Novos batimentos ♡ Capítulo 65

Dias especiais precisam ser com pessoas especiais ao redor, foi isso que o Alex falou quando me ligou para irmos a uma clínica ver seu bebê. As semanas passaram voando e muita coisa estava se resolvendo aos poucos, estávamos conhecendo uma nova Emma, e confesso que ela é uma pessoa muito legal. Saímos para comer todos juntos, fomos ao shopping, e como boas avós, a senhora Ahn e Blair compraram muitas coisas para o neto, mesmo sem saber o sexo. Blair era o oposto do pai da loira, ela era legal, engraçada e, mesmo rica, humilde. Elas estavam se aproximando aos poucos e Blair buscava conhecer a filha pouco a pouco, pois sabia que quase dez anos não era pouco tempo.

Conheci irmãos mais novos da Emma, que ninguém sabia da existência antes, e os dois menininhos alegravam nossas saídas. Conheci seu padrasto, que pensávamos ter sido o pivô da separação, mas descobrimos que a história era o oposto da que Flinn espalhou para o mundo e Blair tinha como provar. Ela mostrou a todos vários documentos, mensagens antigas do médico e a ordem de afastamento da filha. Por fim, percebemos que nem toda verdade é, de fato, única.

 Na porta de casa, aguardava meu namorado, já impaciente.

— Ele com toda certeza demora mais que eu. — Bufei, ao falar sozinha.

Quanto mais eu ficava em casa, mais queria sair dela. Muitas semanas entravam e saíam, meu braço continuava imóvel e proibida de trabalhar, apenas ia ao mercado e fazia coisas básicas em casa a fim de ajudar minha mãe, que estava prestes a dar à luz. Em sua última consulta, seu parto já foi marcado para quando ela entrasse na trigésima sétima semana e meu pai estava subindo pelas paredes de tanta ansiedade.

Terminamos de comprar os itens de higiene e minha mãe pode terminar as malinhas, o  quarto estava pronto e nossos corações também. Ficávamos ainda mais aflitos sabendo a data do parto, pois parecia que os dias não corriam. 

O carro do meu ilustre namorado parou em minha frente e recebi seu sorriso de desculpas pelo atraso.

— Consultas têm hora marcada para chegarmos na hora que foi marcada. — Entrei no carro e fui beijada de supetão. — Trinta e seis minutos de atraso. — Com suas mãos segurando meu rosto, ele me beijou mais uma vez.

Já dentro do carro, Gustavo deu partida o mais rápido que pôde para não nos atrasarmos mais ainda.

— Estou ansioso para ver esse bebê, até parece que é meu. — Ele encarou o céu pela janela e suspirou. — Me atrasei por culpa do filme que estava vendo com meu pai, preciso aproveitar esses momentos!

Consenti, seus cabelos estavam esvoaçantes com o vento e sua blusa com detalhes coloridos fugiam do normal, isso tinha cara da nova versão do Nicholas.

— Não tem mais medo de ser pai? — Falei, passando a mão em seus cabelos. — Como ia estar se fosse eu grávida?

Gustavo sorriu, baixando o som do carro, que sempre estava nas alturas.

— Não sei se medo é a palavra, mas de fato agora é algo que eu quero para nós no futuro. — Ele explicou, me fazendo sorrir por dentro. — E eu ia estar morto. — O encarei, franzindo as sobrancelhas.

— Morto? — Estapeei sua coxa e ele me olhou com malícia. — Por que estaria morto, Baker?

Gustavo continuou me encarando e, com toda certeza, eu entendia seu olhar.

— Não viu o olhar que seu pai me mandou na mesa? Ele me matou com os olhos quando falamos da nossa geração chegando, nem sei como ele aguenta saber que nós transamos e se ele soubesse a frequência em que isso acontece, me esganaria ainda mais. — Ele deu de ombros e prendi o riso. — Quer ser mãe dos meus filhos?

Arregalei os olhos em sua direção e meu coração entrou em taquicardia, como ele pode perguntar uma coisa dessas assim? 

