04: Um Pedacinho de Chocolate
Notas Iniciais
Oii anjinhos! Como estão??
Tô chegando atrasadinha de novo k mas ainda é pelo problema da pedra no rim kk desculpa :'
Onde vocês moram tá muito calor? É milagre aqui em Cbw, mas hoje tá que tá kk
Bebam bastante água! Com esse capítulo talvez precisem de um copinho do lado ;)
Tenham paciência com nosso coelhinho, nessa segunda versão mostra muito mais do que ele sente :'
Boa leitura! <333
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"Que tal dar um tempo hoje? Você sabe que temos muito para fazer. Serei seu amigo. Outro amor para vir confortar você."
Song for a friend - Jason Mraz
ᘔ|
O Kim, que atrapalhava cada vez mais os cabelos castanhos com as mãos ansiosas, e claro, também tentando passar despercebido pelo moreno ainda encarando aquele pequeno caderno, se martelava sobre tê-lo deixado mais desconfortável, ou então, se tinha iniciado aquela tentativa de conversa com a pergunta certa.
Começou a se achar um completo bobo, e culpava o péssimo hábito de alimentar seu círculo social de amigos, se resumindo apenas em: noona; Yoongi; Jimin; Hoseok; e de vez em quando, as gerentes (que ainda foram as primeiras a cumprimentá-lo ao que chegou para assumir a empresa); e quase que recentemente, Hyuna e Hyojong, os coordenadores da ONG que acolhia e lutava pela liberdade dos híbridos, e que ajudava com uma parcela generosa de seu capital, por fim, quase todos eles vieram até si primeiro, fazendo as primeiras perguntas e aos poucos o fazendo se sentir confortável em procurá-los também.
Mas com o garoto em sua frente seria quase impossível não desmanchar-se em nervosismo, já estava certo de que ele não iria entrar para seu grupo de amigos.
Teria sido mais fácil apenas ter o servido e fugido para seu quarto, deixando indicado o de hóspede que estava arrumadinho esperando por ele.
Suspirou passando as mãos pelas bochechas subindo para os cabelos, tirando-os da frente de seus olhos.
Comandava onze andares inteiros, mas nenhum de seus funcionários (além do Min, Park e Jung) sabiam de seus ataques beirando o desespero por dentro, enquanto, por fora fingia estar neutro e certo do que fazia.
Mas na verdade, era um bobalhão que mal sabia como iniciar uma conversa.
E no tempo que se auto torturava com a demora do moreno, esse olhava a pergunta cuidadosa e bonita, perdido dentro de seus pensamentos.
Achava que realmente tinha sido vendido ou alugado por homens que só faziam coisas más. Mas quando acordou estava deitado em uma cama! Se sentiu tão molinho quanto gelatina ao poder estar sobre toda a maciez daquele ninho com o cheiro que percebeu depois ser do humano em sua frente, já não acreditou mais que foi parar em um lugar mal.
Tudo ali começou de forma diferente e estranha, pôde tomar um banho com água quentinha e ainda ganhou roupas novas e limpas. Confiou no primeiro bilhetinho amarelo.
Se sentiu flutuar com o cheiro maravilhosamente bom que vinha da cozinha ao descer, mesmo com medo daquele aconchego que não conseguia encontrar-se á anos, a sensação de não ouvir bem como no dia anterior era assustadora, porém uma voz cantou tão suave com o pouco que capturou, que outra prova de que não estava em uma casa ruim surgiu.
No entanto, não conseguia acreditar naquilo tudo, que abriria os olhos e de repente sua vida teria mudado.
Mas o homem que apareceu era tão bonito por dentro e em cada pedacinho por fora, a presença dele o acalmou, lhe deu uma amostra de algo bom que nunca conheceu.
Ele não se parecia com os mais velhos que passavam o dia inteiro bebendo e fazendo coisas que não compreendia muito bem, com seu corpo, com sua mente. Se questionava do porque ter-se forçado a pôr em sua cabeça que aquilo que faziam para si, um híbrido de coelho qualquer, era normal.
Do porque colocaram em cada palavra, grito e risada, que merecia receber aquele tratamento, e não o cuidado de alguém como aquele humano de pele cheia de melanina e boca apessegada, que ao notar sua presença foi gentil e lhe chamou para comer consigo aquela sopa que tinha cheiro tão bom, recheada de sua fonte de vitaminas laranjinhas que a muito tempo não provava.
