes.
- Sim-sim! - O Kim bagunçou os cabelos desgrenhados pelo tanto que se remexeu durante o sono, com o quadradinho nos lábios travado de constrangimento. - Eu só vou lavar o rosto e escovar os dentes.
Aliviou os ombros vendo o moreninho apenas concordar, e voltando-se rapidamente para a sala, quase bateu o rosto contra o batente da porta.
Apoiando a mão direita ali, respirou fundo sentindo o olhar escuro cheio de atenção queimar em suas costas, por fim, deu uma pequena batida ali e correu escada acima.
- Ele se atrapalha todinho quando fica nervoso. - Informou Byeol.
- Por que o Tae tá nervoso? - A pergunta inocente e os olhos naturalmente grandes a encarando curiosos, tão fofinho, fizeram com que não conseguisse conter uma risadinha.
Sabia muito bem o porquê.
Negando para si mesma, voltou a prestar atenção em sua xícara de café.
- Não faço a mínima ideia, querido.
E Jeongguk concordou voltando o olhar para a escada, esperando com o coraçãozinho um pouquinho mais acelerado pelo belo homem.
Poucos minutos depois Tae retornou, sem esconder a boca com a mão e de pijama também trocado.
- Agora sim...
O empresário se sentou, o peito palpitante, com as mãos um pouco bobas e o sorriso travado que continuava em seus lábios, situação de longe passou despercebida pelos olhinhos curiosos.
Ggukie queria aprender sobre suas manias, mesmo não percebendo que deixava o maior um pouquinho constrangido.
- o-ontem a madrugada foi um pouquinho agitada, - O Kim começou sentindo o rosto esquentar levemente. - fiquei muito preocupado, como você está Ggukie? Conseguiu descansar bem?
O pequeno coelho sentiu muitos nózinhos se formando em seus pensamentos de repente eufóricos, não sabia se era porque a imagem que tinha do seu protetor dormindo invadiu sua mente e bagunçou todos eles, ou, pelas perguntas que refletiram em seu coração o acelerando ainda mais, por ele se importar consigo.
- Tô bem, d-descansei sim - O orelhudo desviou o olhar do maior, também ficou constrangido. - e-e você, Tae?
Nervoso, Taehyung enfiou um pãozinho inteiro na boca, o que inflou suas bochechas e limitou seu sorriso de boca fechada.
- Também! - Fugiu do assunto se ocupando em mastigar a massa doce.
Não queria que seu jeito pateta o deixasse soltar que o cheirinho de torta de limão pertencente ao garoto coelho era maravilhoso, e que o ajudou a dormir também.
- Não fale de boca cheia, menino! - Byeol o repreendeu e sequer conseguiu a dar atenção, ficou preso nos dentinhos avantajados que se mostraram brevemente, tímidos, mas em um gesto sereno lindo.
Seu peito se aqueceu, o moreninho estava se sentindo mais confortável com a casa e com suas presenças.
- Desculpa - Pediu ainda mastigando, sorrindo com os olhos encarando a mais velha, lhe provocando.
E enquanto essa negava contra sua atitude infantil, seus ouvidos foram agraciados com um risinho, baixinho e tímido.
Jeongguk achou graça no que fez, e só com aquela curta e linda demonstração, havia ganhado o dia outra vez.
Estavam indo muito bem.
- Coma mais querido, - Suspirando, a mulher voltou a atenção para o orelhudo. - comeu tão pouco...
Soltando o ar preso em seus pulmões, o moreninho assentiu passeando os olhos pela mesa, alcançando outro tipo de pão que estava o chamando pelo cheiro, e que depois de prová-lo, arregalou de forma suave o olhar.
- Esse é gostoso - Mostrou os dentinhos outra vez depois de engolir o primeiro pedaço.
