O plano perfeito.
Nota: A fanfic é uma adaptação e a obra original é minha, fiz algumas mudanças para melhor se encaixar com as meninas. Espero que gostem e boa leitura!
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Jimin precisava fazer uma nota mental sobre se preparar para viagens antecipadamente.
Nunca foi uma pessoa organizada e era nessas horas que ela de fato constatava isso, afinal, seu quarto estava uma verdadeira bagunça e sua mala aberta sobre a cama não estava diferente.
Para completar ainda estava atrasada, talvez se não tivesse passado metade da madrugada em seus jogos online, ela teria arrumado tempo para fazer sua mala e poupar-se de presenciar agora uma Giselle, com um olhar mortal, a acompanhando enquanto ela corria de um lado para o outro no quarto em busca de roupas que nem fazia ideia de onde estavam.
E o pior… A viagem estava programada há pelo menos duas semanas.
— Eu ainda não acredito que está me fazendo passar por isso. — Sentada na poltrona perto da cama, Giselle reclamava com a mais velha.
Ela havia avisado da viagem na última semana de aula e sua amiga decidiu fazer as malas exatamente na manhã que partiriam para a casa de campo.
— Desculpe, Gi… — Foi tudo o que Jimin pôde dizer enquanto carregava algumas camisas e jogava de qualquer jeito dentro da sua mala. Será que ia fechar?
— Olha, eu vou te ajudar. — Giselle decidiu a contragosto. — Mas só para não nos atrasarmos mais, não quero que cheguemos lá ao escurecer.
Jimin apenas assentiu e logo viu a outra ir em direção ao seu armário.
— Você ainda usa essa calcinha? — Giselle levantou uma peça com desenhos de corações. Jimin era mesmo uma criança. — Ela pensou enquanto arqueava uma sobrancelha em direção a melhor amiga.
— Prefiro não comentar sobre isso. — Jimin caminhou até a amiga e tomou a peça de sua mão, em seguida, retomou o que fazia e a guardou dentro da mala, disfarçadamente.
Mas não passou despercebida por Giselle que apenas riu nasalmente e resolveu ajudar de verdade.
— Você está levando algum moletom? — A mais nova indagou. — Eu avisei que lá faz frio durante a noite.
— Eu peguei todos que eu tenho… — Jimin apontou para a mala. — Esse aqui foi até a Ningning que me deu, ela é um anjo. — Mostrou um moletom cinza com as suas iniciais no lado esquerdo do peito.
YJ, de seu nome. Yoo Jimin.
— Sabe o que é engraçado? — Giselle aproximou-se com algumas peças de roupa e as colocou de um modo mais organizado na mala quase finalizada.
— O que?
— A Ningning deu um igualzinho à Minjeong.
Minjeong.
O nome que jamais deveria ser dito perto de Yoo Jimin.
— Espera! Deixa eu ver se entendi… — Ela pausou o que estava fazendo. — Você está me dizendo que Kim Minjeong tem um moletom igual ao meu?
E lá vem drama.
— Sim... — Giselle bufou, já sem paciência. — Só que com as inicias dela e na cor rosa, eu acho.
No mesmo segundo que a mais nova respondeu, Jimin retirou o moletom de sua mala e o jogou de qualquer jeito em sua cama. Não aceitaria usar um moletom igual ao que aquela idiota tinha.
Faria mais uma nota mental sobre matar Ningning na próxima vez que a visse.
— Para com isso, Ji…
— Eu não vou levar.
— É só a porcaria de um moletom! — A japonesa exclamou sem paciência.
Giselle odiava essa briguinha idiota entre sua melhor amiga e a melhor amiga de sua namorada. Desde que começou a namorar Ningning, suas respectivas melhores amigas descobriram que não conseguiam passar nem mesmo dois segundos no mesmo ambiente sem quererem partir para a famosa agressão.
Definitivamente Yoo Jimin e Kim Minjeong se odiavam, e ela e sua namorada não entendiam o porquê isso tudo tinha começado.
Na primeira vez que levou Jimin para conhecer Ningning, Minjeong estava a acompanhando, e o que era para ser uma tarde amigável e saudável se transformou em um verdadeiro inferno.
Tudo porque Minjeong discordou sobre quem era o melhor campeão no League Of Legends e isso resultou em uma discussão quase interminável em meio a uma mesa na cafeteria perto da faculdade.
— Você sabe que eu não suporto essa garota! — Jimin jogou uma calça com força dentro da mala. Esse era o efeito “Minjeong” sobre seu humor.
— Dois anos nisso e eu ainda não entendo…
— Nem é para entender. — Ela murmurou.
A verdade é que nem mesmo ela entendia o porquê de tanto ódio, mas bastava esbarrar com a loira pelos corredores da faculdade para seu dia ficar péssimo, ainda mais porque Minjeong era uma idiota língua solta que não perdia a chance de a xingar por qualquer coisa que acontecesse.
Jimin tinha a sensação que se ficasse sozinha com a outra por meio milésimo, a deixaria careca.
Ela sorriu com o pensamento.