Foi difícil não demonstrar que começava a acreditar que não estava dentro de um sonho inalcançável como tantos que tinha e se obrigou a esquecer, mas continuou atento a cada movimento do outro completamente estranho, não conseguia confiar mesmo que ele tenha o acolhido e se intitulado como um amigo. Mesmo que seu sorriso falasse por si só que apenas gostaria de lhe ver bem.
O belo homem não era capaz de o fazer sentir dor.
Sentia-se inquieto por seu coelhinho escolher se mostrar para ele, constrangido por ser medroso demais e fugir, curioso por não vê-lo o julgando ou tentando pegá-lo para fazer algum mal, arrependido da marca de seus dentinhos na mão grande e quentinha.
Eram muitos sentimentos em um único momento com ele.
E ainda depois de tudo isso, o humano não disse nada que também machucasse, não o chamou com nomes feios e nem tentou se aproximar mais, ele simplesmente perguntou o seu nome.
Não se lembrava da última vez que o usou ou respondeu essa pergunta.
Mesmo deixando uma marquinha roxa no humano, este continuou sendo gentil consigo fazendo aquela pergunta doce em outro papel amarelinho.
Sentia-se um coelhinho bobo pelo começo entre si e o dono do travesseiro com cheirinho de morango, mas estava tão confuso pensando coisas ruins que até uma dorzinha de cabeça se instalou ali, perturbando-o também.
Sabia que jamais conseguiria organizar ou até descartar seus pensamentos, nem mesmo si próprio compreendia o que acontecia em sua mente tão escura e assustadora.
Então, a realidade fez seus dedos escreverem a resposta automaticamente, voltando a se afastar da alavanca que acendia uma fraca luz em seu peito ao empurrar o caderninho de volta para o maior.
"Vadia."
Abaixou o olhar se concentrando em terminar de comer, escolhendo o nome feio mais usado pelos outros para se referir a si, e aquilo grudou em seus pensamentos como se fosse a verdade, automaticamente castigava a si mesmo chamando-se assim.
Lambendo os lábios desistindo de provar o caldinho temperado final, afastou também o prato fundo anunciando que havia acabado com sua fome. Tentou repuxar os labiosos outra vez percebendo que o homem tinha entendido seus garranchos, mas logo perdeu a vontade com o olhar triste e a face sem mais aquele sorriso caloroso o encarando sem dizer nada.
― Não, ― Leu em seus lábios. ― esse não é o seu nome... ― Encolheu-se brevemente vendo-o se levantar e se aproximar de si. Seu coração indo a mil quando se sentou ao seu lado.
Porém tentou não reagir mal consigo, não outra vez.
O assistiu curioso, escrevendo na pequena folha arrastando o caderninho para próximo de suas mãos em seguida.
"O meu nome é Kim Taehyung
Muito prazer!
Qual é o seu?"
Sorriu bem pequeninho lendo aquela mensagem, conseguindo reviver uma doce lembrança do passado.
"― Muito bem, ouça meu netinho, ― Sentiu as mãos carinhosas o pegarem e ajeitarem em seu colo. ― o nosso nome é uma identidade pessoal, nós usamos eles para muitas coisas e por isso são bem importantes, ― Ouvia a voz de sua vovó, tão gostosa, enquanto a olhava explicar aquilo para si, sorrindo. ― e também é por isso que a vovó escolheu o mais bonito de todos para você, ― Gargalhou com as cócegas que recebeu na barriga. ― amanhã é o seu primeiro dia de aula, precisa treinar! ― Assentiu, estava ansioso para ir a escolinha pela primeira vez. ― vamos fingir que eu sou uma amiguinha muito legal que veio falar com você no primeiro dia... ― Foi posto no chão, onde as perninhas um pouco fracas pela falta de amamentação, o fizeram se sentar. ― oi! Eu sou Jeon Soohi, muito prazer! ― Riu do jeitinho teatral da mais velha. ― Sua vez. ― Segurou a mão maior, ganhando apoio para se levantar.
― Eu sou Jeon Jeongguk, muito prazer vovó! ― Exibiu os dentinhos a encarando.
― Não-não, ― Franziu o cenho. ― eu não sou a vovó agora, sou a sua nova amiguinha da escola, ― Concordou. ― faz de novo, meu amor.