— Como pode perguntar isso assim... — Encarei ele e abri meu maior sorriso. — Quero. — Respondi, ainda o encarando

Após minha resposta à sua pergunta, percorremos um caminho rápido, meu coração ainda estava acelerado e Gustavo em silêncio. Ele parou seu carro próximo ao nosso amplo lago e desceu com agilidade, dando a volta e abrindo minha porta ele me puxou pela mão, mesmo após eu explicar que estávamos atrasados.

— Repita, me olhando. — Ele me encarou com seus olhos castanhos e arqueou as sobrancelhas. — Repita sua resposta, por favor.

Sorri, escondendo meus olhos com as mãos e, por fim, o encarei. Eu era bem mais baixa que ele e precisava olhar para cima a fim de encará-lo.

— Quero ser a mãe dos seus filhos. — Prendi o riso, e ele prendeu também, soltando logo após uma gargalhada. — É, eu quero isso futuramente.

Sabíamos que não poderíamos fazer isso agora, mesmo porque tínhamos um trajeto intenso na faculdade.

— Mãe, ela aceitou ser mãe dos meus filhos. — Ele encarou o lago e, ao seu lado, ouvi sua voz mansa. — Parte da minha mãe está aqui, e acho que estou no ápice da felicidade. — Gustavo fechou os olhos, sorrindo ao sentir o vento em seu rosto.

Mary certa vez me contou que a minha sogra foi cremada, mas nesse assunto ele nunca tocou e me recusei a tocar.

— Sério que cinzas dela estão aí? — O encarei o lago e ele consentiu. — Nossa, então ela já ouviu muitos desabafos meus.

Encostei minha cabeça em seu ombro e senti a brisa no meu rosto.

— Parte aqui e parte no jardim que ela tanto amava...

Sorri e meus olhos encheram-se de lágrimas, o que ele não sabe é que me faz mais feliz ainda só por existir.

— Quero que seja meu companheiro de vida, de faculdade, de festas, de sexo, de brigas e de filhos. — Sussurrei e o senti me olhar. —  Eu amo você.

Gustavo me abraçou lentamente, seus braços envolveram meu corpo todo e podia ouvir as batidas frenéticas do seu coração.

— Eu amo você. — Gustavo sussurrou e senti seu queixo pousar em minha cabeça, sua risada fina me fez sorrir também. — Vamos ver nosso sobrinho, temos apenas cinco minutos para chegar lá.

Caminhamos de volta ao carro e também podia sentir o ápice da felicidade, era como se meu peito fosse explodir e minha face tivesse travado no sorriso.

— Se não chegarmos a tempo, farei sua seca aumentar. — Entrei no carro e o ouvi bufar. — Então acelere. — Ele assim fez, pisou no acelerador.

S2

Em pé dentro da sala gelada ao lado de Alice, Gustavo, as duas avós e Alex tentávamos explicar ao medico o porque precisávamos estar presente naquele momento. A sala era grande e nos cabia perfeitamente, mas apenas poderia um acompanhante e estávamos em seis.

— O senhor pode abrir uma exceção? Precisamos muito ver esse bebê, ele passou por muita coisa com a gente, precisamos ver se está tudo bem.  — Falei, com as mãos unidas em sua direção.

O médico coçou a cabeça e cochichou.

— Deixarei apenas essa vez, não podemos fazer isso sempre. É contra as regras da clínica, nas próximas apenas os pais. — Disse ele, calmamente.

— Agradecemos, deito agora? — Emma parecia nervosa e não escondia a ninguém.

O médico a acompanhou até a maca que ficava ao lado de um computador enorme. Na sala, haviam várias televisões passando a mesma coisa, e ele nos avisou que poderíamos sentar no sofá e encarar a televisão. Apenas uma pessoa estaria ao lado dela, e claramente Alex estava. Emma deitou e esticou sua blusa até seus seios, sua barriga não estava grande, parecia que havia uma pequena bolinha lá dentro.

