01: Uma Pessoa Especial
Notas Iniciais
Oii gente! Como estão??
De cara lavada e maçãs coradinhas eu venho aqui trazer minha pequena de volta!
Esses tempos, eu fui banida e puxa... foi horrível, é uma sensação muito ruim, eu fiquei sem saber como reagir e passei um tempinho afastada organizando meus pensamentos e ideias. Até que a vontade e animação voltou e eu comecei a abrir as histórias, rever elas me fez muito bem, são minhas xodozinhas kkk e agora estou recomeçando devagarzinho yay!
Muito, muito obrigada anjinhos que me apoiaram e vieram falar comigo, eu fiquei toda boba! <3
Mudei algumas coisinhas ;) espero que gostem! hihi
Então é isso, voltemos ao pique kkk
Boa leitura!
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"Me puxe para fora desse desastre, eu não estou pronto para morrer, ainda não."
Train Wreck - James Arthur
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Ser um híbrido em uma sociedade levada aos prazeres que só o dinheiro pode oferecer, o torna selvagem. Perigoso.
Indesejável para qualquer metade animal, principalmente gestantes, presos no que chamavam: mercado de linhagens, onde por serem considerados como uma mercadoria propriamente dita, ora eram escravizados pelo bel prazer dos humanos, ora perdiam seus amados filhotes logo depois do nascimento, sendo obrigados a assisti-los se transformarem em produtos de venda e saberem que iriam sofrer mais do que si próprios sofreram antes de chegar naquele lugar. Durante tortuosos e eternos anos foi assim.
No entanto, não eram perigosos porque seus instintos os faziam atacar os humanos. Se tornavam uma ameaça para proteger quem mais amavam.
Então tudo se tornava perigoso, por serem usados para todo e qualquer tipo de serviço, menos os que anunciavam com tanta falsidade nos holofotes, até porque, não eram considerados humanos ao ponto de serem tratados como tais.
Ser um híbrido doía, machucava e desgastava com o abuso de quem os dominava.
A quantidade de humanos que tentavam a todo custo salvar os híbridos ainda era a menor porcentagem, porém tinham conquistado algumas leis e serviços públicos que devolviam a vida para seus semelhantes. O pior de tudo isso, era que sempre havia uma forma dessa exploração continuar, e de forma legal. Os governos desenvolveram então uma carta de adoção e os ambiciosos se transformaram verdadeiramente em tutores, assim, podendo manipular os híbridos sob sua custódia como bem quisessem. Funcionando parecia simples, a lei dava o direito a qualquer família de poder adotar um híbrido com a intenção de criar, mas a maioria eram apenas exploradores de alta renda, gerando um ciclo sujo de dinheiro ao oferecer seus submissos à locações por preços altíssimos para qualquer tipo de trabalho, sem importar como ficaria o estado psicológico ou físico deles.
Nenhum híbrido aceitava, nenhum queria sentir dor e nem ser machucado, tocado de diversas formas, explorado e tratado como escravo sem ter o direito de falar e escolher. Por isso, repudiaram tanto ser quem são, que desistiram de provar da liberdade, porque essa palavra jamais estaria em seus vocabulários.
[...]
Em meio a toda essa sujeira que os humanos de má índole criaram, um par de orelhas brancas extensas e peludinhas caíram silenciosas dos lados da cabeça do garoto escondido atrás de uma caixa de lixo, disfarçando seu cheiro. O nariz arredondado e com a ponta avermelhada farejava o ar lentamente, por mais que estivesse desesperado tentava não causar nenhum ruído que pudesse chamar a atenção dos seguranças nojentos da casa de zona. Eles haviam notado seu sumiço e não tinha mais tempo. Sequer chegou muito longe. Os cabelos escuros feito carvão recaíam sobre a testa suada -demonstrando que tinha algo de errado com aquele corpo-, os olhos negros mal piscavam observando cada centímetro ao seu redor com cuidado, obrigando-se apenas quando as lágrimas densas embaçavam sua vista, somando aos lábios trêmulos exibindo a feição extremamente cansada. Encostando na parede suja ao finalmente conseguir encontrar o chão sem fazer barulho, ele dobrou as pernas se encolhendo o máximo que podia.
Seu nome era Jeon Jeongguk, um jovem híbrido de coelho com seus vinte anos, no momento, preso a mais uma locação imunda feita por seu tutor.
