O que você está fazendo aqui? ♡ Capítulo 27
Uma noite divertida com nossos amigos era o que estávamos querendo há muitas semanas, a correria da vida e do trabalho às vezes nos deixa ausentes. Os meses passavam depressa e, mesmo desconfiada do futuro, a felicidade me mantinha firme e forte. Alice e Alex estavam se conhecendo melhor, o que me deixava mais tranquila a cada dia e anima com toda aquela atmosfera. Ela, com certeza, estava sendo forte ao tentar superar a dor de uma perda e o medo de ter outra pessoa em sua vida. Não é fácil trabalhar nossa mente, às vezes, só ter fé não é suficiente. Falo por mim, que precisei me fazer muitas perguntas até perceber que realmente tinha sido conquistada por Gustavo.
Por entre as ruas sempre vazias da nossa pequena cidade, o Mustang deslizava em baixa velocidade pelo asfalto seco. Estávamos em busca de diversão, algo que quebrasse a monotonia da pacata cidade, ao meu lado Gustavo encarava o volante, mergulhado em pensamentos ao mesmo tempo que cantarolava com bom humor. Durante parte do trajeto, ele me lançava sorrisos tímidos e voltava a se concentrar na direção.
Nos vemos quase todos os dias agora e ele sempre passa na padaria após pegar aquela rota definitivamente, ele entregava as caixas de café, ganhava um chocolate quente e distraia-me do trabalho por no mínimo dez minutos, inclusive já cheguei a queimar uma fornada de biscoitos de mel por conta disso. Contudo, sua companhia nunca enjoa, ele é a parte doce da relação, então é como se adoçasse minha alma sem nem saber.
Seu olhar sexy e suas mãos inquietas no volante chamavam minha atenção, logo me fazendo sair de pensamentos distantes. O vento gelado bagunçava seus cabelos, e eu me pego observando cada detalhe seu como se estivesse hipnotizada por ele, e no fim eu estava mesmo. — Deslizo minha mão em sua nuca, acariciando seus cabelos.
— Às vezes, quando dormimos juntos, de forma involuntária você fica fazendo isso no meu cabelo. — Gustavo sorriu, e eu o encarei. — É bom, me dá sono.
Retirei a mão, o que o fez bufar.
— Acho que é minha primeira mania em você. E seus cabelos são cheirosos, eu gosto... — Falei, mudando de assunto. Se ele mencionasse alguma mania estranha minha, eu morreria de vergonha. — E as inscrições para a faculdade estão cada vez mais próximas.
Gustavo, ao meu lado, parecia despreocupado afinal mesmo sendo a faculdade mais cara do país, ele não precisava de bolsa de estudos. Com os dedos batendo no volante ao ritmo da música country, ele soprou para fora da janela, fazendo uma pequena nuvem de fumaça escapar de sua boca.
— Não precisa esquentar sua cabeça enorme com isso. Já disse que com suas notas ótimas e trabalhos extracurriculares excelentes... É impossível você não entrar na faculdade, e vamos orar por uma bolsa de estudos, mas sei que consegue! — Sua mão firme pousou sobre a minha, na minha coxa.
O jeito calmo dele, sempre tranquilo por trás de uma aparência séria, me fazia acreditar que a bolsa em Harvard seria minha, mesmo que fosse uma mínima.
Passamos por uma avenida iluminada por pequenas luzes, onde vários bares e restaurantes lotados mostravam uma das partes mais animadas da cidade. Gustavo estacionou o carro com habilidade e, ainda sério, segurou minha mão, me fazendo encará-lo.
— Não leve a mal meu silêncio, baby. Estou com algumas preocupações por conta de coisas na minha casa, não quero te angustiar com essas coisas bobas. — Ele suspirou levemente e mandou seu melhor sorriso, sabendo que isso acalmaria meus nervos.
Obviamente deveria ser mais problemas com o pai dele.
— Mesmo sendo poucos meses de namoro, você não precisa guardar tudo pra si. Não garanto que vou conseguir ajudar, mas posso ouvir você. E podemos remarcar o karaokê se quiser... — Antes que eu pudesse terminar, seus lábios tocaram os meus, acompanhados de um abraço firme.
Com delicadeza sua mão passeou pelos meus cabelos, seus olhos escuros me encaravam e, por trás deles, eu podia ver uma tristeza que ele não queria deixar transparecer.
