Ellen...

- Quando você volta? – Pria perguntou parada na soleira da porta do meu quarto no pequeno apartamento que eu tenho aqui em Mumbai. É um apartamento de um quarto em um prédio em estilo clássico, o lugar é aconchegante e próximo da escola de fotografia, gosto daqui embora sinta falta de morar com Meg.

- Segunda ou terça. – Respondi colocando minhas câmeras na bagagem de mão.

- O tal do Henry Green vai mesmo mandar um jato pra te buscar? – Pria foi a primeira amiga que eu fiz aqui, ela é médica e mora no apartamento da frente, a conheci quando ela tentou entrar no apartamento bêbada (com 4 cervejas) por que tinha confundido com o dela.

- Vai sim, na verdade ele já deve está chegando.

- Esse homem deve amar mesmo a sua amiga não é? – Uma coisa que fez eu me aproximar de Pria de cara, ela a tão azarada quando eu no quesito amor. – Quisera eu ter essa sorte.

- Eu espero que ele ame mesmo. – Falei fechando a mala. – Se ele fizer minha amiga sofrer eu chuto as bolas dele. – “Ele não tem tratamento militar.”

- Não imagino você machucando alguém.  – Ela desdenhou.

- Você me respeita viu. - Falei seria.

Nós duas rimos e ela me ajudou a terminar de organizar a mala pequena que ia levar com meus produtos de beleza e maquiagem e algumas poucas roupas, pois tinha deixado muitas em casa, o vestido do lançamento Natalie já tinha aprontado, eu confio nela plenamente para isso.

Pria me levou para o aeroporto, o que demorou um pouco devido o trânsito caótico daqui. Dentro do aeroporto Internacional pessoas de todos os tipos andavam de um lado para o outro, algumas apressadas outras com calmas, umas com lágrimas nos olhos e outras com sorrisos nos lábios. Nos dirigimos para o portal destinado a voos particulares, quando eu me aproximei uma mulher vestida com saia e terninho azul e um coque alinhado nos cabelos olhou para um celular em sua mão e para mim em seguida e caminhou em minha direção.

- Senhorita Ellen Williams? – Ela falou ao se aproximar.

- Eu mesma.

- Me chamo Georgia e serei sua comissária de bordo hoje. – Ela deu um sorriso simpático.

- Ótimo.

- Podemos ir?

- Sim. – Me virei para Pria colocando minha mala no chão e pegando a mala de mão com minhas câmeras que ela carregava. – Até a volta. – A abracei apertado e ela me beijou no rosto.

- Até. Se divirta.

Me virei de volta para a mulher com as malas em minhas mãos, um homem alto pegou minha mala quando passamos pelo portão de embarque. O piloto me cumprimentou e eu entrei no jato grande e luxuoso. Me acomodei e olhei em volta observando o lugar todo em tons claros e poltronas confortáveis, era um lugar que exalava riqueza, eu me senti muito importante tendo um jato só para mim.

- Senhorita Williams deseja algo para comer ou beber? – Gerogia perguntou pouco depois de decolarmos.

- Uma água por favor. – Ela assentiu e saiu. – Obrigada. – Agradeci quando ela me entregou uma garrafa de água.

- Caso queira mais alguma coisa é só chamar. – Ela falou gentilmente. – Naquela porta ali fica um quarto caso a senhorita deseje descansar ele está preparado.

Agradeci e me encaminhei para o quarto, a cama do avião é mais confortável do que a minha cama em Mumbai, dormi a maior parte da viagem e desembarquei em Londres na tarde da sexta feira, um homem enorme em um terno preto que claramente era um segurança, segurava uma placa com o meu nome quando desembarquei. Fui direto para o apartamento de Natalie que já me esperava, pois tínhamos preparado uma surpresa para Meg quando chegar do trabalho mais tarde.

**

Meg...

Estava com a cara enfiada no computador  terminando ajustes em um roteiro antes de ir embora quando a porta da minha sala é aberta, levando os olhos esperando encontrar Jackson ou Grace me encarando, mas o homem a minha frente faz meu sorriso se ampliar e meu coração se aquecer.

- Oi meu anjo vim te levar pra casa. – Ele caminhou até mim.

- Estou só terminando uns ajustes então podemos ir. Tudo bem? – Ele se aproximou de mim e me beijou rapidamente.

- Claro.

Henry se sentou em uma cadeira a minha frente e pegou o celular, enquanto eu terminava os ajustes. Minutos depois eu havia desligado o computador e me levantado dei a volta na mesa, mas antes que eu pudesse pegar minha bolsa ele se levantou me puxou para si colocando uma mão em meus cabelos e colando nossas bocas em um beijo lento e sensual, sua outra mão desceu para a minha bunda e as minhas foram para o seu cabelo.

- Meg eu sei que é tarde... – A voz de Jackson ecoou pela sala. – Nossa... Me desculpe achei que estivesse sozinha.  – Era possível sentir o constrangimento em sua voz.

Ajeitei minha roupa assim que nos soltamos, e encarei os olhos negros de Jackson como uma adolescente pega pelos pais.

- Querendo encontrar minha mulher sozinha Carter? – Fala em um tom de ameaça divertida.

- Estava sim, mas claro tudo pelo trabalho claro. – Jackson disse levantando a pasta que tinha na mão e rindo. – E da próxima vez tranquem a porta por favor.

- Eu me lembrarei disso. – Falei sorrindo e sentindo minhas bochechas quentes. – O que você queria quando invadiu minha sala?

- Então preciso que olhe isso na segunda. – Ele me entregou a pasta que trazia na mão. – E quero lembrar que o piloto da série deve está pronto até segunda.

- Olharei isso o mais rápido possível.  – Guardei o roteiro na bolsa sobre a mesa. – E quanto ao piloto lhe mandei agora a pouco.

