Endless Love S2 Capítulo 79

Lembro-me com clareza quando percorri pela primeira vez o caminho de pedras do jardim dos Baker. Eu ainda era uma menina que não sabia o que a vida estava reservando para mim, sempre que caminhei por essas pedras claras por algum motivo o caminho estava iluminado, hoje não era diferente. O dia de hoje marcaria a vida de todos a nossa volta, e ainda mais a nossa. Diante de todas as certezas do meu coração, a mais forte é meu amor por ele e é reciproco.

Com meu vestido longo e o véu sob meus olhos, percorria o caminho de pedras decorado por rosas e iluminado com pequenas luzes. Segurando o braço do meu pai muito emocionado, andávamos sem pressa junto ao toque do violino que percorria nossos tímpanos fazendo meu coração estremecer, todas as células do meu corpo estava em festa.

Ao terminarmos de percorrer o caminho de pedras já avistamos o altar em uma perfeição surreal. Meu caminho a percorrer estava lotado por rosas brancas do mesmo jeito que planejamos, os convidados estavam divididos em dois lados e todos levantaram assim que paramos na entrada do altar. Estava tudo lindo, arrumado e transmitindo a paz que sempre almejei encontrar e a encontrei ao lado dele. –Respirei fundo sentindo o vestido apertar meu tórax e sorri em sua direção.

Emma posicionou Blake a frente com sua plaquinha junto a Lizzie com sua cestinha de rosas e eles foram andando devagarinho fazendo todos sorrirem, o som do violino me emocionava e tentei segurar as lagrimas. Meus irmãos estavam fofos, lindos e comportados me deixando morrendo de amor e minha mãe sorria de orgulho, eles fizeram o combinado e Lizzie enchia o chão com relatas de rosas, e algumas em sua cabeça por jogar para cima.

Em seguida Hannah foi andando devagar com seu vestido rodado e segurando uma cestinha com as alianças, havia chegado nossa hora de andar também, um pouco atrás da minha sobrinha.

De longe, eu o vi ainda mais bonito. Em frações de segundos, toda a nossa história passou pela minha mente e o quanto merecíamos tudo aquilo. Com seu terno preto e sua gravata borboleta, Gustavo sorria em minha direção, acompanhado por todos que me observavam lá no altar. Meu pai me olhou nos olhos, e a voz de Alex ecoou pelo ambiente.

— Sei que ama essa música, mas não chore. — O senhor Albert sorriu, e eu deixei uma lágrima cair ao som da canção mais linda do mundo. — Vamos lá, querida, não te deixarei cair.

Em passos lentos, começamos a percorrer o caminho, enquanto muitos fotógrafos capturavam todos os ângulos.

— Vamos, pai. — Respirei fundo e sorri.

A voz de Alex era uma das mais lindas que já ouvi. Ele queria me surpreender, mas acabou me emocionando ainda mais. Em nossa casa, crescemos ouvindo as músicas que nossos pais amavam. Eu e Andrew nos apaixonamos por músicas antigas e as cantávamos juntos. Foi assim que Endless Love entrou em minha vida. Essa música tem uma das letras mais emocionantes do mundo e era tudo que eu queria dizer à pessoa que amo. De longe, sorri para Alex, que já fazia algumas pessoas chorarem, como minha mãe e Nicholas.

Gustavo enxugou as lágrimas com o dorso da mão e apertou os olhos com os dedos rapidamente. Quanto mais eu me aproximava, mais percebia seus olhos avermelhados enquanto ele balbuciava a letra da música em minha direção.

"Meu amor, há somente você em minha vida, a única coisa certa. Meu primeiro amor, você é cada respiração que dou, você é cada passo que dou. E eu quero partilhar todo o meu amor com você. E seus olhos, eles me dizem o quanto você se importa. Você sempre será meu amor sem fim..."

Enquanto percorria todo o caminho, observava as pessoas que estavam ali para prestigiar esse momento. A família de Nicholas estava presente, assim como muitos parentes de Madeline, incluindo os avós de Gustavo, que eu já havia estado várias vezes. Minha família barulhenta estava completa: professores, colegas que fiz na escola, muitos primos. Os avós de Alex sorriam, e eu percebia a felicidade de Alice no ar conforme eu me aproximava.

