Capítulo 48
Meg...
Depois do almoço Henry me levou para conhecer a obra do novo hotel, que está mais para um resort luxuoso. O lugar é enorme, embora a obra ainda esteja inacabada eu posso perceber o quão bonito e imponente ele será depois de finalizado.
Como Henry tinha mais uma reunião eu sai com Franck como meu motorista, passeei um pouco pela cidade, tomei sorvete em uma sorveteria natural, devo dizer que é o melhor que já tomei, uva com nozes.
No fim da tarde eu fui para a praia, em uma região que ficava perto do hotel e eu poderia voltar a pé, várias pessoas caminhavam na areia, um grupo jogava vôlei um pouco distante. Parei perto do mar, tirei a toalha da bolsa e estendi sobre a areia tirei minha roupa ficando somente de maiô e me sentei sobre ela sentindo os raios fracos do sol tocar meu corpo deitando em seguida. Apoiei as mãos atrás da cabeça e fechei os olhos virando o rosto para cima e sentindo o calor me invadir, aspirei o ar sentindo o cheiro de sal e areia. Como estava perto do hotel havia dispensado Franck.
Mergulhei no mar, apesar de não gostar do sal nos meus cabelos, precisava me refrescar um pouco, mas logo voltei para onde minhas coisas estavam, tirei o excesso de água do meu cabelo e tornei a me sentar. Estava muito distraída, com o rosto virado para cima e os olhos fechados quando senti um toque em minha canela, abri os olhos lentamente vendo uma garotinha de cabelos castanho e olhos cor de mel esverdeado, do tipo que dependendo da luz e do dia vária entre o mel e o verde, caída sobre minhas pernas me observando atenta.
- Oi minha querida. – Falei tocando seu rostinho angelical. – Você tropeçou em mim. Está bem?
- Desculpa moça. – Ela falou com uma voz infantil a menina devia ter em torno de 6 anos.
- Morgana! – Ouvi uma voz masculina rouca e provocante chamar e a menininha se vira na direção dela. – O que eu falei sobre sair correndo? - Perguntou visivelmente bravo e preocupado.
- Desculpa papai. – Ela se levantou. – Não devia ter me afastado. – Ela puxou o biquinho mais lindo do mundo. Desse tamanho e já sabe como conseguir as coisas. Sorri.
- Só não faz mais isso. – Ele falou sorrindo para a menina e se virando em minha direção em seguida, quando seus olhos focaram em mim eu vi de que a menina puxou a sua beleza, ela era incrivelmente parecida com o pai, exceto pelos cabelos castanhos e cacheados, os do homem eram negros como a noite e ondulados.
- Eu caí nas pernas da moça. - Morgana falou da maneira mais meiga que eu já ouvi.
- Você o que Morgana? – Ele levantou uma sobrancelha. – Me desculpe os modos dela. – Ele disse me olhando. – Já falei para não sair correndo por aí.
- Está tudo bem. – Fiquei de pé. – Espero que ela não tenha machucado.
- Me machuquei não moça, não tem dodói. – A menininha respondeu se sentando e brincando com areia.
- Ela me deu um susto e tanto dessa vez. – Ele passou as mãos pelos cabelos.
- Eu posso imaginar. – Sorri para ele. – Pelo menos a praia não está tão cheia.
- E suas pernas estavam no meio. – Rimos do comentário. – Me chamo George Bianchi. – Me estendeu a mão.
- Eu sou Margareth Taylor. – Apertei sua mão, antes que eu pudesse soltar minha mão da sua ele a levou aos lábios de depositou um beijo em seu dorso.
- Essa é minha filha Morgana como você já viu. – Ele olhou para um ponto atrás de mim franzido o cenho.
Pouco tempo depois eu ouvi passos e me virei vendo Henry se aproximar com uma expressão seria no rosto. Ele parou ao meu lado envolvendo minha cintura de maneira possessiva, eu podia sentir ele um pouco tenso. Respirei fundo, mas aquele gesto dele não me irritou tanto quando eu imaginei que faria.
- Oi meu amor que bom que chegou. Sem mais reuniões? – Olhe pra ele sorrindo.
- Sem mais reuniões meu anjo. – Ele beijou minha testa.
- George esse é... – Comecei me lembrando do homem a minha frente.