— Me chamo Samuel, e hoje iniciamos o acompanhamento. Sei que já foram à primeira consulta e já sabem de muita coisa. — Emma e Alex encaravam o médico enquanto ele explicava. — Só enfatizando, hoje não garantiremos ver o sexo do bebê, pode ser que consigamos, mas realmente não posso garantir. — Ele sorriu, e Emma fez cara de choro com humor.

O médico explicou muitas coisas sobre prestar atenção em seu corpo, nas mudanças, e principalmente coisas que se acontecessem, tinha algo de errado. Emma não estava fazendo o pré-natal no hospital do seu pai, mas sim em uma clínica diferente.

— Mas podemos fazer sobre a saúde? É nossa prioridade. — Alex perguntou, e o médico sorriu consentindo.

De fato, era o que a mãe de Emma pedia desde sempre, ela queria ver o neto e sua saúde. O médico nos mostrou como apareceriam as imagens na televisão para que pudéssemos interpretar a imagem do bebê. Alice segurava minha mãe e parecia nervosa.

— Amiga, estou nervosa. Será que o pequeno feto está bem? — Alice cochichou, e a tranquilizei. — Bebê, feto não é uma palavra bonita.

Alice estava tentando se policiar ao se referir ao bebê, ela não gostava da palavra "feto" e, mesmo assim, insistia em falar.

— Vai estar tudo bem com o bebê, não fique nervosa. — Apertei sua mão, e ela continuou a falar.

-Uma vez minha prima brasileira pensou estar grávida mas eram vermes. -Alice cochichou e Gustavo a encarou. -O que foi?

-O mais engraçado é que você fala isso séria, você tem probleminhas. -Gustavo prendeu o riso e ela deu de ombros.

O médico colocou um gel na barriga da loira, e nessa hora a mãe da Emma estava em lágrimas, tentando disfarçar com um paninho branco que saía sujo de preto. Meu coração estava a mil, e os olhos do meu namorado não desgrudavam da televisão. 

O monitor de ultrassom ligou, e Emma o encarava, um aparelho começou a deslizar com leveza na barriga da loira. Por mais que nós nos esforçássemos, nada conseguíamos entender. O médico começou a deslizar com mais intensidade, e finalmente conseguimos ver. Era como uma bolsa dentro de sua barriga, e realmente tinha algo pequeno ali.

— Aqui é a placenta, onde o bebê fica por nove meses e é sua proteção. — Sentia meu amigo tenso, ele encarava a máquina e sorria. — Aqui é o bebê... — O médico deslizou mais uma vez, e pudemos ver com clareza as curvinhas do pequeno bebê.

Emma sorriu em meio a lágrimas, Alex acariciava sua cabeça com carinho.

— Nosso filho, olha ele amor... — Alex apontou mostrando a Emma e logo me encarou. — Anne, eu sou pai, olha isso. — Ele sorriu, deixando uma lágrima escapar.

Podíamos ver perfeitamente o bebê, ele estava ali mesmo e era pequeno, porem víamos que já se mexia um pouco, embora Emma dissesse não sentir nada. 

Gustavo encarava o bebê, apertava suas próprias mãos e nada falava, parecia mexido com tudo aquilo.

— Nosso netinho, senhora Ross, vou desaguar de tanto chorar. — A mãe da Emma soluçou e sorriu.

— Meu Deus, não acredito. — A vó do Alex sorriu. — Veio para o bem, quantos corações felizes. — Abracei a senhora, e Emma começou a falar com o médico.

Emma estava preocupada com seu filho, queria saber sobre sua saúde. Ela pedia para ver os dedinhos, a coluna e o cérebro e automaticamente parou de se preocupar com o sexo da criança e falava o nome de todos os órgãos que lembrava. Ela e Alex entraram em uma competição para perguntar sobre todos os órgãos, o que fazia o médico soltar risadas.

— Vamos com calma, ouçam isso. — Ele mexeu na barriga de Emma, e os batimentos fetais apareceram na tela.

O som era claro e alto, batimentos fortes e acelerados. 