— Não vou nem perguntar que pensamento maligno passou pela sua cabeça. — Giselle a conhecia muito bem para decifrar qualquer expressão sua.
E aquela era a sua expressão que dizia:
“Quero matar aquela idiota.”
Giselle desistiu de argumentar com a mais velha e os minutos seguiram com ambas andando de um lado para o outro em silêncio enquanto pegavam as roupas que eram necessárias.
O combinado era ficar por pelo menos duas semanas na casa de campo dos pais da japonesa, as férias tinham começado há dois dias e durariam pouco mais de um mês então teriam tempo para descansar da viagem após voltarem.
— Vamos? — Jimin indagou assim que terminou.
— Finalmente!
A mais alta precisou da ajuda da amiga para descer com a sua mala alguns vãos de escada, do sexto andar até o térreo de seu prédio. Porcaria de elevador que havia quebrado durante a semana inteira.
Quando finalmente chegou ao lado de fora, viu o carro de Giselle estacionado na frente e logo a mais nova ajudou a colocar sua mala no porta-malas junto com as dela.
Giselle era um verdadeiro anjo em sua vida, sempre prestativa e positiva, ela não poderia pedir uma amiga melhor que ela.
Nunca esqueceu do seu primeiro dia no ensino médio quando acabou esquecendo de levar o dinheiro para comprar comida e a garota chegou perto dela, se oferecendo para comprar. Foi um ato admirável, mas uma semana depois ambas tinham ganhado intimidade o suficiente para Giselle cobrar de volta o favor.
Se Jimin apenas soubesse…
Elas entraram no carro, mas antes da japonesa dar a partida no mesmo, observou a tela de seu celular acesa com uma notificação de mensagem.
Era Ningning.
“Chegamos há uns cinco minutos, a casa de campo é enorme. A Min saiu correndo para ver o lago.
O plano vai dar certo!”
Giselle sorriu largo sob o olhar curioso, mas inocente de Jimin, que não fazia a mínima ideia de onde estava se enfiando. Ou melhor, onde a sua amiga estava a enfiando. A única certeza que ela tinha é que elas passariam duas semanas na casa de campo e nada mudaria isso, nem mesmo alguns detalhes ocultados…
Aquele era o plano perfeito, mas ele não tinha se iniciado ali.
[…]
Dois meses atrás.
O refeitório do campus estava um inferno naquela sexta-feira, conversas paralelas e extremamente altas por todos os lados. Até mesmo um grupinho de três estudantes aproveitavam o intervalo para ensaiarem uma música qualquer perto de uma pilastra.
Jimin não se incomodaria com todo aquele barulho se fosse um dia normal, mas não era, e agora ela sentia uma dor de cabeça forte enquanto tinha que finalizar aquela maldita pesquisa na qual tinha ficado presa durante toda a semana.
Com alguns livros postos sobre a mesa e sua pesquisa quase terminada ao seu lado, ela fazia companhia para Giselle que estava comendo uma maçã enquanto observava o refeitório como se procurasse algo, ou alguém.
— Achei! — Ela comemorou um pouco alto demais ao encontrar o que queria em um dos infinitos parágrafos de seus livros sobre fotografia.
Giselle a encarou orgulhosa.
A japonesa tinha acompanhado o desespero da amiga para terminar aquele trabalho e a ver finalmente finalizando era uma conquista pra ela também, que teve que aturar a mais velha mal humorada durante a semana inteira.
Giselle se denominava uma guerreira.
— O que falta? — Indagou curiosa olhando para os livros.
— Só mais um tópico e eu termino. Só mais um…
A japonesa então deixou a mais velha se concentrar novamente, afinal, ela precisava entregar aquilo até o final daquele horário e não tinha assim tanto tempo. Giselle voltou a procurar a namorada pelo enorme refeitório e após alguns segundos achando que Ningning havia ficado presa em sua aula, a viu entrando no local com aquele sorriso que a derretia, mas ela não estava sozinha.
Ah, não…
Minjeong estava com ela e naquele momento tudo o que Jimin menos precisava era perder o foco e se estressar.
Aquilo não daria certo, mas ela não teve como evitar, afinal, logo sua namorada já estava ali e depositou um selar rápido em seus lábios antes de fazer o mesmo na bochecha esquerda da Yoo, que nem mesmo ergueu o olhar. Parecia bem concentrada.
A chinesa sentou-se de frente para a namorada e sobrou para Minjeong — já com a expressão fechada — sentar de frente para a pessoa mais idiota que ela conhecia.
— Amor... — Giselle sussurrou em desespero para a namorada. Ningning já sabia muito bem sobre o que era e apenas a olhou dando de ombros. Não podia evitar de andar com sua melhor amiga só porque ela e Jimin não se gostavam.
Ao menos elas estavam caladas.
Estavam.
— Eu não sabia que idiotas estudavam. — Minjeong soltou em um tom ácido, atraindo a atenção de Jimin que até agora não tinha notado sua presença.
— Óbvio que estudam, você está na faculdade. — Ela rebateu.
— Não comecem vocês duas! — Ningning avisou. Era sempre a mesma coisa, quando não era Minjeong que começava as discussões, então era Jimin.