A poucos passos do altar, Alex finalizou a canção depois de arrancar muitas lagrimas e correu para sentar ao lado de Emma também sorrindo muito. O som o violino se tornou baixo e ambiente, ao chegar no altar, virei-me para meu pai e o senhor com lágrima nos olhos beijou minha testa por cima do véu, antes de entregar minha mão ao meu noivo, Gustavo abraçou meu pai e arrumou sua gravata. Alice pegou meu buque sussurrou você está perfeita.

— A mão da minha filha, senhor Baker... — Meu pai pegou minha mão e a entregou a Gustavo. — Sejam felizes, eu amo vocês.

Sorri ao vê-lo sentar-se ao lado da minha mãe, enquanto Gustavo apertava minha mão com firmeza.

Nos aproximamos do altar, onde o juiz de paz já estava, sorridente. Viramos um para o outro, ainda de mãos dadas. O ambiente estava silencioso; apenas o som do violino preenchia o ar. Meu coração estava acelerado, e eu não conseguia parar de sorrir. Gustavo levantou meu véu com cuidado e acariciou minha bochecha, sorrindo.

— Nunca a vi tão bela em todos esses anos... — ele sussurrou, enquanto eu enxugava suas lágrimas. — Você tem uma aura ao seu redor.

— Você não está nada mal, Baker. Está um baita gato! Que droga... Preciso mesmo casar com você. — Sorri e nos viramos para o juiz de paz grisalho.

A cerimônia começava oficialmente. Borboletas agitavam-se em meu estômago, mas o amor que eu sentia era ainda maior. O juiz leu algo em seus papéis e nos observou por alguns instantes antes de falar. Meu nervosismo era evidente, e percebi que Gustavo também estava ansioso. Dessa vez, eram suas mãos que suavam.

— Estamos reunidos hoje, neste lindo jardim, junto a muitos familiares e amigos que vibram por este amor. E é isso que vamos celebrar: o amor entre Joanne Clark e Gustavo Baker.

O juiz estendeu a mão em nossa direção, e sorrimos.

— Estamos aqui para abençoar este casal, para celebrar o amor, a confiança e as batalhas que enfrentaram até aqui.

Enquanto ele falava, lágrimas rolavam pelo meu rosto, acompanhadas de sorrisos. Suas palavras faziam um breve resumo de nossas vidas, relembrando todas as barreiras que enfrentamos, os sorrisos e as lágrimas que nos trouxeram até esse momento.

— É difícil decifrar o amor. É raro ser abençoado por ele, e digo que é impossível defini-lo, apenas senti-lo. Hoje, estamos todos aqui para comemorar o amor entre duas pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão belas, por dentro e por fora. Não vamos tardar mais com a cerimônia, então sigamos para a confirmação daquilo que já existe em vocês: o amor.

Consentimos, e o juiz de paz recitou algumas passagens sobre o amor, inspiradas em poetas. Gustavo apertava minha mão suavemente, como se buscasse me confortar.

— Joanne e Gustavo, passaram de namorados a noivos e, em poucos minutos, serão casados. Com minhas simples palavras, vocês estão prestes a se tornarem uma só carne. Com esses votos, estarão se unindo até que a morte os separe.

Viramos de novo um para o outro e de mãos dadas encarava seus olhos castanhos profundos, somente entrando em meu coração saberia o quanto o amo. Era assustador olhar para trás e perceber que não conseguia mais viver sem ele, apenas queria sua companhia até o fim.

— Gustavo Baker, é de livre e espontânea vontade que você aceita Joanne Clark como sua legítima esposa?

Gustavo sorriu em minha direção e fingiu pensar, arrancando um sorriso tanto do juiz quanto de mim. Ele não estava realmente pensando; era apenas mais uma de suas brincadeiras para me fazer rir, como fazia tantas vezes nos últimos seis anos, sempre que eu estava nervosa.

— Sim, quantas vezes o senhor perguntar. — Ele sorriu, e todos ao nosso redor riram junto.

— Joanne, é de livre e espontânea vontade que você aceita Gustavo Baker como seu legítimo esposo? — perguntou o juiz, e uma lágrima rolou pelo meu rosto.

— Sim, claro que sim. — Respondi, e Gustavo comemorou levantando o braço, arrancando mais risos. Sem pensar, e fugindo completamente do roteiro, avancei para abraçá-lo.