― Sou Jeon Jeongguk, muito prazer... vovó! ― A mais velha negou, porém logo soltou um riso o pegando no colo.
― Está pronto para começar a estudar, ― Sorriu grande se aconchegando contra o colo quente, sentindo o soninho começar a invadi-lo com os carinhos nas costas e cabelos. ― a vovó está muito orgulhosa de você."
"Eu sou Jeon Jeongguk
Muito prazer"
Escreveu depois de deixar seu devaneio, empurrando o pequeno caderno de volta para Taehyung, vendo-o abrir um sorriso grande e contagioso, fazendo-o lembrar de um dia quentinho e aconchegante de verão.
"É um nome muito bonito, Jeongguk!"
Recebeu a folhinha, notando até mesmo o desenho de uma carinha estranha.
― Esse sim é o seu nome, ― Não abriu um sorriso, mas ergueu o olhar admirando o do humano cheio de cores bonitas. ― por favor, nunca mais se chame daquele jeito.
― Se tornou normal...
O acastanhado sentiu o peito se despedaçar com aquele olhar encontrando o seu tão melancólico.
Puxando o caderninho para si novamente, iria escrever, ou então, gaguejaria tudo o queria dizer ao garoto coelho.
"Mas não deveria!
Não pense mais assim, seu nome é tão bonito"
Voltou a sorrir por ver o mínimo esboço de um semelhante na face branquinha, começando a pensar que não era tão bobo assim, afinal, conseguiu começar o que sabia que seria uma bela amizade com o de fios negros.
E observando aquele sorriso escondido se esforçando para sair, percebeu que sua maior ajuda ao garoto não envolvia o dinheiro que se multiplicava todo mês em sua conta. Aquela ajuda, era mais valiosa e no fim, sabia que sairia perdendo alguma coisa.
Jeongguk lia e relia o que o Kim escreveu, sem entender a bagunça que seu coração e mente estavam, eufóricos demais para o ajudar a sibilar uma resposta. Porém o mais forte elo que unia as duas partes, era o seu mais novo pensamento bom:
O nome de Kim Taehyung também era muito bonito.
― As pessoas que te chamam assim são cruéis, ― Se atentou a voz bem baixinha em suas audições machucadas. ― e você não merece ouvi-los falar esses tipos de coisas feias, ― O empresário até pensou em um aperto suave e apoiador na mão pequena mais próxima de si, entretanto recuou assim que percebeu seu ato. Não voltaria a assustá-lo. ― e enquanto estiver aqui comigo e com a noona, não vamos deixar nenhuma palavra feia chegar até você, vai ouvir só coisas lindas, eu prometo.
O pequeno coelho achou a promessa muito bonita, e seu coração apressadinho não demonstrava mais tanto medo.
No entanto, sabia do que seu pai era capaz somente para encontrá-lo, era muito perigosa aquela promessa, e não tinha esperanças o suficiente para pensar que poderia ser livre pelo belo homem.
"Quer comer a sobremesa?"
Taehyung escreveu a nova pergunta com a destra um pouco bobinha, novamente nervoso por não saber como continuar a conversa. O clima não parecia tão leve como com seus outros amigos.
Seu peito doía e batia ansioso ao mesmo tempo, não sabia explicar que sensação era aquela, mas o fazia quase arrancar os cabelos.
― Por que está usando o papel? ― O moreno não percebeu, porém ficou preso encarando o rosto vermelho e os olhos arregalados do seu protetor.
― A-Ah ― As mãos nervosas bagunçaram o cabelo castanho outra vez. ― é que ― Os olhos cor de mel encontraram os negros opacos. ― que... ― Começou a se desesperar, não sabia o que responder.
E Jeongguk batia o pé direito desenfreado no chão, estava curioso sobre Taehyung, no entanto também contrariado com aquela conversa.
― Qual é a sobremesa? ― Sua voz saiu bem baixinha, mas o Kim quase suspirou aliviado por vê-lo interagindo consigo, ouvir aquela pergunta tirou a tensão e nuvem pesada sobre si.
― O chocolate mais gostoso do mundo ― respondeu sorrindo de lado, o coração acelerando dolorido com a voz doce e aveludada que não retornou para si com outra resposta. ― espere um pouco. ― Terminou engolindo em seco, assistindo o garoto com o olhar fixo no caderninho, parecendo perdido em algum pensamento.