— Gustavo, eu sou a parte triste da relação. Você sempre me anima, e ver você triste é incrivelmente agoniante, então me deixe te ajudar se eu puder... — Minha voz mansa o fez sorrir. Passei minha mão pelos seus cabelos os arrumando, e ele consentiu balançando a cabeça lentamente.
— Você é a parte chata, eu a legal, isso é fato. Mas não é nada que mereça atenção, Anne. Se eu for dar atenção a todos os mínimos problemas, estou ferrado!— Ele sussurrou, subindo os vidros rapidamente.
Antes que ele mudasse de assunto, o puxei pelo casaco com voracidade.
— Toda tristeza merece atenção. Eu vou respeitar o seu espaço, mas me fale tudo que puder e eu vou ajudar. — Passei a mão pelos seus olhos e apertei suas bochechas.
Gustavo deu um sorriso de canto de boca, afastando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha, antes de apertar minhas bochechas com força, ele sempre fazia aquilo e minha careta sincera fez com que ele abrisse seu maior sorriso para mim.
— Sua companhia me ajuda, suas caretas também, e esse seu rosto redondinho me lembra um cookie. — Ele traçou o contorno do meu rosto com a mão e completou — Se eu tiver você, tenho a certeza de que sempre estarei bem. — Suas palavras atingiram meu coração de imediato, mas ele não ia escapar do assunto tão facilmente.
De mãos dadas, entramos no local e diferente do que eu imaginei, o ambiente era silencioso e calmo. A recepção em tons de vermelho com dourado, com o ar-condicionado no máximo, não lembrava em nada os karaokês que eu via na televisão. Quando paramos na recepção, um atendente elegante, vestido com roupa social, nos informou que o local era separado por salas com proteção acústica e isso significava que nenhum som poderia nos atrapalhar, mesmo que estivessem gritando ao nosso lado... Isso sim é o que eu chamo de um lugar bem planejado.
Olhei ao meu redor e tirei algumas fotos discretamente.
— O Alexander reservou a sala oito para cinco pessoas, mas eles ainda não chegaram. Podem aguardar lá, e por favor, assinem seus nomes neste papel.
Com o papel em mãos assinei meu nome e meu namorado fez o mesmo, logo seguimos em direção ao caminho que o rapaz apontou. Gustavo já cantarolava com animação e andando em sua frente, ele apoiava suas mãos em meus ombros assim me empurrando lentamente. O ambiente era gelado com paredes decoradas por pinturas de diversos artistas deixava o local com um aspecto alegre. Ao entrarmos na sala de tamanho mediano, um sofá enorme e uma mesa a frente dele tomavam quase todo o espaço, uma tela enorme e microfones espalhados em cima de um pequeno palco, me deixava tímida. — Sentei no sofá, e Gustavo caminhou até a máquina de refrigerante.
— Um refrigerante para você, e outro para mim. Nada de bebidas ao volante, como prometido, senhora Clark. — Gustavo disse com um sorriso, estendendo a garrafa na minha direção para um brinde.
— Por uma noite incrível e divertida. — Toquei minha garrafa na dele, e o som suave do vidro se encontrando ecoou pela sala, como um prenúncio da noite leve que nos aguardava.
Enquanto brindávamos, senti o alívio de estar ali com ele, longe das preocupações e do peso que ele carregava momentos antes. Gustavo estava mais leve, e eu me permiti relaxar, sabendo que a promessa de uma noite divertida estava apenas começando.
{♡}
Entre conversas e risadas, aguardamos Alice e suas companhias atrasadas. Eu, impaciente e quase ligando para apressá-la, fui interrompida pelo som estridente da sua voz ecoando na nossa sala. Como sempre, eles chegaram entre risadas e pulos, e Alice me abraçou com entusiasmo, fazendo Gustavo rir timidamente.
Seus cachos soltos e a maquiagem escura destacavam seu rosto, e ela parecia ainda mais feliz do que o habitual.
— Que saudade do casal mais chato dessa cidade! Como vocês se suportam? — Alice exclamou, animada, enquanto me apertava num abraço forte. — Chatos e bonitos, que nojo, amo vocês!
— Nos vimos há poucos dias mas já sinto sua falta, e meus pulmões já estão gritando, calma amiga! — Murmurei tentando recuperar o fôlego e logo Alice me soltou, nos acomodámos no grande sofá vermelho de veludo.