Ensaiei muito o que fazer e dizer quando estivesse no altar, mas, naquele momento, percebi que as emoções falam mais alto, tomando conta de todo o nosso ser. Abracei-o com toda a força que pude, sem me importar se a cerimonialista, que tanto me ensinou, estaria se perguntando onde eu havia aprendido que era a hora de abraçá-lo. Ele me abraçou de volta, e um longo "own" ecoou pelo jardim, seguido por aplausos calorosos.

Quando nos soltamos, Emma guiou Hannah até nós com as alianças. Ela ficou paradinha, aguardando o momento certo.

— Joanne e Gustavo, chegou a hora da troca de alianças. Deixo minha bênção sobre vocês e peço que, ao olharem para esses simples anéis, lembrem-se das juras, do amor e da pessoa que escolheram para compartilhar a vida. Nunca mais estarão sozinhos. Sintam-se à vontade para dizer palavras vindas do coração.

Gustavo se agachou, abraçou Hannah e pegou minha aliança com delicadeza. Hannah sorriu radiante e deu um tchau animado para o pai. Ao fundo, Alex estava visivelmente emocionado, chorando como uma criança.

-Joanne, receba essa aliança como sinal de todo meu amor por você. Escolhi você para passar o resto da minha vida, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza ou na pobreza até que a morte nos separe. –Trêmulo, Gustavo colocou minha aliança e beijou minha mão. –Não escrevi votos, pois tudo que sinto por você não cabe em um papel, não te prometo perfeição pois não posso alcança-la. Serei sempre apaixonado por a menina durona os olhos azuis. Eu te amo tanto que me deixa assustado e esperei anos por esse dia, quero está ao seu lado todos os dias, quero tocar seus cabelos e dormir sentindo seu cheiro de lavanda até o fim. Quero deitar na grama do parque e tomar sol com você, quero te ajudar com seus dias ruins e ter paciência com os copos quebrados, seja minha pra sempre.

Gustavo terminou suas palavras me tirando muitas lágrimas, e senti toda felicidade do mundo dentro do meu peito. Enxuguei suas lágrimas e sorri hipnotizada por ele. Respirei fundo e me abaixei para pegar sua aliança com Hannah, a beijei e falei que a amava.

Encarei a cadeira vazia com uma flor em cima e por um momento o vi lá, sentado e sorridente. Em fração de segundos vi seus olhos brilhantes e seus cabelos alinhados. Encarei a cadeira vazia e sorri para o nada, pois ele estava só em minha imaginação, hoje. A cadeira ao lado dos meus pais que seria o lugar do Andrew estava lá e ninguém poderia imaginar o quão o queria aqui hoje. Fizemos o mesmo com a cadeira da vovó Diana e da Madeleine, todos tinham seus lugares naquele momento mágico.

"Estarei na primeira fila em seu casamento, gritando por você."

-Gustavo, receba essa aliança como sinal de todo meu amor por você. Escolhi você para passar o resto da minha vida, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza ou na pobreza até que a morte nos separe. –Coloquei a aliança dourada em seu dedo e beijei sua mão. –Não sou a mais romântica ou perfeita, também não consigo colocar meus sentimentos por você em palavras. Eu te amo apenas por existir, por ser você. Todos os seus jeitos e manias me fazem feliz, e não quero mais passar um dia sem tê-lo para sempre.  Me apaixonei quando encarei seus olhos castanhos e passei a noite pensando em você. Quando você sorriu e sorri também, quando chorou e chorei também... Você é tudo que pedi aos céus e nunca achei que fosse ter, você é claramente mais do que eu mereço e preciso de você até o fim para ser feliz. –Sorri e ele consentiu entre lagrimas.

Todos bateram palmas, e nossos amigos não pouparam assobios, sinalizando que a festa havia começado. Gustavo ergueu os dois braços em celebração, e eu o imitei, compartilhando aquele momento de pura felicidade. Estávamos comemorando nossa união, nossa história e o futuro que nos aguardava juntos.

O juiz pediu atenção novamente, e voltamos a encará-lo, enquanto ele falava com um sorriso:

— Se alguém aqui presente tiver algo contra esta união, fale agora ou cale-se para sempre.

Um silêncio absoluto tomou conta do jardim. Apenas sorrisos eram visíveis, e, como esperado, ninguém se manifestou.