— Ela quem começou enchendo meu saco. — A mais alta esbravejou encarando a loira que tinha um sorriso cínico no rosto.
Giselle e Ningning reviraram os olhos.
— Eu vou pegar algo para comer… — Jimin informou para se ver livre da companhia de Minjeong por alguns segundos.
— E sua pesquisa? — Giselle perguntou com a mais nova já havia levantado.
— Estou terminando.
Foi tudo o que disse antes de seguir até uma das mulheres que estavam colocando a mesma gororoba de sempre nas bandejas.
— Você não consegue ficar calada, Jeongie? — Giselle reclamou com a loira que brincava com os cabelos, sorridente depois de ter tirado Jimin do sério.
— Não, Gi.
— Ela não está no melhor humor para isso…
— Você sabe que não adianta tentar evitar, amor. — Ningning tinha razão. Elas já tinham tentado tantas vezes que agora nem se prestavam ao papel de tentar impedir as birras.
— Ning, você é uma pessoa muito sábia. — Minjeong brincou apertando as bochechas da amiga que logo fez um bico com os lábios.
Giselle achou adorável.
— Vocês não tomam jeito mesmo. — A japnesa comentou referindo-se a Jimin e Minjeong. A última apenas deu de ombros e passou a mexer aleatoriamente em seu celular. Estava entediada.
Logo Jimin voltou para a mesa com sua bandeja e a colocou perto de seus livros. Ningning olhou para o conteúdo dentro do prato da morena e fez uma careta sendo seguida por Giselle que agradeceu por comer a sua maçã e não aquela pasta esquisita e nada convidativa.
— Isso é nojento. — Ningning não conseguiu segurar.
— É o que temos para hoje, Ning. — A morena deu um sorriso descontente.
— Ainda é nojento. — Completou. Jimin concordava com a outra, mas não podia fazer nada em relação aquilo então voltou a se concentrar em seus livros e tentar ignorar a presença de uma certa pessoa.
Por incrível que pudesse parecer a partir daquele momento uma paz havia se instalado, Kim Minjeong e Yoo Jimin estavam caladas, ignorando a existência uma da outra, o que possibilitou o casal de conversar entre si sobre o que fariam mais tarde em um de seus tantos encontros.
Mas o que estava sendo um momento de paz se transformou no tão conhecido inferno, quando Jimin resolveu bater na bandeja após achar a última parte de sua pesquisa. Aquele ato acabou com a gororoba voando de seu prato em direção a Minjeong, que em um segundo estava usando o twitter e no outro tinha aquela coisa nojenta e gosmenta em seu rosto.
Ningning e Giselle observaram atônitas aquele momento e tudo pareceu ficar em câmera lenta. Não deu tempo de fazer nada e quando Minjeong viu um riso de deboche vindo por parte da morena — que não tinha feito aquilo por querer — não pensou duas vezes antes de pegar o prato da bandeja e jogar o que tinha sobrado em Jimin.
A expectativa era sujar a camisa social branca da outra, mas por ironia do destino a gororoba acabou caindo em cima daquilo que era a única coisa que não deveria de fato ser estragada.
A bendita pesquisa.
Minjeong arregalou os olhos, aquilo não estava programado e agora uma Jimin extremamente irritada havia se levantado de supetão.
— Kim Minjeong!
E aquele dia foi o dia em que Jimin ficou de recuperação por não ter conseguido entregar o trabalho no final da tarde.
Também foi o dia que pela primeira elas quase saíram no soco de verdade.
Mas o mais importante:
Foi o dia em que após o incidente e ambas as amigas saírem furiosas do refeitório, Jimin por ter seu trabalho estragado e Minjeong por ter sido xingada de vários nomes sem ter tido a intenção. Ningning e Giselle resolveram esquematizar o plano perfeito para que aquele inferno parasse, ou ambas ficariam malucas.
[…]
— Eu não acredito que essa casa é sua! — Jimin exclamou assim que viu a enorme casa de campo. Já era final de tarde e ambas haviam passado algumas horas na estrada.
— Tecnicamente é dos meus pais. — Giselle explicou enquanto manobrava o carro para estacionar.
Jimin não precisou de muito tempo para notar um outro carro estacionado perto da entrada. Também notou que algumas janelas da casa estavam abertas.
Tinha mais alguém ali? Giselle havia dito que seria apenas elas duas durante duas semanas e que na última semana Ningning as visitaria. Mas aquele carro parecia muito com o da chinesa. Que esquisito.
— Tem mais alguém aqui? — Ela resolveu perguntar ao descer do carro.
— É… são os… caras da m-manutenção. — Giselle soltou uma desculpa esfarrapada que não foi engolida por Jimin. A mais nova tentou formular algo melhor para aquele momento, mas não teve tempo, logo Ningning apareceu na porta sorridente e correu para si.
Jimin não estava entendendo nada.
Perguntaria o que estava acontecendo, mas logo uma figura loira também apareceu na porta da casa e tão surpresa quanto ela, a lançou um olhar incrédulo.
Elas não haviam feito isso…
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