- Henry Green. – O homem falou com um aceno de cabeça.
- George Bianchi. – Henry devolveu com um aceno.
- Vocês se conhecem?
- Sim, o senhor Bianchi é dono de uma rede de hotéis, entre outros empreendimentos e estávamos disputando o terreno onde está sendo construído o novo Gran Luxi. – Henry falou em um tom de vitória.
- Golpe de sorte Green. – George falou sorrindo de lado.
- Nossa, então eu estava confraternizando com o inimigo? – Ri nervosamente.
- Não é pra tanto. – Henry rio, mas pelos seus olhos eu sabia que era um sorriso falso.
- Foi um prazer, mas nós temos que ir. – George falou quebrando o silêncio que se formou. – Vamos Morgana? – A garotinha se levantou.
- Tchau tia Meg. – Ela falou me olhando.
- Tchau minha querida. – Me abaixei perto dela. – Nada de ficar dando susto no seu papai hem.
- Tá bom. – Ela se jogou nos meus braços me abraçando apertado. Beijei sua cabeça antes de solta-la.
Quando olhei para o Henry ele tinha um sorriso bobo nos lábios enquanto me olhava. Nos despedimos do George e ele foi embora segurando a filhinha pela mão. Me virei para meu namorando passando os braços por seu pescoço e selando nossos lábios sem me importar com o fato de que estávamos em público e com certeza tinham pessoas olhando, pois um homem de terno no meio da praia chama atenção, ainda mais quando é um homem tão lindo.
- Eu deixo você sozinha por algumas horas e você encontra uma família pronta. – Ele falou rindo assim que nos afastamos.
- Muito engraçado você.
- Foi muito bonitinho o jeito que você estava falando com a criança. – Ele tinha carinho nos olhos. – Deve ser difícil crescer sem mãe.
- A mãe dela morreu? - Perguntei surpresa. - Tadinha.
- Sim, na verdade os pais dela morreram, a mãe morreu no parto e o pai morreu dois anos depois em um assalto ou acidente não lembro bem. – As vezes eu me surpreendo com a habilidade masculina para contar fofoca.
- Então o George é o que dela?
- Ele é tio da menina, a mãe dela que também se chamava Morgana era irmã dele. – Era uma história bem triste para ambos. – Sabe quando eu te vi falando com ela fiquei imaginando uma filhinha nossa.
- Por isso você estava sorrindo feito bobo?
- Eu sorrio feito bobo sempre que te olho meu anjo. – Me puxou para mais um beijo e desceu a mão para a minha bunda resmungando quando eu puxei sua mão pra cima.
Me vesti, fiz um coque no cabelo, juntei as minhas coisas e saímos de mãos dadas na direção do hotel, eu poderia dizer hoje que se não sou a mulher mais feliz do mundo, estou quase lá.
**
Henry...
- Olha o tamanho desse biquíni. – Resmunguei vendo Meg desfilar dentro do quarto com aquele maldito pedaço de pano azul listrado, se o maiô vermelho do dia anterior já era ruim, o biquíni de hoje estava me levando a beira de um ataque de nervos, sua bunda estava ainda mais linda dentro daquilo.
- Qual o problema do meu biquíni Henry? – Ela reclamou colocando uma mão quadril visivelmente irritada.
- Sua bunda fica ainda mais linda dentro dele. – Falei cruzando os braços. – Você já chama atenção normalmente, com essa merda então... - Apontei para o seu corpo.
- Falou o senhor todas as mulheres babam em mim. – Ela debochou se aproximando. – Olha aqui se vão me olhar ou não azar, eu sou sua, isso o que importa não é? – Descruzei os braços para puxa-la até mim. – Nós vamos sair agora por que eu quero aproveitar nosso último dia aqui nesse paraíso, você mesmo querer estragar nosso dia perfeito? – Ela me olhou nos olhos e eu vi receio neles. Respirei fundo.
- Não, eu não estragar nosso dia perfeito. – Ela sorriu imensamente pra mim. – Me desculpe, meu sangue ferve só de pensar em outro homem te desejando. – Ela me olhou travando o maxilar, eu respirei jogando o ciúmes para o lado. – Mas, que se foda, o importante a que você é minha mulher, é nos meus braços que você está e no de mais ninguém. – Eu a senti relaxar em meus braços.