— É com alegria e muita emoção que, pela autoridade a mim conferida por esta comarca, eu, Daniel Santiago, juiz de paz, declaro-os oficialmente casados... Pode beijar a noiva.

Gustavo, com um brilho no olhar, segurou meu rosto e me beijou com intensidade, inclinando meu corpo para trás como em um filme. Eu sorri no meio do beijo e o abracei forte, enquanto aplausos eclodiam ao nosso redor.

Depois do beijo, virei-me para meu pai, que me entregou uma pequena caixinha. Antes de sairmos do altar, tomei o microfone e pedi atenção a todos.

— Fiquem calmos, já somos marido e mulher. — Sorri, arrancando gargalhadas da plateia. — Mas antes de descermos, preciso entregar um presente ao meu noivo. Peço atenção de todos, incluindo os fotógrafos.

Gustavo me olhou surpreso, os olhos ligeiramente arregalados. Mantive a postura ereta enquanto as pessoas ao redor cochichavam, curiosas.

— Gustavo, desde que te conheci, fui abençoada de muitas formas. Você trouxe cor à minha vida. Sempre fomos um casal que planejou tudo, anotou cada detalhe e executou nossos sonhos com precisão. —Fiz uma pausa, sentindo um arrepio percorrer meu corpo ao lembrar de nossas conversas. — Sempre te disse que éramos "acasos do coração", e me lembro de você responder que nem tudo na vida pode ser planejado... e talvez as melhores coisas sejam exatamente essas.

Com um sorriso emocionado, entreguei-lhe a pequena caixinha.

— Você me deu as melhores coisas da minha vida, e agora é minha vez. —Falei.

Gustavo sorridente me encarou ao pegar a pequena caixinha e apertei minhas mãos ao vê-lo abrindo. O meu marido abriu a caixa e tapou a boca com a mão, Gustavo encheu os olhos de lagrimas e as deixou cair, o abracei e ouvi seu choro alto, ele sussurrou obrigado no meu ouvido varias e varias vezes. Meu coração estava acelerado e nos viramos para nossos convidados que cochichavam.

— E... EU VOU SER PAI! OLHEM ISSO! — Gustavo ergueu os quatro testes de gravidez que fiz, junto com dois pequenos sapatinhos brancos. — Vamos ser pais! Nosso filho está chegando!

Ele me beijou com paixão e, em seguida, ajoelhou-se, colocando o ouvido em minha barriga.

— Não acredito... Obrigado por isso. Sou seu papai, bebê. — Suas mãos acariciaram minha barriga com cuidado, enquanto eu passava os dedos pelos seus cabelos, emocionada.

— AAAAAAAAAAAAAAA! NÃO ACREDITO NISSO! — Alice gritou, atraindo a atenção de todos. A emoção no jardim explodiu em vibrações e aplausos. — Preciso chorar mais! Ganhei outro sobrinho!

Olhei para minha amiga cacheada, que tentava não gritar ainda mais, e comecei a rir junto com ela, ainda nervosa. Gustavo permanecia paralisado, olhando para os testes com olhos brilhando de emoção. Toquei seu rosto, tentando trazê-lo de volta à realidade.

— Reaja, Baker! Vamos ser papai e mamãe! Estou tão nervosa... — Sorri e o abracei apertado. — Nosso bebê nos pegou de surpresa.

Gustavo me envolveu com seus braços e, sem esforço, me levantou do chão, rodopiando com alegria.

Ali foi onde definitivamente a festa começou, nossos pais gritavam e sorriam. Alice ainda com a mão na boca e Alex começou a pular junto a Will e Josh, felizes. Tudo em mim estava mudando a cerca de dois meses, e aconteceu como tinha que acontecer mesmo sem planejarmos. Em uma noite gelada depois de um plantão, deitada no quarto de descanso percebi meu atraso, mas não quis o preocupar. Então fiz quatro testes em um mês e um de sangue confirmando, foi quando resolvi guardar comigo e surpreender todos em um dia onde estaria toda a família junta.

— PAREM OS TRENS, IREI SER AVÔ! — Nicholas exclamou, vindo em nossa direção com os olhos brilhando de emoção. Nos abraçou apertado. — Não sei o que fazer, Amy! Eu vou ser avô! Mary, me ajude, meu primeiro neto está chegando!

Amy ria, visivelmente emocionada com a cena e Mary com delicadeza, se aproximou, enxugando as lágrimas e sorrindo.