- Obrigado. – Ele sorrio. – E boa sorte amanhã.

- Obrigada. – Ele sorriu e saiu da sala.

Durante todo o trajeto para o apartamento eu percebi que Henry estava calado de mais, parece esconder algo e varias coisas se passavam pela minha cabeça. O Patrick teria aparecido? Ouve algum problema com o lançamento? Está acontecendo algo? Não pude deixar de pensar na conversa que tivemos ontem, ela teria alguma relação com o seu comportamento? Teria acontecido coisa similar?

- Você está distante. – Falei enquanto entrávamos no meu apartamento.

- Dia difícil. – Ele respondeu pegando o celular no bolso e digitando algo.

- Tem certeza que é só isso? – Me aproximei dele. – Parece que está me escondendo algo. – Ele me olhou, eu pude jurar que por alguns segundos vi culpa neles.

- Não estou meu anjo. – Tocou meu rosto. – O que você quer pro jantar? - Tentou desconversar.

- Henry não mente pra mim. – Me afastei dele.

Antes que qualquer um de nós pudesse falar alguma coisa ouvi batidas na porta, que não cessaram até eu ir abrir de mal humor. Natalie e Iam estavam de pé na porta com sorrisos enormes nos rostos, olhei de um para o outro confusa, por que eles estavam tão contentes? Antes que eu perguntasse algo os dois se afastaram relevando Ellen com um sorriso de igual tamanho atrás deles.

- Ellen? – Corri para abraçá-la, era bom está com ela de novo, meu coração se aqueceu, eu senti muito sua falta. 

- Estava com saudade de você. – Ela disse saindo do meu abraço.

- Eu também estava.

Me virei e vi três rostos sorridentes encarando nos duas, andei até o Henry me jogando em seus braços e lhe abraçando apertado. Eu sabia que se ela estava aqui tinha o dedo dele.

- Era isso que você estava me escondendo. – Bati em seu peito quando ele sorriu.

- A ideia era lhe fazer uma surpresa amanhã no lançamento, mas você estava desconfiada então pedi que fosse hoje mesmo. – Ele passou uma mão em meu rosto. 

- Obrigada. – Distribuí beijos pelo rosto, eu estava muito feliz.

- Obrigada Henry. – Ellen falou se aproximando. – É um prazer finalmente conhecê-lo.

- O prazer é meu Ellen. – Eles se abraçaram rapidamente. – Já ouvi muito falar de você e não precisa agradecer.

- Também ouvi muito falar de você. – Ellen rio. – Eu me senti muito importante com um jato inteiro pra mim. - Ela falou rindo.

- Você mandou um jato buscar ela? – Perguntei incrédula.  Não sei por que eu ainda me surpreendo, ele é um burguês safado mesmo.

- Era mais prático do que passagens em um voo comercial. – Henry deu de ombros como se não fosse nada.

Eu poderia reclamar por ele gastar tanto dinheiro assim por causa de mim, mas no momento eu estou feliz de mais por ter minha família completa no meu lançamento, assim que Carol estiver aqui amanhã, minha família estará completa.

- Vamos nos conte como é Mumbai. – Iam falou se acomodando em uma cadeira. – Eu pedi pizza.

Me sentei no sofá com Henry ao meu lado me abraçando, Ellen se sentou do meu outro lado e Natalie se acomodou na poltrona ao lado do sofá. Sorri olhando para eles ali, eu me sentia feliz como não me sentia a tempos, poderia chorar de emoção só de pensar em tudo que eu consegui no último ano, tudo que eu superei.

Ellen nos contou sobre sua rotina na Índia, como era o curso, as técnicas que aprendeu, sobre seu colega Leo e principalmente falou sobre sua espirituosa vizinha Pria, uma parte egoísta de mim sentiu ciúmes, mas eu tinha consciência que era muito bom pra ela ter alguém e serei eternamente grata por isso.

- O que você mais gostou lá? – Henry perguntou com uma fatia de pizza na mão, era uma imagem engraçada de ver, um homem grande e elegante, vestindo um terno e comendo pizza com as mãos.

- Com certeza foram as cores, é tudo muito colorido e bonito, acho que eu já fiz mais fotos desses meses do que na vida inteira. – Seus olhos brilhavam. – Essa foto é nova. – Ela falou apontando para um porta retrato no aparador ao lado da porta.

- Sim, Adam tirou e me enviou. – Era uma foto minha com Henry tirada no baile.

- Vocês parecem um casal de príncipes de algum romance. – Ela sorriu.

- O Adam já sabe que você está aqui? – Eu achava que Adam nutria sentimentos por Ellen pelo jeito carinhoso como a tratava e como se preocupa com ela, isso até ele dizer que é gay.

- Ainda não, falarei com ele amanhã.

Seguimos conversando alegremente, no final da noite Iam e Henry foram embora nos deixando em uma “noite das garotas", agradeci mais uma vez e beijei meu namorando antes de ele sair em direção ao elevador. Sozinhas nos conversamos sobre minha relação com o Henry e principalmente sobre como Ellen estava, ela disse está curada do Lincon e eu acredito em parte nela, por que apesar de não gostar mais dele, o que aconteceu não só com ele, como também com outros a fez se convencer que nunca encontraria um amor, ela escolheu repelir qualquer aproximação afetiva masculina por medo de machucar novamente. Me doía muito não poder fazer nada a não ser rezar que esse muro que ela estava levantando em volta de si não a faça sofrer ainda mais.

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Tadinha da Ellen, "prometeu não amar e por uma desilusão fechou as portas do coração."

Esse reencontro hem?

Esses dois se agarrando na sala com a porta aperta, Jackson por pouco não os pega sem roupa. Kakakakak

Até quinta. 😘

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