No monitor mostrava a frequência cardíaca que ecoava na sala pequena, Emma deixou uma lagrima escorrer no canto dos seus olhos e  Alex beijou seu rosto,  essa foi a hora em que aquele bebê atingiu o coração de todos que estavam ali, incluindo o meu, que estava frenético. Alex o chamava de "pequeno acaso", e era isso mesmo, o bebê minúsculo que aparecia diante de nós não pediu permissão para chegar e, hoje, estava fazendo todos ficarem bobos.

— Ele está bem? É rápido assim? — Atenta, Emma apontou para o monitor ao seu lado, onde a frequência cardíaca não parava por nenhum instante.

— Sim, é um coração forte e saudável. — Ele apontou para o pontinho pulsando no monitor. — O bebê está formadinho, mãos e pés com todos os dedinhos, coluna perfeita e cabecinha em circunferência normal. Todos os órgãos certinhos, em tamanhos ideais... — O médico sorriu. —Temos um bebê perfeitamente saudável por aqui, mesmo que ainda precise fazer uma ultrassom um pouquinho mais invasiva pois faz parte do pré natal, fiquem tranquilos!

— Graças a Deus. — Blair e Emma falaram em uníssono.

—Nossa, estou aliviado! — suspirou

— Eu, no lugar do Alex, ia passar mal. — Gustavo sussurrou pela primeira vez, e meu amigo sorriu. — Olha o bracinho, Anne. — Ele apontou para o pequeno braço se mexendo, e sorri.

O médico esperou Emma conseguir parar de chorar e explicou que quase todas as mães passaram por isso devido aos hormônios. Mas que o bebê estava crescendo forte e saudável. Emma estava com quatorze semanas, ou seja, três meses e meio. Seria um milagre ver o sexo, mas ele disse que, em alguns casos, conseguia.

-Dá para ver o sexo? –Alice perguntou e Emma sorriu. -Se for menina, o Baker me pagará duzentos dólares. -Ela sorriu, fazendo Gustavo mandar uma careta. -Um conselho, só façam aposta com pessoas ricas se tiverem certeza que vão ganhar. Por favor bebê, não tenho duzentos dólares. -Alice implorou, fazendo a mãe da loira rir.

— Pode falar, doutor, aquelas são as avós, e esses três serão os padrinhos. — Emma sussurrou, e Alex nos mandou um sorriso.

— Isso mesmo. — Meu amigo confirmou, fazendo Gustavo arregalar os olhos.

Eu estava pronta para ser madrinha? A emoção tomou conta de mim, ele estava cumprindo sua promessa, eu ser madrinha do seu filho. 

Encarei meu amigo e senti seu olhar doce, ele consentiu.

— E... eu? Padrinho? É sério isso? — Gustavo colocou a mão na cabeça e começou a soltar risadas, que contagiou o médico. — Preciso ser o melhor padrinho para esse menino.

— Vou ser a madrinha mais legal, não estou em mim. — Alice levantou em um salto, e puxei sua mão, fazendo-a sentar novamente. — Será uma menina, mané. — Alice sabia como irritar meu namorado, e sobrava para mim acalmá-lo.

— Pode confiar, serei uma ótima madrinha. Serei a mais legal do mundo, desculpa Moore!— Brinquei, e Alex consentiu, sorrindo. — Obrigada por cumprir sua promessa, Ross! 

Mesmo nervosa e feliz, busquei fazer os garotos ao meu lado calarem a boca, ou o médico nos expulsaria. 

Encarei o monitor ao lado da loira e parei de ouvir as vozes por alguns segundos, meu coração estava digerindo as informações e todas as emoções, estava respirando aliviada, recordando de quando achei que nada daria certo e que a vida era injusta. Faz semanas que luto para mudar minha forma de pensar, procuro ensinar-me que tudo tem uma razão, mesmo que não possamos entender com clareza, e que tudo pode, sim, ficar bem antes do fim.

— Se for menino, escolheram o nome? — Retornei dos meus pensamentos em um pulo. — Não afirmei, apenas quero saber os nomes. — O médico estava gostando de fazer suspense.

Eu tinha certeza de que ele já sabia o sexo do bebê, o canto da sua boca estava sorrindo ao encarar o monitor. Ao lado, eram impressas pequenas fotos, e uma enfermeira as pegava todas, anotando coisas em seu computador.