— Que trem, Nicholas, vovô bobo. — Mary o acalmou, rindo. — Não acredito, que felicidade! Não estou em mim! Vou me demitir como governanta e serei avó! — Todos sorrimos e concordamos, sentindo a alegria no ar. — Meu bebê vai ser pai... um lindo pai. — Mary enxugou mais lágrimas, me abraçando apertado. — Meu neto ou neta... ainda vão me matar do coração!

Gustavo, com carinho, beijou Mary e depois se virou para mim, com os olhos cheios de amor e emoção.

— Seu sonho ganhou vida, Mary. — Ele sussurrou, fazendo-a sorrir. — Sou pai... um bebê, Mary.

Meus pais e nossos amigos vieram em nossa direção e foi um abraço em grupo, nossa linda vida estava sendo gerada em mim. Meu corpo estava mudando, meus homônimos estavam loucos a daria adeus ao álcool. Tudo em mim mudou quando o senti em mim, todo amor nasceu de uma forma absurda e todo meu extinto protetor aflorou. Agora seria eu a não querer escadas, tinha medo de roupas apertadas e me sentia tão abençoada.

— Vou ser avó, não consigo parar de chorar... Não acredito que nos deram esse presente. — Minha mãe me abraçou, e meu pai se juntou a nós. — Estarei sempre ao seu lado, princesa, não se preocupe, está tudo bem.

— Sim, mãe... É normal ter medo? — Perguntei, ainda envolvida no abraço dela. — Faz dois meses que morro de medo de acontecer algo.

— É normal, querida. Nunca paramos de sentir esse medo. — Ela acariciou meus cabelos e meu pai nos envolveu em um abraço apertado.

— Vou ser avô... Nossa família cresceu! E agora, o que fazer? Do que precisa? — Meu pai soluçou, e Gustavo sorriu, olhando para ele. — Minha filha vai ser mãe... me segurei para não gritar quando vi a caixa. — Ele sorriu, visivelmente emocionado.

— Paaii... — Resmunguei, sorrindo sem conseguir evitar, e ele continuou a sorrir, sem se importar. — Já é avô. — Ele bateu palmas, e todos ao redor sorriam, contagiados pela felicidade.

Abracei meu pai, que chorava de alegria, e me senti segura nos braços dele, como nos velhos tempos da infância. Ele estava genuinamente feliz por mim, e eu podia sentir isso com toda a minha alma.

— Precisamos de todo o amor do mundo... Esse bebê vai nascer em meio a uma enorme família, com tios, uma prima linda, e tantos avós. — Enxuguei minhas lágrimas, e o som do violino preencheu o ambiente novamente, trazendo uma calma reconfortante.

O juiz de paz se aproximou e apertou nossas mãos com um sorriso genuíno.

— O fruto do amor... Parabéns, e desejo toda a felicidade do mundo para vocês. — Ele sorriu, nos guiando para assinar os papéis. Era um momento importante, um marco na nossa vida, algo que selava nosso amor e agora o início de uma nova jornada.

Após assinarmos, depois de todos já mais calmos e ainda sem abraçar todos, nós preparamos para sair do altar e com a baixinha nas mãos Gustavo ainda chorava. Tiramos muita fotos, com todos, todas as famílias e uma foto com as duas famílias juntas. Tiramos fotos nós dois, ou melhor nós três e daria mais do que um álbum. Muitas fotos com nossa família de amigos e as fotos loucas também aconteceram.

Nossos padrinhos saíram, nossos pais e nossa vez saímos de mãos dadas com muitas pessoas jogando pétalas de rosas para cima. Iriamos seguir rumo a outra parte do jardim para nossa festa, e depois voaríamos para nossa lua de mel em um dos lugares mais lindos do planeta.

S2

A tarde estava indo embora e todo o jardim dos Baker se iluminou, todos tiravam fotos por todo o jardim e a festa acontecia a todo vapor. Após a cerimonia Emma me levou até o quarto e arrumou meu vestido, a mesma falou ter percebido por meu quadril mais largo e perguntou se eu não queria trocar o vestido. Não troquei, queria me senti uma princesa por mais tempo, ela apenas retirou meu véu e guardou. Desci com saltos mais baixos e repleta de felicidade, todos nos parabenizavam e nos mandaram energias boas. As famílias e os avós estavam alegres e as mesas estavam todas ocupadas, os fotógrafos registravam tudo com muita agilidade e a o DJ colocava suas melhores musicas.