- Então coma, coma bem orelhudo - Byeol sorriu grande com sua cabeça concordando de forma muda e o narizinho se remexendo, ajudando a demonstrar o quanto aprovava o gosto da massa com queijo. - esse também é gostoso, prove depois. - Um pedaço generoso de torta foi posto num prato menor em sua frente.
Assim o café da manhã prosseguiu, em um clima divertido e cheio de provocações da parte do Kim sobre noona, que tentava acertá-lo com belos tapas para tentar educá-lo e por não conseguir, bufava frustrada.
Ggukie que apenas assistia, soltava risinhos com a cena engraçada que desenrolava ali.
- Tô cheio. - Tae jogou a cabeça para trás apoiando as mãos na barriga levemente estufada.
- Pra quem dormiu amarrado, até que comeu pouco hoje. - Outro risinho preencheu o ambiente e ambos encararam o coelhinho de lábios repuxados.
Seus peitos palpitaram alegres, a bons minutos ele sorria e soltava risadinhas.
E era tão bom vê-lo assim.
- Tá bom-tá bom noona, já me expôs bastante por hoje. - Tae riu encolhendo os ombros levemente, seu olhos encarando as ônix opacas, no tempo em que o pequeno híbrido também ria.
- Bom, então vamos iniciar o dia - A senhora de meia idade se levantou com a cesta de pãezinhos em mãos, quase conseguindo estapear a mão do Kim que roubou um último dali, sorrindo sapeca para si. - suma já da mesa, garoto!
Ggukie riu um pouquinho mais alto, seu protetor e noona eram ainda mais engraçados quando estavam juntos.
- Ah, quase me esqueci, noona, tem um jogo de cama limpo na área de serviço? - O empresário se levantou e o coelho por reflexo fez o mesmo, trazendo para suas mãos a pequena cesta com pães de queijo, queria ajudar mesmo sem saber onde devia colocar cada alimento que estava na mesa.
- Deve ter mais um no armário do lado da janela, não levei nada para a lavanderia essa semana ainda, obrigada querido - A mesma respondeu se aproximando do mais novo e pegando a cesta de suas mãos, guardando em seu devido lugar, um em específico sobre o balcão. - por que?
- Ggukie suou bastante pela madrugada antes de conseguir descansar, precisamos trocar a cama. - O pequeno citado encarou o chão, um pouco envergonhado.
- Isso acontece mesmo querido, é normal. - Com jeitinho a mais velha ergueu a mão devagar e acariciou uma das orelhinhas extensas.
- Vou procurar um, me espere Ggukie. - Taehyung avisou saindo a passos rápidos rumando pelo corredor até uma porta também branca no final, sumindo através dela.
- Se tomar um banho ficará ainda mais relaxado, querido. - Byeol o aconselhou.
- Tá bom noona, - O garoto coelho sorriu pequeno com a sugestão. - enquanto o Tae não volta eu posso ajudar?
- Mas é claro! Vai me alcançando o que está na mesa, por favor.
Com as orelhas felpudas dançando, as mãos branquinhas foram pegando tudo pela frente, entregando a senhora que devolvia-os em seus lugares, terminando rapidamente de ajeitar a mesa.
- Demorei um pouquinho, mas encontrei! - O acastanhado voltou, erguendo triunfante as peças brancas limpinhas. - Me ajuda, Ggukie? - Sorriu grande com o assentir frenético do mais novo.
Ambos saíram da cozinha e subiram as escadas em um silêncio confortável, chegando no quarto de hóspede, foram logo arrancando o outro e trabalharam juntos para arrumar a cama outra vez, Jeongguk sentiu certa vibração boa em seu peito, rindo baixinho e disfarçado das mãos grandes trapalhadas em cobrir as pontas do colchão com a parte de elástico do lençol.
- Bom, então acabamos, eu vou levar o que tiramos para a área de serviço, o que quer fazer agora? - Tae anunciou coletando as peças do chão.
- Noona disse para tomar um banho. - Ggukie respondeu baixinho.