— Pensamos em Louis, Ethan, Justin ou Mark, pois são nomes que o papai acha bonito caso for menino, mas ainda estamos indecisos entre esses quatro. Sobre os de menina, eu já escolhi sozinha! — Emma sorriu, olhou para Alex, e ele se mostrou surpreso.

Meu amigo parecia ter sido pego de surpresa, sorriu e deu de ombros.

— Não sabia que já tinha um em mente, até ontem disse que não sabia. — Ele sussurrou, e Emma sorriu. — Me enganou, limão?

Emma nos explicou que, desde que acalmou seu coração, se certificou de como se chamaria se fosse menina, mas não quis falar para Alex no intuito de uma surpresa.

— Não deu tempo de apostarmos o nome. — Lamentei.

Segundo Alex, ele não fazia ideia de qual nome seria, e o médico relutou a falar se sabia ou não sobre o sexo, mas, pelo jeito, ele sabia.

— Tenho noventa e nove por cento de certeza, mas pelo o que estou vendo...

Ele mexeu na barriga de Emma com seu pequeno aparelho, e o bebê se mexeu. Por um instante, me preocupei se aquilo não o machucaria.

— Estou vendo também, com certeza, Samuel. — A mãe de Emma, sendo médica, também deu certeza.

Alice tentou ver mais de perto, se aproximando da televisão, mas não entendia nada.

— Médico e sua visão raio-x, não estou vendo nada. — Alice sussurrou, fazendo todos rirem.

O médico nos mostrou os órgãos ainda em formação e nos explicou a importância das vitaminas que as gestantes tomam para a formação do corpinho, principalmente do cérebro e dos ossos.

— O bebê está em constante formação até os sete meses, quando os pulmões terminam de se formar. A partir dos oito meses, ele começa a ganhar peso. Então, nada de sustos, quedas, dieta louca, estresse, álcool, fumo. Coma bem, tome os remédios, viva bem de forma saudável. — O médico pediu. —E caso seja uma menina, pode nos contar o nome que tem em mente?

O medico era bem simpático e falante, o que nos deixava confortáveis.

— Se for menina, se chamará Hannah. Significa cheia de graça e agraciada por Deus... — Emma encarou Alex e ele ficou estático, assim como sua avó. — Será esse nome, escolhi há muitas semanas. Não chore amor, por favor. — Emma tocou o rosto do seu namorado e sorriu.

Hannah, assim se chamava a mãe do Alex. Minhas lágrimas tornaram a cair junto com um sorriso, e a senhora Ahn se mostrou feliz pela escolha de Emma. Foi uma linda escolha, e todos ficaram sabendo após a avó de Alex explicar o porquê de seu neto ter se emocionado.

 Com certeza, a loira já sabia de tudo e fez isso de coração.

— Onde a sua mãe estiver, ela está muito feliz por sua família, meu filho. — A avó de Alex sorriu e deu uma piscada. — Estou tão empolgada! — Ela bateu palmas, e todos sorrimos.

Lembro-me com clareza da mãe de Alex, ela era sorridente e se estressava muito rápido, ao contrário de seu pai. Ela era inteligente, ruiva, carinhosa, e me chamava de "pequena boneca". Seus pais eram ótimos e dedicados, e, mesmo tocando muito pouco no assunto, sabíamos que, de fato, ele nunca superou a morte deles.

— Chega de suspense, vamos dar as boas-vindas... — O médico sorriu. — A Hannah.

Emma colocou as mãos no rosto, Alex vibrou e a abraçou de imediato. Gustavo permanecia estático, olhando para o bebê no monitor, ele parecia estar entrando em um universo novo que o encantava. 

— Menina! É uma menina! — Abracei Alex, que pulou dentro da sala — Vou morrer do coração, será pai de uma menina, irmão! — Falei, comemorando.

Meu coração estava em puro êxtase, estava feliz e radiante. Todos vibraram com a notícia, e Emma sorria mais do que chorava ao saber que era uma menina, com certeza, era isso que ela queria e não escondia de ninguém.