- Ótimo, então vamos? - Falou depois de analisar meu rosto por alguns segundos.
Ela se afastou de mim, pagou um vestido branco de renda do tipo que as pessoas usam na praia, quando ela levantou os braços eu percebi uma marcas na lateral do seu quadril.
- Porra, olha essas marcas vai parecer que eu te agrido. – Passei as mãos sobre a pele marcada.
- Bem você me agride mesmo. – Ela terminou de se vestir. – Não que eu esteja reclamando, ontem eu nem lembrei que a gente ia na praia hoje. – Ela sorriu pra mim. – Mas, olha pelo lado bom, podia ser uma marca vermelha na bunda ia ficar bem mais evidente.
- Pelo menos aí ia da pra perceber exatamente o motivo. - Falei sorrindo de lado.
- Tarado.
- Não vi você reclamando agora a pouco no banheiro. – Ela deu um tapa de leve no meu braço. – Vamos?
Ela calçou uma sandália baixa, enquanto eu colocava uma blusa verde e um chinelo de dedos, já vestia um short preto. Quando ela pegou a sua bolsa nós saímos do quarto, tomamos café da manhã perto da piscina em uma mesinha de dois lugares a moça que nos atendeu chamou minha ruiva pelo nome então supus que se trata da funcionária que designer para lhe atender. Não que eu seja um homem ciumento, mas deixei claro que deveria ser uma mulher hetero.
Depois do café descemos para a praia, o dia está claro e ensolarado, o céu de um azul claro praticamente sem nuvens, andamos de mãos dadas, tirei o chinelo para sentir a areia branca aquecida pelo sol sobre meus pés, paramos um pouco afastados do fluxo de pessoas, ela estendeu um tecido na areia e nos sentamos nele, ela posicionada no meio das minhas pernas. O celular dela emitiu um som de notificação e ela o pegou na bolsa.
- Olha já tem fotos nossas de ontem na internet. – Ela me falou mostrando o celular com fotos de nós dois na praia, eu de terno e ela em trajes de banho. – Ellen acabou de me enviar.
- Quer elas fora do ar? – Perguntei lhe devolvendo o celular.
- Não precisa. – Eu queria na verdade, não queria a bunda da minha mulher estampada por aí. – As fotos, do baile da Glamour, você que mandou tirar as matérias não foi? – Ela se virou para me olhar.
- Foi sim. – A olhei nos olhos. – Não queria que você visse aquelas coisas ridículas, me desculpe.
- Obrigada por se preocupar, mas, de verdade meu amor aquilo não me afeta mais tanto. – Ela colocou uma mão em meu rosto. – Passei por coisa demais com o meu corpo pra chegar até aqui e não me afeto mais com comentários maldosos, embora ainda me deixem com raiva, por que tem muita gente que sofre com isso.
- Margareth Taylor você é uma mulher extraordinária. – A puxei para um beijo, todo dia eu me surpreendo um pouco mais com essa mulher. – Já que tem fotos nossas estampadas por aí, quero eu mesmo tirar uma.
Peguei meu celular tirando uma foto nossa, depois pedi para um casal que parava tirar mais algumas. Escolhi umas três fotos e postei nas minhas redes sociais com a legenda "minha ruiva, minha mulher, meu anjo". Ela também postou algumas fotos nossas.
**
Meg...
Estava saindo do mar, apertando meus cabelos para tirar o excesso de água, quando foquei onde meu namorado está vi uma morena conversando com ele, senti uma onda de raiva crescente.
- Merda. – Sussurrei antes de voltar a caminhar. Eu odeio sentir ciúmes.
Cheguei ignorando a presença da mulher, me sentei no meio de suas pernas o sentindo ele envolver minha cintura e me acariciar.
- Essa é Meg Taylor. – Ele falou enfim olhando para a mulher. – Ela estava me falando que admira o meu trabalho. – Ele falou na defensiva.
- Claro que admira amor, você é ótimo. – Sorri para a mulher que logo se despediu o chamando pelo nome, íntima demais pro meu gosto. – Vocês já se conheciam?
- Não. – Ele disse rapidamente. – Ciúmes meu anjo?
- Então é só folgada mesmo. – Olhei para a frente e depois para ele. – Claro que eu fiquei com ciúmes, a mulher estava babando em você. – Ele sorriu. – Por que esse sorriso?