Desviando o olhar para o resto da cozinha, se levantou devagar passando a abrir as portas dos armários, procurando pelo que queria, concentrado, não notando o olhar do garoto coelho em suas costas, remexendo o narizinho prestando atenção em cada movimento seu.
Fazendo o "C" em torno da mesa, mordeu o interior das bochechas por não encontrar o que queria nos armários de cima, negou soprando um riso procurando pelos de baixo, pensando estar parecendo uma criança procurando por seu doce favorito que a mãe escondeu para forçá-lo a esperar o almoço ficar pronto.
Seu corpo rangia e estalava os ossos a cada vez que se abaixava, estava cansado e todo dolorido, mas curioso o suficiente para estar totalmente desperto e a fim de saber mais sobre o ser pequeno de fios negros. Não dormiria se fosse necessário, continuaria tentando conversar com o orelhudo até percebê-lo confortável.
Começou a pensar em como conhecer outra pessoa com assuntos no mínimo interessantes.
Em seguida, voltou a realidade ao esticar o braço até o fundo do armário de canto e sentir com as pontas dos dedos a barra lacrada de chocolate. Sorriu trazendo-o para a palma o segurando firme, fechando o armário e seguindo novamente para a mesa. O doce lacrado com papel amarelinho, reluzia nos olhos brilhantes, era seu amado shot.
E iria usar essa desculpa para puxar outro assunto com o menino de cenho franzido tentando ver melhor o que escondia entre as palmas.
Sentou-se novamente abrindo a embalagem, sentindo a todo momento aquelas jabuticabas bem escurinhas e doces acompanhando seus movimentos em alerta.
― Aceita? ― Perguntou quebrando um pedaço da barra, oferecendo uma tira com quatro quadradinhos a Jeon, que passou bons segundos encarando o doce, as orelhas e o nariz remexendo, curiosos com o cheirinho gostoso.
Erguendo a mãozinha extremamente gélida, esticou-a até sentir a textura lisa ser repousada em sua palma. Recolhendo-a, levou a barrinha até próximo a suas narinas, cheirando suavemente aprovando o que sentiu, depois mordeu um pedacinho do primeiro quadradinho, arregalando os olhos com o gosto diferente e muito bom.
Foi impossível para o empresário segurar o sorriso, parando para reparar no jeitinho meigo e fofo do garoto mordendo o chocolate bem em sua frente, tanto que a sua própria tirinha começou a derreter entre os dedos, desconcentrou-se assistindo as orelhas brancas se moverem eletrizadas e a expressão beirando a infantil se tornando apreciativa ao doce, esquecendo-se da seriedade de outrora.
E uma também doce sugestão de amizade pairou em sua mente, de que teria a chance de transformá-lo em outro amante de shot como si, já que suas tentativas com os amigos não funcionaram.
― Gosta de chocolate? ― Perguntou assistindo o garoto acabar com aquela barrinha, lambendo as polpas dos dedos fazendo caretinhas adoráveis degustando o sabor do chocolate.
Pensava em como um ser humano tinha coragem de cogitar a ideia de machucar alguém, principalmente ele.
― Hum ― Saiu de seus devaneios, sorrindo esperando pela resposta do coelho. ― chocolate tem gosto bom. ― Franziu o cenho, um pouco confuso com a declaração baixinha.
― Nunca tinha comido chocolate antes? ― Jeongguk se limitou a apenas negar levemente com a cabeça. Nunca havia provado aquele antes.
― Mas é gostoso, ― Disse nas entrelinhas que estava grato por tê-lo permitido experimentar. Não era bom em usar a sua voz livremente, a algum tempo só conseguia gritar e chorar. ― você não vai comer o seu?
O Kim pensou que se não estivesse com os dedos lambuzados da sua parte da barra, que derreteu na mão pingando na mesa, estapearia a própria testa.
Era um pateta em ascensão, e sabia que só estava passando vergonha na frente do moreno, tinha medo de saber o que ele estava pensando sobre si.
E na verdade, Jeongguk apenas via um belo homem um pouco confuso e atrapalhado.
Mas não era ninguém para dizer que ele era quem estava confuso.
― S-Sim! ― Se repreendeu mentalmente por ter falado alto demais. ― Quer dizer, v-você quer mais? ― Arqueou as sobrancelhas tentando fazer graça e camuflar que se embananou todo. No fim, pensou ter parecido ainda mais bobo.