— Nossa Hannah, nossa menina. — Emma levantou após ter o gel retirado de sua barriga e abraçou Alex. — Vamos ter uma filha, não estou acreditando.

—Somos pais de uma menina, querida limão. —Alex a beijou rapidamente

— Isso, isso mesmo, minha sobrinha. — Alice bateu palmas e tentava conter sua risada alta. — Gustavo, meus duzentos dólares. — Ela esticou a mão, e Gustavo bateu na dela, recebendo seu sorriso cínico. — Não é nada para você, corta essa.

— Vou pagar, relaxa cara!— Ele avisou a Alice que comemorou, e abraçou Alex — Parabéns, meu amigo, que felicidade. 

Emma repetia sem parar o nome da filha, e todos estávamos emocionados. As avós estavam felizes, e Gustavo afirmava que as mulheres iam dominar nossa família. Ele estava certo, éramos a maioria e estávamos aumentando, para nossa sorte. 

Abracei Emma, e ela, ainda muito emocionada, me pediu para ser uma boa madrinha.

— Obrigada por isso, vou dar o meu melhor como madrinha. Eu já amo a Hannah, é sério!— Toquei sua barriga, e ela sorriu.

— A Hannah tem muita sorte. — Emma deixou as lágrimas caírem, e aquilo me tocou profundamente.

O médico entregou uma pasta de papel e mostrou as pequenas fotos.

— Desejo felicidade a vocês, espero vê-los todos os meses, e cuidem muito bem dessa bebê. — O médico pegou nas mãos dos novos pais e apertou. — Parabéns pela princesa!

Saímos todos juntos do consultório e todos abraçamos Emma e Alex, os parabenizando pela nova vida que eles nos deram. Hannah estava chegando para alegrar a vida das pessoa a sua volta, era uma felicidade genuína apenas por ouvir seu coração e era assim que seus pais estavam, não importava por quantas dificuldades eles precisassem passar.

-VIVA A HANNAH. –Alice gritou e pela primeira vez deixou Alex feliz. –Quem acha que ela será loira? Ganhei uma afilhada e duzentas pratas.

Alice fez todos levantar as mãos, afinal realmente achávamos que a bebê nasceria loira como a mãe. Fomos rumo à padaria da minha família, pela primeira vez todos juntos, em prol de comemorar esse dia especial. Era o dia de dar boas-vindas à nova integrante da família, que chegaria com muito amor e muitos padrinhos. Todos amavam a pequena Hannah, e eu tinha certeza que ela já sentia.

S2

Já na casa de Gustavo, descansávamos depois de um dia cheio. Após o lanche em família, oferecido pelo meu pai, fui a uma consulta com esperanças firmes de que poderia tirar a tipoia, mas não foi isso que aconteceu. O médico disse que meu braço estava cicatrizando bem, e, se permanecesse assim, não precisaria de fisioterapia, mas ainda era cedo para tirar a tipoia. Fiz exercícios com o braço e, apesar da dor, consegui mexer bem, o que fez com que a tipoia afrouxasse um pouco. Após a consulta, finalmente fui conhecer a fábrica dos Baker e nunca tinha visto algo tão grande.

A fábrica era um lugar a perder de vista, com muitos trabalhadores, maquinários, produção, escritórios e recepções. Assim como o jatinho tem a letra B, também havia essa letra nos caminhões grandes, nos menores e nos carros. Nicholas começou do zero, com uma pequena plantação, e se tornou uma multinacional que entrega café para muitos países.

Conheci a sala que Gustavo divide com um rapaz, eles são responsáveis por algumas rotas de entregas na cidade, e fui tratada muito bem por todos. Tudo aquilo parecia dar muito trabalho para manter, e percebi que Nicholas era mais do que um patrão: ele tratava todos de igual para igual.

— Joanne, vai dormir aqui hoje? — Mary perguntou.

Após jantar com Nicholas, Mary e Gustavo, ajudei Mary a arrumar a cozinha e carreguei Gustavo comigo para colocar tudo na lava louças.