- Sei lá, é divertido você com ciúmes, fica com cara de brava e puxa um bico. – Ele disse me beijando. – E faz eu me sentir importante.
- Você é importante pra mim.
Ele me puxou e eu me sentei de frente para ele sobre seu colo, encaixando nossos corpos e o beijando, sai do seu colo percebendo que não estávamos em uma posição apropriada para estar em público.
Continuamos namorado e curtindo a praia por um bom tempo, até nossas barrigas pedirem por comida, voltei a vestir minha sai da de praia e ele vestiu sua blusa e saímos em busca de um lugar para comer, paramos em um pequeno restaurante na praia feito de madeira com o telhado de palha. Seu estilo era rústico e selvagem, parecia muito com algo que encontraríamos em uma praia no Caribe, não que eu já tenho ido a alguma. Nos sentamos em uma mesa com tampo de vidro e armação em madeira, com cadeiras de madeira.
Um homem de uns 24 anos com cabelos queimados e desgastados pelo sol e pele bronzeada vejo nos atender, pedimos nossa comida, optamos por peixe, arroz e salada, eu pedi um coquetel de frutas cítricas já que estava na praia ia entrar no clima e Henry pediu uma cerveja gelada.
Depois do almoço caminhamos um pouco mais pela praia, eu sentia a areia roçar em meus pés descalços, o cheiro de maresia invadir minhas narinas e o calor da mão dele na minha, eram sensações maravilhosas.
- Por que você gosta tanto de praia?
- Minhas melhores lembranças da infância são na praia. – Me virei para encara-lo. – Minha avó Eva tem uma casa em Jersey, fica bem pertinho da praia, aí nas férias de verão, íamos todos pra lá, era sagrado pelo menos duas semanas passávamos lá, ela o vovô, meu tio, meus pais e minha irmãs, eu me sentia em uma família de verdade, sentia amor e carinho. Depois que vovô morreu tudo mudou e meio que perdeu a graça ir lá. – Fiz uma pausa pensativa, inundada pelas lembranças do meu passado.
- Vocês não voltam lá desde então?
- Juntos não, eu voltei lá algumas vezes, com Carol, tio Matthew, a última vez que eu fui tem quase dois anos, foi no aniversário de Ellen. – Falei puxando ele pra mim. – É meu lugar preferido do mundo, a gente devia ir pra lá qualquer dia.
- Eu ia amar conhecer seu lugar preferido do mundo.
- Fechado então. – O abracei forte.
- Eu também ia muito a praia quando era criança, adorava por que a Grace odiava o jeito que a areia grudava nela.
- Você era um irmão mal. – Rimos.
Andamos mais um pouco conversando sobre nossa infância, as brincadeiras, viagens em família, brigas, como éramos leves e felizes e como a vida muda de um dia para o outro. Ele falou bastante sobre o pai e como ele era seu exemplo de vida.
Enquanto caminhava vi uma pequena concha rosada, a peguei nas mãos vendo seus padrões de rosa claro, rosa escuro e branco, virei ela entre meus dedos analisando.
- É bonita. - Henry falou a observando.
- Sim ela é. – Falei a guardando na minha bolsa. "Foda-se que é brega eu guardo conchas". – Sabia que tem uma praia na Itália cuja areia é rosa?
- Sério?
- Sim, é um lugar lindo, muito mágico e olhe que eu nem gosto muito de rosa, mas é na areia. – Sorri.
- Você já foi lá?
- Nunca, tenho muita vontade de conhecer, mas ainda não tive oportunidade. – Falei voltando a pegar sua mão. – Já pensou que lindo toda a extensão da praia rosada, como se fosse cena de um filme.
- Deve ser lindo.
- É mesmo. Tem praias de areia rosa, na Grécia, Indonésia, Brasil e em outros lugares, mas nenhuma é tão rosa e tão linda quanto a da Itália. – Ele me encarava em silêncio com um sorriso indecifrável nos lábios.
======================
Mais um capítulo postado. Espero que gostem.
Bonitinha a conversa deles sobre a infância.
E esse George Bianchi hem? Bem gato, um amorzinho criando a sobrinha.
Até sexta. 😘
Vote e comente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top