― Quero mais chocolate, Taehyung. ― A vozinha doce chamou toda a sua atenção, erguendo o olhar encontrou os semelhantes grandes ainda serenos no rostinho neutro. Tranquilizou-se.
― Aqui está. ― Quebrou mais uma barrinha o entregando, e acabou deixando de se sentir bobo observando-o comer com gosto, olhando para o doce como se não fosse mais ter a chance de comê-lo em outra ocasião.
Soprou um riso, não tinha como aguentar-se, o orelhudo era um ser fofo sem nem perceber.
Em seguida, sentiu suas bochechas esquentarem com os olhos opacos de repente o encarando, e voltando-se para seus quadradinhos doces, enfiou-os quase que desesperado na boca, tentando ao máximo disfarçar que ficou constrangido ao ser pego no flagra o olhando.
E depois de mais alguns quadradinhos do chocolate compartilhados, voltaram a ficar em completo silêncio.
Taehyung desfalecia internamente ao amassar a embalagem vazia e o som parecer dez vezes mais alto, atraindo a atenção do coelho que piorava sua situação encarando atento o que fazia.
Sorriu jogando o plástico no lixinho próximo da pia atrás de onde estava sentado, tornando a endireitar o tronco engoliu em seco com o olhar apagado ainda fixo em si.
― E-Então, ― Se remexeu desconfortável na cadeira. ― quantos anos você tem?
Aquela pergunta era novidade para o coelho.
― Vinte... ― Respondeu um pouco mais baixo, estava inseguro com muitas coisas em relação ao humano, essas não sendo ruins, mas eram um pouco estranhas sendo a primeira vez que via, ouvia, ou ainda, experimentava. ― você também?
O Kim sorriu, Jeongguk era a personificação de um anjo, puro e inocente. Não merecia ter passado por nada daquilo que teve o desgosto de ouvir ecoando da casa.
Passou cerca de um minuto em silêncio, voltando em si ao ver o moreno tombar a cabeça suavemente, esperando por sua resposta. Ele também estava tentando interagir consigo.
― Não-não, ― Começou a brincar com os dedos entrelaçados sobre a mesa. ― eu tenho vinte e quatro, Jeongguk. ― Sorriu inseguro com seu simples assentir.
― Você é hyung... ― Arregalou os olhos ouvindo aquele comentário junto do miúdo sorriso que fingia sair e se escondia novamente nos lábios vermelhos, começou a se entusiasmar, o teria em seu círculo de amizades.
Queria ter a sua confiança para poder ajudá-lo também, mas sabia que precisava ir devagar, uma parte de cada vez, e o relógio indicando um pouco mais de meia noite demonstrava que estavam indo bem logo no primeiro passo.
― É, eu sou sim, ― Jeon se concentrou no sorriso bonito outra vez, achando como única imperfeição biológica que aprendeu na escola, a pintinha no nariz redondinho, que era tão linda quanto o homem todo em sua frente. ― mas não precisa me chamar de hyung se não quiser, sou só o Tae. ― Suas orelhas balançaram, era bonito vê-lo até quando estava envergonhado.
Aquele humano era definitivamente diferente e bom.
― Tae... ― Acabou repetindo seu nome em um pensamento alto, decorando-o com sua voz.
― Isso mesmo. ― Encontrou os olhos dele, e ficou pensando o que faria-o ajudar um híbrido qualquer como si.
Abaixando o olhar, encontrou o caderninho esquecido no centro da mesa, pegando-o notou as listas com uma caligrafia diferente da do Kim, discorrendo vários tipos de produtos.
Lembrou-se então da mulher que o humano mencionou, pelas compras do mercado anotadas ali.
― Quem é noona? ― Perguntou tornando a encarar o acastanhado.
― Ah, ― Taehyung sorriu largo. ― ela é uma senhora muito legal, gentil, bondosa, bonita, ― Jeon concordou, voltando a observar as palavras escritas de maneira caprichada. ― é como uma mãe para mim ― Se atentou as palavras do mais velho. ― e já gosta muito de você. ― Esse reforçou o que havia dito sobre a mulher de meia idade na sala.
Jeongguk apenas maneou a cabeça positivamente, não sabia o que dizer, ou perguntar para saber mais sobre ela.
― Tinha que vê-la preparando a sopa, falava muitas coisas bonitas sobre você, ― Seus olhares se encontraram novamente. ― de como queria te ver forte e ― O empresário deu uma breve pausa, passando os olhos por todo o rosto bonito. ― sorrindo. ― Era seu maior desejo também vê-lo daquela forma.