— Ela vai sim, vamos assistir e acordar tarde amanhã. — Ele sorriu, fechando a lava louças.

— Vou sim, Mary, e o bebê do Alex é uma menina, acredita? — Conte a ela, e Mary vibrou. — Vimos a ultrassom, foi tão lindo Mary. Ouvir o coração... — Sussurrei, baixinho, tentando conter a emoção.

Empilhando os copos, ainda lembrava do som dos batimentos.

— Bebês são lindos mesmo! Quando a Maddie descobriu estar gravida, entramos em uma ansiedade sem tamanho... — Mary parou de andar e suspirou. — Ela não quis saber o sexo, mas Nicholas não aguentou a surpresa. — Sorri, e Gustavo me mandou um sorriso, piscando os olhos rapidamente.

— Eu não nasci, eu estreei. — Ele rodou pela cozinha, exibindo seu peito nu e seu short preto. — Uma beleza natural assim, que sorte do mundo ter-me e sorte a sua. — Apontou para mim com uma colher, e eu concordei.

Soltei uma risada junto a Mary, e ele continuou se exibindo, mesmo que não déssemos atenção. Nicholas, após o jantar, saiu para um compromisso sem roupa social. Acho que só eu percebi, mas não comentei. Ele realmente tinha voltado ao trabalho, e Gustavo elogiava as atitudes do pai, o senhor havia estabelecido que o trabalho seria apenas de segunda à sexta-feira, e até as quatro da tarde.

— Pode estrear aqui, mais copos para guardar. — Falei, fazendo-o se aproximar com uma dança que se resumia em balançar os ombros.

S2

Após ajudarmos Mary, subimos rumo à suíte máster do "menino que não nasceu, estreou". Ele havia colocado uma televisão no quarto, e podíamos ver filmes deitados confortavelmente, e conversar também. 

 Deitada sobre o seu braço, suas pernas repousavam em cima de mim.

— Saudade de dormir com você, não quis dormir na sua casa por causa do seu braço. Seu pai poderia achar ruim. — Sua mão pousou em meu rosto e, com a tipoia mais solta, pude pegar o seu rosto sem delicadeza.

— Ele está ocupado esses dias, senti sua falta. — Toquei seu short, e ele retirou minha mão. — O que foi? Chato, vamos assistir então.

Gustavo estava com receio de muitas coisas por causa do meu ombro ainda lesionado e obviamente que precisávamos ter cuidado, então ele apenas me abraçou.

— O julgamento está chegando, ontem tinha tantas pessoas aqui. Os advogados estão correndo muito, estava uma bagun... — Beijei Gustavo, e ele foi pego desprevenido.

Beijei seu pescoço, e minha mão passeou pelo seu peito com agilidade. Eu o queria, e estava deixando isso claro. Encarei seus olhos castanhos, e naquele momento, não queria pensar em mais nada além de nós mesmos. 

Gustavo retribuiu meu beijo, passando a mão pela minha coxa. 

— Você não tem jeito, menina... — Suas palavras eram depositadas junto aos beijos em meu ombro sadio, e sorri. — Não pode se machucar, é sério. 

Adentrei minha mão em seus cabelos sem delicadeza e o fiz voltar a me beijar. Com seu corpo sobre o meu, ele agia de uma forma feroz e delicada ao mesmo tempo. 

Passei minhas unhas em suas costas e ele sorriu.

— Deite... Já faz tempo demais, e estou precisando de você para saciar meus desejos. — Ordenei, e minha mão puxou o elástico do seu short. — Se prepare para não dormir muito hoje, e tomarei cuidado com meu ombro! — Sussurrei, e ele se jogou na cama.

— Quem precisa dormir mesmo? — Ele sorriu, ainda mais sexy, mordendo o próprio lábio inferior. — Irá pagar caro por me provocar, querida.

Era nós novamente, juntos em um só. Onde nossos corpos se misturavam com os sentimentos, onde esquecíamos do mundo e focávamos apenas em nós. 

                                                                                              ♡

Dêem as boas vindas a Hannah ❤

Deixe a estrelinha ☆

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