A mesa que deixariam recados para nós estava sendo muito usada, o painel para fotos nunca estava vazio e a pista de dança ainda estava vazia nos esperando. A casa de Nicholas Baker estava cada vez mais cheia e a cada ano que passava, enchia mais.

— Minha irmã me deu um sobrinho... Vou morrer de amor! — Alex me abraçou, e eu me senti tão bem. — Vocês merecem tudo de bom, estarei sempre aqui e darei muitas dicas. Durmam agora e contem comigo e com a Emma para tudo. — Gustavo sorriu e apontou para Hannah, que estava dançando com Alice.

— Estamos completos, irmão. — Falei, e Gustavo concordou. — Acabou de crescer um amor em mim, algo assustador, mas os enjoos... são surreais. — Sorri, e Gustavo parecia ter ligado os pontos em sua cabeça.

Emma se aproximou, fazendo Alex sorrir, e me abraçou novamente.

— Anne, ainda tenho tudo da Hannah. Se for menina, já não vai precisar gastar tanto. — Emma me abraçou com carinho, e eu consenti. — Eles só nos fazem felizes, acredite. Quero que sejam muito felizes e contem conosco para tudo.

— Aceitarei sim, pode guardar. E obrigada por tudo que fez. Estão todos lindos, não se preocupe, ligarei sempre que precisar. — Falei, e ela concordou com um sorriso.

Segurando a mão de Gustavo, recebíamos os parabéns de todos. Muitos familiares e amigos vinham até nós, tirávamos fotos e comíamos à medida que passávamos pelas mesas. O bolo incrível estava intacto, e logo mais o cortariam.

— Eu e minha parceira de dança estamos contando as horas para mais um serzinho! O nível de beleza dessas crianças da família está me deixando maluca. — Alice me abraçou, e Hannah, no colo dela, sorriu no meio do nosso abraço. — Eu amo vocês três e preciso chorar depois de beber muito... nossa família cresceu demais, e nunca me senti tão completa.

— Não, titia, não pode chorar! — Hannah balançou a cabeça, e Alex sorriu orgulhoso.

— Minha amiga, beba muito e chore, vai ganhar mais afilhados! — A abracei com força, e ela falou com minha barriga. — Nós te amamos, Moore. — Falei, e ela sorriu, visivelmente emocionada.

Tiramos mais fotos e recebemos mais pessoas, incluindo as avós do Baker emocionadas. A mãe da Madeline chorou ao abraçar o neto e afirmou Gustavo ter deixado a mãe orgulhosa. Nicholas abraçou o filho mais uma vez junto a Amy e nos agradeceu por isso, o senhor percebeu que havia ganhado uma chance de ser tudo que não foi pelo filho e deixei claro que sim, essa era sua chance.

— Gata, você está divina. — Justin me abraçou, e Gustavo sorriu. — Rápidos e práticos, o bebê já casou e vai comer do bolo. Muito obrigado pelo convite, me sinto da família. — Justin tocou minha barriga e fechou os olhos. — Peguem esse olho azul e espalhem pelo mundo!

Com seu terno preto com dourado, Justin animava todos por onde passava.

— Já faz parte da família, Justin. E qual é o seu palpite? — Gustavo falou, ainda visivelmente anestesiado pela emoção. — Obrigado por vir.

Depois de muito chorar, a ficha de Gustavo começava a cair. Ele acariciava minha barriga e dizia ao bebê que seria o melhor pai do mundo. E, cá entre nós, ele realmente seria.

— Sinto a vibração masculina com a beleza desse pai. — Justin sussurrou, fazendo o ego de Gustavo subir para o céu. — Menino, aposto. Claro que viria, o casamento do ano, gato.

Ainda não tínhamos apostado, mas sabíamos que isso ia acontecer, assim como aconteceu com Hannah. A cada suposição, ficávamos mais felizes. A noite foi passando, e antes da nossa dança, fui até a pista de dança com o buquê nas mãos, pronta para jogá-lo... ou não.

As moças que queriam a chance, e algumas que só estavam brincando, como Alice, se posicionaram e fiquei de costas, fazendo suspense. O DJ baixou o som e anunciou o evento da noite.