— Anne, que saudade! Como você está? Minha vida corrida é uma droga... Você me perdoa? — Alex disse com sua voz chorosa, encostando a cabeça no meu ombro.
Eu sorri e dei tapinhas leves na sua bochecha, meu melhor amigo faz muita falta todos os dias, e ele nem imagina.
— Eu sinto muito sua falta, mas sei que está ocupado. — respondi, enquanto Alex ainda fingia um choro. — Alice, cadê seu primo misterioso?
Alice, que lutava com a máquina de refrigerante, finalmente conseguiu que uma soda caísse após um leve soco na lateral, ela comemorou animadamente antes de subir ao palco.
— Que máquina péssima! Ele foi estacionar o carro, não tinha lugar algum por perto. Mas vocês vão conhecê-lo; depois de quase três anos fora, ele voltou com meus tios pra ficar. — Alice explicou ao microfone enquanto procurava uma música para cantar.
Sentados no sofá confortável, Gustavo e Alex conversavam entre si, despreocupados com minha presença no meio deles. Gustavo, com uma perna apoiada sobre a minha, parecia mais confortável do que nunca, mas com um leve tapa na sua perna, ele a tirou de cima de mim e pegou meu braço.
— Chiclete. — sussurrei, cutucando-o levemente, e ele apenas sorriu.
— Shhh... Caladinha. — Gustavo pediu silêncio, apontando para Alice no palco.
Com a voz um pouco desafinada, Alice selecionou uma música da Sia, de quem é fã há anos. Na grande televisão, a letra surgia lentamente sobre um clipe da própria cantora. Alex aplaudia e gritava nos refrãos que ela cantava com entusiasmo, mas sem muita afinação. Em poucos minutos, a noite já nos divertia e as risadas se misturavam com a canção curta.
— MARAVILHOSA, DEUSA, ISSO AÍ! — gritei, fazendo-a curvar-se em agradecimento na minha direção. Com seu estilo único e a blusa xadrez amarrada na cintura, Alice terminou a música entre aplausos e assobios de Gustavo.
— Obrigada, obrigada! Passa minha soda e quem vai ser o próximo? — disse ela, saltando do palco e ignorando a pequena escada.
Por alguns minutos, todos hesitaram em subir ao palco, trocando olhares divertidos enquanto tentávamos eleger o próximo cantor. Uma canção de fundo acompanhava nossa conversa, e aproveitamos para beber o máximo de refrigerante que podíamos, já que estava incluído no valor da sala.
Alice nos lembrou dos tempos de escola e de como éramos incompatíveis naquela época e de como mesmo namorando meu irmão, ela tinha receio de uma aproximação. Entre as lembranças do passado, percebi Gustavo ficando pensativo e distante novamente, embora ele já tivesse admitido que suas preocupações não eram importantes, achei que ele estivesse melhor.
— Ei. — cutuquei-o, fazendo com que seus olhos castanhos se arregalassem um pouco. —Está pensando em problemas como em como nossa vida mudou em meses? —Brinquei.
Gustavo me olhou por alguns segundos, como se pesasse as palavras antes de respondê-las. Seus dedos tamborilavam no copo de refrigerante, e ele deu um sorriso leve, mas meio sem jeito.
— Me pego pensando em como tudo mudou. Às vezes, é difícil não olhar para trás, mesmo sabendo que o importante é o que a gente tem agora, as vezes dá medo de voltar a ser sozinho. — ele disse, dando de ombros, mas mantendo aquele olhar de quem está tentando não se deixar levar pelos pensamentos.
Aproximei-me um pouco mais, tocando de leve seu braço, querendo mostrar que, mesmo sem todas as respostas, estava ali.
— Olhar para trás é normal, mas estamos aqui agora. E o que construímos é o que importa, agora somos muitos amigos juntos! O passado não retornará e nunca mais estará sozinho! — falei suavemente, beijando seu braço.
Gustavo assentiu, apertando minha mão como quem encontrou um pouco de conforto. Entre as luzes coloridas da sala e as risadas dos nossos amigos, a noite seguia em frente, e a conexão entre nós só se fortalecia.
—Não pense demais Baker! —Alice pediu, logo me fazendo sorrir.
— Só me distraí ao lembrar como eu era desejado na época da escola, mas só tinha olhos para a menina mais chata do pedaço. — Gustavo brincou, inflando o ego.
— Mas eu não tinha olhos para você, não se ache. — revirei os olhos, dando-lhe um sorriso forçado.