- Ah sim! Claro! - O empresário saiu do quarto rapidamente, afinal, foi o que o moreninho acanhado pediu que fizesse nas entrelinhas. Porém voltou-se para a porta se lembrando de algo que poderia ajudá-lo a relaxar ainda mais. - Já tomou banho de banheira? - Abriu um sorriso animado.
- Banheira... para um bebê? - Por pouco não soltou as roupas de cama usadas e apertou o ser pequeno, que tombou a cabeça levemente junto a pergunta inocente.
- Não-não, - Soprou um riso com o olhar curioso sobre si. - bom, na verdade também pode servir, mas pessoas maiores como nós usam mais. - Explicou.
- Como uma piscina?
- Isso! Só que menor e dentro do banheiro. - E de fato, Jeongguk tinha percebido a presença de uma quando fez suas higienes mais cedo.
- Não, nunca tomei banho em uma.
- Quer experimentar?
O coelho ficou em silêncio, desde que acordou contra o corpo maior, estava todo bagunçado e eufórico com seus pensamentos.
- Vai te ajudar a relaxar e até descansar mais. - Tae panfletou, o ajudando a pensar em sua resposta.
- Quero, Tae - Sua fala surgiu baixinha e quase sem mover os lábios vermelhinhos.
- Vai gostar muito Ggukie! - O Kim se animou voltando a adentrar o quarto, rumo ao banheiro. - Vem - Chamou quase saltitando pelo caminho.
Dentro do pequeno cômodo, Ggukie ficou quietinho perto da pia, enquanto o acastanhado ligava as pequenas torneiras dentro da banheira, a lavando pelo tempo inativa e em seguida deixando encher.
- Qual quer usar? - Os olhinhos escuros acompanharam a direção do indicador apontado de seu protetor, para uma prateleira com vários saquinhos de plástico coloridos, exibindo cheirinhos de sabão.
Devagar, se aproximou para ler o aromas, apontando para o de cor verde clara.
- Camomila é muito bom! - Viu o acastanhado pegar o sachê falando com um sorriso grande no rosto.
E quando ele esparramou um pouco do líquido mais denso na água, seus olhinhos se arregalaram com a espuma que passou a se formar, brilhando sob o bege da luz acesa chamando toda sua atenção.
Tae sorriu grande devolvendo o pacotinho na prateleira, observando o ser pequeno se aproximar devagar e ajoelhar-se ao lado da banheira, com o olhar curioso fixo em toda aquela espuma cheirosa.
Curioso, o menor levou os dedinhos afundando-os na espuma, tentando pegar a espessura incrivelmente molinha, apertando e passando a brincar distraído com a massa leve que vazava por entre seus dedos, tentando capturar mais e mais da superfície da água.
Era diferente e bonito.
Elas refletiam cores nas bolhas que faziam, mas do que já viu em um único arco-íris em sua vida. E com o coração mais acelerado, tentava trazer aquelas cores tão brilhantes para si, encostando o narizinho farejando suavemente a camomila que estava o dando vontade de dormir, ficando com a pontinha branca e fazendo cócegas em sua pele.
O Kim petrificou no lugar assistindo a brincadeira serena e distraída do menor.
Não esperava ver uma cena assim, e seu coração disparou quando o olhar ônix naturalmente grande e marcante encontrou o seu, a pontinha do nariz com uma bolinha de sabão e aquela curiosidade fazendo Jeongguk sorrir minimamente. Suas pernas amoleceram e sua pressão pareceu ter despencado, apenas ficou o encarando com cara de bobo.
- B-Bom - Chacoalhou a cabeça passando pelo serzinho abaixado, apoiando uma mão na borda da banheira desligando os registros. - está prontinha e quentinha
Mergulhando a mão além da superfície que adorou brincar, o garoto coelho confirmou a água quentinha esperando por si.
- pegou uma troca de roupa? - Negando, Ggukie se reergueu escondendo as mãos cheias de sabão atrás do corpo, o que arrancou um sorriso seu.