— Senhoras e senhoritas, a noiva vai jogar o buquê. Estão preparadas? — O DJ começou a contagem, e eu pulei animada.

— Vou jogar, vou jogar, meninas! — Gritei, e elas gritaram de volta.

Comecei a movimentar o buquê para trás e pisquei para Alex ao meu lado, que entendeu o sinal. Quando a contagem chegou ao fim, surpreendi a todos e não joguei, pois aquele buquê já tinha uma dona.

Caminhei até as meninas, e todos prestaram atenção em mim. Me aproximei de Emma, que olhou para os lados, se certificando de que era para ela mesma. Ela tapou o rosto com a mão, e os aplausos começaram. 

Assobios ecoaram, e Alex se aproximou da namorada e a abraçou.

— Não acredito... — Emma tapou os olhos, sorrindo envergonhada. — O que significa isso? — Ela me encarou, e todos gritaram em uníssono.

— Emma, hoje será um dia especial para todos. — Eu entreguei o buquê e ela me abraçou. — O buquê é seu, você vai descobrir o porquê.

Gustavo se aproximou, pegando minha mão, e juntos saímos do centro da pista, deixando o espaço para eles. Brincando, o DJ colocou uma música para a entrada da noiva. Alex se ajoelhou na frente de Emma, deixando-a estática. Todos estavam começando a entender o que estava acontecendo, e muitos sorrisos aprovavam o lindo gesto.

— Querida Emma, minha namorada e mãe da minha filha. — Ele começou, a voz cheia de emoção. — Faz tempo que planejei esse pequeno gesto diante de metade da cidade e quero mostrar a todos o quanto te amo, eu poderia ter feito isso de uma maneira mais intimista mas realmente quis que toda a nossa cidade assistisse isso. Eu sempre quis o mesmo que você, sempre te quis desde o momento em que sorriu para mim. Quero te pedir para ser minha companhia até o fim, para continuar me dando a chance de te fazer feliz, e assim eu posso ser feliz também, mesmo que a vida não seja perfeita. — Ele abriu a caixinha, e Emma sorriu, tremula. — Aceita se casar comigo?

Ela estava visivelmente emocionada, e as palavras ficaram presas na garganta por um momento. Ela olhou para ele, a surpresa em seus olhos, e então, com um sorriso cheio de amor, respondeu.

— Sim, sim, eu aceito, Ross! Ai meu Deus! — Ela o abraçou com força, puxando-o para si. — Eu te amo tanto, fique para sempre ao meu lado.

Uma chuva de palmas e gritos tomou conta do salão, enquanto Alice soltava Hannah na pista de dança. A pequena correu em direção aos pais, os braços abertos, juntando-se a eles em um abraço.

Se eu sabia disso há muito tempo? Desde sempre. Sempre que nos encontrávamos, Alex deixava claro o quanto queria Emma ao seu lado para sempre. E hoje, ao vê-lo tão feliz e amado, sinto uma paz indescritível. De longe, Gustavo e eu observávamos aquela família dançar. Os três juntos, rindo e celebrando, eram a imagem perfeita de felicidade. Ver meu melhor amigo verdadeiramente realizado, com aquele sorriso fácil e genuíno, me trazia um conforto que palavras não conseguem expressar.

Emma, radiante, mostrava a todos o anel brilhante no dedo, um símbolo claro do amor de Alex por ela. Não havia dúvida de que ele não economizou ao escolhê-lo. Ela exalava felicidade, contagiando todos à sua volta.

A noite seguiu entre muitas danças e músicas brasileiras escolhidas por Alice, que, como sempre, animava a todos. Não pude deixar de notar um primo de Gustavo completamente hipnotizado por ela. Era evidente que a beleza era mesmo uma marca de família.

Finalmente, chegou a hora de cortar o bolo. Gustavo e eu brindamos com suco de laranja, enquanto nossos pais, já um pouco além do limite com o álcool, se empolgavam em fazer planos para a chegada do primeiro neto. Entre risos e toques de taças, o amor e a união daquela noite se espalhavam como uma doce melodia, trazendo à tona o melhor de todos nós.

— Irei encher este jardim de brinquedos! Ou, melhor ainda, podemos construir uma casa na árvore? Mary, peça para entrarem em contato com o nosso engenheiro! — Nicholas, animado e com álcool no sangue, fazia todos rirem na longa mesa. — Não acredito que serei avô!