Alex estapeou a testa e negou em minha direção.
— Nossa, como você aguenta namorar essa chata, meu caro? — Alex disse, em tom de brincadeira.
— Certo, mas agora você me ama, vai negar Clark? — Gustavo provocou, pegando o microfone e apontando-o na minha direção, esperando uma resposta.
Entre risos e torcidas, nossos amigos batiam palmas, incentivando a minha resposta. Impulsivamente, peguei o microfone da mão dele, deixando-o boquiaberto, e fiquei de pé em frente ao sofá com os três rindo da minha reação.
Eu poderia falar tudo o que sinto por ele sem medo ou timidez, seus olhos castanhos brilhantes me encaravam com intensidade, e seu sorriso fazia meu coração acelerar, despertando um sorriso genuíno em mim. Poderia dizer que meus dias ao lado dele são mais felizes e cheios de significado, e que não foi sua insistência que me fez amá-lo. Queria expressar que sinto como se o amasse há mil anos e que sei que continuarei a amá-lo por mil mais. Queria que meus olhos transmitissem que a cada dia gosto mais da sua presença, e que ao seu lado me sinto completa.
Mas, ao invés de verbalizar tudo isso, respirei fundo e respondi, com o sorriso que ele conhece bem:
— Eu não vou negar, eu te amo mesmo... — disse suavemente, olhando diretamente para ele.
Gustavo sorriu, surpreso e satisfeito, enquanto os aplausos ecoavam ao nosso redor. Em meio às brincadeiras e provocações, o que realmente importava era a certeza silenciosa de que estávamos juntos, construindo algo verdadeiro, do nosso jeito.
Porém entre nossos olhares e gritos, apenas em alguns segundos de pensamentos a porta da sala abriu lentamente. Foi ali que vi que a vida não pode ser mais louca quando se tratava de mim, o que pareceu foi que preciso viver em provas de como não enlouquecer.
Por aquela porta entrou a pessoa na qual jurei nunca mais ver, ouvir ou falar e por ser a única em pé, nossos olhares se cruzaram de imediato deixando claro que ambos não esperavam se ver. Meu corpo esquentou e podia sair correndo daquele lugar no instante que o vi, ainda mais alto que antes, roupas alinhadas, cabelos cacheados e a orelha furada ele fechou a porta fazendo todos olharem em sua direção.
— Michael... — sussurrei, fazendo o microfone escorregar de minha mão e cair ao chão, produzindo um barulho agudo que quase nos ensurdeceu.
Não, não, não.
— Primo demorou demais, até já cantei! — Alice puxou seu primo pela mão e o fez se acomodar no sofá ao nosso lado.
Como assim? Justo no meu grupo de amigos? Por que não percebi antes as datas que a Alice mencionou?
Voltei a sentar ao lado do meu namorado e entrelacei minha mão na de Gustavo, que demonstrava simpatia para o rapaz, pelo menos até o momento.
— Oi, me chamou Michael e voltei para a cidade depois de alguns anos fora. — O garoto simpático apertou a mão de todos, e eu, ainda tremendo, recusei sua mão estendida.
Anos fora? Só queria entender o que o trouxe de volta. A vida definitivamente tinha um jeito irônico de fazer as coisas.
— Essa é minha namorada... — Antes que Gustavo pudesse me apresentar formalmente, Michael o interrompeu com um longo suspiro.
Eu o encarei, com cara de poucos amigos.
— Joanne, fizemos algumas aulas juntos no primeiro ano, mas fui embora antes da metade do ano. — Michael me mandou um sorriso, estendendo sua mão novamente.
Após ser ignorado pela segunda vez, Alex puxou assunto para aliviar a tensão sem entender o motivo da minha nula simpatia. Mesmo com sua aparência mudada, Michael ainda carregava seu estilo próprio com vários anéis e roupas sociais. Sua forma de falar e o linguajar formal permaneciam, apesar das mudanças visíveis.
— Acho que já te vi na escola. Sou o Alex, e é bom te ver de volta da cidade. — Alex falou com simpatia e levantou-se após escolher uma música romântica, começando a cantar sua melhor versão de James Arthur.
Enquanto Alex cantava com sua bela voz e todos aplaudiam sua coreografia romântica, eu sentada ao lado de Gustavo, tentava ignorar o pesadelo que se desenrolava ao meu lado. Michael parecia determinado a não esconder seu passado e me observava com uma intensidade desconfortável e agradecia mentalmente por meu namorado esta distraído o suficiente para não notar aquilo.