O dia estava sem cor, sendo impossível conter o mal estar fazendo seu corpo padecer. Aquela era sua última chance de fugir e buscar ajuda para seus companheiros igualmente naquela situação. Mas naquele momento, tudo o que podia fazer era se encolher ouvindo os gritos, súplicas e risadas altas medonhas, sons esses vindos de dentro em forma de tortura.
― Encontrem aquele bicho fujão agora! ― A ordem do dono do lugar ecoou pelo beco que escondia a porta da casa.
Jeongguk sentiu seu coração disparar ainda mais assim que os passos duros se tornaram mais altos e próximos, para suas audições machucadas e seu corpo todo também dolorido e trêmulo. Não sabia mais como iria fugir, suas forças haviam se esvaído por completo.
Tudo estava acabado, seu final não seria minimamente bom, ninguém iria aparecer para ao menos ajudá-lo a escrever sua morte.
Pensava daquela forma até ouvir uma voz rouca e ainda sim melodiosa, diferente de todas as outras que já ouviu, chegar e estremecer as paredes daquele lugar.
Ergueu o olhar do chão. E encontrou alguém cercado de luz.
[...]
"― Uma nova geração de híbridos estão previstos para nascer no final deste semestre, os cientistas afirmam que os DNAs se tornam cada vez mais complexos e um raro híbrido de tigre é o mais aguardado dentre todas as espécies que virão ao mundo, é fato que o número de híbridos vem triplicando dos primórdios da primeira experiência feita com coelhos desde a década de trinta. Essa sub-espécie humana vem ganhando destaque na atualidade, sendo companheiros de lar e principalmente acompanhantes em sua vida pessoal, aumentando cerca de 56,8% do PIB Nacional na economia do País pela enorme busca por híbridos de todos os cantos do mundo..."
Sentado sozinho à mesa de sua cozinha, o homem inquieto mexia em seus cabelos castanhos e atualmente crescidos cobrindo sua nuca. Um suspiro desgostoso escapou após tomar mais um gole do café preto na xícara em uma de suas mãos.
Desviando o olhar da pequena televisão sobre o balcão, beliscou um pão de queijo se distraindo das imagens tristes exibindo os híbridos daquele mercado que considerava nojento. Terminando de beber o líquido quente, levantou-se colocando o objeto de porcelana na pia, não suportando ver como o número de híbridos havia crescido somente para serem cada vez mais maltratados.
Em seguida, pegou sua bolsa de couro escuro e apoiou a alça no ombro esquerdo enquanto alcançava o controle sobre a mesa e apontava para o aparelho, porém, quando estava prestes a desligar se pegou preso terminando de ver a reportagem. De repente o nojo que sentia daqueles humanos o fizeram prestar atenção no assunto.
"― Estamos aqui com o homem mais rico das Coréias, Lee Bonhwa..."
Revirou os olhos ao ver que a câmera focou no velho barrigudo. Odiava o egoísmo e a ambição, principalmente aquele cara que vivia se gabando pelas coisas que tinha ou adquiria. Pior, ainda era forçado a fechar negócios com o velhote em sua sala de reuniões na empresa, depois de passar todo o encontro ouvindo ladainhas.
"― Então senhor, poderia nos dizer quanto custou seu novo híbrido?
― Ah! Híbridos realmente são caros, porém muito valiosos, esse leopardo que comprei no leilão hoje, por exemplo, custou cerca de 300.000.000 de wons."
A câmera focou no garoto arisco, todo sujo e com as roupas simples rasgadas, as orelhinhas triangulares e o rabo de pelagem pintada se moviam inquietos e seu olhar estava triste, na direção do chão. Taehyung bufou irritado, não bastava apenas exibir o híbrido como se fosse uma atração, os outros repórteres e câmeras que esperavam para entrevistar o velho Lee ainda soltavam comentários maldosos o expondo cada vez mais.
O Kim às vezes não acreditava nas coisas que via na televisão.
Uma tecnologia tão avançada como atualmente poderia fazer coisas incríveis, a sociedade ia de mal a pior. Não que híbridos não fossem uma criação incrível, entretanto, a forma como os usavam era desumana e repudiava todos os envolvidos em machucá-los. Pensava com resmungos quase inaudíveis escapando pelos lábios cor de pêssego. Híbridos não eram troféus ou mercadorias, deveriam ser tratados com respeito igualmente, afinal, também eram seres humanos.