― Ela parece uma boa pessoa... ― O pequeno coelho confiava nas palavras de seu protetor.
― E ela é, ― Confirmou Taehyung. ― Vai adorar conhecê-la. ― Sorriu observando o mais novo assentir, concentrado nas listas e desenhos decorativos em volta.
Passaram mais algum tempo totalmente silenciados, e o empresário novamente começou a suar frio, sem conseguir pensar sobre o que falar ou fazer para continuar apresentando coisas que poderiam vir a deixar o de fios negros mais confortável dentro daquela casa enorme.
E Jeongguk passava pelo mesmo, começando a ficar inquieto outra vez ouvindo o maior suspirar de minuto em minuto bagunçando os cabelos.
― Me dá um copo de água? ― Pediu em tom quase inaudível, sua garganta seca e inflamada vibrava em dor, mas se esforçaria para continuar falando com o homem que estava lhe ajudando sem pedir nada em troca.
― Claro! ― O mais alto se levantou em um pulo indo em direção a pia, enchendo o copo pego no escorredor com a água do filtro acoplado à torneira oferecendo-o ao menor.
― Obrigado. ― Jeon repuxou os lábios, os expandindo um pouco mais em um sorriso pequeno.
― Não há de que. ― Viu-o esticar o corpo permanecendo em pé, esperando que tomasse a água para devolver o copo, o que fez rapidinho em um gole só, aliviando-se por sentir a dor na garganta apenas uma vez.
Mais segundos se passaram em silêncio, com o humano de costas para si depois de entregar o vidro vazio, lavando e colocando de volta no mesmo lugar de antes.
Seu pé direito passou a bater eufórico contra o chão outra vez, também queria dizer algo bonito para Taehyung, desde que acordou, estava lendo e ouvindo coisas bonitas, queria de algum jeito retribuí-lo.
― Sua casa é bonita... ― Tentou, sentindo-se completamente inseguro e medroso.
Porém logo suas orelhas dançaram até mesmo sem perceber, com o Kim voltando-se para si com uma feição leve e sorridente. Seu coraçãozinho disparado começou a palpitar mais calmo.
― Obrigado, Ggukie! ― O acastanhado secou as mãos, olhando para o relógio outra vez. ― Já está muito tarde ― Começou, notando o moreno tombar a cabeça encarando o relógio igualmente, curioso. ― mas ainda dá tempo, ― Respirou fundo tomando coragem, aproximando-se do moreno parando ao se lado. ― você quer conhecer a casa? ― Estendeu a destra, oferecendo-se como guia ao garoto coelho de olhos arregalados e expressão levemente assustada com seu gesto.
Jeongguk fixou o olhar nos dedos delgados, não sabia o que aquilo significava e menos ainda se tinha medo de descobrir.
Levando as orbes para as do dono de pele acobreada, recebeu um sorriso bonito, tranquilo e amigável.
Por fim, concordou devagar dando sua resposta.
Não precisava ter medo, aquele humano era bom e gentil, tudo em si dizia sem palavras.
Intercalando seu olhar entre a mão grande e o rosto sem qualquer resquício de maldade uma última vez, ergueu a sua correspondente apoiando-a sobre a derme macia e quentinha.
Taehyung suspirou com o contato gelado da mãozinha um pouco trêmula contra a sua, mas não conseguiu evitar o enorme sorriso por vê-lo confiando em si, abaixando os escudos que o protegiam para lhe dar esse voto de confiança.
E não o desperdiçaria, conquistaria mais e mais para ajudar aquele ser inocente com tudo o que poderia oferecer.
Mesmo que tivesse começado com uma mordida roxa no dorso e um pedacinho de chocolate.
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Notas Finais
E então?? O que acharam??
Minha vontade de por o Tete em um potinho é imensa kkkk todo atrapalhadinho, só um neném :'
Nosso coelhinho conseguiu! Mas não vai ser melhor do dia pra noite :' vai ter um momento apenas seu e com tudo o que sente, mas nosso Tete vai estar lá <3
Eu fiquei toda boba escrevendo esse capítulo e a primeira conversa deles :')
Espero que tenham gostado e me perdoem os erros!
Até a próxima att, anjinhos! Se cuidem! <3
Bom diatardenoite! <3
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