— Está ficando tarde... — sussurrei para Gustavo, tentando ser discreta.
— Já quer ir embora, fotógrafa? — Michael sussurrou de volta, forçando uma intimidade desconfortável. — Acabei de chegar...
Minha mente girava em torno das melhores maneiras de escapar daquela situação, enquanto Gustavo tentava entender o porque eu estava tensa.
Michael conseguiu todos os olhares voltados para ele ao entregar que me conhecia bem. Inferno, some daqui cara.
— De onde vocês se conhecem mesmo? — Alice perguntou empolgada, dando um longo gole em sua soda. — Que mundo pequeno.
— Da escola. — Respondi friamente, notando a troca de olhares confusos entre Gustavo e Alice. — Apenas.
Depois que Alex terminou de cantar, meus olhos se fixaram no microfone em frente a mim. Era hora de cortar o mal pela raiz antes que essa situação estragasse ainda mais a noite.
— Agora é minha vez de cantar! — Levantei as mãos em um gesto dramático, tentando manter um semblante alegre, e me dirigi ao pequeno palco com o microfone em mãos.
Os olhares se voltaram para mim, especialmente o de Michael, que parecia estar particularmente interessado em me ver ali e era necessário esclarecer algumas coisas antes que ele começasse a fazer suposições ou brincadeiras inconvenientes. Escolhi uma música que conheço bem, a trilha sonora de um romance coreano que assisti há alguns anos.
— Então, vou cantar uma música que faz parte da trilha sonora de um romance coreano. — Observei os olhos arregalados ao meu redor, e Gustavo, visivelmente surpreso, sorria sem jeito. — Esse drama conta a história de uma garota com um coração de gelo que não sabia o que era amar, até que um anjo, literalmente, apareceu em sua vida para lhe mostrar o que é o amor.
Olhei nos olhos de Gustavo, que ainda sorria, parecendo não saber como reagir à declaração implícita. Com a tradução na televisão, a melodia começou a tocar e mesmo com um pouco de medo de errar, olhei para a letra e dei o meu melhor. Afinal, se eu cometesse algum erro, quem iria perceber, já que a música era em coreano?
Com a mão tapando sua boca, seus olhos entregavam um sorriso ao ler a letra traduzida, deixei o Baker sem palavras. Aplausos e sorrisos sinceros eram entregues em minha direção até que estiquei minha mão em direção ao menino de casaco branco e bochechas vermelhas e deixei de lado minha vergonha.
Ele levantou-se de imediato entre assobios e risadas após eu gesticular o chamando, Gustavo se aproximou do pequeno palco e subiu as escadas comemorando a tal declaração.
— Baker, sou muito ruim nisso... Caramba. — Com a mão na cabeça, deixei o microfone bater no meu cabelo, produzindo um barulho ensurdecedor. — Fica sério, para de rir.
Gustavo tentou conter o riso, olhando-me fixamente com uma expressão de diversão contida.
— Nunca recebi uma declaração em público, alguém grava isso! — Gustavo gritou, fazendo com que Alex e Alice posicionassem seus celulares em nossa direção.
A vergonha me fez sentir minhas bochechas queimarem, mas decidi não me importar.
— Esta música diz que está tudo bem. Está tudo bem se tudo der errado às vezes, tudo bem se eu não estiver bem ou chorar. Está tudo bem porque sei que você vai estar lá para me ajudar, como sempre fez. E essa música diz que... — Respirei fundo, sentindo a mão de Gustavo se entrelaçar na minha.
— Então, essa música diz que sou eu o anjo para sempre e que eu mostrei o amor a uma pessoa que não queria amar?
Gustavo havia claramente prestado atenção na letra, meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam, mas ele estava ali para me apoiar.
— Sim e diz poderemos recomeçar quantas vezes forem preciso e diz que eu amo você.
Entre aplausos e o fim da melodia, em cima do placo Gustavo me beijou como se fosse o último beijo e, como se estivéssemos terminado um show agradecemos aos nossos amigos sentados, nos curvando em direção a eles. Quando olhei para a porta, percebi que Michael tinha saído sem que notássemos, talvez tivesse ficado claro que não havia mais espaço para ele em minha vida.
《♡》
Dorama: Última Missão do anjo: Amor
Pode ser assistido no app Viki. ♥️
https://youtu.be/Ceg6441vYLM
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