"― Sabemos que híbridos muitas vezes são pegos nas ruas e vendidos por preços altíssimos, já caiu em algum golpe, senhor Lee?"
"― Sim! Sempre tem um espertinho querendo nos passar a perna, ― Taehyung sabia que o velho não se olhava no espelho há algum tempo, para falar do que mais fazia com os outros. ― hoje em dia, felizmente não sei onde o felino falso está, normalmente híbridos pegos em ruas não são puros, e sim, mestiços de uma relação com humanos normais, me faz pensar que ainda não podem ser considerados gente..."
Tae sentiu seu estômago embrulhar. Aquele era o pior problema que enxergava no mundo ao qual vivia, o tratamento de diferença, o preconceito de todas as formas entre as pessoas, o prazer de ver um inocente sofrer.
― Híbridos são humanos como você, seu idiota! ― Com raiva, desligou a televisão no momento em que a repórter perguntava sobre os cios dos híbridos que o homem tinha, e não estava nem um pouco a fim de ouvir mais atrocidades saltando da garganta alheia.
O Kim mal conseguia esperar o momento de quebrar o contrato de sua empresa com a imunda dele e não precisar vê-lo mais. Aos poucos, desde que assumiu a presidência da Império Kim, se livrava discretamente do conselho de empresários que antes eram de confiança de seu pai. Agora, trabalhava para fazer seu próprio conselho, com os amigos que confiava completamente, contratando funcionários híbridos para ajudar nas construções de suas vidas em liberdade.
— Bom dia, querido! ― Não respondeu a voz doce, continuou encarando a tela apagada adiante. ― O que houve? — Chacoalhando a cabeça tentando afastar os pensamentos que estavam o deixando enjoado, direcionou o olhar para a governanta da casa, Byun Byeol, mas que considerava como sua segunda mãe e tinha um enorme carinho por ela.
— Bom dia, noona. ― Sorriu murchinho.
― Ih, que carinha é essa? ― A Byun se aproximou, lhe analisando preocupada. ― não dormiu bem essa noite?
― Não é isso, é que eu tenho nojo de algumas pessoas, noona. — Resmungou.
— Eu tenho de muitas pessoas, — Com jeitinho, a mais velha o fez rir. — mas por que está dizendo isso, TaeTae? — As mãos pouco envelhecidas acariciaram seus fios tratados e macios.
— Na tv, — Fechou os olhos aproveitando o carinho. — aquele idiota e ignorante do Lee comprou um híbrido de leopardo, está conversando todo alegre com a repórter, enquanto, o garoto está mal e totalmente exposto. — Perdeu o sorriso se lembrando da feição triste e assustada. — Vou ligar para o Hyojong hyung e ver se ele pode fazer alguma coisa.
— Faça isso, sinceramente, as pessoas estão cada vez mais insuportáveis, — A senhora de meia idade negou descrente, nem mesmo ligaria a televisão para se entreter, não suportaria ver mais alguém sofrendo. — Mas isso vai acabar, — A olhou, duvidoso. — estão surgindo leis que vão defender os híbridos, vimos semana passada que um dos mercados já foi fechado, não?
— Mas e as casas de aluguel? O leilão? A senhora já viu quantos estão aumentando seus preços para ter os híbridos... mais raros? — Taehyung respondeu fazendo aspas com os dedos, negando indignado para o próprio pensamento pessimista.
— Eles vão acabar com isso também, — Byeol afirmou tão convicta que uma pontinha de esperança se acendeu em si, de que de fato, isso iria acontecer. — Já tomou café da manhã?
— Mais ou menos, — Sorriu sem graça. — Não estou com muita fome, só bebi um pouco de café.
— Tem que se alimentar direito, menino!
— Na empresa eu como alguma coisa, noona. — A mais velha estreitou os olhos o encarando seriamente. Soprou um riso. — Prometo.
— Tudo bem, — Concordou ela ajeitando seu terno. — Mas então venha para o almoço, vou fazer seu prato preferido.
— Eu sou muito mimado mesmo — Brincou, deixando um beijinho estalado em sua testa. — Até depois.
— Até, dirija com cuidado. — Assentiu.
Sendo acompanhado até a porta, o empresário recebeu uma última carícia nos cabelos antes de se afastar pela garagem até seu carro.