- Obrigado, Tae.
- Não precisa agradecer, - O acastanhado alargou o sorriso o transformando em um quadradinho, e ainda um pouco zonzo pela cena de minutos atrás, ergueu a mão acariciando os cabelos negros com cautela. - vou te deixar banhar e brincar.
Tae anunciou rindo baixinho da expressão envergonhada do pequeno híbrido, que o acompanhou para além do banheiro escolhendo outra muda de roupa que noona havia comprado e que estavam sobre a cômoda.
Deixando o quarto o empresário suspirou feliz, as imagens do garoto coelho se mostrando relaxado e confiante dentro de sua casa, com sua presença atrapalhada, e por fim, brincando com a espuma tão entretido sem aparentar ter medo por tudo o que entrou em sua vida de uma única vez depois que o ajudou, jamais sairiam de sua mente.
Queria mais do que tudo ver Jeongguk bem, ver aqueles olhos tão bonitos brilharem e despacharem o medo de uma vez por todas.
Entrando em seu escritório, enrolou por bons minutos o trabalho e a caixa de entrada cheia de emails, ficou em frente a janela admirando seu jardim, sorrindo só de imaginar a figura de Jeongguk explorando todo aquele espaço, como seus olhinhos denunciaram quando o viu pela primeira vez.
Sentando em sua cadeira longos minutos depois, tirou a tela de seu computador da suspensão e clicou nos primeiros documentos do dia.
Porém, parou assim que se lembrou que no banheiro não tinha uma toalha para o moreninho além da de rosto, já que noona deveria tê-la tirado para estender no varal, e ele não levou nada a mais que suas roupas.
Se levantando, disparou pelo corredor, tropeçando alguns degraus na escada, virando em direção a área de serviço e assustando Byeol, que organizava as roupas em cestos com tampa para enviar a lavanderia.
- Que desespero todo é esse, menino? - Arqueou as sobrancelhas levemente.
- O Ggukie não tem uma toalha limpa no quarto - Procurou em meio a pilha branca pela mais grossa e fofa, sorrindo ao encontrar e trazer aquela maciez para suas mãos, disparando novamente para o andar de cima.
- Esse garoto... - A governanta negou com um sorriso pequeno nos lábios.
Adentrando o quarto de hóspede, Taehyung foi diretamente para a porta fechada do banheiro, batendo três vezes levemente.
- Ggukie, - Chamou, encostando a orelha na madeira clara, se prevenindo caso a resposta do mais novo viesse baixinha. - eu trouxe uma toalha de banho, aí está sem... - Esperou mais alguns segundos por uma resposta, essa que estranhamente não veio. - Jeongguk, está tudo bem? - Seu coração voltou a palpitar acelerado, mas ainda tinha a esperança de que o moreno deveria estar distraído brincando com a espuma da banheira. - Eu não quero atrapalhar, só entregar a toalha para se secar depois... - Riu de forma nervosa.
Ainda sem receber uma resposta do ser doce, Tae respirou fundo tentando conter a preocupação, mas sem conseguir, girou a maçaneta devagar constatando que a porta não estava trancada e sorriu pequeno, Jeon estava mais confiante, e ficou com medo de que com o que fazia no momento, pudesse quebrar isso.
Abrindo a porta devagar, colocou apenas a cabeça e a mão que segurava a toalha para dentro, seus olhos correram em direção a banheira ainda vazia e franziu o cenho, passando a procurar pelo moreninho.
E quando o encontrou, no lado oposto da banheira, sentiu seu peito ser esmagado com a angústia e a tristeza que o tomaram, juntamente dessa sensação, pareceu estar sendo perfurado de dentro para fora com aquela dor, de ver o moreninho daquela forma.
Ele estava na frente do espelho completamente nu, os olhinhos negros e sem vida passeando pelo próprio corpo magro demais, cheio de marcas e cicatrizes profundas, a pele branquinha estava pintada de tons de roxo e vermelho, de linhas e cortes que jamais deveriam estar ali, que nunca deveriam ter tocado aquele pequeno anjo.