Meu pai o interrompeu, já levantando as mangas da camisa com um sorriso desafiador.

— Sem engenheiro, construiremos com nossas próprias mãos, velho Nicholas! — Meu pai o convenceu, arrancando ainda mais risadas. — Terei meus filhos comigo, um presente do céu, meus netos, e uma grande família. Agora somos oficialmente da mesma família.

A emoção em sua voz fez minha mãe chorar de felicidade, enquanto todos aplaudiam o momento.

O DJ pausou a música latina e anunciou que era hora da valsa dos noivos, algo que havíamos quase esquecido em meio a tantas emoções. Gustavo segurou minha mão e me conduziu para o centro da pista, onde o refletor nos iluminou.

— Escolhi uma música especial — ele disse, sorrindo com ternura. Assim que os primeiros acordes começaram, reconheci a melodia: era o tema de A Bela e a Fera. Sorri ao lembrar-me da primeira vez que dançamos juntos, quando eu usava um vestido amarelo e ele me deu uma rosa vermelha.

Com suas mãos em minha cintura, apoiei as minhas em seu pescoço. Não era uma dança comum... era a nossa dança, um momento único compartilhado entre nós dois. Enquanto Gustavo me guiava suavemente pela pista, seus olhos brilhavam com mais intensidade do que seu sorriso.

— Você e a Madeline me deram uma vida nova — ele sussurrou, com a voz carregada de emoção. — Obrigado por tudo que me dá, pelo seu amor e pelo nosso filho.

—Nós amamos você, não estava aguentando esconder isso... —Falei, já voltando a ficar emotiva.

Ele respirou fundo, franzindo as sobrancelhas de leve, como se também estivesse tentando conter as emoções.

— Por favor, me ajude a ser um bom pai. Não me deixe falhar, Anne... Não me deixe falhar com vocês dois.

Senti minhas lágrimas se formarem, mas o abracei com força enquanto continuávamos a dançar. Ao nosso redor, todos assistiam em silêncio, tocados pela cena. Naquele momento, éramos só nós dois, unidos por algo muito maior: o amor que construímos juntos.

Ele encostou sua testa na minha, e sorri.

— Nunca estive tão feliz, meu marido. — Falei, olhando em seus olhos enquanto ele sorria. — Seremos ótimos pais, porque sempre teremos um ao outro. Sempre estarei aqui para te ajudar a ser sua melhor versão, assim como você faz comigo. Você será o melhor pai e, com certeza, o mais amado do mundo. — Toquei seus cabelos, e ele assentiu com um brilho emocionado no olhar.

— Fizemos um lindo trabalho juntos, como sempre. — Gustavo sussurrou antes de me beijar com intensidade, como se aquele momento fosse único. — Farei tudo por vocês... E não quero mais a cirurgia.

— Gustavo, a cirurgia é o seu sonho. — Respondi, tentando acalmá-lo. — Vamos pensar em uma coisa de cada vez, sem pressa.

Ele ficou em silêncio por um instante, mas logo abriu um sorriso tranquilo.

— Meu sonho também é minha família, Anne. É ser um pai presente. Quero aproveitar todo o tempo que puder com nosso filho. Eu amo vocês. — Sorri, me perguntando como tive a sorte de ser tão abençoada.

Ele me rodopiou pela pista, e eu me deixei levar, jogando-me em seus braços de costas para ele. Senti seus lábios tocarem delicadamente meu pescoço e fechei os olhos, saboreando aquele instante.

— Vamos ser pais presentes. — Sussurrei, com o coração cheio de alegria. — E você nem imagina o quanto você é amado, Baker. — Sorri novamente, sentindo a plenitude do momento. — Para sempre.

Era a verdade vinda do meu coração, tínhamos um ao outro e agora éramos em três. Formamos nossa família que nasceu do amor, da luta e da coragem. Tínhamos fé que tudo daria certo, que sempre seriamos uma só carne assim como quis nosso coração. Hoje agradecia por tudo que passamos que nos fez amadurecer, nos fez crescer e nunca desistir. E sobre essa festa, ela iria marcar corações e vidas, assim como a nossa.

S2

Felicidade é a palavra ♡

Música que Alex cantou é essa:

https://youtu.be/7DBaax4WCCY

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