Poucos minutos depois, o casarão Kim foi deixado pelo jovem patriarca, que tentava adiar seu caminho para a empresa dirigindo calmamente até a saída do portão automático. No caminho, a fim de se distrair, pensava seriamente em mudar com a mais velha para uma casa menor do que a propriedade de dois andares, moravam apenas os dois ali e si próprio quase não parava em casa. Detestava ser tratado bem por pessoas que tinham apenas interesse em tudo aquilo que possuía, então, gostava de imaginar uma pequena e confortável casinha, onde seria mais aconchegante morar.
A empresa gigantesca que fazia parte de sua herança não ficava muito longe da propriedade, cerca de vinte minutos eram suficientes para chegar no grande prédio, esse sendo mais uma das enormes edificações cinzentas e sem graça no meio da cidade.
Aquele clima poluído e urbanístico mataria todas as flores daquele fim de verão. Sentia-se culpado por isso.
Ao parar em um sinal vermelho, já na avenida principal, tirou alguns segundos para olhar em volta, estava na faixa da direita em uma via em que haviam três faixas que separavam os veículos.
No entanto, parou de assistir o movimento diário se iniciando entre as pequenas e grandes lojas ali com seu celular tocando. Não gostava de atender ligações enquanto dirigia, mas aquela não iria ignorar, vendo no visor o nome de seu braço direito na empresa e diretor do novo conselho. Min Yoongi.
— Yoon. — Encostou a cabeça no apoio do banco assim que atendeu.
— Eu que durmo demais e você que chega atrasado? — Revirou os olhos, ainda que sorrindo pela provocação do mais velho.
— O patrão pode. — Entrou na brincadeira.
— Não quando o dia está entupido de coisas para fazer, cabeção!
— É desse jeito que você fala com o seu patrão? — Pisou no acelerador, prestando mais atenção nas ruas.
— Tô nem aí — Na quadra seguinte, parou por conta de outro sinal fechado. — Metade dos acionistas já chegaram, Taehyung!
— Eu já estou chegando, relaxa. — Ouviu o bufar irritado do outro lado da chamada.
Passando a mão livre pelo rosto, tentando parar de pensar tanto, Tae aproveitou a onda de falação desenfreada do melhor amigo e correu os olhos por aquela parte da avenida, estreitando-os ao encontrar uma silhueta encolhida ao lado de um corredor ainda escuro pelo dia iniciando.
Soube do que se tratava o lugar quando a placa insinuativa próxima do telhado apagou as luzes de repente, aquele estabelecimento se referia a uma casa de zona. Estranhando, abaixou o vidro para enxergar melhor, alheio a voz tranquila do Min.
Um par de olhos pareceu encará-lo de volta, em seguida, sentiu o coração comprimir e disparar com a movimentação borrada pela escuridão daquele beco, exibindo quatro homens saindo de lá. Iriam encontrar aquele alguém todo encolhido.
Como já não tinham visto aquilo?
Perguntou a si próprio, sentindo raiva pela falta de compaixão de quem passou por ali antes que ele.
— Você tá me ouvindo, Tae?!
— Tô — Continuou seguindo aqueles desconhecidos com o olhar, soltando o cinto depois de manobrar o volante deixando o carro no acostamento da rua. — Mas eu vou ter que desligar, já encontro você, hyung.
Encerrando a chamada, praticamente saltou do banco do motorista, pesquisando em sua agenda virtual outro contato familiar e esperando três toques até ouvir a voz metálica do outro lado.
— Pois não, senhor Kim?
— Estou entrando em um lugar suspeito e gostaria que o seu esquadrão viesse dar uma olhada.
— Mande a localização, chegaremos em cinco minutos. Tome cuidado, senhor.
— Certo. Obrigado.
Desligando a chamada outra vez, o acastanhado fez o que o outro homem pediu e guardou o celular no bolso novamente, se aproximando a passos largos e apressados. Seu peito pareceu ter sido rasgado ao constatar que a imagem escondida se tratava de alguém especial. Um híbrido.
— Ei vocês!
Chamou alto e claro, distraindo-os.
— Olha, meu senhor, esse estabelecimento já encerrou suas atividades noturnas. — Um deles respondeu, rindo de forma sarcástica.
— Tenho observado e chamarei a polícia se não pedirem para todos saírem imediatamente.
— E quem você pensa que é?