- G-Gukie - Seus olhos marejaram observando cada marca exposta, feitas pelas mãos das pessoas imundas que o machucaram.
Sentiu ainda mais nojo de cada uma delas, mais repulsa de cada ser humano que fazia aquilo com os outros, que machucava pessoas inocentes pelo próprio bel prazer.
Seu estômago voltou a embrulhar, queria ter o poder de castigar todas elas. Devolver cada uma que arrancou as asas do coelhinho.
E o moreninho assim que notou sua presença, que ouviu sua voz quebrada, puxou a camisa amarela descansada no mármore da pia cobrindo sua nudez como conseguiu, arfando assustado com os olhinhos esbugalhados, seu coraçãozinho parecia querer saltar de sua garganta e seu corpo começou a tremer.
Não sentiu a presença do mais velho ali antes, enquanto, observava cada detalhe falho de seu corpo e ficou com medo, medo de saber se aqueles dias de paz foram uma mentira, escutava seus instintos, o mandando se encolher e tentar se proteger do que quer que Taehyung fizesse.
- M-Me desculpa, - Seus olhinhos ficaram ainda maiores, encarando o rosto também desesperado do mais velho. - G-Gukie me desculpa, e-eu só vim te t-trazer uma toalha - Seu peito disparado assim como sua mente em pensamentos, se bagunçaram com aquela fala. - a-aqui está
Surpreendendo o ser trêmulo contra a parede gélida, Tae o deu as costas ainda que adentrando completamente o banheiro, colocando a toalha esmagada por suas mãos desesperadas sobre a cômoda branca ali, e retornando a porta sem virar-se para si em nenhum momento mais.
- me d-desculpa, eu não q-queria, desculpa Ggukie,
O empresário deixou o cômodo fechando a porta atrás de si outra vez, engolindo o bolo em sua garganta, em seguida, passando as mãos pelos rosto, como se assim conseguisse afastar aquela imagem de seu protegido.
- meu Deus... - Tae apoiou os cotovelos na cômoda e suas mãos bagunçaram os cabelos para logo puxá-los com certa força, seus olhos inundados quase transbordando, mas não permitiu as lágrimas de escorrerem, iria dar força ao anjo, devolveria suas asas.
E tendo uma ideia, respirou fundo voltando para seu escritório, mas ao invés de verificar seu trabalho, pegou seu celular ignorando as mensagens recentes de Yoongi, procurando por um contato em especial, um amigo dermatologista.
O pequeno anjo voltaria a voar.
Dentro do banheiro, o peito do coelho palpitou instantaneamente mais calmo, seu protetor era tão diferente, ele era um humano bom, de corpo e alma.
Deixando a camisa escorregar de suas mãos, Ggukie abraçou o próprio tronco jogando a cabeça para trás, ele o respeitou, respeitou seu corpo, seu medo, suas cores mais feias.
Parou de tremer e levou o olhar para a banheira soltando um vapor convidativo, seu protetor preparou para si, disse para relaxar. Não deveria ser tão difícil.
Devagar, caminhou até parar ao lado da borda, seus pensamentos estavam pesando sua cabeça. Colocando apenas uma perna, sentiu-se arrepiar com o contato quentinho, então não se demorou em entrar e sentar como estava indicado no desenho de segurança do lado de fora, que seus olhinhos atentos repararam muito bem.
Recostando, fechou os olhos com a sensação incrivelmente boa, ficou totalmente molinho ali dentro, relaxado.
Voltou a pensar em Kim Taehyung, não entendia completamente seus pensamentos acerca dele, mas sabia, ele não era só uma boa pessoa, era incrível.
E começou a acreditar nas histórias que sua avó contava antes de ter que ir para casa todas as noites, principalmente a se perguntar...
Se finalmente poderia ter encontrado seu príncipe encantado.
Riu baixinho afastando por um momento tudo o que era ruim.
E seguindo apenas com esses pensamentos bons, passou a mão pelo braço destro espalhando a espuma cheirosa, ela cobria todos os machucados, todas as cores feias e deixou sua pele coberta de cores lindas sob a luz, algumas que mal conseguia imaginar um dia o colorindo.
Por todo o tempo que ficasse ali, estaria pintado de tons lindos.
[...]
O banho perdurou por bastante tempo, deixando o coelhinho com as polpas dos dedos até mesmo enrugadinhas, quando saiu, parecia que a sensação da água quentinha contra sua pele, as ondinhas que criou com sua movimentação e a espuma que foi parar em seus cabelos com a pequena brincadeira de se pintar, ainda estavam presentes. E era tão bom.
Seus pensamentos se acalmaram, pois sabia a quem agradecer por tudo aquilo.
Saindo do banheiro vestido e com a toalha em mãos, até procurou pelo seu protetor, mas noona havia o dito que Tae estava atolado de coisas para fazer e se fechou no escritório.
Ela sabia, ele estava nervoso, fugindo.
E Ggukie não iria negar que ficou um pouquinho desanimado com aquilo, porém jamais iria incomodá-lo em seu trabalho e de bom grado ajudou a mais velha com a pequena bagunça que fez no banheiro, passando a segui-la para todos os cantos, a fazendo companhia já que ela não deixou que ajudasse com mais nada.
Depois do almoço, que foram apenas os dois na mesa, o garoto coelho se sentou no tapete felpudo dobrando as pernas, cuidando dos novelos de lã coloridos de sua nova amiga.
A tarde começou preguiçosa assim, seus olhos ora estavam fixados nas mãos levemente calejadas com dois palitos grandes entrelaçando fios, ora no programa de televisão de uma mulher que fazia artesanato e tinha como companheiro um cãozinho yorkshire chamado Pingo.
Claro, na maioria do tempo, presos na escada esperando por algum sinal de seu protetor.
Mas em algum momento de tudo aquilo, seu nariz captou um cheirinho e o procurando, encontrou. Um vasinho sobre a mesinha de centro, contendo azaléias de folhas suculentas.
Noona estava concentrada o suficiente em sua nova manta de lã, tanto que ao puxar o fio, esse recaiu sobre os fios negros, e o orelhudo não percebeu também, seu olhar estava fixo naqueles raminhos verdes.
Esticando o braço, arrancou um levando a boca, seu lado coelhinho aprovou o gostinho bom, arrancou outro, e outro, até que restou somente o galhinho fino.
A mulher de meia idade no fim percebeu a movimentação danada e a mãozinha esperta arrancando os raminhos, mas não foi capaz de repreendê-lo, o vendo lamber os lábios com as folhas bem verdinhas.
Quando anoiteceu, Taehyung finalmente saiu de seu escritório, Jeongguk estava no quarto que usava e não se demorou em perceber seus passos com a audição apurada um pouco menos danificada.
No andar de baixo, o empresário bebeu um copo de água e esticou o corpo, adorando a imagem de seu prato feito dentro do micro-ondas, porém iria tomar um bom banho antes de comer. Por fim, o cansaço de um dia inteiro e a preguiça de final de expediente o fizeram apenas se jogar no sofá, sentado e com a cabeça apoiada no encosto, os braços largados e a boca entreaberta. Perfeito para um cochilo.
Mas ouviu os tímidos passos descendo a escada.
Abriu os olhos encontrando a figura serena se aproximar devagar e sentar no sofá do outro lado da sala, permanecendo ali por alguns minutinhos, até se levantar e do mesmo jeitinho acanhado, parar no mesmo em que estava, ficando na ponta oposta.
Quis rir assistindo a cena fofa, mas nada lhe tirava da cabeça o ocorrido de mais cedo, que só foi capaz de lhe arrancar um sorriso com a confirmação de seu pedido do amigo dermatologista.