— Eu sou um Kim Imperial. Já deve ter escutado esse nome. — Os homens arregalaram os olhos, não era difícil lembrar do nome de maior movimento de renda do país, menos ainda que ele carregava a maior ONG de híbridos já criada. Taehyung engoliu em seco, precisava pensar no que mais dizer até a chegada do esquadrão. — Quantos estão dentro dessa casa?
— Ao total, quinze, mas são todos prostitutos. — Debochou o outro.
— Entrem e avisem o dono de que estou aqui o esperando. Não se esqueça de que quero todos fora, agora. — Sua voz saiu fria, rangendo os dentes.
Assim que os homens se afastaram, ainda debochando de suas palavras, o carro doblô da ONG que fundou e ajudava a manter funcionando perfeitamente, estacionou atrás do seu e ouviu os passos dos homens fardados e armados que solicitou.
— Fechem esse lugar. — Ordenou com raiva, sem encarar o líder do esquadrão.
Os híbridos fardados logo se encaminharam para dentro da casa, também alheios à presença pequena de tão encolhida e assustada do garoto ali próximo.
Tae desconhecia a si próprio, normalmente preferia cuidar dos assuntos da ONG à distância, mas aquela cena diante de seus olhos o fez mudar de ideia automaticamente. Aqueles olhos ainda o encaravam e seu corpo agiu antes de seus pensamentos, separando do grupo concentrado em seguir sua ordem, caminhou até o corpo encolhido contra a parede lateral da lata de lixo.
— Oi, — Parou a uma distância considerável, não queria assustar ele ainda mais, se abaixando até conseguir ver o rosto pálido e completamente banhado em lágrimas. — você vai ficar bem, eu prometo. — Soou o mais gentil que pode, estendendo as mãos na direção do híbrido de longas orelhas de coelho. — Mas vai precisar confiar em mim.
Um soluço escapou dos lábios esbranquiçados e trêmulos, os olhos negros encaravam o homem a sua frente apavorados.
— Eu vou tirar você daqui e levar para uma boa ONG, já ouviu falar da que tem aqui perto? Eu sou o fundador e minha missão é te ajudar. — Taehyung tentou outra vez, o mais calmo possível, enquanto, uma gritaria começou do lado de dentro da casa.
O garoto chacoalhou a cabeça inconscientemente, mal conseguindo respirar.
— M-Me ajuda — sussurrou em meio as lágrimas desesperadas. O híbrido queria confiar naquele humano, mas seu corpo não reagia, era como se estivesse preso ao chão, ao medo.
— Vou te ajudar, eu prometo.
Os olhos castanhos chamavam sua atenção, o homem tinha um cheiro diferente e suas mãos criavam a ilusão de calor.
— Posso me aproximar de você?
A pergunta foi ouvida ao longe. Seus pensamentos ainda gritavam que precisava correr, mas seu tempo tinha acabado. Não iria ajudar seus semelhantes. Não entendia aquele homem em sua frente, trazendo as mãos para cada vez mais perto de si.
— Você é muito corajoso, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para esse pesadelo acabar.
Ele não reagiu, conseguiu apenas piscar lentamente uma última vez antes de suas pálpebras pesarem e seu corpo se desligar outra vez naquele dia.
Desesperado, Tae se impulsionou até ele e o embalou em seus braços se afastando até o carro, fugindo do som estrondoso da casa e suspirando minimamente aliviado quando os híbridos começaram a sair, sendo prontamente acolhidos por outro grupo de guardiões recém chegados.
Deitando com cuidado o garoto em seu banco traseiro, buscou as chaves com as mãos trêmulas pelos bolsos da calça social, esperando o carro doblô com todos os outros sair na frente e o seguiu com pressa.
Naquele momento, esqueceu-se de quem era e para onde estava indo, tudo o que importava era aquela pessoa especial em seu carro que precisava de ajuda.
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Notas Finais
E então??
Coisitas novas surgiram hehe o que acharam dessa nova versão??
Eu tô muito animada com Auh, trazer ela de volta é maravilhoso!
Poucas coisas vão mudar (mais agora no começo), mas acho que vão gostar hihi
Aqui marcamos a volta definitiva e de carinha nova :'
Glossário: O valor citado (na reportagem), é de aproximadamente um milhão e quinhentos mil reais.
Até nosso próximo reencontro na att que vem!
Bom diatardenoite! 🎔🎔🎔
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