- Tae
- Sim? - Virou o rosto ajeitando sua posição, para não ficar com mal jeito em algum músculo.
- Queria falar uma coisa - Seu peito voltou a apertar.
- Ggukie, por hoje mais cedo, me desculpe, de verdade, eu não deveria ter entrado sem a sua permissão, eu entendo se me quiser long. - Começou a se desesperar, com medo da resposta de seu protegido.
- não - Foi interrompido pelo ser de orelhas dançantes. - era que, banhos de banheira são legais.
Seu coração disparou. Não acreditava que o moreninho queria lhe dizer algo tão fofo ao invés de mandá-lo se afastar.
- Fico feliz que tenha gostado Ggukie, - Sorriu largo. - pode usar a banheira quando quiser.
- Noona disse que faz muita bagunça. - O coelho encolheu os ombros brevemente.
- Nós limpamos depois, não tem problema, - Fez uma cara engraçada, o que arrancou um risinho do mesmo. - mas sobre eu ter entrado, eu prometo não fazer mais.
- Tá tudo bem, - Jeongguk estava se esforçando, a primeira tarefa de sua amiga psicóloga, era conversar com seu amigo protetor. - você é meu amigo... eu confio - Disse mais baixo do que gostaria, mas foi sincero.
Seu humano jamais iria machucá-lo.
- Obrigado, por tudo.
- Não me agradeça, por favor. - O coração do acastanhado estava entalado na garganta.
Ambos ficaram se encarando por alguns segundos, constrangidos pelo clima silencioso que se instalou ali.
- V-Você quer comigo assistir um filme? - Jeongguk tombou um pouco a cabeça para o lado, havia gostado da ideia de fazer algo com seu hyung. - D-Digo, assistir comigo um filme, comigo.
- Quero, Tae. - Sorriu pequeno, gesto que não percebeu aliviar Tae, que novamente sentia-se um bobo.
Sem se importar com mais nada, e estranhamente sentindo suas energias renovadas para assistir com seu protegido, buscou pelo controle da televisão a ligando e entrando no aplicativo, passando e perguntando a cada categoria, o que o mais novo tinha se interessado para ver.
Tudo aquilo era novo para Ggukie. Quem diria, pensava, escolheria desde um filme, até o que gostaria de fazer no dia seguinte.
Após a pequena sessão, que foi calma e tão boa com ambos lado a lado, trocando poucas palavras e dividindo a barra de chocolate que o orelhudo havia encontrado para agradecer seu protetor, e que também era um dos motivos por ter o seguido até ali, chegou a hora de dormir.
E retribuindo o boa noite do humano hyung, encontrou uma nova cor o pintando, a mais bonita do príncipe azul. Mel. Dos olhos bonitos também sorrindo para si esperando que fechasse a porta do quarto primeiro.
Depois de deitar e respirar fundo inalando o cheiro doce impregnado em sua própria pele, se concentrou em tudo que estava acontecendo, em sua amizade com noona e principalmente com seu protetor, com o banho relaxante e com o medo indo embora, com cada conversa de amigos e as risadas que deram com o filme.
Quando Ggukie fechou os olhos, os abriu somente quando o sol raiou, dormiu a noite toda, sonhando com um certo príncipe azul e seus gestos e palavras bonitas.
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Notas Finais
E então?? O que acharam??
O nosso coelhinho dando risadinhas, abrindo mais sorrisinhos, interagindo aaaa é tudo!! 🥺🤲
Tete também é tão precioso aaaa sempre pertinho, a amizade deles djfndjk me deixa todinha boiola 😔✨
A partir de agora as interações entre eles vão só crescer dfjdn aaaa
Entre o coelhinho e noona também! Uhuuu
Espero que tenham gostado e me perdoem os errinhos!
Até a próxima att, anjinhos!! Se cuidem direitinhos!! <333
Bom diatardenoite! <333
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